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sexta-feira, 18 de maio de 2012

AINDA HÁ ESPERANÇA






*por João Paulo Pereira

Depois de ler o texto que o colega Gilson, escreveu fazendo uma análise do governo do Partido dos Trabalhadores, representado aqui pelo governador e militante do partido Jaques Wagner, fui ler os comentários que se seguiram e me deparei com uma situação conflitante, será que o sonho acabou? Será que o Partido que milito a mais de vinte anos se tornou pior que o PFL, atualmente o Democrata?  Será que João Paulo, Dudu, Nelson Greco, Ricardo Marques, J. Berg, Luciana, Alexandre Tiago, Isaias, Marcelo Costa, Sonkha, Danilo, Marcio Freudenthal, Ana Lucia, Suzimar, Argemiro, Samuel, Humberto, Verusca, Juliana e Fabiana Leite, Lívia Gusmão, Dimitri e tantos outros companheiros e companheiras de vários cursos da UESB, diga de passagem época de ouro do movimento estudantil e político da universidade, nos tornamos tão ruins assim? Será que o governo Wagner tem dado as respostas que um dia sonhamos para a sociedade baiana?


 Pois éramos nós que formávamos o DCE da época, e fazíamos movimentos por que acreditávamos na construção de um novo modelo de sociedade, e continuamos a acreditar, claro que deste grupo alguns não estão mais no Partido dos Trabalhadores, nem todos eram do PT, havia companheiros valorosos do PC do B, do PSB, e de outros partidos até de direita, mas compartilhávamos o sonho da construção de uma nova sociedade.
E aí companheiros é preciso esclarecer algumas questões que são fundamentais para compreensão do processo político e histórico, para que nossas frustrações, desencantos com a política partidária e o ceticismo que é comum quando vemos nossos sonhos e construções serem esmagados pelo descaso de alguns que se instalam no poder e não atuam de acordo com a nossa fé e a nossa perspectiva de construção de uma nova sociedade, já que de fato acreditamos no surgimento de um novo momento histórico, e esse ceticismo não pode jogar todo mundo na vala dos comuns, afirmando que todos somos iguais, sejam para o mal ou para o bem.

É preciso esclarecer que o Partido dos Trabalhadores, nasceu a partir de uma perspectiva Trotskista, fundamentado na pluralidade de ideias, no debate interno e na perspectiva de ruptura com o centralismo democrático, defendido pelas correntes liberais e no campo do Socialismo pelos stalinistas. Partindo desse pressuposto, não dá pra afirmar que o PT que chegou ao poder é o partido como um todo, o atual governador, faz parte de uma tendência do partido, que se tornou hegemônica na Bahia, mas não representa a totalidade do pensamento político do Partido dos Trabalhadores, como é também em todo o país.
Nós que atuávamos no movimento estudantil, continuamos militando, alguns continuam nas bases do PT até por acreditar que a experiência partidária ainda é a mais representativa da história política deste país, e como não perdemos nossos princípios e crenças nos mantemos na luta por uma sociedade justa, fraterna e humanizada.  Outros companheiros valorosos saíram o que significou para um partido, sobretudo, em Conquista um enfraquecimento de projetos, pois perdemos valorosos companheiros, que hoje estão em outras siglas partidárias mais a esquerda e até sem partido por uma opção, mas continuam acreditando na transformação.

Nós que continuamos no partido ainda temos aspirações e acreditamos que via Partido dos Trabalhadores vamos construir um novo país. Por outro lado, não podemos fechar os olhos para o que já foi feito e negar os avanços que mesmo esses setores, mas a direita, tem dado a história do Brasil. O governo Lula, promoveu reformas importantíssimas, apesar de conjunturais, à economia e a sociedade brasileira, tirando milhões da condição de pobreza e miséria, imposta pela direita que dirigiu esse país há séculos, hoje representado, nos partidos tradicionais como o PMDB aliado nacionalmente ao PT, mas esse é aliado de todos que estiverem no poder, e no Democratas, os antigos representantes da ARENA, partido criado pela ditadura militar, e que atualmente mantém vivos o princípios do mandonismo e da política neoliberal, e por aqueles que hoje aderiram ao neoliberalismo, e se tornando o seu principal representante no país, o PSDB.

Aqui na Bahia também não podemos desprezar o governo Wagner, e afirmar que tudo está errado, que não houve avanços, e aí podemos citar, a política desenvolvimentista do governo está sendo bem aplicada, como os programas “Águas para Todos”, recuperação da malha rodoviária do estado, correção do déficit de moradias em parceria com o governo federal, recuperação dos portos, geração de emprego e renda, construção de uma malha ferroviária que é importante para o desenvolvimento do estado, e até na educação, onde é perceptível a ampliação de investimentos. Claro que os problemas pedagógicos estão colocados, a relação com os movimentos sociais e com as categorias profissionais é muito ruim e autoritária, não só na educação, mas em outros setores do serviço público, falta desenvoltura para lidar com situações de greve, onde o governo enxerga a todos os grevistas como inimigos.

Gostaria só ressaltar que não defendo atualmente o desenvolvimentismo como princípio de transformação, pois acredito que este modelo já demonstrou claramente que desenha um futuro drástico para a humanidade.

No cenário municipal precisa ser muito cético, mal intencionado ou totalmente desinformado para não perceber os avanços dos anos de governos do Partido dos Trabalhadores, é só pegar um ônibus coletivo e girar pela cidade que vai está estampados na geografia da cidade, sinais claros deste avanço, claro que nem tudo está resolvido, afinal, estamos numa sociedade capitalista, e este modo de produção não garante qualidade de vida para todo mundo, isso não aconteceu nem nos Estados Unidos da América, nem nos países, mais avançados da Europa e da Ásia, não iria acontecer em tão pouco tempo numa cidade de porte médio do interior da Bahia, e nem tão pouco em um país em desenvolvimento que é o caso do Brasil.

Mas também não podemos deixar de fazer a crítica aos companheiros que na ânsia pela manutenção do poder, perdeu a sensibilidade política e abandonaram o sonho da construção do socialismo, implementando no poder políticas de caráter neoliberal, tratando questões sociais como uma greve como conflito entre inimigos, se negando a negociar com as categorias e impondo de forma muito parecida com os velhos coronéis da política baiana, cortes de salários, perseguições a lideranças políticas, tudo em nome de uma governabilidade de um Estado de Direito, que por natureza é burguês e sempre está a serviços das classes dominantes e contra os trabalhadores.

É preciso compreender o processo político a que estamos submetidos, entender que a luta do Partido dos Trabalhadores continua viva, que os desvios do percurso histórico são parte do processo, mas que nós os militantes de esquerda, de uma esquerda que sonha, continua viva e que ainda estamos lutando internamente para que esse partido que mudou a história política do Brasil, volte a trilhar os caminhos que leve este país e o planeta Terra a nossa nave mãe, a um momento histórico onde reine a paz, a justiça, a solidariedade, a fraternidade, princípios de vida, hoje sufocados e dominados pela força destrutiva do modo de produção capitalista, pela necessidade do consumo desenfreado que transforma o homem em um predador de si mesmo, que impõem o ódio como princípio de sobrevivência, e que com certeza com a nossa luta consciente, com a nossa participação política e social e com a nossa interferência nesse mundo plantando a semente da novidade, construiremos uma nova sociedade.

Um comentário:

  1. JP excelente explanação, e reflete mesmo sem sombra de dúvidas, a esperança de um Coletivo que surge e pretende conquistar seu espaço e vez e tornar a sociedade participante do processo de transformação.
    Parabéns valoroso companheiro!

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