Translate

Seguidores

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

NOVA EDUCAÇÃO PARA UM NOVO MUNDO



* Por João Paulo Pereira

Estamos no limiar de uma mudança paradigmática para a educação, a velocidade das transformações sociais, culturais, políticas, provocadas pelas transformações nas relações humanas, na forma de relação entre o homem e a natureza, entre os seres humanos apontam para uma mudança estrutural no modelo de desenvolvimento. O modo de produção vigente já deu sinais de que tem “alguma coisa fora da ordem”, parafraseando o poeta Caetano Veloso.


Nesse sentido a educação ocupa papel de relevância para que os indivíduos elevem a consciência destas mudanças paradigmáticas e se transformem em cidadãos capazes de garantirem essas transformações. Ao passo que, a educação também tem a função de garantir as condições objetivas para que os filhos de trabalhadores desenvolvam as os pré-requisitos necessários para alavancarem profissionalmente e para chegarem aos bancos de uma universidade, se tornando produtores de uma ciência que esteja a serviço das transformações humanas, culturais, políticas geradoras de um novo mundo. 

Para que isso aconteça, é urgente que o docente também esteja antenado com as necessidades destas mudanças, que a categoria passe a discutir com frequência os caminhos necessários para que as transformações aconteçam, se torne um educador pesquisador, compreenda intimamente o novo discente, o novo homem e o novo mundo, enfim, que o docente se torne um leitor, que não tenha somente o domínio do conteúdo que será trabalhado em sala de aula, mas que desenvolva a capacidade de ser um agente das transformações necessárias para a realização desta nova ordem social.

Somente desta forma este docente passará a compreender as necessidades de um currículo novo para a nova educação, um currículo que seja capaz de se flexibilizar a todo o momento que o discente sentir a necessidade destas mudanças, um currículo que esteja antenado com o novo mundo e automaticamente com a velocidade das mudanças desta pós-modernidade, que esteja próximo do que é desejado pelo alunado, não foi o professor que se tornou pior, ou melhor, é o perfil dos alunos que mudou muito rapidamente e nós conseguimos acompanhar essa mudança. E um novo currículo, mas flexível, enraizado nas demandas de um novo paradigma é que vai fazer a diferença no processo de ensino-aprendizagem.

Por outro lado é extremamente e talvez seja o mais importante de tudo que o Estado compreenda que investir em educação não é só injetar os recursos de forma atabalhoada, acreditando que está fazendo educação pública de qualidade. É preciso parar o processo educacional e repensá-lo, tanto do ponto de vista financeiro, quanto do ponto de vista pedagógico. As gestões escolares, apesar dos discursos de democratização, são engessadas pela burocracia estatal, que não garante ao gestor escolar as condições necessárias para efetivar mudanças estruturais nas Unidades Escolares, não existe autonomia administrativa, e do ponto de vista pedagógico nada mudou desde a ditadura militar, temos uma LDB, conservadora, tecnicista, e os projetos de governo, nem os modelos educacionais pré-estabelecidos deram conta de introduzir mudanças pedagógicas que atenda as necessidades de uma nova educação. 

Na realidade não houve um processo de humanização do ambiente escolar, as escolas continuam sendo muros altos, com salas de aulas frias, com professores insatisfeitos, pois as condições de trabalho não são as desejadas, e com alunos que vão à escola ainda por obrigação ou por imposição da família, que também não tem compromisso com o processo ensino aprendizagem. A escola ainda não é o espaço que etimologicamente ele foi criado um espaço de cultura e lazer ou do ócio criativo, é isso que precisamos para que a educação pública brasileira se torne de qualidade e um instrumento das transformações sociais, que hoje se fazem urgentes para a construção de uma nova ordem social é política.

Buscar neste blog

Inscreva seu e-mail e receba nossas atualizações:

Arquivo