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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Quem do PT autorizou negociação espúria com o atual Prefeito?

Foto publicada pelo Blog Blitz Conquista



*por Herberson Sonkha

O PT que se respeita não aceita dialogar com a péssima administração e a desencorajante reputação política do atual prefeito, pois além de sua incapacidade técnica e cognitiva para governar a cidade, ele persegue, corta direitos sociais, pratica o assalariamento de servidores municipais e sucateiam políticas públicas voltadas para a proteção e promoção das populações em situação de risco, sacrificadas por esse modelo societal baseado no livre mercado, privatizações, exploração da força de trabalho e apropriação indébita da riqueza do povo brasileiro.


Esse prefeito é aliado e suspeita-se que tenha recebido dinheiro para a sua campanha de 2016 de condenados pelo STF por lavagem de dinheiro e associação criminosa dos irmãos Vieira Lima de 51 milhões. Tornou-se um filhote do fascista transvertidão falsamente de patriota verde-amarelo, que vem governando autoritariamente o país para as elites financeiras rentistas (nacional e internacional) e destruindo direitos socioeconômicos e políticos da classe trabalhadora e das populações subalternizadas.

O Partido dos Trabalhadores publicou uma necessária resolução em janeiro de 2017 definindo oposição ao governo municipal por questões ideológicas. Rememoremos algumas das motivações que levaram o PT a publicar documento orientando a sua militância em relação ao posicionamento ideopolítico contrário ao desgoverno municipal. O mais importante dentre todas as questões de ordem ideológica, figura-se a questão moral, pois se tratava da dinheirama usada em sua campanha de 2016.

A cidade se lembra de que a presença efetiva de Lúcio Vieira Lima no município se consolidou de tal forma que tinha até foguetório e tudo mais, antevendo a suposta vitória desse candidato. As manifestações públicas feitas em vídeo personalizado veiculado nas mídias sociais mostrou que o candidato sabia o que estava fazendo e o fez de maneira inexoravelmente consciente a defesa intransigente do seu aliado (financiador?) em 2016.

 Naquele momento o prefeito agia como alguém fiel/leal ao seu dono, ignorando o fato das denúncias que pairavam sobre as cabeças dos Vieira Lima, concedendo-lhe uma “justa” retribuição pela generosidade recebida anteriormente pelos condenados. Por isso, ele recebia apoio incondicional para se reeleger para deputado federal, uma estratégia muito comum entre corruptos que buscam no mandato eletivo apenas um negócio lucrativo ou um foro privilegiado – foro especial por prerrogativa de função.

A cidade cometa que o atual prefeito teve sua campanha eleitoral financiada com dinheiro vindos dos irmãos Vieira Lima. Se é verdade ainda não sabemos, mas o fato relevante é que aqueles dois foram sentenciados pelo STF como larápios do erário público do grupo de Michel Temer – que também já fora ministro do PT contrariando a militância de esquerda na Bahia.

Em 2017 a operação da PF prendeu o intocável com a boca na botija. Ou melhor, a chave do apartamento com malas abarrotadas de dinheiro de lavagem e associação criminosa que rendeu a bagatela de 51 milhões em notas de real e dólar.

Segundo matéria veiculada em 22/10/2019 pelo site Globo.com, por meio do G1.com, em que reproduz a matéria do Jornal Nacional, a emissora notícia que “O Supremo Tribunal Federal condenou por lavagem de dinheiro e associação criminosa o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o irmão, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima. Eles foram julgados no caso das malas com milhões de reais que foram encontradas num apartamento de Salvador”.

A outra razão para o Partido dos Trabalhadores de Vitória da Conquista recomendar a militância organizar e fazer oposição ideológica ao prefeito atual é a defesa peremptória da dignidade de seus principais quadros torrados pelo golpe. Em Vitória da Conquista o grupo que foram as ruas protestar contra a “corrupção” e pela destituição do PT do comando político do governo federal e municipal – a do tchau querida – foi o mesmo que apoiou a campanha do prefeito em 2016 e a do fascista Bolsonaro em 2018.

Esse prefeito incapaz e o seu péssimo governo vaticinou o fascista que se elegeu presidente porque foi favorecido pelo golpe contra o povo brasileiro, cuja campanha publicitaria nacional intensa feita pela Rede Globo tinha com finalidade fragilizar o governo e difamar a ex-presidente Dilma Rousseff (a estória da pedalada fiscal de Janaína Pascoal, Miguel Reale Júnior) e a condenação e prisão do ex-presidente Lula – a tal propriedade do tríplex e o sítio de Atibaia.  

Esse desgoverno está mergulhado até a alma em águas fétidas do submundo política municipal, por isso deve ser combatido sistemática e ideologicamente pelos partidos de esquerda, movimentos sociais, sindicais, estudantis e por pessoas que têm consciência política adquirida por meio das lutas de classes. Qualquer dialogo que indique alinhamento com essa turma representante do andar de cima, derrete quaisquer valores, princípios ou possibilidade de seriedade na política.

O que fazer com o sopitar fétido que emerge das entranhas pútridas do submundo da politicagem desse governo e suas relações promiscuas de edis filiados ao PT, senão reconhecer o caráter histórico dessa reciprocidade cortes entre velhos “cavalheiros” amigos que fazem acordos no anonimato para achacar a população Conquistense, sobretudo em encontros nada ocasionais na casa do principal aliado de corruptos condenados pela justiça.

 Absolutamente nada! Aliás, nada vírgula, pois alega em seu favor uma suposta autorização dada pelo “partido”. Não obstante a esse álibi quase infalível de quem se comporta geralmente a margem da lei (preterido as regras do jogo) e vive vaidosamente à espreita de algum perguntador para responder que estava a serviço dos interesses do partido, preciso preguntar aos militantes do PT de qual instituição partidária estamos falando.

Desconheço esse partido que autorizou tal reunião espúria com esse incapaz politicamente. Desconheço qualquer dirigente partidário que perde a compostura ética e joga seus princípios ideológicos na lata do lixo apenas para salvar mandatos estéreis ou construir candidaturas paralelas e conservadoras sem nenhum estofo político para tal. Desconheço qualquer dirigente sem compromisso com os valores, a história e a ideologia de esquerda do PT.

Quem autorizou a visita, naturalizando o conteúdo irrevelável da negociação? Terá sido mais uma movimentação velada de vereadores politicamente inconsequentes para atender as demandas de obras para reeleição ou as garrafinhas de querosene desses edis bem-intencionados?

Essa história é reincidente e a omissão do partido poderá leva-lo a mais trágica desmoralização política do partido diante de seu eleitorado que o vê como alternativa a esse desmando e retrocesso na cidade. Pois é, qualquer semelhança terá sido mera coincidência? Nem sempre é sincronia impensada, pois se a malfada reunião aconteceu na casa do principal algoz da militância de esquerda do Partido dos Trabalhadores.

A suspeição começa quando esse autocrata incapaz, mesmo de férias, abre uma “exceção” em sua agenda para receber seus adversários – em tese. Digo adversário porque qualquer pessoa minimamente coerente com os movimentos sociais se tronaria adversária de quem persegue, corta direitos sociais e pratica assalariamento de servidores de carreira.  Mas, se está de férias qual é a agenda mesmo? Algo muito suspeito está acontecendo embaixo do nariz do PT que parece ter perdido o faro para malandragem ou golpe.

Abriu mão da perspicácia do conhecimento empírico e por isso deixou de perceber que o problema começa exatamente quando um ou mais mandatários – cujo mandato pertence ao partido – alegam em sua defesa que o partido autorizou. Como se autoriza tal negociação com quem o próprio partido reconheceu por meio de documento público que é politicamente inadequado, tecnicamente incapaz e truculento no exercício do poder político.

Fica aqui uma pergunta retórica: quem é o partido? Rudival Maturano? A Executiva Municipal foi delegada a decidir sobre isso? O Diretório Municipal deliberou sobre isso? Ou um empreendimento parlamentar qualquer que funciona como condomínio de poder que autorizou?

Penso que o presidente em exercício Rudival Maturano – garantido em sua função de presidir o partido até o final desse ano pelo Estatuto – não foi porque além de responsável e ideologicamente comprometido com os princípios partidários do PT, o mesmo chamou uma importante reunião para discutir o governo eleito e a postura do partido em fevereiro de 2017. Essa reunião gerou um documento e foi expedido como resolução aprovada com a finalidade de orientar a militância e filiados (com ou sem mandato) como se comportar diante desse desgoverno.

A Executiva Municipal também não foi porque existem forças divergentes (esquerda contra a direita) que compõe e se posicionaria contra e informaria as forças internas aliadas ao campo divergente. Até porque uma decisão dessa dimensão passaria por outa instância que não é essa, pois atentaria criminosamente contra o Estatuto uma vez que decidiria questões relacionadas à estratégia e tática partidária e a Executiva Municipal não tem competência para tal.

Portanto, tal comportamento é impensável porque caracteriza um golpe contra a esquerda (única com militância social) e a maioria dos membros da Executiva Municipal não assumiria os riscos de dar um golpe por dentro e a essa altura do campeonato e com os dois dos melhores nomes para disputar a sucessão municipal em 2020. Seria no mínimo uma burrice sem precedentes...

O Diretório Municipal também não foi porque não existe nenhuma convocação formal obedecendo ao rito estatutário que tenha sido feita nesse segundo semestre ou, até antes, com uma pauta que propusesse reavaliar a postura política de oposição ideopolítica do PT frente ao desgoverno atual ou qualquer possibilidade de aproximação, negociação ou alinhamento ao prefeito que acena para a sua reeleição.

Qual teria sido a pessoa ou tendência (já que não existe essa definição por parte da instancia – Executiva ou Diretório Municipal) que autorizou a esses dois vereadores do PT a participarem de qualquer reunião oficial ou extraoficial com o prefeito, excepcionalmente em sua casa?

Isso não tem nenhuma relação às reuniões institucionais que a Câmara Municipal de Vereadores, enquanto relação estabelecida legalmente pelo institucionalidade legislativa, que deve ocorrer regularmente com a representação do Executivo Municipal. Portanto, esse movimento deve ser apurado urgentemente para que não macule a imagem já bastante desgastada do PT em função de certas alianças espúrias e indesejadas pela militância de esquerda do partido. 

A resposta deverá ser dada a sociedade imediatamente porque a cidade precisa saber quem são essas pessoas e o que elas fazem dentro do Partido dos Trabalhadores. Chega de picaretas usarem o partido como escada para promoção pessoal e financeira. Alguma tendência de direita deve assumir esse atentado, uma vez que não devemos aceitar de hipótese alguma que o condomínio de poder organizado dentro do partido possa ter “autorizado” essa negociação no mínimo desonesta.

Ao invés de querer expulsar militantes de esquerda coerentes com a história, valores, princípios e as lutas do partido, talvez devesse reavaliar a hipótese levantada anteriormente de expulsar definitivamente quem faz quaisquer diálogos espúrios de interesses próprios com inimigos de classe, adversário político das populações em situação de múltiplas vulnerabilidades e algoz dos servidores públicos municipais.
terça-feira, 29 de outubro de 2019

O "Arquipélago dos Cânticos" e o septuagésimo quarto aniversário do Lula em Conquista




*por Herberson Sonkha

Por ocasião da comemoração do septuagésimo quarto aniversário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, excepcionalmente preso, esse dia foi tomado pela militância como agenda oficial do Partido dos Trabalhadores em todo o país. A ideia central é mostrar a cada munícipe nos quatro cantos desse país que a prisão injusta, ilegal e inconstitucional do ex-presidente Lula é parte de um golpe – contra a classe trabalhadora e as populações em situação de risco – e seu desfecho culminaria com a retirada definitiva do ex-torneiro mecânico do páreopor ser favorito – nas disputas eleitorais de 2018.


O sindicalista ideologicamente barbudopreferia assim – é oriundo de um dos mais importantes sindicatos da classe trabalhadora na América Latina desde o final dos anos 70 – antes, durante e depois do nefasto regime ditatorial que instituiu a ditadura civil-militar sanguinolenta no Brasil via golpe de Estado (1964-1985). O sindicato dos metalúrgicos do ABC Paulista cumpriu papel importante no combate sistemático ao generalato fascista caudatário de regime criminosamente torturador e assassino.

A inciativa no final de mandato dessa executiva fecha com chave de ouro uma gestão coroada de êxitos. Realmente foi louvável a disposição porque mostrar que o partido saiu do imobilismo criado pela bolha direta para as ruas, praças e espaços coletivos que sempre foi o lugar de fala da militância comunista do partido.

Chegamos atrasados à atividade comemorativa do Partido dos Trabalhadores na Feira do Alto Maron chamada para este dia (27), por que estávamos (Eu e Marcelo Neves) numa conversa longa na casa do Professor Marcelo Neves discutindo sobre o seu mestrado. Uma conversa sobre o PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) da UNEB de viés à esquerda, na perspectiva de garantir p empoderamento intelectual e cientifico da classe trabalhadora e das populações em situação de múltiplas vulnerabilidades.

Vislumbrávamos nesse dialogo a possibilidade efetiva de consolidação dos mecanismos institucionais da UNEB na radicalização da democracia participativa dentro e fora da instituição. A finalidade dessa institucionalidade acadêmica na sociedade é manter a capilaridade necessária para contribuir cientificamente com a formação cognitiva teórico-prática avançada da classe trabalhadora e das populações subalternizadas.

Já eram quase 13 horas e nem imaginávamos que a conversa ainda estivesse fluindo abundantemente na feira, sendo regada com cerveja – da estrela vermelha – estupidamente gelada. Aliás, para a nossa grata satisfação ainda estava rolando por lá questões relacionadas a análise de conjuntura municipal. Encontramos por lá valoroso(as) companheiros(as) como Suzana Ribeiro, Katia Prates, Anita Mazzei, Júlio Emiliano Oliveira e o indefectível trotskismo de JBergher e Cláudio Felix e mais algumas poucas pessoas que não me recordo o nome – me desculpe.

Obvio que já era fim de feira e muita gente legal havia passado por lá e ido embora, só restava quem queria colocar a conversa sobre os últimos acontecimentos sobre a sucessão municipal em dia. O clima dialógico e o entusiasmo de Júlio Emiliano Oliveira e Joilson Bergher eram contagiantes. Não poderia ter sido melhor, pois o camarada JBergher como sempre presenteou-me com o livro “Forja de Impérios” do escritor Michael Knox Beran[1].

Lembrando que JBergher é um leitor voraz de filósofos e historiadores que tem ascendência nas ciências políticas, sobretudo porque tem graduação em história, filosofia e atualmente é estudante do mestrado em Relações Étnicas em Jequié, num programa de pós-graduação ligado matricialmente à URFJ. JBergher é um entusiasta incorrigível que buscar forma público de leitores, daqueles raros semeadores da literatura que vivem a estimular a leitura crítica presenteando bons livros. Isso me remete ao poeta baiano do seculo XIX de Salvador, Antônio Frederico de Castro Alves que um ano antes de fazer a passagem nos legou um dos mais belos e estimulantes poemas: “Espumas Flutuantes”:

“Oh! Bendito o que semeia.
Livros à mão cheia.
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n'alma.
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!”. (ALVES, 1870)

O poeta, crítico literário e tradutor pernambucano Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho, ilustre participante da geração de 1922, percursor do Modernismo no Brasil cujo poema “Os sapos” abriu a Semana de Arte Moderna de 1922, consagrou Castro Alves como o “único e autentico condor nesse Andes bombástico da poesia brasileira”. Machado de Assis se referiu a ele como sendo "nacionalista, poeta social, humano e humanitário". Afrânio Peixoto o chamaria de "um talento vulcânico, o mais arrebatado de todos os poetas brasileiros"[2].

José de Alencar vai nos dizer "palpita em sua obra o poderoso sentimento de nacionalidade, essa alma que faz os grandes poetas, como os grandes cidadãos”[3]. Outros nomes de peso na literatura brasileira de relevante reconhecimento dos críticos literários- a exemplo de Luís Gama, Nabuco, Ruy Barbosa e José do Patrocínio – dizem que ele foi o maior poeta da abolição. Não é a toa que Maria Bethânia dedicou um belíssimo trabalho chamado "Cadernos de Poesia"[4] em que ela declama e canta "O Navio Negreiro". Tornou-se um clássico por que expõe as mazelas da sociedade escravocrata e isso ainda está muito presente na sociedade contemporânea. Ainda convivemos com essa maldita herança cultural escravocrata escrutada no comportamento das elites, profundamente marcada pelo racismo estrutural, institucional, religioso e outras manifestações mais sutis de racismo.

O historiador e pesquisador Armando Souto Maior vai nos dizer que Castro Alves é, ao mesmo tempo, o escritor que retrata em sua poética a chegada da poesia romântica, e o é aquele que anuncia em sua poesia com imagens e ideias políticas e sociais tão presentes no realismo. Ele vocaliza os problemas estruturais socioeconômicos e políticos criado historicamente pelo modelo de sociedade que legitimou os estatutos da escravidão. O semeador de livros de nosso tempo é um intelectual orgânico da classe trabalhadora jequieense que adotamos como Conquistense. Não poderia fazer outro reconhecimento em deferência ao comunista trotskistas JBergher que não fosse dessa maneira.

E o livro reflete parte de um ciclo de diálogos contínuos no MCOESO que por certo, incendiará as mentes mais brilhantes desse coletivo, oxigenando o debate com a finalidade de ampliar em profundidade as nossas leituras e discussões sobre a natureza do Estado, da Sociedade Civil e de Regimes de Governos após a Revolução liberal burguesa na França de 1789. Essa é a proposta do livro, ampliar o foco de investigação com uma análise comparativa atualíssima que busca identificar elementos sócio-históricos no itinerário ideopolítico desses três estadistas do século XIX – Abraham Lincoln, Otto von Bismarck e o tsar Alexandre II.

Beran destaca que esses homens promoveram verdadeiras transformações num curto espaço de tempo de uma década, ao libertar 10 milhões de pessoas, reformar as estruturas de Estado herdadas do ancien régime de seus respectivos países. Para o autor houve modificações substanciais no modus operandide governar: “Lincoln libertou os escravos negros nos EUA, Alexandre II acabou com o regime de servidão na Rússia e Bismarck unificou a Alemanha.”. Segundo a obra, nem por isso esses homens conseguiram impedir “o surgimento de novas filosofias de terror e coerção”.

Embora a leitura de o debate seja uma constante no MCOESO, o espirito intelectualmente inquietante e subversivo que moveu os ares comunistas no domingo (27) foi incrivelmente perpassado por intensas discussões que vão da Administração Política do grupo de pesquisa da UEBS/UFBA, “Outro modo de interpretar o Brasil” – Reginaldo Souza Santos e Fábio Guedes Gomes – passando pela “Forja de Impérios” – Michael Knox Beran – ao "Arquipélago dos Cânticos" – de Jesus Gomes dos Santos. Sem contar o recital impecável de Julio Emiliano Oliveira, esse comunista que nos agraciou com nada menos que a “Viola Quebrada”, do poeta de caetitense Camilo Jesus Lima. Aliás, a este penúltimo eu agradeço imensamente também ao comunista Júlio Emiliano Oliveira por nos apresentar com suas interpretações únicas da poética de Jesus.

O poeta Jesus Gomes dos Santos também participou da vida política Conquistense antes da ditadura de 1964 como vereador – eleito como opositor pelo PTB – e presidente da Câmara Municipal de Vereadores foi candidato a prefeito (UDN) indicado pelo antão prefeito Gerson Sales udenista, sendo opositor de José Padral Sampaio nas eleições 1962[5]. Segundo professor Belarmino de Jesus Souza – artigo intitulado “Da crise da República Populista à afirmação do golpe civil-militar de 1964: Vitória da Conquista, um estudo de caso” – essa candidatura tinha "ligações com a situação e com a oposição".

Os poemas “Maria Guabiraba” e “Procissão” já haviam sido recitados e, por isso, essas duas poesias eram bastante conhecidas pelos ruídos causadas nas rodas de intelectuais, jornalistas e políticos da cidade naquele período.

Uma derrota eleitoral conjuntural que favoreceu estrategicamente o seu opositor José Pedral Sampaio que a utilizou exitosamente como “Bandeira política” em seu favor. Houve grande comoção popular causada pelo trágico assassinato da professora Carmosine Marques Pereira, no distrito de José Gonçalves. Segundo o mesmo artigo em referência, artigo intitulado “biografia de José Fernandes Pedral Sampaio” esse fato enfraqueceu a candidatura do prefeito, pois além de Jesus Gomes ser de José Gonçalves pesou o fato de que a morte da professora havia sido encomendada ao pistoleiro Zacarias por simpatizantes de Gerson Sales. Contudo, o poeta Jesus Gomes viria publicar o seu livro poético intitulado “Arquipélago dos Cânticos, poesia” em 1989. A produção artística da capa e as ilustrações é de autoria do artista plástico Romeu Ferreira e o prefácio do professor, escritor e memorialista Mozart Tanajura.

Desde então Vitória da Conquista se tornou uma cidade de tradição operária e sindical com a implantação do Distrito Industrial dos Imborés (1975) e com a diversificação produtiva com a chegada do café no início da mesma década. Criaram-se núcleos orgânicos da classe trabalhadora que foram fundamentais para o processo de fundação e participação política na CUT. Alguns Conquistenses como Noeci Salgado, Hildebrando Oliveira, Rui Medeiros entre outros participaram dessa construção em função da importância do Sindicato dos Trabalhadores Rurais com a grande greve dos catadores de café, aliás, passaram a compor a direção da mesma.

Nesse contexto, a cidade surge politicamente no cenário nacional com o movimento grevista que articulou os trabalhadores local com nível de consciência e organização política forte. Os catadores de café ganham espaço nos anos 1980 ao deflagar a maior greve da história de Vitória da Conquista, mobilizando mais de 5 mil catadores de café de Vitória da Conquista e Barrado Choça. As reivindicações foram em grande parte atendidas pelos fazendeiros acossados politicamente pelo poder gigantesco de mobilização e pressão dos Rurais. O Dissídio Coletivo foi reconhecido pela Justiça do Trabalho dando ganho de causa a maioria das exigências apresentadas pelos catadores de café[6].

A primeira central sindical lançada pela base que mais tarde vai se transformar na CUT surge logo após o golpe de 1964, numa reunião de três dias em São Bernardo do Campo (SP), sediada pela antiga Companhia Cinematográfica Vera Cruz com a presença de 5.059 delegados e 912 entidades sindicais constituíram a primeira direção provisória com mandato de um ano, presidida pelo metalúrgico Jair Meneghelli de São Bernardo do Campo. Em 1981 na Praia Grande, litoral paulista que ocorre a 1ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT).

Após dois anos de construção e intensos debates internos nasce a CUT mediadas por disputas ideológicas entre correntes sindicais ligadas ao PT e dirigentes do PCB, PCdoB e Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) que se opunham à criação de uma central autônoma das estruturas oficiais de sindicatos e confederados. Essas disputas vão acontecer internamente na CUT até 1986 quando essas forças vão se tornar dissidentes e fundar Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT)[7].

Vitória da Conquista teve papel decisivo no Estado da Bahia com força suficiente para compor a primeira direção executiva da CUT, formada por José Gomes Novaes, indicado pelos Rurais da Bahia[8]. E a feira do Alto Maron foi um espaço de recrutamento de catadores de café pelos latifundiários do agronegócio, por isso é considerado um lugar simbólico em função das inúmeras atividades de conscientização política da classe trabalhadora alienada nas lavouras de café da região, inclusive funcionou como espaço de mobilização para a greve do café que repercutiu nacionalmente.

Nesse sentido, a feira do Alto Maron tem valor histórico que simboliza a importância ideopolítica do Partido dos Trabalhadores nesse processo de conscientização e organização política dos catadores que passa a ser organizar como categoria. Por isso, foi comemorado com muita nostalgia pelos comunistas mais velhos, não menos esperançosos pelo entusiasmo dos mais novos com a celebração desse dia no berço de nascimento do próprio partido, na feira do Alto Maron, abrindo possibilidades de retomar as suas origens. Segundo atesta uma das testemunhas oculares do nascimento do PT lá no início nos anos 80, o militante comunista Hildebrando Oliveira.

A atividade simbólica que demarca espaço político municipal tem nesse grande metalúrgico que chegou a São Paulo vindo de pau-de-arara do nordeste em 1954 e foi eleito presidente do Brasil em 2002, uma referência de militância sindical. Embora já fosse referência com expressão popular desde os anos 80 do século XX para a classe trabalhadora, mais recentemente para as populações subalternizadas no Brasil por meio de seu governo. É nesse contexto melancólico, não menos alegre, que o grande comunista Júlio Emiliano Oliveira, nos presenteou com a poesia declamação de “Maria Guabiraba”.

O memorialista conquistense Mozart Tanajura ao prefaciar o livro consagrou “Maria Guabiraba” como a “Madalena” – a analogia é de minha inteira responsabilidade – dos tempos horrendos e sombrios do pós-ditadura civil-militar no país (1964-1985). Iguais a ela são milhares os que peregrinam a via-crúcis criada pela sociedade burguesa para sacrificar, criminalizar e explorar o povo empobrecido.

Assim como são os milhares deles e delas apinhados nos paus-de-arara que ainda persistem refazer o trajeto Rio-Bahia buscando um lugar ao sol no sul e sudeste do país, sobretudo aqueles fugindo da seca no nordeste dos anos 40.

Eles se arriscam empilhados em paus-de-arara feitos sardinha num fofa-chão (caminhão Alfa Romeu) antigo rumo a meca do Brasil: São Paulo. A poética de Jesus Gomes dos Santos nos fala sobre essa personagem anônima do cotidiano brasileiro que permanece tão popularesca entre os fragilizados por esse modelo de sociedade que cria as enormes desigualdades sociais, economias, políticas e culturais.

O historiador, antropólogo, advogado e jornalista Luís da Câmara Cascudo de maneira controversa a eternizou a expressão pau-de-arara para designar um transporte precário de pobres em busca de um sonho, uma oportunidade na metrópole paulista desde a primeira grande seca no Nordeste na década de 40 do século XX.

Outro Luiz – que tocava nas ruas, nos paus de arara e nos bordéis – que também conhecera de perto outras “Marias Guabirabas” – a cantora e dançarina Odiléia – e a condição desumana de pau-de-arara escrevera nos anos 40 uma das mais belas canções de resistência e resignação do nordestino que nunca desiste. Embalada pelo ritmo dançante do baião, “Pau de Arara” que foi trilha sonora do filme de Fábio Barreto e Marcelo Santiago “Lula, o filho do Brasil” riscou de norte a sul de imenso Brasil mostrando ao povo brasileiro sínteses da trajetória desse pernambucano forte e resistente.

Seu conhecimento ainda lhe renderia outra linda canção, pois Luiz Gonzaga e Guio de Morais compuseram “Último Pau de Arara” em 1952. A música faz um diálogo com as condições de vida da população nordestina, subjugada pela ausência de água para produção agropecuária familiar, abrindo a discussão para ausência de política pública para convivência com o semiárido visando evitar o pau de arara como êxodo rural:

“A dor do sertanejo é cantada e retrata os flagelados da fome, sede, morte do gado, abandono da família e do roçado (ou o que sobrou dele com a estiagem), o êxodo rural, a saudade, a dificuldade de adaptar-se na cidade grande, a humilhação e a vergonha do flagelado por não ter trabalho e ser forçado a viver de esmola.” (ROCHA, 2011, p. 5)

Outro gigante da música popular brasileira, o poeta e cantor Vinicius de Moraes e Carlos Lira, vão tratar dessa pauta ao compor “Pau de Arara”, cuja narrativa poética apresentando duas perspectivas: a das condições de transporte feito por um veículo precário e a penúria alimentar dos transportados que passaram comer a gilete por falta de alimentação.

Luiz, Vinicius e o Lula são sujeitos diferentes tratando da mesma coisa de maneira absolutamente diferente. Enquanto a poética gritante denunciava ao mundo a fome, a dor, a seca e o desemprego da classe trabalhadora e das populações empobrecida pelo coronelismo que mantinham relações capitalistas modernas no Nordeste, o Lula buscou condições minimamente possíveis de erradicar a pobreza, a fome, a seca e o desemprego.

O domingo fechou em alto estilo, pois o convite irrecusável do camarada professor Marcelo Neves para compartilhar solidariamente do feijão da Casa da Misericórdia, fechou o ciclo de nossa peregrinação política comemorativa. encerrando na Casa da Misericórdia que é uma instituição filantrópica de caráter religioso (Teologia da Libertação) de acolhimento de pessoas que não existem para a sociedade. Antes são consideradas pessoas indolentes, preguiçosas, alcoólatras e promíscuas ao olhar ultraconservador de religiosos reacionários burgueses.

Os valores burgueses materialistas desenvolvidos pelo capitalismo contemporâneo dessa sociedade já os condenaram quando não possibilitou a eles oportunidade de emprego, moradia, saúde, educação e lazer, jogando-os pelas ruas como se fossem bens quebrado sem conserto, feito “coisa sem dono”. Deste modo, vivem como andarilhos famintos sem moradia, maltrapilhos, jogados, doentes, sujos, secretados porque a “família de bem” dessa sociedade do gesto da arminha feito por esses malditos religiosos fundamentalistas não os reconhecem como pessoas com dignidade humana, portadora de direitos sociais, econômicos e políticos.

O Jesus, o Lula, José Novais e o João Paulo da Casa de Misericórdia e tantos outros militantes da causa social – alguns ainda anônimos – buscaram dar o mínimo de dignidade para essas populações de rua em situação de risco, assim como essa instituição que é dirigida pelo caridoso João Paulo.

Um ser humano obstinadamente decidido a receber pessoas marginalizadas e invisibilizadas por essa sociedade burguesa fria e indiferente que é responsável por todas as desigualdades das “Marias Guabirabas” e insiste fascistamente em controlar por meio da classe dominante, formada pelas elites do atraso, o futuro das pessoas simples que sonham em compartilhar toda a riqueza da sociedade com quem mais precisa.

Por isso, dedico esse texto especialmente a Luiz Inácio Lula da Silva e em nome dele extenso a todos e todas as pessoas privadas injustamente de comer, andar. dormir, morar, estudar, ser saudável, rir e amar. Sendo esse valoroso nordestino pernambucano, aquele outro pau-de arara preso injustamente, como as muitas “Marias Guabirabas” da vida, “não vacila mesmo derrotado. Quem já perdido nunca desespera. E envolto em tempestade, decepado. Entre os dentes segura a primavera.” LULA LIVRE!!!



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[1] Michael Knox Beran é advogado, escritor e editor do City Journal, do Manhattan Institute. Já escreveu também para The Wall Street Journal, The New Yorker e National Review. Nasceu em Dallas, no Texas, e estudou Direito em Columbia, Cambridge e Yale. Seu livro sobre Robert Kennedy, The Last Patrician, foi indicado na lista do New York Times como Notable Book em 1998.

[2] Castro Alves (1944). Obras Completas de Castro Alves. 2. [S.l.]: Companhia Editora Nacional. 562 páginas. Introdução e notas de Afrânio Peixoto

[3] Idem

[4] O DVD (Quitanda/Biscoito Fino) traz a interpretação de Maria Bethânia para poemas, canções e textos que estão no livro, ilustrados com recursos de animação gráfica. Gringo Cardia assina a direção do vídeo e o projeto gráfico do livro. A obra é resultado de um projeto concebido por Bethânia em parceria com a UFMG, voltado para divulgar poesia, literatura e canção popular na escola pública. Esse projeto começou em 2009 com a iniciativa da historiadora Heloisa Maria Murgel Starling de convidar Maria Bethânia para participar do projeto “Sentimentos do Mundo”, da UFMG. A artista criou o espetáculo “Leituras de Textos”, no qual resgatava a arte de declamar poemas. “Nesse livro, Maria Bethânia reafirma a equivalência entre a chamada ‘alta literatura’ e as canções populares, entre o culto à soberania da abordagem literária em sua inesgotabilidade de sentido e de permanência, e o nosso hábito, meio distraído de fazer da canção o complemento natural da atividade cotidiana de viver”, observa a escritora. Acesso site https://biscoitofino.com.br/produto/caderno-de-poesias/#descricao

[5] A oposição foi retomando seu curso de crescimento. Na câmara, despontava Alberto Farias, vereador que fazia uma oposição combativa. O jornal “O Conquistense” (título que antes pertencera à situação), passou a ser veículo de aglutinação de forças. À medida que iam se aproximando as eleições de 1962, a situação foi se complicando para Gerson Sales. Este e seu grupo optariam por tentar dividir a oposição. Finalmente, o candidato apresentado pelas forças “gersistas” foi um vereador que houvera militado na oposição: Jesus Gomes dos Santos, poeta. Sim, o poeta de “Maria Guabiraba” e da “Procissão”, poesias que lhe causaram dor de cabeça durante as eleições, por seu conteúdo social. Acesso à fonte de pesquisa pelo site: http://cdn.jornalgrandebahia.com.br/2014/09/Biografia-Jos%C3%A9-Fernandes-Pedral-Sampaio.pdf

[6] Tendo afinal o café ocupado uma grande área plantada e com a consolidação da produção de alguns milhões de cafezais, entra em cena a luta do assalariado agrícola, particularmente dos catadores de café. Fruto de um paciente esforço de mobilização dos trabalhadores e após infrutíferas tentativas de negociar com os patrões um contrato coletivo de trabalho, entram em greve a 12 de maio de 1980 mais de 5 mil catadores de café dos municípios de Vitória da Conquista e Barra do Choça. O movimento se estende rapidamente, abrangendo nos 3 primeiros dias, cerca de 60 a 70% dos trabalhadores dos dois municípios. Mas, frente à pressão da fome e às intimidações por parte de fazendeiros e autoridades, o comando de greve suspende o movimento transcorridos 10 dias de paralisação. A greve representa um grande avanço em nível de consciência e organização dos trabalhadores locais, sendo que no tocante às reivindicações imediatas é relativamente vitoriosa, pois ao final do julgamento do Dissídio Coletivo instalado pela Justiça do Trabalho, esta dá ganho de causa a boa parte das exigências formuladas pelos catadores de café (l4). Acesso à fonte de pesquisa pelo site: http://revistaprincipios.com.br/artigos/9/cat/2304/aspectos-econ&ocircmicos-e-sociais-da-cultura-do-caf%C3%A9-na-bahia-.html


[8] Jair Meneghelli – Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema (SP); Paulo Paim – Metalúrgicos Canoas (RS); João Paulo Pires de Vasconcelos – Metalúrgicos de João Monlevade (MG); Jacó Bittar – Petroleiros de Campinas(SP); Abdias dos Santos – Metalúrgicos de Niterói (RJ); José Novaes – Rurais de Vitória da Conquista (BA); Avelino Ganzer – Rurais de Santarém (PA). Acesso à fonte da pesquisa pelo site: http://memorialdademocracia.com.br/card/combativa-e-autonoma-cut-nasce-pela-base
sábado, 26 de outubro de 2019

A política de educação municipal conquistense se tornou ultraconservadora e desplugada do mundo real



"O governo municipal desplugou a maquinaria estatal do constructo mental que vinha sendo formulado a partir de leituras críticas, conectadas com os últimos acontecimentos sociopolíticos mundiais da contemporaneidade."

*por Herberson Sonkha

A política de educação municipal em Vitória da Conquista se tornou um “serial killer”, um matador em série de neurônios de crianças, adolescentes e jovens filhos da classe trabalhadora e das populações subalternizadas. E o faz quando nega alimentação ao corpo dessa população em constante processo de formação biopsíquica e intelectual em desenvolvimento cognitivo efervescente. Além de subjugar os profissionais de educação, sobretudo à docência com o assalariamento, falta de transporte, falta de condições minimamente dignas de trabalho e a censura à liberdade de cátedra.


Nossos estudantes do ensino fundamental jamais terão o mesmo destino do cientista suíço Charles Weissmann que morou no Brasil (na cidade do Rio de Janeiro) e estudou o ginásio quando adolescente. Sua família veio da Europa fugindo dos horrores do regime Nazista e da segunda grande Guerra Mundial. Com o fim da guerra e o fim de Hitler a família voltou para Europa e Charles pode dar continuidade aos estudos graduando-se em medicina e depois química.

Por meio da educação formal, o estudo de Charles possibilitou a ele chegar à posição intelectual de renomado cientista e assumir cargo político, atingindo o topo da cadeia de produção do conhecimento mundial. Atualmente dirige o Instituto de Biologia Molecular da Universidade de Zurique, na Suíça. Dedica-se a investigação dos “agentes infecciosos” que são micro-organismos diferentes dos vírus e das bactérias, mas tem enorme poder destrutível das células do cérebro – príons[1].

Antes de Charles Weissmann os cientistas acreditavam que esses micro-organismos eram vírus, mas segundo o cientista suíço os príons são partículas de proteína destituídas de qualquer material genético. Mesmo sem vida, além de provocar infecções são capazes de invadir os neurônios cerebrais e atrapalhar os comandos de seu núcleo e causar estragos aos neurônios.

Nossos estudantes do ensino público municipal (ensino fundamental) poderão ter esse mesmo destino do grande cientista suíço Charles Weissmann com a atual política de educação municipal? Se depender exclusivamente do município e sua política educacional, dificilmente qualquer estudante da rede municipal chegaria a essa condição. No entanto, a rede municipal tem excelentes profissionais, mas não é o bastante. Mesmo que esses excelentes profissionais resolvessem empenhar-se mais do que já fazem, desprendendo mais de seu esforço de trabalho qualificado e compromisso intelectual cientifico com ensino-aprendizagem desses estudantes não atingiria toda a rede e ainda assim teríamos casos isolados de case de sucesso.

Educação é uma questão estrutural que demanda muito investimento em remuneração compulsória de salário, material didático, livros atualizados, equipamentos, tecnologias, laboratórios e uma política de ensino-aprendizagem avançadíssima.

Não se trata apenas de limitação técnica e cognitiva, mas de uma escolha ideopolítica muito em voga nesse momento de declínio do instrumental teórico oferecido pela razão crítica e da ascensão irracional de comportamentos ultraconservadores. Essa escolha levou a ruptura com a racionalidade crítica, impossibilitando a compreensão entre o real a e fantasia. Tornando impossível mostrar a comunidade acadêmica que o conteúdo do ensino fundamental é insuficientemente incapaz de mostrar a dinâmica real da sociedade e suas contradições, com a finalidade de dotá-los das condições cognitivas necessárias para que eles possam tomar decisões autônomas, contando com as suas próprias leituras de mundo.

Escolheram submergir os neurônios dessa população no vinagre, pois é insaciável o desejo de saber demandado pela mente poderosa de uma criança sedente de conhecimento, experiências científicas e do desejo de enxergar o mundo como ele realmente o é ou friccionar literariamente outras formas de vivencias mais humanas. Essa esterilização intelectual atende ao objetivo político de regimes fascistas de conservar essas mentes prodigiosas bem longe do que a ciências sociais e aplicadas podem oferecer, sobretudo no que se refere à percepção do mundo.

Essa política de educação adotada por esse governo está literalmente desplugada da consciência crítica que permeia o ensino-aprendizagem formulado por segmentos de centro e esquerda no mundo, das tecnologias de última geração e equipamentos políticos pedagógicos avançados. O governo municipal desplugou a maquinaria estatal do constructo mental que vinha sendo formulado a partir de leituras críticas, conectadas com os últimos acontecimentos sociopolíticos mundiais da contemporaneidade.

O governo e seu staff embarcaram sem volta na onda mundial que provocou a retomada do crescimento do nazifascismo no ocidente, sobretudo no Brasil a partir de meados da segunda década do século XXI. Curvaram-se maquinalmente ao fundamentalismo de reminiscência cristão-judaico que deu origem ao extremismo religioso do famigerado gesto da arminha que se tornou símbolo eleitoral em 2018 e permanece como mantra desse governo federal.

Esse retrocesso desencadeou múltiplas violências socioeconômicas e políticas estimuladas por setores de extrema-direita (xenófobas, multifóbicas, racistas, misóginas, esquerdofóbicas e laborfóbicas) que propagam agressivamente o ódio contra a classe trabalhadora e as populações empobrecidas. Além da pauperização gradativa da classe trabalhadora que compõe os indicadores de produção e consumo da população economicamente ativa.

O culto a “lideranças” pernósticas, autoritárias e extravagantemente reacionárias que se reivindicam representantes de um modelo tradicional de família patriarcal ultraconservadora, como única moralmente capaz de extirpar definitivamente da sociedade o câncer da corrupção e promover o desenvolvimento econômico com paz e prosperidade.

O silencio e a omissão de parte do centro e da esquerda no Brasil, em certa medida essa indiferença e negação do golpe no Brasil não se diferencia do prognostico dado por Leon Trotsky em 1931 sobre Hitler, ao afirmar que se ele (Hitler) tomasse o poder na Alemanha, a primeira ação política dele seria promover com guerras contra revolucionárias para derrota à União Soviética. Isso se confirmou dez anos depois, ou seja, em junho de 1941.

Após o golpe no Brasil e a posse do Michel Temer iniciou-se um movimento retrogrado por dentro do Estado que afetou a sociedade brasileira, avançando rapidamente na direção contrária aos direitos humanos. Resguardando as devidas proporções e os elementos estruturantes do processo sócio-histórico, excepcionalmente existem algumas semelhanças nesse movimento ocorrido no Brasil iniciado no final do segundo turno das eleições de 2014 e o retrocesso ocorrido na Alemanha no pós-primeira guerra mundial que levou ao colapso a República de Weimar que adotou um modelo social-econômico-político socialdemocrata.

A derrota da democracia instituída pela República de Weimar (1919), a mesma que abriu espaço para atuação política para forças de esquerda (Movimento Espartaquista tendo como uma das principais lideranças revolucionárias a marxista Rosa Luxemburgo) significou a pavimentação para a ascensão por meios legais (eleitorais) e legitimação do poder de Adolf Hitler por meio do seu genocida “Das Dritte Reich” [O Terceiro Império], o famigerado Terceiro Reich.

Não compreender os elementos que estruturam determinadas conjunturas, levou o mundo a beligerante segunda grade guerra mundial com estimativa entre 50 a 80 milhões de mortos de múltiplas nacionalidades. Aliás, ao mais perigoso momento de domínio do que pretendia ser o “Das Dritte Reich”. Esse violento sistema de governo com níveis de letalidades altíssimos avançou sanguinolentamente sobre a Europa subjugando-a os ditamos do imperador Hitler, ameaçou o império britânico e a Ásia e seus estertores distribuídos por todo planeta.

A máquina mortífera alemã realizou inúmeras execuções sumarias que causavam pânico na população, o terror era tanto que desencadeava a histerias coletivas de medo. Seu braço forte beligerante era o temido Wehrmacht (exército alemão) e só seria derrotado em Stalingrado pelo Exército Vermelho. Antes de tremular a bandeira vermelha no Reichstag (sede do Parlamento alemão) a ocupação de Berlim a frouxidão levou o criminoso de guerra, o sociopata alemão Adolf Hitler escondido no Bunker, ao suicídio em maio de 1945 do século XX.

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[1] Uma forma ou espécie de agente transmissível que a ciência ainda não conseguiu identificar.
quarta-feira, 23 de outubro de 2019

O discurso da mudança e a falsa consciência política da classe média brasileira.



"Aqui começa a via-crúcis de uma classe média que almejou chegar ao paraíso oferecido pela burguesia liberal capitalista, pisando covardemente na cabeça da classe trabalhadora"

*por Herberson Sonkha

Compreender o porquê da população empobrecida que compõem o grupo de risco (constituído pelas classes C, D e E em sua maioria analfabeta, que vive de subtrabalho ganhando renda per capta de R$ 178,00 a R$ 998,00 de salário mínimo, sem acesso ao consumo de cultura, viagens, livros, cinema e teatro e etc.) acompanhou a onda da mudança prometida pela extrema-direita no Brasil é perfeitamente compreensível e até “justificável”.


Contudo, também o é compreensível à situação da classe média fora da zona de risco (constituído pelas classes A e B em grande parte tem formação superior e pós-graduação, concursada ou compõem altos cargos na inciativa privada com renda familiar entre R$ 7.278,00 a R$ 11.001,00, tem acesso a livros, cinemas, teatros, boas escolas, música de qualidade, come bem, veste bem, mora em casa própria, faz viagens internacionais regulares e etc.), mas, não é justificável. A incoerência não pode ser explicada simplesmente porque a suposta consciência política falhou porque a educação não foi boa, permitindo embarcar na viagem da mudança oferecida pela agenda ultraconservadora.

Além da vaidade característica do pertencimento de grupo portador privilégios, numa sociedade fortemente dividida em grupos sociais marcados por imensas desigualdades materiais e intelectuais, far-se-á presente uma hipótese como mantra ultraconservador de direita que serve para persuadir e conformar os desiguais na sociedade com falsos argumentos. Argui-se que uma pessoa estudada é uma pessoa “esclarecida”, acima do “bem e do mal”.

Numa sociedade de ambivalência, cujo movimento contraditório divide-se sociologicamente entre “fortes e fracos”, inferiores e superiores, heteronormativos e homoafetivos, brancos e negros, ricos e pobres, empregados e desempregados, honestos e corruptos essa informação é funcional, pois subentende que existe um grupo de “esclarecidos” (patriarcais superiores brancos) e outro de gente sem “esclarecimento” (inferiores pretos, pardos e amarelos) que vagueia indolente na imensa escuridão da ignorância classificado pela educação bancária como eterno “aluno” – cujo significado quer dizer “um ser sem luz”.

A hipótese mais romantizada na sociedade atual é a de que esse ser iluminado da classe média possui nível superior, minimamente graduada (geralmente branca) tem a consciência política privilegiada pelo desenvolvimento cognitivo, propiciado pela suposta vivencia do ensino-pesquisa-extensão. Essa suspeita teria como experiência o convívio com essa tríade, pressupondo a existência de criticidade aprofundada pelas leituras cientificas (liberal) que visam explicar o mundo para que as pessoas aceitem naturalmente os “avanços” sem questionar os males causados pelos retrocessos da sociedade contemporânea.

Conjectura-se que essa pessoa seja plenamente consciente de suas responsabilidades políticas, no qual o segredo para penetrar níveis mais elevados da consciência política passaria necessariamente pelo crivo da esfinge que vela pela cidadania reservada apenas a alguns “esclarecidos”. Em vista disso, jamais se furtaria ao compromisso ético e a disposição política para apoiar as reformas estruturais do Estado – já que não estamos falando de possibilidades radicais de ruptura emancipacionista proposta pelo comunismo marxiano ou marxistas.

Imagina-se que a defesa de quaisquer reformas estruturais que visam o aperfeiçoamento das políticas públicas sociais faça parte da própria consciência política da classe média. Deveria ser algo factível porque têm relações conectivas profundas com o conhecimento cientifico, sustentado pelo instrumental teórico que orienta rigorosas pesquisas voltadas para apreender a verdadeira natureza das desigualdades, principalmente daquelas populações em situação de múltiplas vulnerabilidades socioeconômicas e políticas.

O caráter hipotético reside no fato de que essa não é a regra geral adotada por todas as pessoas com graduação - inclusive pós-graduação - que fazem parte desse restrito universo de aproximadamente 8,31% da população brasileira com nível superior (segundo IBGE em 2010), visto que a percepção de mundo dos sujeitos de classe média vai se diferenciando na medida em que vislumbra a necessidade de manutenção do status quo. Passam a ter expectativas com coisas diferentes, como aumentar bens e ampliar acesso a serviços relacionados à satisfação (não a necessidade), mesmo convivendo na mesma família, na mesma rua, no mesmo bairro, na mesma cidade e no mesmo país.

Esse universo é contraditório se observado que a classe média (classe C com renda familiar total entre R$1.819 e R$7.278) é composta numericamente por 113,1 milhões de brasileiros em 2017, representando 54% da população economicamente ativa. Segundo o PNAD, a pesquisa do IBGE nos domicílios revela que 52,6% da população brasileira não concluíram o ensino médio em 2018. Apenas 16,5% da população entre 25-60 anos concluíram o ensino superior em 2018.

Essa estratificação educacional reflete duas realidades acerca da visão de mundo: quem conclui ensino superior nem sempre se apropria criticamente do instrumental teórico crítico para subsidiar uma leitura de mundo realista; e quem não conclui mantem-se limitados pelo senso comum convencido da aparência fenomênica, sem, contudo, avançar para o senso crítico capaz de compreender minimamente a essência dos fenômenos sociais e econômicos mais simples.

Essa vulnerabilidade política da classe média contribui para a percepção invertida do conhecimento, pois enxerga no ensino superior uma porta de ascensão socioeconômica como condição natural para substabelecer o seu status quoe não uma possibilidade de formação intelectual universal com domínio dos pressupostos teóricos científicos que elevaria a consciência política a níveis avançados com a compreensão mínima da política brasileira e mundial.

Essa dinâmica de defesa de seus próprios interesses particulares tem acento no conceito liberal de homo economicus[1], cristalizado pelo moderno mercado de capitais e aprimorado pelo sistema capitalista contemporâneo, mas não se limitam apenas a esse mundo da livre produção, circulação e trocas das mercadorias. Essa ideia do racionalismo clássico cartesiano-positivista presente no liberalismo econômico também está presenta na reprodução das relações sociais como algo cientifico.

Os tentáculos conceituais de homo economicus superam os limites formais de mercado, sua influência substabelece as relações no campo da política com o mesmo brio que cada sujeito internaliza o homo economicus para realizar a sua escolha do produto, da marca, do preço e do estabelecimento onde se pretende adquirir tais bens. Caso não o produto não corresponda ao que diz na propaganda, ao término do produto muda-se de marca ou, se o preço não for modico, muda-se de empresa.

Essa é a liberdade idealizada pelos teóricos do liberalismo econômico que desenvolveram mecanismos para a economia de mercado com a finalidade de criar na liberdade de consumo a sensação de bem-estar. Isto está sendo usado para influenciar a escolha de candidatos, projetos de governo ou os interesses sociais.

Essa é a ideia de consumo consciente desenvolvida em país com regime político socialdemocrata e economia capitalista de mercado mais “avançado”. No Brasil vem sendo amplamente adotada pela classe média desde a formação de uma população constituída basicamente por pessoas com nível de escolarização de terceiro grau, sobretudo por que tem pós-graduação. Essa população que não ultrapassa 20% da parcela economicamente ativa, se recente de ser comparada politicamente a fração do povo sem escolarização ou parcialmente alfabetizado. Daí a adoção da racionalização como critério para definir o conceito de consciência política que se pretende universal.

Forjando um tipo de “consciência política”, no mesmo molde da ideia de consumo consciente usado pelo homo economicus. Portanto, consciência política passa a ser um critério racionalizante para escolha do que é mais cômodo aos interesses socioeconômico e político de quem escolhe.

Contudo, valem lembrar que “consciência política” numa sociedade dividida em classes sociais com interesses econômicos e políticos diferentes, tende a produzir percepções que tomam como referência o homo economicus como um conceito único e universal, mas na prática tem consequências diferentes porque os sujeitos ocupam lugares diferentes nessa mesma sociedade.

Portanto, o Estado tende a nivelar as atribuições de atividades dos agentes que operam a política de Estado, partidária e das demais instituições sociais como se fossem iguais, ocultando a preferência de interesses socioeconômicos e políticos de uma determinada classe dominante sobre as outras pauperizadas.

Essas especificidades do sujeito em movimento, embora datadas no tempo-espaço, vai alterar a sua leitura de mundo a partir do seu entendimento do que seja essa tal consciência política. Por isso que a torna algo absolutamente relativa uma vez que o objeto que qualifica essa ideia de consciência política está diretamente ligado ao lugar de fala de cada sujeito localizado material e intelectualmente em sua respectiva posição de produção e consumo na complexa sociedade contemporânea.

Nesse sentido, precisa diferenciar o lugar de fala de quem planta para o agronegócio de quem se apropria privadamente dessa produção coletiva; de quem opera a máquina na linha de produção fabril de quem se apropria privadamente da produção; de quem constrói coletivamente a casa de quem vai morar sozinho na mansão, pois ambas as pessoas não leem o mundo da mesma maneira e nem tem os mesmos interesses comuns.

Apesar da discussão bem elaborada e clivada pela ciência acadêmica essas pessoas não souberam diferenciar o discurso de mudanças efetivas de uma prosopopeia eleitoreira abjeta para evitar que as elites perdessem a legitimidade e o poder de classe dominante, pois sua suposta consciência munida com o devido discernimento da verdadeira política não realizou o filtro necessário para separar a Política e as responsabilidades com o financiamento públicos dessas intervenções sociais voltadas para as populações carentes do proselitismo falacioso de carreiristas de plantão.

Caiu no discurso fácil de uma elite imoral, espoliadora, corrupta e opressora sem se dar conta de que a mudança real se se daria com a ruptura estrutural da sociedade civil (subversão da infraestrutura) com a sua economia liberal e do Estado (subversão da superestrutura) com a sua política liberal pela práxis política emancipacionista. Apropriaram-se de uma falsa consciência política oferecida pelos intelectuais orgânicos do liberalismo na academia e passaram a ler o mundo por esse viés.

Como a dinâmica do movimento real de reprodução do capital (concentração e centralização) traz consigo contradições intrínsecas a sua própria natureza, que é a exploração agressiva e apropriação privada compulsória de riqueza na forma de capital nas mãos das elites, obvio que o projeto político de governo dessas elites não poderia ser outro que não fosse à manutenção das condições ideais para a livre reprodução do sistema capitalista (terra capital e trabalho) mundial para manutenção do status quo de um minúsculo grupo de gente usufruindo de uma vida nababesca.

Aqui começa a via-crúcis de uma classe média que almejou chegar ao paraíso oferecido pela burguesia liberal capitalista, pisando covardemente na cabeça da classe trabalhadora. Entrou em declínio econômico e começou a perder a confortável posição no mundo do trabalho (público e privado) com as reformas trabalhista e previdenciária.

Achou que seu emprego público bem remunerado jamais seria alvo de negociação por parte das elites. Sem produção num mundo capitalista adeus consumo, foi-se gradativamente o seu poder aquisitivo e com ele o apartamento na zona sul e o carro classe a financiados com juros baixos subsidiados pelo maldito governo do PT.

Com o fim do financiamento para pós-graduação, acabou-se o sonho do doutorado sanduiche na Europa ou país anglo-saxão, a faculdade de medicina dos filhos, as viagens de turismo nacional e internacional, as roupas de grife, os carros na garagem, restaurantes grã-finos. Restou apenas retornar ao chão da história, refazer o discurso e readaptar-se a nova realidade muito distante da suposta mudança. Pegar ônibus coletivo, enfrentar fila de emprego, matricular os filhos em escola pública, renegociar dívidas e reaprender a fazer orçamento apertado.

Engolir a vergonha e o constrangimento e voltar às ruas para protestar contra seu próprio governo, visando manter alguns poucos direitos que restam. Engolir calado que errou vexatóriamente no diagnostico em relação ao PT (independente de seus equívocos), pois negociou a sua consciência política com a extrema-direita pela ascensão socioeconômica fácil (o sonho burguês de ficar rico). Negou a luta de classes e subestimou capacidade intelectual orgânicas da classe trabalhadora e das populações subalternizadas.

Agora terá que reaprender a fazer a luta de classes admitindo definitivamente que perdeu o referencial teórico, intelectual e a práxis política emancipacionista adequada nessa discussão. Esse é o preço pego pelo silencio, omissão ou participação no golpe de 2016, a falsa consciência política e a concessão imoral feita aos fascistas.



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[1] O homo economicusé o ator racional ou maximizador racional é um ser humano fictício formulado seguindo o conselho dos economistas liberais.

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