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quinta-feira, 29 de junho de 2017

O Funeral do Microfone da Politicagem!

Foto: redes sociais

"[...] aproximadamente 200 dias de governo já se têm passeatas contra e funerais do atual prefeito de Vitória da Conquista. Observa-se que algumas das denúncias feitas durante as eleições se confirmarem. A primeira de falastrão, no sentido de ser destituído de competência teórico-prático capaz de sustentar suas presunções, ilações, ufanismo e a incurável mania de microfone."
*por Herberson Sonkha / João Paulo Pereira[1]


O microfone sempre exerceu verdadeiro fetiche aos grandes oradores, principalmente se este for um exímio discursador capaz de levantar multidões com suas sedutoras construções léxicas que tornam a oratória impecável. As revistas especializadas em lideranças com habilidades para falar em público dão notícias de alguns notáveis oradores de nosso tempo que marcam as últimas cinco décadas como Nelson Mandela, Obama, Jobs e Martin Luther King.

Essa habilidade de falar em público está associada ao êxito das grandes lideranças cuja alocução está intimamente articulada à sua práxis, independentemente de ser ou não adeptos as suas propostas, eles convenceram muita gente boa mundo a fora. Por trás de um grande discurso, subtende-se um comportamento condizente com o que se fala.
No Brasil, a oratória também está ligada ao espectro de intelectuais com múltiplas formações sociotécnicas, artistas, dirigentes sociais, religiosos ou profissionais liberais. Tem exemplos admiráveis na docência, na dramaturgia, no magistrado, no jornalismo, na homilia e no conturbado mundo das autoridades políticas. Sendo esse último o calcanhar de Aquiles dos medíocres tribunos.
Essa qualidade intrínseca ao excelente orador, geralmente são mais exigidas nos vários processos eleitorais (também debates) o que não quer dizer que isso seja uma regra geral, no sentido de que exista uma sincronia entre a expressão lapidar e a exemplar conduta humana recomendável. Historicamente a tribuna é um espaço para exercício pleno da retórica, pois qualquer um que a utilize poderá causar empatia ou antipatia dos ouvintes.
Este lugar privilegiado de fala é constantemente ocupado por mulheres e homens militantes apaixonados por causas altruístas ou libertárias de tão nobre valor. Apesar disso, também o é ocupado por oportunistas de plantão, velhas raposas treinadas na arte de falar em público, políticos profissionais tradicionalmente populistas de verve patrimonialista.
Na vida pública, por tradição, a voz intrépida e o discurso eloquente ecoam na história desde homens como José do Patrocínio, Rui Barbosa e José de Alencar e outros tantos falantes notáveis, cujo discurso, ganhou as rádios do país com suas temáticas comoventes. Contudo, também existem aqueles que se apropriam da oratória para escamotear um comportamento desumano marcado pela conduta xenófoba, lgbtfóbica, racista e machista perigosíssima, basta relembrarmos do medíocre escritor, mas com reputação de excelente orador, o hediondo Adolf Hitler.
A revista Carta Capital de 21 de junho de 2017 traz uma matéria intitulada “O Reich tropical: a onda fascista no Brasil”, em que homens como Celso Russomanno (PRB), o Pastor Feliciano (PSC), Jair Bolsonaro (PP) e Luis Carlos Heinze (PP), (incluo aqui o Pastor Silas Malafaia) utilizam-se impunemente da tribuna (sagrada ou profana). E o fazem para promover o ódio, a intolerância religiosa e a incitar a violência (linchamento físico e moral) contra as populações negras urbanas e camponesas, populações homoafetivas, nordestinas e religiões não cristãs, sobretudo as de matriz africana, como o candomblé e a umbanda.
A matéria em tela denuncia a retomada de um certo modelo de comportamento responsável por inúmeras atrocidades (campo de concentração para extermínio de judeus) praticadas pelo nazifascismo (anos 40 do século XX). A oratória desses monstros está de volta, apesar das barbaridades imprescritíveis cometidas, das quais jamais deveríamos nos esquecer, estes falantes ainda exercem verdadeiro fascínio entre os seus e tem funcionado muito bem, basta observar a lista de preferência eleitoral de parte considerável da juventude, dos evangélicos, dos católicos conservadores e da burguesia.
O Abraham Lincoln pertencente a esta lista, disse certa vez que “nenhum homem tem a memória tão boa para se tornar um mentiroso bem-sucedido” e isso deveria ser levado a sério por certo radialista de nossa cidade. Esse comportamento retórico desse populista ganha maiores contornos nos períodos eleitorais, em que a maledicência se confunde com a crítica.
No que pese saber que os profissionais jornalistas que militam no movimento sindical ou de classe asseguraram o direito à livre expressão, condição imprescindíveis para resguardar a fonte e o pleno exercício da profissão, não invalida que aquelas palhetas sejam favorecidas, mesmo sendo oportunista profissional de plantão.
Tudo diz e nada faz! Ou seja, faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço. Vitória da Conquista entrou para a lista desse famigerado exemplo, mesmo tendo um arquétipo em Salvador com o radialista Fernando José...
Existe um histórico de péssimos exemplos de radialistas na política, assim como artistas. Para além de um discurso retumbantemente ufanista, escondem-se comportamentos defraudadores. Como a rádio é um território da ampla liberdade de expressão, conquistado com muita luta, diz-se livremente o que se quer dizer sem o ônus da prova, desresponsabilizando o falante de quaisquer correspondências com a sua própria prática. Exceto naqueles casos em que a justiça intervém para restabelecer a verdade usurpada por falastrões desastrados.
Aqui em Vitória da Conquista existe sim precedentes, pois aqueles movimentos aliciados pelo MBL e organizados em arquipélagos (Vem pra Rua 2016, movimento contra a corrupção-MCC e o movimento Brasil Consciente) foram as ruas vestidos de verde-amarelo e fizeram também o panelaço nas janelas. Contudo, todos eles estiveram na campanha do PMDB à prefeitura de Vitória da Conquista e durante o processo eleitoral estavam nas ruas e redes sociais promovendo o ódio contra o PT.
Naquele momento, fortemente influenciado pela referida conjuntura nacional, distante do ambiente da municipalidade, presenciávamos esse “mover” da burguesia as vésperas das eleições de 2016. Infelizmente, um período que deveria ser amplamente utilizado para discutir ideias e debater projetos socioeconômicos e políticos que dessem continuidade (aprofundassem?!) a efetiva melhoria da qualidade de vida da população conquistense, ficou comprometido. Pois, uma parte da cidade optou por incorporar acriticamente um discurso embusteiro de ordem moralista de direita (viés fascista) com base no inverossímil combate a corrupção.
Esse movimento reacionário de cunho fascista culminou com o impeachment da presidente como coroamento da luta contra a “corrupção” apoiada e promovida pela Rede Globo. Isso certamente contribuiu para que parte dessa população (desmemoriada) acreditasse que realmente estava passando o país a limpo e virando uma criminosa página da história das instituições políticas no município e no Brasil. Ilusão da classe média achar que tirar o PT resolveria essa patifaria que se instalou no país desde o período Colonial.
Apesar das inúmeras críticas e recomendações feitas por forças à esquerda, o PT do campo hegemônico não agiu conforme seu estatuto e sua tese ideopolítica duramente construída em embates internos duríssimos desde o final dos anos 1970 e início dos anos 1980. Fez um atalho pela alameda da conciliação de classes, labirinto perigoso das benesses (reformistas) que o Estado liberal burguês oferece.
Negligenciou uma nova modelagem petista de esquerda capaz de governar o viciado Estado brasileiro. Recusou a corrupção como índole endêmica (mais valia) do sistema capitalista, enquanto criador do Estado liberal pela Sociedade Civil, ambas burguesas. A sociedade burguesa é por natureza corruptível, basta ressaltar o processo de acumulação primitiva do capital no mundo, sobretudo no Brasil com a apropriação das terras e as riquezas minerais dos povos primitivos e quilombos e das pequenas propriedades dos colonos pelos coronéis.
A corrupção não é o principal problema do campo hegemônico petista, mas sim consequência. A ausência de princípios revolucionários do campo hegemônico levou-o a corrupção material, intelectual e ideológica. Ainda que não tenha sido enriquecimento pessoal, aliás, tal comportamento visava à manutenção no poder a qualquer custo.
A esta altura não se pode acreditar que se trata de desapropriação da riqueza publica para financiar os movimentos sociais e partidos de esquerda para revolução. Impensável essa possibilidade para o campo hegemônico. O que imperou na verdade foi o aparelhamento indiscriminado da máquina estatal para financiar a verticalização de forças de direita, isolar forças internas (de esquerda contrarias e direitização) do partido. Aliás, contribuiu para aniquilar o crescimento de partidos radicais de esquerda, visando à consolidação de um projeto personalizado de poder, limitando-se apenas a reformas pontuais (pifiamente exitosas). Tudo isso, sustentado por um bloco hegemônico petista de direita, no qual exerceria a maioria no parlamento para manter a governabilidade.
Neste sentido, a centralidade do crime cometido pelos hegemônicos que operaram os governos petistas está no abandono da luta de classes e na inexequível conciliação das mesmas. Isso levou à renúncia da perspectiva ideológica e ao favorecimento da na tese ideológica liberal de endividamento do Estado (austeridade fiscal) para justificar o congelamento salarial, além de permitir percas salariais e impedir o caráter compulsório da progressão de carreiras de servidores. Prosperou o enxugamento da máquina (Estado mínimo) e o corte compulsório do financiamento público para o desenvolvimento social previsto pela LRF.
O campo hegemônico petista fez a adesão incondicional ao Estado liberal burguês e sua lógica programática perversa de proteção e desenvolvimento do capital. E como resultado dessa política nefasta, nota-se o crescimento intocável da riqueza nas mãos da burguesia que se mantém ilesa no topo da pirâmide social à custa da pauperização e privação socioeconômica e política das classes trabalhadoras, do exército de reserva de desempregados e das populações vulnerabilizadas.
Estes são os crimes imprescritíveis que o campo hegemônico do PT cometeu e nenhuns desses movimentos reacionários fascistas apresentaram estas denúncias ás massas iludidas que participaram como plateia dessa manobra. Com exceção das críticas dos partidos mais radicais de esquerda que historicamente vem apontando para essa tendência reformista e conciliatória de classes do PT. Embora ressaltemos que nem reformistas esse campo conseguiu ser.
Adotou uma política socioeconômica híbrida (predominantemente liberal com nuanças sem lastros de bem-estar social) que acelerou a lógica capitalista do mainstream econômico favorável aos rentistas. Esse nexo está baseado numa macroeconomia ortodoxa que prioriza as regras de mercado de capitais e o pagamento da dívida exorbitante. De outra maneira, o governo petista além de aderir sem criticar se negou auditar, vetando a lei aprovada pelo legislativo.
A esquerda mais radical, constituída por partidos como o PSOL, PSTU, PCO e PCB fizeram a crítica correta em relação às bandeiras reformistas e a adoção de políticas liberais pelo PT, sobretudo pelo abandono do PT das trincheiras de lutas operárias, trabalhadores médios tradicionalmente revolucionários. Contudo, erraram no diagnostico enviesado acerca do problema, indo às ruas com a direita fascista para combater o PT acreditando ser este um partido vendido, adido do liberalismo sem perspectiva revolucionária.
Essa esquerda mais radical ignorou um movimento sufocado no interior (luta de contrários) do partido, conflitante com os interesses da hegemonia direitista no cerne do PT. Com isso, ignoraram as tendências e coletivos internos revolucionários, fazendo coro com a mídia burguesa jogando-os indiscriminadamente na mesma vala comum da tradicional corrupção das elites brasileira, com um sinete de traidores das classes operárias (trabalhadores em geral), portanto, classificando-os como vendidos ao capital e sua sociedade civil burguesa.
Este espectro diminuto de militantes comunistas no PT concorda com as críticas levantadas pelos radicais de esquerda no Brasil, mas não podemos deixar de apontar as contradições que existem nelas ao observar que essas forças não perceberam o jogo político que se instalara no país. Não compreendeu “A visão em paralaxe”[2] do filósofo esloveno Slavoj Žižek. Neste sentido, cooperou perigosamente para retomada de um projeto ultraliberal no Brasil derrotado nas urnas principalmente pelo PT, PCdoB e PSB, mesmo que cheio de contradições, mas devidamente combatida internamente pelas forças radicais de esquerda do PT.
Se hoje vivenciamos um acelerado processo de profunda desconstrução de algumas garantias constitucionais mínimas asseguradas pelo Estado, precisamos também reconhecer que existe participação de radicais de esquerda. Estas conquistas, mesmo sendo pontualmente conciliatórias ou moderadas, inquestionavelmente foram incorporadas por meio das pressões das forças trabalhistas. Sobretudo, aquelas advindas das lutas incessantes das classes trabalhadoras e das políticas sociais encetadas pelas bandeiras dos movimentos sociais no Brasil.
Esse desmonte que afeta a todos e todas as brasileiras (trabalhadoras ou não) do campo e da cidade, beneficia tão somente a manutenção da burguesia no comando do poder político para garantir o livre exercício da “mão invisível” para garantir o movimento (concentração e centralização) de reprodução capital em sua fase rentista (ultraliberal). Em parte, inegavelmente, tem alguma participação efetiva dos partidos radicais de esquerda.
 Essa distopia[3] tida como prática generalizada do PT, que se estende apenas ao exercício do campo hegemônico nos governos do PT tornou-se uma incompreensão útil aos interesses socioeconômico e políticos da burguesia. Isso foi usado como validação para acessar e conspurcar a opinião popular visando fragilizar o PT e partidos aliados. No entanto, irremediavelmente a esquerda radical no Brasil cooperou com a implantação do Golpe Jurídico Parlamentar, orquestrado pelas elites dominantes nacionais e internacionais, pelo setor de inteligência da Casa Branca e pela grande mídia burguesa.
Ao casarem as críticas, que deveriam ser feitas ao campo hegemônico do PT, com os discursos prontos produzidos pela grande mídia, fortaleceu o senso comum que prevaleceu sobre o imaginário popular que arrebentou o partido, mas preservou a principal liderança desse mesmo campo hegemônico, que é o Lula que continua liderando as pesquisas eleitorais.
Essa estratégia da direita de destruir a maior organização partidária da América Latina, apoiada equivocadamente por setores da esquerda radical, atende ao objetivo de evitar a possibilidade do PT voltar a ser reorientado à esquerda. Ao participar dessa estratégia, as forças radicais de esquerda não compreenderam que estavam ajudando aniquilar o PT sem perceber as contradições internas e sem perceber que estão contribuindo para a deificação do populismo de Lula.  Além de não tocar no cerne da questão sobre a ideia de corrupção no espectro do pensamento ideológico da burguesia, se tornou um verniz que imantou com juízo de “verdade” o discurso golpista.
A grande parte da classe média, que incorporou com muita facilidade o pensamento dominante o fez através do discurso ideológico imposto diuturnamente pelos “inocentes” programas de televisão. Esses que historicamente se especializaram em trabalhar com informações subliminares nas entrelinhas de suas telenovelas e jornalismo marrom, introjetaram no inconsciente coletivo das massas esse discurso burguês.
Como a grande maioria da classe média intelectualizada está no serviço público ou em cargos gerencialistas de empresas privadas, e, estes estão na mira lucrativa do capital à recompensa pela grande mobilização contra o PT, como diz o proverbio chinês, “o castigo vem a cavalo”.  O presente grego veio na forma de reformas conservadoras que só beneficia o capital e destrói as conquistas históricas das classes trabalhadoras do setor público ou privado. E agora José?
Ao ignorar o sinal vermelho das forças internas revolucionárias reprimidas dentro do PT, mas que sempre existiram, mesmo sendo minoria nunca abandonaram a luta sociopolítica do asfalto e nem sua práxis política emancipacionista, jamais imaginariam que haveríamos de nos reencontrar no asfalto novamente. Inicialmente conflitante até que se estabelecessem as diferenças ideológicas internas em relação ao campo hegemônico governista do PT, o chamado petismo.
Essa debandada eleitoral da classe média para uma ilusória mudança ocorre em função de vários aspectos. Sobretudo, a partir da “compreensão” do que se convencionou afirmar naquele momento contra o PT, descredenciando da trincheira a luta do universo de esquerda. Essa esquerda radical foi engolida e a burguesia aclimatou um ambiente midiático onde se assegurava de forma “inconteste” que o Partido dos Trabalhadores era o único responsável e precursor de toda aquela sujeira embaixo do tapete.
Esse movimento da classe média e da burguesia afetou a frágil e oportunista base governista. Alguns aliados históricos do PT titubearam ficando encima do muro para ver o grand finale, outros numa postura vacilante dividiram-se entre aqueles que se enredaram para o lado do “combate a corrupção” e os que ficaram na defensiva. Diferente dos aliados de primeira hora, aquelas legendas de aluguel que são adesistas pularam do barco feito ratos que abandonam o navio quando ameaça afundar.
O PCdoB não hesitou e manteve-se firme nas trincheiras de lutas contra o golpe. Outros se posicionaram contra o golpe no calor da disputa como o PSOL e parte do PDT, mesmo fazendo críticas severas ao PT.
Essa parcela da sociedade sentia-se traída pelo que se denominou chamar pela mídia de envolvimento do PT em todos os escândalos de corrupção. Ignorando que esse mesmo partido que nos anos 90 se notabilizou no campo popular, pela defesa dos interesses das classes trabalhadoras, desempregados e populações em situação de vulnerabilidade socioeconômica e política.
No que pese saber que foi este partido na direção do Estado Burguês, que adotou mecanismos políticos inconfundíveis de efetividade no combate a corrupção, fortalecendo e dando autonomia à ação do MPF e da Polícia Federal e a relação com o Supremo Tribunal Federal. Fortaleceu, deu autonomia e foro privilegiado aos Conselhos de Controle Social para acompanhamento popular das discussões e execuções orçamentárias. Nada disso foi levado em consideração na análise do discurso da burguesia.
Essa rede midiática trouxe à tona uma verdadeira enxurrada de denúncias acusatórias de corrupção (ativa e passiva), formação de quadrilha e imoralidade no trato da coisa pública vinculando exclusivamente ao PT. Tudo isso como se fosse algo inédito no Brasil, segundo o qual, “nunca antes visto no país” e por isso deveríamos agradecer a mídia. Segundo essa máxima. Isso só foi possível graças ao compromisso incondicional da mídia burguesa com a informação séria e, é claro, ao ato de heroísmo patriótico por “denunciar” através do “jornalismo” imparcial da rede globo a corrupção.
O site do Brasil Escola, um artigo intitulado de “A mídia e o quarto puder: os meios de comunicação como instrumento de poder” veiculado por Gennaro Portugal Ciotola, confirma nosso entendimento acerca dos meios de comunicação no Brasil, ao dizer que:
"A força da mídia não está apenas em construir a realidade, mas também em ocultá-la. Quem tem poder para difundir notícias, tem poder para manter segredos e difundir silêncios. Podemos concluir que uma parte do que de importante ocorre no mundo, ocorre em segredo e em silencio, fora do alcance dos cidadãos."

Aliás, a grande força dos meios de comunicação, uma espécie de quarto poder, como diz o artigo em tela, foi determinante para influenciar a tão intelectualizada classe média brasileira aderir às mobilizações feitas em redes sociais contra a corrupção, o que evidencia que esta classe social passou a considerar a mídia como principal veículo de sustentação da democracia no Brasil.
Tais manchetes apresentadas por esse “jornalismo sério e imparcial” são dadas como verdade, eclipsando elementos que obedecem a critérios ideológicos politicamente pensados por estes órgãos da imprensa burguesa. A questão aqui é a luta entre o capital contra o trabalho, subsumido pelas regras de mercado que silencia as contradições imanentes da reprodução do capital (mais valia) em detrimento dos interesses sociais ou das classes trabalhadoras e desempregados.
Neste sentido, imanta-se com um verniz de isenção e imparcialidade, como se isso fosse possível no Brasil controlado por apenas sete oligarquias familiares que controlam através de suas afiliadas a reprodução do grande capital neste segmento lucrativo da comunicação. Notadamente pela Rede Globo, que se tornou o editorial do restante da imprensa brasileira, e mais tarde pelo conjunto de empresas de comunicação do país.

A conjuntura nacional decide as eleições em Vitória da Conquista
Considerando as reais possibilidades de disputa entre o PMDB e o PT em Vitória da Conquista sem a presença da mídia, obviamente os resultados eleitorais seriam outros. A maioria dos eleitores de Vitória da Conquista compraram essa tese falso moralista (não se esqueça da TV Sudoeste afiliada de rede Globo) e na onda dessas (in)certezas surfou o proselitismo do candidato do PMDB rumo a prefeitura municipal de Vitória da Conquista.
Naquele momento, percebíamos nitidamente que a única possibilidade de substituição do executivo municipal (liderado há duas décadas pelo PT) se daria em função de uma “mãozinha invisível” da mídia burguesa, sobrepondo a localidade pela conjuntura nacional.
Parte da classe média fluida e volátil, a mesma que contribuiu localmente e nacionalmente para a vitória do Partido dos Trabalhadores, passou a acreditar incondicionalmente nas “denuncias” apresentadas à sociedade brasileira por meio da televisão. Segunda a qual, além de serem verdadeiras, nutriram uma esperança de que esse movimento seria o tsunami criado em todos o país para retirar de debaixo do tapete toda a sujeira criada exclusivamente a partir do PT (e unicamente por ele) e seus partidos aliados.
Com algumas exceções, obviamente contra o PT por outras razões de natureza ideológica já apresentada aqui, distintamente diversa dessa diminuta massa barulhenta das panelas ou da camisa verde-amarela a maioria faz parte desse movimento da burguesia. Essa exceção não anula o fato de fazerem parte da estatística de escolarização superior, como sendo formadora de opinião por ter graduado e pós-graduado nas universidades (mais faculdades privadas do que as públicas) brasileiras.
Infelizmente, essa massa permitiu ser manobrada por não consegui fazer uma leitura mais profunda dos fenômenos socioeconômicos e políticos que constitui o complexo emaranhando da sociedade civil refletido ideologicamente no comportamento dos agentes econômicos capitalistas e suas instituições que determinam a realidade política brasileira contemporânea.
Por isso, erraram no diagnóstico e, consequentemente, equivocaram-se no prognóstico. Inegavelmente, seus supervalorizados instrumentos analíticos da academia (cartesiano-positivista?!) não deram conta de explicar a intrincada realidade porque ficaram anacrônicos. Dos dois um, ou sofrem de miopia ou hipermetropia aguda que afeta o seu intelectual analítico. Ambas as possibilidades provocam pouca ou nenhuma perspicácia para manusear o instrumental analítico visando perceber-entender-interferir na dinâmica do capital no Brasil e no mundo.
Esse distúrbio na refração intelectual da grande parte da classe média levou a uma adesão incondicional ao discurso fácil do agora, construído midiaticamente por uma pirotécnica de fatos soltos. Nem tudo é mentira, na mesma proporção que nem tudo é verdade. Mas, como compreender essa mesma realidade que se apresentada de forma multidimensional?
A mesma realidade vista de vários ângulos, não cria um efetivo movimento ou outra realidade diferente desta. Isso não passa de aparente deslocamento de um objeto ao ser visto de um outro ponto de observação, portanto, são efeitos da paralaxe. Portanto, a resposta a esta questão implica em analisar detidamente o movimento do objeto que repousa na observação da essência e não da aparência.
Não compreender que o movimento parado da burguesia sempre teve como pressuposto a manutenção do movimento real de reprodução do capital (centralização e concentração) é um equívoco teórico. Não considerar que a ordem civil burguesa atende ao funcionamento da lógica do capital, garantida pelas superestruturas, sobretudo as instituições jurídicas é perder a perspectiva teórica revolucionária. Pois, essas instituições (públicas ou privadas) clássicas expressam esses mesmos interesses ideológicos. Essa incompreensão traduz a miopia ou hipermetropia intelectual analítica da intelligentsia, quer seja de esquerda ou de centro.
Não existe outro caminho que não seja a adoção de um instrumental analítico crítico (emancipatório) capaz de superar o jogo de ilusões presente na aparência do fenômeno. Isso não significa desprezar a parecia (senso comum), mas sim singrar a partir dele para a essência fenomênica, visando apreender o real movimento do objeto (capital) e seus reflexos na sociedade civil burguesa.
Nem mesmo a empiria, que durante muito tempo foi o trunfo analítico da classe média, foi capaz de colocar em dúvida tais certezas. Essa desvinculação teórica impossibilitou quaisquer relações socioeconômica, histórica e política entre passado e presente. Porquanto, levaria a grande maioria da classe média a mais conservadora (fascista) posição política neste cenário definido pela luta capital versus trabalho. Essa farsa, muito bem denunciada por Cazuza desde 1987 quando diz “Que já vem malhada, antes de eu nascer”. Por isso que foi montado pela burguesia para enganar a população tendo em vista atender tão somente aos interesses das forças do capital.
Ora... Embora a divisão do trabalho a serviço do capital esteja presente em todos os campos do conhecimento cientifico, não questionamos a necessária prática cartesiana laboratorial de inocular material para análise molecular, no sentido de identifica e classificar tendências preponderantes e isolar reagentes virais ou bactericidas. A discussão sobre a menor partícula do átomo e suas últimas descobertas é importantíssima para o mercado e não para a sociedade que terá que desprender de dinheiro (adquirida com sua força de trabalho) para ter acesso a este essencial conhecimento.
Isso continua sendo valido e necessário para o desenvolvimento das ciências bioquímicas tão laureadas por inúmeros prêmios alcançados em função de seus avanços nesse minado campo cientifico pela ideologia capitalista. Contudo, essa ciência burguesa corruptível não se aplica, pois inexoravelmente não serve aos interesses das classes historicamente exploradas e expropriadas pelas classes dominantes, principalmente para entender as ligações nevrálgicas que conectam o passado das elites às sujeiras do presente.
A prática de corrupção existe desde a chegada dos primeiros europeus nestas terras tupiniquins, primórdios da acumulação primitiva (pilhagem) do capital, para financiar Europa em crise socioeconômica (falida) por meio da fase de expansão ultramarina europeia (iniciada no século XV) para estabelecer seus tentáculos de exploração das Colônias para manter as metrópoles. Tudo tem relação direta com o surgimento e desenvolvimento do capital, principalmente essa modernidade do Estado e suas instituições políticas burguesas contemporâneas.
A história não acabou, porquanto o presente só pode ser explicado pelo processo histórico passado. E a história não se constitui enquanto ciência de meras narrativas relativistas... Essa é a narrativa dos vencedores, portanto, não é a história tal qual a conhecemos como ciência historiográfica que discutimos na academia. Em última instancia, é sim uma narrativa ideologizante das classes dominantes que compõem os interesses do capitalismo.
Essa por sua vez, é seletiva no processo de escolha de qual “verdade” compõe o campo da realidade na produção de informações, segundo a qual a história deve ser analisada em laboratório (recortada, remendada, adulterada, modificada), desligada da dinâmica a que pertence. Por conseguinte, estéril!
Sem ligações com o passado, às pessoas ficaram desmemoriadas e se tornam presas fáceis das instituições políticas controladas pelas elites brasileiras (e mundiais) que comandam o mercado mundial. Ou melhor, são incautos que desapercebido passaram a enxergar apenas o cheiro fétido presente dado “gratuitamente” pela mídia controlada pelo capitalismo, como mau irrevogavelmente extirpável da vida pública do país.
Assim se deu o processo de eliminação do governo do PT do poder político no Brasil, com amplo e irrestrito apoio da maioria da classe média e das classes dominantes neste país. Neste sentido, a massa de trabalhadores (desempregados e populações vulnerabilizadas) também passou a seguir esta lógica mistificadora da realidade, ditada pela burguesia via mídia capitalista.
Chegou-se a comemorar efusivamente o fim da corrupção no Brasil com o impeachment de presidente Dilma Rousseff. Desde então, dar-se-ia como resolvido todos os problemas de corrupção, inclusive o desemprego, a inflação, a taxa de juros extorsiva, desaceleração econômica (bens de capital e de consumo). Da mesma maneira em que se resolve a queda do crescimento espontâneo da demanda efetiva uma vez que o Estado não precisa mais interferir na regulação da macroeconomia no Brasil (o livre mercado resolve suas próprias crises sozinho), eliminando o cancro duro no erétil poder Executivo brasileiro.

O desdobramento do golpe na municipalidade
Milton Santos fez críticas duríssimas ao uso do fenômeno da globalização pelo neoliberalismo. Em uma de suas mais celebres frases ele disse que “Essa globalização não vai durar. Primeiro, ela não é a única possível. Segundo, não vai durar como está porque como está é monstruosa, perversa. Não vai durar porque não tem finalidade”. Assim, reforçou sua tese em seu livro “Por uma outra globalização”, afirmando existir duas globalizações, uma como fabula e a outra como possibilidade, apontando para uma antípoda dessa dirigida pelo capitalismo em vigência.
Nesta perspectiva o localmente desaparece, abrindo precedente para a existência de fábulas que subsume a especificidades locais. Neste sentido a municipalidade tornar-se-ia neutra e seus sujeitos passam a operar sob uma outra “realidade”, sem quaisquer ligações com seu lugar de fala. Assim foi o processo eleitoral na municipalidade de Vitória da Conquista.
É imprescindível afirmar que o golpe não se limitava apenas de derrubar o governo petista nacionalmente. Para o sucesso deste empreendimento burguês da elite dominante brasileira apoiada e ancorada no capital financeiro internacional, era fundamental criar um cenário de sustentação das ideias golpistas em todo o país. Daí surge à necessidade da garantia da eleição de uma maioria golpista nas prefeituras e câmaras municipais.
A esta altura já não era mais problema a questão da governabilidade, porque bancada saudável (bancada da Bala, do Boi e da Bíblia - BBB) e eticamente imunizada “tomou consciência” de seu papel legislador-fiscalizador e abandonaram a situação (se é que alguma vez o foi). Restou apenas àquela minoria histórica com representação desses remanescentes doentios da corrupção no parlamento. Esses eram minoria e não tinham força suficientemente decisória para reverter à grande campanha pela moralização do Estado brasileiro.
O Brasil entra numa nova era de prosperidade, assentada na mais robusta confissão da lei maior que se ajusta nos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. O sonho dos constituintes de 1988 se faz sentir nos quatro cantos do país por meio do Art. 5º da CF, que diz que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". Assim, são eleitos mais de cinco mil gestores/as municipais, dos quais a maioria absoluta por legendas de direita e extrema direita com forte comportamento conservador de viés fascista.
Os discursos daqueles que prometeram moralidade no serviço público e o pleno desenvolvimento econômico do país, estão amparados pelo liberalismo. Obviamente, destituídos do social, “superando” a teoria keynesiana do bem-estar social, segundo a qual o economista indiano Amartya Sen, laureado pelo o Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel de 1998, deu grandes contribuições à teoria da decisão social e atualização do welfarestate.
Amartya Sen considerava que o desenvolvimento de um país está indissociável às oportunidades de escolha oferecida à população para que ela possa escolher (comprar?) e exercer a cidadania. Tal premissa teórica assegurava exatamente as políticas de direito de natureza liberal adotada para sair da crise de 1929 que prevê adoção de políticas públicas (saúde, educação, segurança, liberdade, habitação e cultura), as quais o petismo hegemônico agarrou-se como sendo a mais revolucionária para o momento.
Certa vez Sen disse que:
"Vivemos um mundo de opulência sem precedentes, mas também de privação e opressão extraordinárias. O desenvolvimento consiste na eliminação de privações de liberdade que limitam as escolhas e as oportunidades das pessoas de exercer ponderadamente sua condição de cidadão" (SEN.1993). 
Apesar do forte teor de crítica, é importante considerar seu papel intelectual para o welfarestate[4] que não foi capaz de superar as desigualdades criadas pelo liberalismo, segundo o prof. Reginaldo Souza Santos.
Neste sentido, esse câncer foi eliminado pelos especialistas (uma elite de cientistas) de plantão que apresentou um prognóstico à maioria saudável (honesta) do legislativo e ao panteão dos deuses incontamináveis do judiciário. Estes, imunes a estas moléstias, rapidamente fizeram uma incisão no tecido necrosado e prescreveram uma radioterapia (não seria uma televisioterapia?). Consequentemente, dado à fase ainda tratável deste órgão, a doença fora diagnostica exitosamente tratada antes que a metástase corroesse todo o corpo arrasando a ética, a moral, os bons costumes, a família, a pátria, a religião, a dignidade e, especialmente a riqueza brasileira.
A literal despolitização do debate interno, espelho da realidade externa, acerca da árida conjuntura nacional-internacional contrária as forças do trabalho, acentuada pela ausência de diálogo a esquerda pelo PT hegemônico, senão definiu, contribuiu para a “vitória” eleitoral do PMDB em Conquista.
Neste cenário nebuloso, elege-se um prefeito do PMDB com a insigne representação de Eduardo Cunha, Michel Temer, Gedel e Lucio Vieira Lima guardiões da moralidade na coisa pública. Mesmo tendo como desafeto seu principal acusador, o coronel Antônio Carlos Magalhães, que afetuosamente o chamava abertamente (dossiê) de ladrão, providenciou um vídeo documentário deletério (celebrizado pela Rede Bahia do grupo Magalhães) intitulado de “Gedel vai às compras”. Esse vídeo denunciava seu antigo aliado, que logrou existo a frente de cargos públicos, ocasião em rompeu com seu padrinho ACM para compor um palanque de outras forças anti-carlistas na Bahia, que elegeu Valdir Pires a governo do Estado.
Mesmo assim, essa figura “impoluta” da política baiana não descolou da campanha municipal, mesmo quando da veiculação da Rede Globo do nome do atual prefeito (PMDB) na lista de favorecidos pela propina mencionada na lista do esquema de corrupção da JBS. Mas, nada disso manchou o esmalte da moralidade e honestidade do candidato a prefeito de Eduardo Cunha e Michel Temer, apoiado por uma rede nefasta de aliados, segundo o MP e STF com envolvimento histórico numa clássica cadeia sucessória de lideranças que se revezam no poder para praticar flagrantes atos de corrupções contra o Estado brasileiro.
Tendo passado exatamente seis meses, aproximadamente 200 dias já se têm passeatas contra e funerais do atual prefeito de Vitória da Conquista, observa-se algumas das denúncias feitas durante as eleições se confirmarem. A primeira de falastrão, no sentido de ser destituído de competência teórico-prático capaz de sustentar suas presunções, ilações, ufanismo e a incurável mania de microfone.
A segunda de que faria em 4 anos o que o PT levou 20 anos no poder e não fez. Basta olhar a cidade e perceber o governo e o que as ruas dizem... Esse governo ainda não disse a que veio se levar em consideração suas presunçosas falas eleitoreiras. Pior ainda, se considerar seus despautérios ditos na forma de verdadeiros éditos no microfone do mais longo e ininterrupto período de palanque eleitoral da história da política conquistense (para o qual o MP manteve-se em silêncio).
E a terceira vai depender muito mais da incompetência desse governo (mas não subestime...) e das guerras fratricidas internas (por cargos e dinheiro fácil) do que dessa “investigação”. Aliás, poderá ou não trazer à tona mais denúncias de dinheiro utilizado na campanha de 2016 sem a devida legalidade. Assim, exige-se conhecimento, competência e histórico de trabalho para dirigir a terceira maior economia do Estado da Bahia. No entanto, tal tarefa requer um approach que não se adquire com ilações contra o PT ditas no microfone como se ainda estivesse disputando o pleito.
Como diria Gonzaguinha “Eu acredito é na rapaziada. Que segue em frente e segura o rojão” e com essa rapaziada e moçada revolucionária “Que não tá na saudade e constrói. A manhã desejada” prosseguimos firme na militância porque como também disse Renato Russo, “essa justiça desafinada” não trará esperança de corrigir séculos de corrupção, opressão e desmando de quadrilhas que se revezam no poder a cada ciclo geracional, dela não esperamos absolutamente nada além de cair de putrefata.
O que se vê pós o processo eleitoral, é a formação de vários governos pirotécnicos, buscando impressionar a população na perspectiva da política de “pão e circo”, aliás, como sempre foi feito pela elite burguesa ao longo de nossa história.
O que pode se afirmar de todo este processo é que a eleição de 2016 foi balizada pela farsa criada midiaticamente pelo Golpe Jurídico Parlamentar. Essa onda mediática fascista determinou um imaginário coletivo antipetista, usurpador da vontade livre e democrática do povo brasileiro. Em função de um processo histórico de desinformação e alienação a questão social e política do país, segue às determinações da grande mídia burguesa, servindo sempre aos interesses de quem detém o poder econômico no país.
Os resultados desta aventura no escuro de nossa população só serão totalmente perceptíveis em um futuro bem próximo, mas certamente, tendo como guia a atual conjuntura, não será tão bom assim para o povo.


[1] São filiados ao Partido dos Trabalhadores, militantes do Coletivo Ética Socialista-COESO, fundando desde 1992 na UESB.

[2] Paralaxe: deslocamento aparente de um objeto quando se muda o ponto de observação (Houaiss). A visão em Paralaxe é o mais rico trabalho teórico do filósofo esloveno Slavoj Žižek, classificado pelo próprio autor como sua obra-prima. A partir da noção de paralaxe – um efeito de aparente deslocamento do objeto observado devido à modificação na posição do observador –, Žižek desenvolve três campos de reflexão que se articulam. 
[3] Distopia: lugar ou estado imaginário em que se vive em condições de extrema opressão, desespero ou privação; antiutopia. 

[4] Estado de bem-estar social, Estado-providência ou Estado social é um tipo de organização política e econômica que coloca o Estado como agente da promoção social e organizador da economia. Nesta orientação, o Estado é o agente regulamentador de toda a vida e saúde social, política e econômica do país, em parceria com sindicatos e empresas privadas, em níveis diferentes de acordo com o país em questão. Cabe, ao Estado do bem-estar social, garantir serviços públicos e proteção à população.

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