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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

As 10 estratégias de manipulação midiática



* Por Noam Chomsky


1. A estratégia da distração

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção pública de questões importantes e mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações contínuas distrações e de informações insignificantes . A estratégia da distração é igualmente indispensável para manter o público interessado no conhecimento essencial na área da ciência, economia, psicologia, neurobiologia e da cibernética.


"Manter a atenção do povo distraído longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar de volta para a fazenda e outros animais (citação do texto Armas silenciosas "para Guerras Tranquilo)".



2. Criar problemas e depois oferecer soluções

 Este método também é chamado "problema-reação-solução." Ele cria um problema, uma "situação" deve causar alguma reação no público, por isso esta é as principais medidas a serem fazendo OK. Por exemplo: deixar que se desdobrar e intensificar a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público é o requerente de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou: criar uma crise econômica para aceitar como um mal necessário recuo dos direitos sociais eo desmantelamento dos serviços públicos.


3. A estratégia do gradualismo

Para fazê-lo aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, conta-gotas, por anos consecutivos. É assim que eles radicalmente novas condições socioeconômicas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários e não asseguram um rendimento decente, tantas mudanças que trouxeram uma revolução se elas foram aplicadas uma vez.


4. A estratégia de diferir

Outra maneira de aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como "dolorosa e necessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro que a abate imediato. Em primeiro lugar, porque o esforço não é utilizado imediatamente. Em seguida, porque o público, em massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo será melhor amanhã" e que o sacrifício exigido pode ser evitado. Isso dá tempo ao público mais para se acostumar com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegar o momento.


5. Tratar o público como criaturas de pouca idade

Mais publicidade para o público em geral utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse uma criança pequena ou um deficiente mental. Quanto mais você tentar olhar enganar o espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? "Se a pessoa vai para uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, devido à sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como um pessoa de 12 anos ou mais jovens (ver "Armas silenciosas para guerras Quiet") ".


6. Use o lado emocional mais do que o reflexo

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilização do registro emocional abre a porta para o inconsciente para a implantação ou enxertia idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos ...


7. Manter o público na ignorância e na mediocridade

Fazer o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o controle e escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes inferiores e as classes superiores seja e permaneça impossível de alcançar para as classes mais baixas (ver "Armas silenciosas para guerras Quiet)".


8. Encorajando o público a ser complacente com a mediocridade

Promover o público a acreditar que a moda é ser estúpido, vulgar e inculto ...


9. Fortalecer a auto-culpa

Fazer o indivíduo acreditar que ele é o único culpado pela sua própria desgraça, por causa do fracasso de sua inteligência, as suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, em vez de se rebelar contra o sistema econômico, o indivíduo autodesvalida e culpa, o que cria uma depressão, um de cujos efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!


10. Indivíduos sabem melhor do que eles se conhecem

Nos últimos 50 anos, rápidos avanços na ciência têm gerado um crescente fosso entre o conhecimento público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, a neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor a pessoa comum do que ele mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema de um maior controlo e exerce uma grande força sobre os indivíduos, maior do que cerca próprios indivíduos.
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*EUA lingüista e filósofo, professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Fonte1: Nodo 50

Fonte2: http://almocodashoras.blogspot.com.br/2012/08/as-10-estrategias-de-manipulacao.html
domingo, 26 de agosto de 2012

Da educação mercadoria à certificação vazia

 Ilustração: Daneil Kondo

A Universidade brasileira tornou-se menos elitista. Mas sua popularização reforça um modelo de ensino baseado em instituições privadas, onde pesquisa e reflexão não são benvindas.


* Por Andrea Harada Souza


O ensino superior, público e privado, no Brasil passou por grandes transformações nas últimas décadas. Essas mudanças – travestidas de democratização, por favorecerem o acesso – visaram atender a uma proposta de privatização e barateamento da educação.

O Ministério da Educação (MEC) alardeia números, sobretudo para organismos internacionais – que obrigam o país a se enquadrar em padrões estipulados por eles na competição do mercado de consumo, trabalho e pesquisa –, que demonstram o crescimento do acesso ao ensino superior, ainda que distantes daqueles objetivados pelo Plano Nacional de Educação (PNE) (o acesso é de apenas 13,8% dos jovens, entre 18 e 24 anos). Porém, esse suposto processo de inclusão tem facilitado, para além do aceitável, um crescimento vertiginoso das instituições de ensino superior (IES) privadas, com desdobramentos que passam pela precarização do trabalho docente e pela formação duvidosa que essas empresas têm oferecido aos alunos por ela formados.


A predominância de objetivos economicistas em detrimento dos pedagógicos nas IES privadas permitiu um fenômeno relativamente novo no Brasil: a formação de conglomerados educacionais, grandes empresas, de capital aberto e com forte participação de grupos estrangeiros em seu quadro de acionistas. A autorização para funcionamento dessa espécie de oligopólio do setor educacional tem intensificado a visão mercantil da educação superior no Brasil. Os exemplos mais representativos desse modelo de organização empresarial na educação ficam por conta dos grupos educacionais Kroton-Pitágoras, Estácio de Sá, SEB (Sistema Educacional Brasileiro) e Anhanguera Educacional. Esta última, com a recente aquisição da Uniban, passou a ser o maior grupo educacional do país, atendendo aproximadamente 400 mil alunos em campi espalhados por diversos estados brasileiros. Além disso, manteve sua projeção de crescimento de atingir 1 milhão de estudantes em cinco anos, segundo matéria do Valor Econômico de 17 de novembro de 2011.

A alteração no padrão de financiamento das IES privadas promoveu uma mudança significativa no modelo de gestão: o papel que antes era predominantemente exercido por mantenedoras, de caráter familiar ou religioso, hoje passou a ser de responsabilidade de bancos ou fundos de investimentos que contratam executivos como seus representantes, padronizam procedimentos de relações de trabalho nos departamentos de recursos humanos e prestam contas ao fundo de ações. Decorre daí um perfil de gestão alinhavado com a lógica empresarial, sob responsabilidade de executivos, e muito distante dos objetivos educacionais que sempre foram sustentados por professores e pesquisadores.

Abandono do Estado

Tomado pela óptica do lucro, o setor educacional privado tem se valido, oportunamente, do abandono do Estado na oferta de vagas públicas para a formação superior. Dessa forma, as IES privadas, cuja existência deveria ter um caráter complementar, acabaram predominando e se consolidando em grupos que formulam e ditam as regras de seu interesse para a (des)regulamentação do setor, regras essas beneficiadas pelas chamadas políticas de parcerias público-privadas, as quais são alicerçadas sobre o princípio da transferência de dinheiro público para a iniciativa privada com a finalidade de que esta última cumpra o papel que o Estado se nega a exercer. No caso do ensino superior, essas transferências se dão predominantemente por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni) e do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), além dos programas de benefícios de isenção fiscal oferecidos pelo BNDES. Nesse ponto, o discurso falacioso do Estado e o do setor privado convergem: trata-se de iniciativas e proposições que manifestam concretamente a preocupação com a formação do brasileiro e com o desenvolvimento do país!
De modo geral, a consolidação da mercantilização da educação e a formação de oligopólios educacionais têm ocorrido com base na incorporação de princípios e fundamentos do setor empresarial, ou seja, na otimização dos recursos. Como afirma Marilena Chauí (2001), “a Universidade está estruturada segundo o modelo organizacional da grande empresa, isto é, tem o rendimento como fim, a burocracia como meio e as leis do mercado como condição”. Essa fórmula – clássica do neoliberalismo – consiste na diminuição das despesas para o consequente aumento dos lucros. Assim, com vistas a assegurar um perfil rentável − à empresa, é claro −, torna-se necessária a precarização das relações de trabalho: redução de salários, perda de direitos, ameaças e cobranças pelo desempenho da instituição nas avaliações externas promovidas pelo MEC são alguns traços da rotina de professores das IES privadas.

Ao mesmo tempo, concorre para intensificar os contornos dramáticos desse quadro a expansão da modalidade EaD (educação a distância), que em 2010 fechou o ano com 973 mil alunos matriculados, o que corresponde a 30% de todos os universitários em instituições privadas. Nesse caso, a educação mediada pela tecnologia, que deveria servir para aproximar os extremos sociais, acaba por aprofundá-los. Contudo, para os empresários, o aliciamento desse recurso é tomado como mais uma vantagem mercadológica capitalista, sobretudo por potencializar sua capacidade de lucro.

Na outra ponta, os salários praticados nas IES privadas são – via de regra – aviltantes, o que obriga muitos profissionais a lecionar em várias instituições, seja para compor a renda, seja para se prevenir das demissões, muitas vezes arbitrárias. Nesse contexto, os professores se veem impedidos de desempenhar tarefas diretamente ligadas à sua função (e ao ensino superior, ou seja, ensino, pesquisa e extensão), absorvidos que estão por uma jornada de trabalho extenuante. No entanto, paralelamente a isso, ocorre um processo silencioso de captura da subjetividade dos docentes com objetivo de estabelecer uma competição interna, cuja face mais alarmante é a perda da autonomia. Como toda competição tem exigências, impõe-se que esses profissionais – para terem condição de competir – sejam aguerridos, “pró-ativos”, competentes e indiferentes às questões coletivas, o que os leva a um distanciamento de seus sindicatos e associações e permite, muitas vezes, que sejam – deliberadamente – vistos como mão de obra manipulável pelos patrões.

Precarização e intimidação

Se de um lado temos a perda da autonomia dos professores como uma ameaça à própria noção de função docente, de outro notamos que, por parte dos empresários da educação, a oferta de uma formação aligeirada tem exigido profissionais cada vez menos críticos e progressivamente mais alienados da prática educativa. Não é raro o relato de professores do ensino superior que têm seus conteúdos – planos e ementas de cursos –, bem como suas avaliações, elaborados por um terceiro que nunca sequer esteve em uma sala de aula. Essa tentativa, por parte dos patrões, de padronizar a prática pedagógica para garantir um rendimento mínimo nas avaliações externas evidencia de maneira cabal seu propósito de controle absoluto sobre a mercadoria que vendem.


Dessa forma, a reação e a resistência a essa prática de mercantilização da educação impõem grandes desafios. No estado de São Paulo, que acompanhamos mais de perto, tem sido cada vez mais difícil o enfrentamento com os patrões do ensino superior nas campanhas salariais organizadas por nossa federação, a Fepesp (Federação dos Profissionais de Educação do Estado de São Paulo), pois há um evidente conflito nas pautas apresentadas para negociação. Do lado de lá, a ofensiva é para subtrair direitos historicamente conquistados e que, vistos com a luneta do capital, representam entraves normativos à expansão dos lucros. Em razão disso, questões como plano de carreira, regulamentação da EaD e aumento real são deliberadamente ignoradas pelos patrões, que, por sua vez, promovem lobbiesjunto ao Poder Legislativo, a fim de que as regras do setor continuem a beneficiá-los.

Entretanto, a predominância de valores empresariais na organização das IES e a falta de regulamentação efetiva por parte do MEC têm imposto uma permanente ameaça, ainda que velada, que é o desemprego. Assim, os professores insatisfeitos com salários e condições de trabalho incorporam a responsabilidade incutida pelo patrão, de que o mercado funciona assim: os insatisfeitos que se mudem. A aceitação dessa ideia leva a um comportamento defensivo, porque nos faz crer que nada pode ser feito e, por isso mesmo, qualquer iniciativa coletiva deve ser vista como prejuízo ao próprio trabalhador.

Há também que se ressaltar a necessidade urgente de que o debate sobre a educação seja tomado como fundamento para um crescimento qualitativo e efetivo do Brasil, sobretudo para a população que ainda anseia conhecer na prática a longo prazo esse crescimento. Para validarmos o princípio democrático do direito à educação, sem, contudo, ignorar que o mercado do ensino privado não arrefecerá a curto prazo, precisamos assegurar o investimento de 10% do PIB na educação pública – que estimamos universal e de qualidade –, a fim de que ela seja o referencial para o setor privado, e não o contrário.

Enquanto não houver uma mudança radical nesse quadro, o próprio sentido de educação estará comprometido, posto que seu fim mais elementar não é atingido: em vez de promover a emancipação humana, produz lucro para o capital que só enxerga as camadas sociais C, D e E quando estas se apresentam como potencial mercado consumidor.

A forte presença do controle corporativo em um setor essencial como a educação provoca sérias fissuras na malha social, na medida em que os desdobramentos da transferência tácita da responsabilidade do Estado para a iniciativa privada têm autorizado o funcionamento de fábricas de diplomas com certificação vazia, para uma população que, embriagada pela democratização do acesso, ainda não se sabe enganada.
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*Professora de literatura, presidente do Sinpro Guarulhos e membro da coordenação estadual da CSP-Conlutas

Referência bibliográfica
CHAUÍ, Marilena. Escritos sobre a universidade. São Paulo: Ed. Unesp, 2001.INEP. “Sinopse da educação superior no Brasil”, 2009. Disponível em: www.inep.gov.br.
Fonte1: Le Monde Diplomatique/Outras Palavras
Fonte2:http://almocodashoras.blogspot.com.br/2012/08/da-educacao-mercadoria-certificacao.html

Destrinchando o massacre de Marikana



* Por Roger Southall

Sul-africanos estão horrorizados com um violento incidente de 16 de agosto 2012, que lembra os dias mais sombrios do passado do país do apartheid: a morte por policiais armados de cerca de trinta e quatro mineiros (o número exato ainda não foi confirmado) em uma mina de platina de propriedade da gigante britânica Lonmin, empresa localizada perto de Rustenberg, no norte do país. Os ministros do governo e figuras do alto escalão do partido Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) estão expressando simultaneamente perplexidade, choque e indignação com o que se tornou conhecido como o “massacre de Marikana”. O discurso recorrente é que a tarefa agora é entender o que está por trás da tragédia, e que é muito cedo para “apontar dedos” aos culpados. O presidente Jacob Zuma, por sua vez, prometeu a nomeação de uma comissão de inquérito com um escopo amplo.


Há, em suma, uma mistura de perplexidade, surpresa e remorso entre a elite dominante. Mas por que a surpresa? O aviso estava dado aos poderosos há muito tempo, mesmo que fosse indecifrável para aqueles que não tivessem vontade de enxergá-lo. Na verdade, o massacre de Marikana era uma tragédia iminente. Quando a comissão de inquérito vier para escrever seu relatório, – apesar de ser muito improvável alocar qualquer responsabilidade antes da eleição da liderança do ANC em Mangaung (Bloemfontein) em dezembro de 2012 – pode escolher destrinchar as causas do massacre de Marikana em quatro fatores.

Os sindicatos

A rivalidade entre a União Nacional dos Mineiros (NUM na sigla em inglês, National Union of Mineworkers), maior afiliada do Congresso de Sindicatos Sul-africanos (Cosatu) alinhada ao ANC, e o Sindicato da Associação da Mineração e Construção (AMCU na sigla em inglês, Association of Mining and Construction Union) estão entre os motivos mais externos do massacre de 16 de agosto. O AMCU originalmente se separou do NUM em 1998, mas vem ganhando destaque apenas nos últimos dois ou três anos – nomeadamente nas minas da Implats e da Lonmin no emergente cinto de platina em Rustenburg, na Província do Noroeste, próxima do norte de Joanesburgo.

O AMCU tem crescido à custa do NUM, embora o NUM tenha destituído seu rival seguindo o desejo dos patrões de minar a paz entre os dois. A Lonmin diz que informou o NUM em março de 2012 que os membros do sindicato entre os trabalhadores da empresa tinham caído para menos de 51%. Isto significou que, em termos de acordo de reconhecimento entre a empresa e NUM, o último teve seis meses para restaurar seu nível de adesão, sob a pena de novos acordos de negociação acabarem. O resultado imediato foi uma campanha de recrutamento agressiva do NUM, que foi recebida com uma resposta igualmente agressiva do AMCU (que provavelmente alcançou um nível de adesão de cerca de 20%, principalmente entre perfuradores).

A competição que se seguiu tornou-se cada vez mais violenta, com ambos NUM e Lonmin alegando serem vítimas. O primeiro de forças desonestas que procuram dividir a unidade do movimento dos trabalhadores, a última de uma disputa intersindical, alegando ser impotente para impedi-la. A comissão de inquérito trabalhará para acompanhar os detalhes, mas quando se trata de analisar a dinâmica da rivalidade, quase certamente apontará para um crescente abismo entre os trabalhadores das minas e os funcionários sindicais.

O NUM em si está desconfortavelmente ciente disso. Desde 1994 encomendou cinco inquéritos quinquenais de como seus membros veem o sindicato e de como ele aborda as suas necessidades. Recentemente, tem-se falado em fazer essa pesquisa uma vez a cada dois anos.

A crítica padrão da direita à Cosatu é a de que ela está se tornando o veículo de uma camada privilegiada de trabalhadores formalmente empregados entre um mar de empregados informais e desempregados. Isto é, sem dúvida, injusto, até porque os níveis salariais médios para os trabalhadores, mesmo os formalmente empregados, permanecem tristemente baixos, e os salários precisam chegar aos lares mergulhados na pobreza extrema. No entanto, pode-se argumentar que há uma dimensão de classe cada vez maior para as políticas internas da COSATU, da qual o NUM não é imune – notadamente o uso do gabinete do sindicato para fins de mobilidade ascendente pessoal, e não como um projeto para lutar pelas batalhas da classe operária.

Na verdade, no pós-apartheid da África do Sul, a dispensa de relações industriais dada a sindicalistas levou as lutas dos trabalhadores do chão de fábrica e das minas para as salas de reuniões, assim como os próprios sindicatos estabeleceram e fizeram crescer empresas de investimento que, embora formalmente separadas, oferecem perspectivas de oportunidade, enriquecimento e lucro. Sem surpresa, o AMCU expressa o descontentamento, raiva e frustração de alguns dos que sentem que estão sendo deixados para trás e ignorados pelos empregadores, pelo governo, pelo ANC e também pelo movimento sindical estabelecido. Não admira que as demandas do AMCU sejam por aumento de três vezes o salário atual mais um mês de férias e direito a um padrão de vida decente.

A polícia

O segundo fator para a tragédia de Marikana está no estilo de policiamento preocupantemente, similar ao do Apartheid. Imagens do massacre de Marikana na televisão mostraram policiais armados, alguns deles em uniformes camuflados, confrontando os trabalhadores do AMCU que estavam protestando. Sim, os trabalhadores estavam portando tocos de madeira, facas e outras coisas. Também não é improvável, como a polícia afirma, que alguns deles estivessem armados com pistolas e pudessem até mesmo ter começado a batalha que teve consequências tão desastrosas.

Mas é tudo tão previsível. O policiamento pós-apartheid foi feito para fugir dos velhos tempos, quando a polícia patrulhava os municípios em conflito e a maioria negra era o inimigo. Mesmo agora, há muita hipocrisia em torno de noções reconfortantes como “policiamento comunitário” e “servir o público”. E, certamente, é difícil lá fora, com a própria polícia sofrendo muitas mortes violentas, bem como recebendo remunerações desmoralizantemente baixas. No entanto, ao lado de alguns progressos em termos de modos mais aceitáveis de policiamento, há sinais preocupantes de regressão.

A prisão de um esquadrão policial em KwaZulu-Natal que tinha feito justiça com suas próprias mãos é um exemplo; a alta incidência de mortes em detenções policiais (embora menos do que sob o apartheid) é outra. Mas Marikana resgata a mudança para a militarização do policiamento, prefigurado por eventos em 2010 (um chamado pelo antigo ministro adjunto de polícia Fikile Mabalula para a transformação da polícia em uma força paramilitar, seguido pelo retorno a um sistema de patentes semelhante ao militar). Mesmo antes disso, a controvérsia irrompeu em torno de declarações do então policial superior Bheki Cele, que foram amplamente interpretadas como endossar uma política de “atirar para matar” da polícia. Cele refuta vigorosamente essa leitura de seus comentários, mas mesmo assim eles parecem apontar para uma posição mais dura, um estilo de policiamento “sem brincadeiras” no qual a preparação para recorrer à violência para enfrentar o crime tornou-se cada vez mais aceitável.

Em Marikana, a polícia reivindica que os mineiros grevistas atiraram primeiro. Eles podem estar certos, mas muitas questões ainda se seguiram, nomeadamente o uso de munição real, em tão aparente desproporção. Talvez, como em Sharpeville, em 1960, a polícia tenha entrado em pânico (há histórias de ordens erradas sendo dadas). Mas qualquer que seja o caso, o nível de abate foi imperdoável. Alguns dias antes de Marikana, foi relatado que o número de protestos na África do Sul entre 1º de janeiro e 31 de julho de 2012 já ultrapassou o número mais alto registrado para um único ano desde 2004. Cada vez mais, ao que parece, a polícia da África do Sul está sendo trazida para confrontos com uma revolta cada vez maior dos pobres. Marikana foi apenas mais um episódio.

Os políticos

Um terceiro fator é a falha dos políticos em assumir a responsabilidade. A disputa na Lonmin (anteriormente Lonhro) foi retumbante por meses. Cerca de uma semana antes do massacre, a administração aumentou a segurança e chamou a polícia. Posteriormente, dois policiais foram agredidos até a morte, aparentemente por simpatizantes do AMCU. Mais policiais foram para a região. Após 10 mortes, policiais mais experientes vieram, mas ainda assim os políticos ficaram longe. Enquanto o tempo passava, funcionários seniores da AMCU foram chamados para atender os trabalhadores em greve, que estavam reunidos em uma colina próxima, enquanto os próprios trabalhadores demandavam falar com a gerência sênior. Enquanto a administração não aparecia, os trabalhadores foram ficando cada vez mais irritados e a cena estava pronta para, em 16 de agosto, a polícia decidir desarmar o grupo. Os policiais portavam armas de “gerenciamento de multidões” e balas de borracha, mas também estavam armados com munição real.

Enquanto isso, os ministros do governo que poderiam ter se envolvido para acalmar uma disputa que estava visivelmente ficando fora do controle optaram por se afastar e ver a crise como um simples assunto sindical. Talvez fosse politicamente perigoso se aventurar no território da Cosatu, adotar uma posição neutra entre o AMCU e o NUM. Quando, antes da tragédia, a Câmara de Minas havia tentado juntar os dois sindicatos para negociações, o NUM havia se recusado a se reunir com o AMCU. Quando, tardiamente, a ministra de Minas, Susan Shabangu, procurou reunir as diferentes partes, seu departamento supostamente omitiu o convite ao AMCU, alegando que não o reconhecem como um sindicato legítimo.

Tardiamente, após o massacre, os ministros estão ansiosos para serem vistos tomando decisões – com o ministro da polícia, Nathi Mthethwa, agora lançado no meio do problema. A crise também está acentuando um abismo político crucial. O contraste entre o estilo das visitas à Marikana do Presidente Zuma e de seu discípulo-agora-inimigo Julius Malema foi simbólico. Zuma estava numa conferência em Harare quando o massacre ocorreu. Talvez ele não pudesse chegar à Marikana mais cedo, mas quando o fez, foi no tardar da noite. Reuniu-se com a gerência e visitou os feridos no hospital. Sua principal resposta foi a nomeação da comissão de inquérito – uma ação sensata, porém burocrática, e que provavelmente não apaziguará os trabalhadores em greve.

Já Malema, – expulso do ANC em março de 2012 após longos procedimentos disciplinares partidários, que muitos acreditam terem sido impulsionados por sua campanha contra Zuma, – dirigiu de sua casa, em Polokwane, sem qualquer autoridade formal, recusou a proteção oferecida pela polícia, e foi desarmado e sem escolta em um grande campo aberto, onde os mineiros em greve estavam esperando por ele. Lá, ele protestou contra Zuma (“ele não se preocupa com os mineiros, ele veio aqui ontem à noite e reuniu-se com os brancos” [isto é, a gerência] … Ele foi falar com as pessoas brancas, não com vocês. Não foram os brancos britânicos que foram mortos, foram vocês”).

Malema protestou contra a polícia, protestou contra Cyril Ramaphosa (antigo secretário-geral do NUM e agora rico homem de negócios, que se aliou ao presidente da comissão disciplinar que expulsou do ANC), e protestou contra o NUM (“quando os trabalhadores têm problemas, o NUM os vende”).

A intervenção de Malema ainda pode se provar importante. Quando ele foi expulso do ANC (e, aparentemente, o fisco foi enviado atrás dele para consultar seus altamente duvidosos assuntos financeiros), parecia para muitos que ele tinha sido derrotado, que Zuma vencera. Agora, isso não é tão claro. Vamos esquecer que as políticas populistas de Malema ameaçam levar a África do Sul na direção do Zimbábue de Robert Mugabe: provavelmente nenhum outro político na África do Sul poderia ter caminhado naquele campo desarmado e ter saído vivo – certamente não os membros do Partido Comunista da África do Sul, que estão alinhados à Zuma e trabalhando arduamente para reelegê-lo.

Até agora, o vice-presidente Kgalema Motlanthe do ANC (outro antigo ex-secretário-geral do NUM) tem sido reticente sobre disputar as eleições para a presidência do ANC contra Zuma em Mangaung. Mas com Zuma rapidamente perdendo seu fascínio (e muitos diriam o seu controle sobre o governo), e com Malema ameaçando minar a base de apoio do ANC entre os pobres, pode ser que Motlanthe seja cada vez mais pressionado a ficar para a festa promovida por aqueles que – com razão – começaram a se preocupar com a longevidade do ANC.

Os empregadores

No cerne dos problemas em Marikana estão o legado e o desempenho atual da indústria de mineração. A economia da África do Sul foi, notoriamente, construída sobre a superexploração do trabalho do imigrante vindo de territórios vizinhos e dos bantustões [ pseudoestados de base tribal criados pelo regime do apartheid na África do Sul, de forma a manter os negros fora dos bairros e terras brancas]. Aos poucos, a partir de 1970, as coisas mudaram. Por razões econômicas e políticas, a mão-de-obra estrangeira foi em grande parte eliminada (ou, no caso do Lesotho, rodeado pela África do Sul, fortemente reduzida). Isto pressagiou uma nova paisagem mineira, que ganhou força a partir de 1994. Suas principais características têm sido uma queda maciça na mineração de ouro, a ascensão da platina ao lado de outros minerais, e o fechamento dos conjugados nos quais trabalhadores migrantes eram enclausurados à força.

Hoje, cada vez mais, as minas tiram as suas forças de trabalho das comunidades locais, e nelas, aqueles que ainda mantêm ligações com os antigos bantustões residem em quintais e barracos. Entretanto, como as minas se tornaram cada vez mais intensivas em capital, a proporção da força de trabalho que é permanentemente empregada diminui, e numerosos mineiros são agora casualmente empregados ou fornecidos por empresas contratantes.

Ninguém deve lamentar o fim dos conjugados. Entretanto, isso tem permitido a externalização de muitos dos custos sociais de cuidar de trabalhadores – de alimentação e habitação à saneamento. O ônus recai sobre as comunidades locais, já sobrecarregadas, no mesmo momento em que o governo local na África do Sul está entrando em colapso.

Muitas vezes supõe-se que esta é uma época na qual as atitudes e práticas das empresas de mineração estão se tornando mais esclarecidas; na verdade, todas as grandes mineradoras são signatárias de uma “carta de mineração” que promete maravilhas. Mas um relatório da Bench Marks Foundation, coincidentemente lançado pouco antes do massacre, relata uma enorme discrepância entre as promessas das mineradoras e suas práticas. Ele também destaca (entre outros) a falta de instalações educacionais e de treinamento, poluição ambiental, e uma total ausência de preocupação com as condições sociais dos trabalhadores.

No caso da Lonmin, 9.000 trabalhadores foram demitidos em 2011, e os que perderam seus empregos enquanto participavam do programa de habitação da empresa foram, ao mesmo tempo, privados de suas casas. A gestão da empresa não está imune à especulação de que não se preocupa entre os conflitos do AMCU e do NUM, já que é melhor enfrentar apenas um deles do que uma força de trabalho unida por um único sindicato determinado a buscar melhores condições aos trabalhadores.

O massacre em Marikana coincidiu com um momento em que muitos sul-africanos têm se sentido cada vez mais inquietos, que temem que a promessa de 1994 desapareceu e que o país perdeu o rumo. Com alguma esperança, ele servirá para sacudir a consciência nacional, envergonhando aqueles que afirmam que a única maneira de atrair o investimento estrangeiro é reduzindo o custo, e repensar as condições de trabalho. Mas não contem com isso: por enquanto, possivelmente, a tragédia pode comprometer a presidência Zuma, mas outros choques ainda podem ser necessários antes que o governo e os empregadores se juntem para um combate sério à pobreza e à desigualdade.

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* Publicado no site OpenDemocracy, traduzido pelo Canal Ibase
 Tradução: Isis Reis
http://www.canalibase.org.br/destrinchando-o-massacre-de-marikana/
Fonte:http://joao-pio.blogspot.com.br/2012/08/destrinchando-o-massacre-de-marikana.html
quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Por que João Paulo Pereira?


Negro, Intelectual, Professor, compositor, esportista e militante de esquerda.


* Por Herberson Sonkha


A história oficial, escrita pelos homens de pensamento liberal positivista, narra em seus livros didáticos estórias contadas por personagens universais minimamente idealizados. Tornam-se bastiões em suas odisseias repletas de ações heroicas exuberantes do europeu branco, para conformar a dominação intelectual e material na sociedade burguesa.

Assim se constituiu a História Universal e consequentemente o berço da história do Brasil. Só a partir do século XVIII, com a revolução francesa é que se começa mudar esta realidade com o surgimento do pensamento crítico na historiografia, filosofia e economia. Surgem no cenário mundial os trabalhadores como atores sociais protagonistas de sua própria história e suas primeiras organizações autônomas propondo transformações radicais na sociedade.

Infelizmente estas estórias estrangeiras que chegaram ao Brasil no século XVI, só viria reagir no século XX, particularmente na segunda década, a partir da semana de Arte Moderna é que estes conceitos começam ser questionados, sendo proposta a substituição pela cultura indígena e africana como elemento estruturante da cultura brasileira.

As criações destes iluminados destronados do mundo real forja no imaginário coletivo dos brasileiros um tipo especifico de dirigente branco infalível, irrepreensível em sua individualidade, cuja “essência” fundante de super-homem foi denunciada por Macunaíma, de Mário de Andrade.
Essa alegoria vai procurar justificar na sociedade a hegemonia da ideologia dominante através da qual os burgueses “irrepreensíveis” plasmam seu próprio conceito de sociedade e de representantes, portanto, não há espaço para negros na estrutura de poder. São os homens brancos bem sucedidos, aliás, os únicos capazes para exercer funções nas instituições públicas e privadas.
Impõem-se sutilmente no inconsciente coletivo da população brasileira a ideologia de dominação econômica e política por duas vias: a de classe que reprime as lutas sindicais e estudantis e impede à organização política da classe trabalhadora e a racialização ideológica como forma de conter o crescimento de representação dos negros nos espaços de poder, descaracterizando-nos intelectualmente e etnicamente. 

O Século XX tornou-se palco das lutas sociais entre a burguesia industrial e os trabalhadores. A “cegueira”, até então inexplicável, que decorria desta alienação causada pelo mito do ser social liberal positivista, propiciou tensões entre as forças antípodas existente no movimento real da sociedade. Estas mudanças históricas vem permitindo ao povo brasileiro enxergar um país totalmente diferente dos relatos oficiais, dando a conhecer sua verdadeira história.

Se na Europa estas mudanças só vão começar ocorrer a partir do século XVIII, no Brasil na segunda década do século XX, em Vitória da Conquista isso só vai ocorrer em meados da década de 90 do século XX com a importante vitória do campo democrático e popular, após algumas tentativas. O PT é protagonista destas mudanças e a juventude e os movimentos sociais contribuíram para estas significativas mudanças.

É neste vasto contexto que surge um dos mais brilhantes intelectuais negros do Sudoeste da Bahia. Licenciado em História pela UESB com espacialização em Gestão Educacional, Professor João Paulo Pereira integra um circulo de grandes intelectuais de esquerda de Vitória da Conquista, egresso dos diversos movimentos sociais em um período considerado fluído para uma juventude sedenta de intensos debates e leituras. Acredita-se que tenha sido a última grande geração [anos 80 e 90] do século XX, que sucede a geração que marcou época com as ações clandestinas contra o terror aplicado pelo DOI-CODE em plena ditadura militar.

O Professor e Historiador João Paulo dirigiu uma das escolas mais importantes de Vitória da Conquista, O Colégio Estadual Dr. Orlando Leite, na Urbis-II, localizado entre os bairros Urbis II e III. O raio de abrangência do colégio vai do bairro Brasil, Ibirapuera, Urbis IV e V à Santa Cruz e Santa Helena. Sua importância se deve as características geoespaciais, socioeconômicos e históricos de bairros com índices altíssimos de violência e comercialização de drogas, com histórico de homicídios de egressos do crime.

Com formação católica de atuação sólida no campo da teologia da libertação, na historiografia francesa, sociologia, filosofia e política o professor e intelectual João Paulo desenvolveu um trabalho bastante significativo à frente do colégio. Sua postura irrepreensível de educador que privilegia uma pedagogia dos oprimidos, conectada com aspectos multidimensionais da realidade social dos estudantes.

Compreender esta dinâmica dialética possibilitou ao professor inserir-se no universo dos estudantes na perspectiva de persuadi-los a enxergarem o colégio como espaço lúdico, esportivo, de formação crítica e inserção no mundo das artes e de leituras intelectuais que propõe mudanças sociais.

Desalojado do senso comum caraterístico da moral e ética burguesa, fundada no positivismo que norteia muitas das ações de educadores liberais, o Professor João Paulo assumiu o desafio de ser gestor de um modelo de escola pública falida e condenada ao fracasso por falta de política de educação transformadora. Como historiador o Professor tem contribuído para desconstruir mitos e alienações que impedem os trabalhadores de avançar nas lutas pelas transformações sociais.
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Herberson Sonkha dirigente do Partido dos Trabalhadores em Vitória da Conquista e um dos  Coordenadores da Campanha do Professor João Paulo

Luta e Eleições São estudantil incompatíveis




* Por Patricio Lopez

Eloisa Gonzalez, líder do Liceo Manuel de Salas e porta-voz da ACES disse que o seu movimento não acredita em um sistema que, como já foi provado, negou tudo. Que aprisiona uma mão e processos e, por outro lado, não considera-los a ter idade suficiente para votar. De respeito, separa águas prefeito nomeação Camilo Ballesteros e qualquer candidato a presidente, Michelle Bachelet, começando pelo caminho? A transformação do movimento estudantil em um movimento social.


Sentado em uma escada, na rua, à noite e de uma montagem, que percorreu as questões discutidas hoje pelo movimento social.

Eloisa voz Gonzalez vai mostrar que as gerações mais distantes da ditadura, mais ambicioso. Embora, como porta-voz típico em causa, organizar reuniões ou gerenciar licenças para marchar, os olhos parecem estar no horizonte. No que ela chama de "a transformação radical da sociedade". Se a mudança é para ser de tal magnitude, o mal poderia valorizar os concursos próximos eleitorais que, em sua opinião, "são parte do sistema."

 -Do ponto de vista dos princípios por que essa demanda é marcha para intransable Alameda?
Não é um tema novo. No ano passado, houve conflitos para que, mesmo citando a Constituição, pode ser estabelecido que se trata de um poder civil, marcha direito.

"Para nós, Alameda, como no discurso de Allende, é o lugar que tem de ser reaberto. Por isso também é simbólico para nós, muito. Também é um direito e ao mesmo tempo, as nossas exigências se tornam visíveis muito mais para o povo. Passando lá fora, têm uma forma de demonstrar aos chilenos e ao Governo que todos eles estão dispostos a convocação de um movimento ".

 -Enquanto coversamos está a reviver a discussão Casa na chamada Lei Hinzpeter, qual é a opinião dos ACES sobre o projeto? O que significa para você que essa lei acabará por ser aprovado?

Para nós, o movimento estudantil secundário, mas também para os professores universitários, os mapuches, o conjunto dos movimentos sociais, significa um perigo tremendo. Se no Chile e os direitos humanos são violados, se e estabelecimentos dentro dos miúdos jogar por mobilizada, que aprovar uma lei desta natureza tentativa de conter fortalecer os movimentos sociais.

"Agora, isso, no fundo, mostra um executivo incapacidade política e da classe política como um todo, para resolver as demandas sociais das pessoas estão surgindo. Nós temos um duplo significado: um grande revés e também verificar que eles não são capazes de mudar um pouquinho a realidade que estamos vivendo para os alunos ".

 -A partir de sua experiência pessoal, política, geracional, como foi essa tentativa de estabelecer um ponto em que é possível o diálogo com a classe política?

"No ano passado, viveu muito de perto. Na segunda mesa-redonda, em que concordou com a entrada, nós sabíamos que a partir do momento que levantamos a proposta do Executivo, eles não consideram nossas exigências.

"Mesmo que nós fomos para o campo, o campo da política ou institucional, descobrimos que não havia nenhuma disposição que aconteceria exatamente o mesmo que em 2006, quando tudo parecia de mãos dadas com uma solução nunca foi.

"Nesse sentido, como descobrimos Assembléia, através dos vários golpes e fracassos, como a rejeição do relatório de lucros e infinitas outras coisas, que não haverá solução através de instituições políticas. Experiência ea própria história ditar.

"Assim, mesmo que o esforço, eles escreveram uma proposta de projeto de lei que falamos com diferentes personagens da classe política, não há disposição. E já que não há viabilidade dessa forma, apenas não tomar. "

 -E se você não pode fazer tanto com o Congresso ou com partidos políticos como é que um então?
-Temos uma proposta muito concreta com base no controle da comunidade. Ele fala sobre como as organizações sociais e da mesma articulação nos territórios, por meio da mobilização, gerar uma plataforma de convergência para os setores que até recentemente foram desmobilizados, ou que não tinha a intenção de levantar preocupações.

"Nossa proposta é que a solução tem de ser dada por meio da mobilização e, graças a seus setores articulados que não estão neste até agora, como trabalhadores e residentes. Esta plataforma deve servir para a elaboração de uma proposta alternativa a este sistema, como fizemos com demonstrações em 2011, mas agora muito mais ampla, de modo a pressionar para a mudança através de um movimento social. Uma vez que foi demonstrado que, historicamente as mudanças ocorrem apenas quando as pessoas são mobilizadas e articulados.
 Eleições? Não, obrigado
- Qual é o seu olhar, o seu nível de proximidade com as eleições presidenciais que estão a ter lugar no próximo ano?
-Eu e meu lado companheiros são menores de 18 anos, ou seja, podemos cair detenção e acusação para mobilizar, mas não pode votar. Agora, com esse fato, há uma pista para distanciar os processos eleitorais, tanto municipais e presidenciais. Nesse sentido, vemos bastante desconfiança, porque acreditamos que a carta que eles serão capazes de mostrar candidatear será o movimento estudantil.
"Por exemplo, nós temos agora um dos mais fortes candidatos para o que resta da coligação, o ex-presidente Bachelet, que embora tenha mantido um silêncio cúmplice e profundo respeito ao movimento estudantil, hoje é considerado o mais forte do cartão para se tornar presidente. Vemos também outros candidatos emergentes que não fizeram nada para mudar a situação.
"Todos eles, de uma forma ou de outra, começar a olhar para o movimento estudantil candidatear. Tomamos uma grande distância para o respeito e vamos continuar a levantar que nem presidencial nem municipal são as soluções para os nossos problemas. "
 -Há líderes que foram companheiros de você no movimento estudantil, como Camilo Ballesteros, que é candidato a prefeito. Ele posou em uma entrevista recente que, se as condições eram programa estaria disponível para apoiar Michelle Bachelet. Outros podem fazer os mesmos líderes iria olhar para você Como uma decisão dessa natureza?
-Primeiro, nós respeitamos a decisão de quem foram mobilizados para querer candidatear, assim como esperamos que eles respeitem a nossa posição. Mas acreditamos que é completamente contraditório aos candidatos que faziam parte do movimento estudantil que questionou a política, institucional e viu o movimento estudantil não tinha viabilidade nesses espaços hoje estão considerando um cenário eleitoral, e até mesmo apoiar alguns candidatos que de uma forma ou de outra, têm sufocado ou ter adiado o movimento estudantil. Parece altamente perigoso e contraditório.
 - Então, é incompatível com a luta estudantil para participar de um dos candidatos à presidência?
-Nós não rejeitamos a eleição em si, mas na situação actual é inviável e contraproducente. Uma política institucional que está em vigor desde a ditadura não pode ser levantado como um caminho, soa contraditória. Há desmunicipalización exige como essa têm sido levantadas desde a década de 80 e não houve solução. Como, então, alguns considerando que caminho?
 -A partir da transformação educacional da sociedade
"Eu quero ter estratégia de mobilização que tem sido seguida este ano diferente de 2011, que foi mais acentuada Que lições podem ser tiradas à luz do que a comparação?
-O 2011 foi o ano da excitação, mas a explosão social deve ser entendida como um processo que remonta há muitos anos: o de 2006, 2008 e 2010. As mobilizações sucessivas estavam construindo para o que foi, finalmente, em 2011. Este ano, entretanto, tem sido articular e fortalecimento de organizações, particularmente no primeiro semestre.
"No entanto, acreditamos que a segunda metade do conflito ir além de estudantes e irá se mover para uma posição em desacordo com o mesmo institucional. Os próximos meses serão muito mais amplas mobilizações com outros setores que não foram integrados. Por exemplo, levar a empresa depois que os trabalhadores Conecta com Call-Center, estamos realizando reuniões com eles e eles vão no dia 8 com nós, como funcionários do Líder. Isso está gerando uma articulação não visto antes e que é o resultado de 2011 e primeira metade do conjunto. "
-Alguns dizem que como líderes estudantis começam a se envolver com desperfilan outras causas. Qual é na sua opinião a melhor forma de estabelecer a relação entre o movimento estudantil e os outros?
Não podemos começar a partir do movimento estudantil para fornecer soluções ou ensinar o resto como organizar, mas o exemplo do movimento estudantil é clara: quem não receber nada se move.
"Para os mesmos trabalhadores têm sido articuladas, mas de forma independente, e de lá gerar coordenação com os alunos a construir a partir dessa plataforma, uma perspectiva para a formação de um movimento social no futuro. Nós desperfilamos espaços porque respeitamos um ao outro, porque cada um é coordenada a partir do seu próprio espaço. "
-Não foi como no ano passado entre secundário e organizações universitárias Que lições você sair do que aconteceu e como ele tem trabalhado este ano essa relação?
-No ano passado, as relações eram muito tensa, de fato. Sempre repito: como ACES teve que lutar para entrar no palco com os dirigentes da universidade. O que aconteceu desde o ano passado é que houve uma mudança de liderança política, por exemplo, Camila Vallejo, que foi presidente da data e também atua na Liga da Juventude Comunista. Não houve vontade política por parte dela para coordenar com estudantes do ensino médio, em especial com os ACES. No entanto, Gabriel bórico tem sido uma maior disponibilidade e articulação.
":. Antes, havia alguns que tinham uma postura paternalista 'lado pobre', mas nós queremos ser tratados como iguais"
 -Você mencionou a militância comunista Camila Vallejo, por que fazer isso mais difícil relacionamento com você como um movimento?
-Tem a ver com a ideologia política, mas com a prática. De fato, em nossa assembléia marxistas-leninistas, anarquistas, trotskistas, todos, mas tem a ver com as políticas da Juventude Comunista em relação ao movimento estudantil.
"Nós nos consideramos uma montagem não-partidário, o que significa que a estrutura não é limitado por partidos políticos tradicionais, e que é a principal diferença com Camila Vallejo, ou, para particularizar, com os partidos. São diferenças historicamente enraizadas e responder às políticas que consideramos prejudiciais aos movimentos sociais por parte dos partidos políticos tradicionais. "
 Ele concluiu a partir desta conversa que a sua preocupação não é apenas estudante do assunto, mas a transformação mais radical Como você vê esse processo?
-Eu sei que é complexo. Nós insistimos em controlar suas próprias comunidades e como eles realmente influenciam. Há, por exemplo, propostas como a Universidade de Concepción através Recaredo Galvez, que tem sido o triestamentalidad dentro da universidade para transformar esta comunidade. Nós acreditamos no poder demonstrar os diferentes setores da sociedade no seu território. Tem a ver com a forma como comunidaddes, pais, professores, estudantes e universitários, trabalhadores secuandarios e moradores estão decidindo que eles querem educação.
"Isso deve ser refletido na capacitação interna das escolas e comunas. Lá se vai a nossa proposta. "
* Entrevista publicada no n º 2 da confusão (www.eldesconcierto.cl),  para o mês de agosto.

Fonte1: Sul e Sudeste
Fonte2:http://almocodashoras.blogspot.com.br/2012/08/luta-estudantil-e-eleicoes-sao.html
terça-feira, 21 de agosto de 2012

13 mulheres negras brasileiras de destaque na política





* Postado por Missões Quilombo 


Dados do IBGE apontam que existem, no Brasil, cerca de 97 milhões de pessoas negras. Segundo um estudo realizado pela União dos Negros pela Igualdade (Unegro) em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto (MG) os negros tem baixa representatividade no Parlamento. O estudo revelou que apenas 0,0001% dos negros brasileiros exercem mandatos nas principais casas legislativas. A pesquisa foi realizada no Congresso Nacional, nas 27 assembleias legislativas do País (incluindo o Distrito Federal) além das câmaras municipais de todas as capitais. 


Atualmente, a Câmara dos deputados é composta por 9% de parlamentares negros, ou seja, 44 dos 513 deputados federais. Já nas Assembleias Legislativas de todo o Brasil, foram constatadas a presença de 46 deputados, alguns estados não possuem parlamentares afrodescendentes. A falta de representatividade também atinge as câmaras municipais, principalmente das capitais do país. 

No caso das mulheres negras a diferença é ainda mais acentuada, elas não ocupam na mesma proporção os espaços institucionais da vida política nacional. Mesmo com essa falta de representatividade de Mulheres Negras nas principais casas legislativas! Abaixo segue uma lista de 13 mulheres negras brasileiras em destaque na política: 

Antonieta de Barros  

Nascida em 11 de julho de 1901, Antonieta de Barros foi a primeira mulher a integrar a Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Educadora e jornalista atuante, teve que romper muitas barreiras para conquistar espaços que, em seu tempo, eram inusitados para as mulheres – e mais ainda para uma mulher negra. 

Deu início às atividades como jornalista na década de 1920, criando e dirigindo em Florianópolis, onde nasceu, o jornal A Semana, mantido até 1927. Na mesma década, dirigiu o periódico Vida Ilhoa, na mesma cidade. Como educadora, fundou o Curso Antonieta de Barros, que dirigiu até a sua morte, em 1952, além de ter lecionado em outros três colégios. 

Manteve intercâmbio com a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino e, na primeira eleição em que as mulheres brasileiras puderam votar e receberem votos, filiou-se ao Partido Liberal Catarinense, que a elegeu deputada estadual. Tornou-se, desse modo, a primeira mulher negra a assumir um mandato popular no Brasil, trabalhando em defesa dos diretos da mulher catarinense.


Theodosina Rosário Ribeiro

Theodosina Rosário Ribeiro foi à primeira deputada negra da Assembléia Legislativa de São Paulo. Nasceu em 29 de maio de 1930 na cidade de Barretos (SP). Quarenta anos depois, em 1970, a maior cidade da América Latina a elege como primeira vereadora negra da Câmara Municipal de São Paulo. E, em 1974, a primeira deputada negra da Assembléia Legislativa do Estado, onde ocupou também o cargo de vice-presidente. 

Theodosina formou-se filósofa, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da universidade de Mogi das Cruzes, e advogada, pela FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas. Na vida pública, teve quatro candidaturas vitoriosas - uma como vereadora e três como deputada estadual. 

Ela se tornou uma referência e estímulo para negras e negros. Depois dela, outras mulheres negras se engajaram na vida pública. 

Benedita da Silva 

Benedita Sousa da Silva Sampaio, nasceu em 1942 no cidade do Rio de Janeiro, e viveu, durante 57 anos, no Morro do Chapéu Mangueira no Leme. Formada no curso de Serviço Social, iniciou sua carreira política ao se eleger vereadora do Rio de Janeiro em 1982, após militância na Associação de Favelas do Estado do Rio de Janeiro. Em 1986, foi eleita deputada federal, e se reelegeu para este cargo em 1990. Na Legislatura de 1987-1991, Benedita participou da Assembleia Nacional Constituinte, onde atuou como titular da Subcomissão dos Negros, das Populações Indígenas e Minorias. Em seguida, passou à Comissão de Ordem Social e da Comissão dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher. Em 1992, foi candidata do PT a prefeitura do Rio de Janeiro. Em 1994, elegeu-se senadora, tornando-se a primeira mulher negra a ocupar uma vaga no Senado. Foi eleita vice-governadora do Rio de Janeiro em 1998 na chapa de Anthony Garotinho. Para assumir o cargo, renunciou ao mandato de Senadora, que só terminaria em 2002.  Com a renúncia de Anthony Garotinho para concorrer à Presidência da República em abril de 2002, assumiu o governo do estado do Rio de Janeiro.

Em 2001, presidiu a Conferência Nacional de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, que reuniu mais de dez mil pessoas de todo país, entre lideranças de ONGs e governos. 

Com a eleição de Lula para a Presidência da República, assumiu a Secretaria Especial da Assistência e Promoção Social, com status ministerial. 

Assumiu em janeiro de 2007, a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, no Governo Sérgio Cabral Filho. Foi em 2010 eleita deputada federal pelo Rio de Janeiro. 

Marina Silva 

Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima, nasceu no Rio Branco em 8 de fevereiro de 1958, é uma ambientalista, historiadora, pedagoga e política brasileira. Foi senadora pelo estado do Acre durante 16 anos. Atualmente, está sem partido. 

Foi Ministra do Meio Ambiente no Governo Lula do seu início (2003) até 13 de maio de 2008. Também foi candidata à Presidência da República em 2010 pelo Partido Verde (PV), obtendo a terceira colocação entre nove candidatos, com 19,33% da porcentagem total - expressivos 19.636.359 votos válidos em todo o território nacional. 

"Também sou negra, mas seria muito pretensioso da minha parte me apresentar como similar ao Obama". Marina Silva, em entrevista durante a campanha para presidente. 

Janete Pietá


Janete Rocha Pietá, nasceu no Rio de Janeiro em 3 de novembro de 1946, é uma política brasileira. Formou-se em História pela Faculdade de Filosofia Ciências Santa Úrsula, em 1971. Ainda no Rio de Janeiro, trabalhou como professora, até mudar-se para Belo Horizonte, em 1972, onde prosseguiu em seu ofício até 1974. 

Chegou a Guarulhos em 1974. Foi metalúrgica até 2001. Participou das lutas sindicais e atuou nos movimentos de moradia. Janete Pietá foi a primeira mulher a se formar pelo SENAI, em 1977. Licenciou-se em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Guarulhos, em 1993. 

Eleita deputada federal em 2006 pelo Partido dos Trabalhadores de São Paulo, com 116.865 votos, foi à única representante mulher entre os 14 eleitos pelo PT do estado de São Paulo e a primeira parlamentar afro-descendente eleita pelo PT paulista para a Câmara dos Deputados. 

Jurema Batista


Jurema Batista começou a carreira política como presidente da Associação de Moradores do Andaraí, em 1979. E formada em português e literatura pela Universidade Santa Úrsula, participou da criação do Partido dos Trabalhadores, Rio de Janeiro, no início da década de 80. Foi eleita três vezes vereadora pelo PT, a primeira em 1992. Em 2002, foi eleita deputada estadual. Durante seu mandato na Assembléia Legislativa, presidiu a Comissão de Combate à Discriminação de Etnia, Religião e Procedência Nacional. Em 2005 foi uma das 1000 mulheres do mundo indicadas para ganhar o Nobel da Paz. Em 2007 foi convidada para presidir a Fundação para a Infância e Juventude (FIA) do governo do estado. 

Atualmente exerce o cargo de Gerente de Segurança Alimentar na Secretaria de Assistência Social, da qual é funcionária de carreira. É membro do Movimento Negro Unificado, onde exerce o cargo de coordenadora de formação política. 

Entre seus  projetos mais importantes: o que torna gratuito para famílias pobres o teste de DNA, realizado pela Uerj; o projeto de lei que cria o Dia de Lembrança do Holocausto; o que mantém a Feira de Tradições Nordestinas em São Cristóvão; e o projeto Rio Charme que permitiu a permanência do baile charme no Viaduto de Madureira. É autora da lei que garante 40% de negros na propaganda oficial do município, bem como, autora do Diploma Zumbi dos Palmares na ALERJ e do disque Discriminação na mesma casa de Lei.

 Leci Brandão

Leci Brandão da Silva, nasceu no Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1944, é uma cantora, compositora brasileira e umas das mais importantes intérpretes de samba da música popular brasileira. Começou sua carreira no início da década de 1970, tornando-se a primeira mulher a participar da ala de compositores da Mangueira. Ao longo de sua carreira, gravou 20 álbuns e três compactos. Participou do Festival MPB-Shell promovido pela Rede Globo, em 1980, com a música Essa tal criatura. Em 1985, gravou Isso é fundo de quintal. Em 1995 foi a intérprete do samba-enredo da Acadêmicos de Santa Cruz durante o carnaval. Atuou na telenovela Xica da Silva da TV Manchete, como Severina. 

Atualmente, além de se dedicar à carreira musical, é membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial e do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Desde 2003 também vem exercendo a função de comentarista dos desfiles de escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo, pela Rede Globo. 

Em fevereiro de 2010, Leci Brandão filiou-se ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e candidatou-se ao cargo de Deputada Estadual pelo estado de São Paulo, tendo sido eleita. Sua defesa dá ênfase à negros, igualdade racial, combate ao racismo e a inclusão do samba na política cultural do Estado de São Paulo, entre outras propostas. No carnaval 2012, foi homenageada pela escola de samba Acadêmicos do Tatuapé. 

Olívia Santana

Maria Olívia Santana, nasceu em Salvador no dia 25 de março de 1967, na comunidade do Alto de Ondina. é uma política brasileira, educadora e militante do movimento de mulheres negras brasileira. Começou a fazer política no movimento estudantil, mas conquistou posição de destaque na luta contra a discriminação racial. É dirigente da União de Negros pela Igualdade (Unegro) e foi secretária de Educação e Cultura do Município. Marcou sua gestão com ações como a implantação da matrícula informatizada e do estudo da cultura afro-brasileira. foi secretária Municipal de Educação de Salvador, atualmente como vereadora (PC do B) e integra o Fórum das Mulheres Negras e o Conselho de Promoção da Igualdade Racial. E Dirigente Nacional do PCdoB (Partido Comunista do Brasil) e Presidente da Comissão de Reparação da Câmara Municipal de Salvador. 

Desde que assumiu uma cadeira no Legislativo, em 2003, defende o tombamento da Feira de São Joaquim como patrimônio cultural da Bahia e do Brasil. Defende a educação como a principal fonte de transformação social. 

Candidatou-se à Câmara Federal em 2006, conquistando 37.803 votos. Em 2008, renovou seu mandato no legislativo municipal. Neste mandato – Olívia Santana foi eleita Ouvidora-geral da Câmara para o biênio 2011-2012. Além de ser membro das comissões de Finanças, Orçamento e Fiscalização e de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara Municipal de Salvador, a Edil é ex-presidente da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer.

Claudete Alves

Claudete Alves, formada em Pedagogia com Especialização em Administração Escolar, Mestranda em Ciências Sociais pela PUC/SP. Uma negra em movimento. Militante e ativista do movimento sindical na área do serviço público. Articulou a criação do Instituto Todos a Bordo, organização não governamental que busca combater toda forma de discriminação. Filiada ao Partido dos Trabalhadores, desde 1983. Nos anos 80, participou ativamente do Movimento de Luta por Creches no Município de São Paulo, já tendo um histórico de atuação também no Movimento Negro. 

Fevereiro de 2003 assume o Legislativo Municipal de São Paulo, tendo como principais áreas de atuação o combate à discriminação racial, defesa dos direitos da mulher, criança e adolescente e a luta pela oferta de um serviço público de qualidade, com ênfase na Educação e Saúde. Autora da lei 13.707/03 que instituiu o 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, como feriado na cidade de São Paulo. 

Claudete Alves é idealizadora e proponente junto ao Ministério Público Federal, da Representação que requereu o ajuizamento de uma Ação Civil Pública contra o Estado Brasileiro, pleiteando indenização pelos danos causados a todos os DNAEB (Descendentes de Negros Africanos Escravizados no Brasil) que residem na cidade de São Paulo. 

Atualmente Claudete Alves é presidente do SEDIN – Sindicato da Educação Infantil. 

Rosangela Gomes

Deputada Rosangela Gomes, nascida na cidade de Nova Iguaçu no estado do Rio de Janeiro. É graduada em Direito, Pós-graduada em Políticas Públicas no ano de 2007 pela IUPERJ (Instituto Universitário de Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro) e em Direito Público em 2008 pela Universidade Cândido Mendes.  Rosangela cumpre agora seu primeiro mandato estadual, pelo Partido Republicano Brasileiro, após ser eleita pela terceira vez como vereadora em Nova Iguaçu. Em 2004 foi reeleita como a vereadora mais votada da Baixada Fluminense com 6.262 votos. No ano de 2000 marcou a eleição como a única mulher a eleger-se no município de Nova Iguaçu, quando obteve 5108 votos. Para atender a convocação do seu partido Rosangela Gomes concorreu ao Senado da República Federal em 2006, surpreendendo o cenário político atingindo a marca de 262.132 votos. 

Em seu último mandato como vereadora, Rosangela presidiu a Comissão de Defesa do Direito do Consumidor e a Comissão de Combate a Desigualdade Racial, fundada por ela. Rosangela Gomes, devido ao grande comprometimento seu partido lhe atribuiu mais um grande desafio em assumir a presidência nacional da militância do PRB Mulher, a qual vem desenvolvendo um excelente trabalho. 

Hoje como deputada, preside a Comissão de Prevenção ao Uso de Drogas e Dependentes Químicos em Geral, além de ser membro das Comissões de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião, Defesa dos Direitos da Mulher, Saneamento Ambiental e Segurança Alimentar e também como relatora da Comissão Especial para Tratar da Deficiência do Abastecimento de Água na Baixada Fluminense. 

Rosário Bezerra

Maria do Rosário de Fátima Bezerra Rodrigues nasceu na cidade de União - PI. É bacharel em Ciências Econômicas e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Piauí. Como mulher negra, mãe, irmã, filha e sonhadora, estabeleceram sua militância política em movimentos sociais (mulheres, negros, coisa de nego), de igreja (juventude operária católica - JOC) e na fundação do Partido dos Trabalhadores no Piauí. Durante três anos, foi assessora parlamentar da Câmara dos Deputados em Brasília . É membro do Núcleo de Pesquisa sobre Africanidades e Afrodescendência Ifaradá, da UFPI. 

Exerceu a função de diretora da Escola de Governo do Estado do Piauí e Ouvidora Geral do Governo na gestão de Wellington Dias. É servidora pública da Fundação Cepro(Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí) de onde licenciou-se para exercer o Parlamento. Eleita vereadora em 2008 como a mais votada do seu partido. Como parlamentar, tem honrado os votos recebidos pelos teresinenses, procurando através de uma atuação marcante na Câmara, nas comunidades, nas diversas esferas do poder atender os pleitos daqueles que mais precisam. 

Tem trabalhado para fortalecer os segmentos: mulheres, negros e a saúde da população. É autora da lei 4034 de 20 de agosto de 2010, a Lei Antifumo de Teresina; Criou a frente parlamentar pela livre expressão sexual, entre outras ações.

 Cristina Almeida

Cristina Almeida é Bacharel em Administração de Empresas. Desde 1990 é funcionária do quadro efetivo da Assembleia Legislativa do Amapá. Iniciou sua militância no movimento estudantil como membro do Centro Acadêmico de Administração da Faculdade Integrada do Colégio Moderno- FICOM. É militante do Movimento de mulheres e do Movimento Negro, iniciando na União dos Negros do Amapá – UNA e hoje sócia fundadora do IMENA- Instituto de Mulheres Negras do Amapá. Participa ativamente do grupo de Marabaixo da Comunidade de Campina Grande. É Membro da Executiva Estadual do PSB e Secretaria Nacional da Negritude Socialista Brasileira. 

Cristina Almeida foi a primeira mulher eleita vereadora do Município de Macapá, e em 2010 eleita como deputada estadual. Cristina leva como bandeira de luta o combate ao preconceito, discriminação e todas as formas correlatas de intolerância, defensora na batalha pela inclusão de políticas públicas para as mulheres, bem como os negros e homossexuais, possui o Jornal Informativo Impresso que mensalmente apresenta todos os resultados do seu mandato circulando nos quatro cantos da cidade de Macapá. O projeto Gabinete Itinerante Compromisso e Participação, visita semanalmente os bairros de Macapá e nos finais de semana desenvolve ações na zona rural, colhendo reivindicações da população, valendo ressaltar que em 2009 realizou inúmeras reuniões, conseguindo intervir com mais de 1.000 requerimentos a Prefeitura Municipal de Macapá, conseguindo resultados e persistindo pelo crescimento da igualdade social da população amapaense. 

Outro grande projeto da vereadora é o “Capacitando para gerar renda”, onde mulheres de diversos bairros de Macapá e da zona rural recebem cursos de capacitação, cujo objetivo é o aumentar a renda de suas famílias. 

Fátima Santiago

Fátima Santiago é formada em Ginecologia e Obstetrícia e pós-graduada em medicina do trabalho. Há vinte anos iniciou o trabalho de prevenção do câncer de colo uterino nas comunidades carentes do estado, quando ainda era acadêmica de medicina. Prestou concurso e foi aprovada como professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e Escola de Ciências Médicas. 

Na área política, no ano de 2000, recebeu excelente votação, sendo a primeira suplente de sua coligação, o que a fez ingressar como vereadora em 2002. Já em 2004, tornou-se a única mulher eleita vereadora em Maceió. Idealizou e inaugurou dois institutos de atendimento gratuito; um no bairro Dubeaux Leão e outro no Eustáquio Gomes. 

Atualmente, Fátima Santiago é a vice-presidente da Câmara Municipal de Maceió. Já para o biênio 2011/2012, a vereadora é a 2° vice-presidente, sendo a única mulher na composição desta Mesa Diretora. Como vereadora, se destaca pela sua atuação nas Comissões Parlamentares, que são importantes espaços de decisão política onde é definido o destino da população maceioense.

Hernani Francisco da Silva - Afrokut

Referências: 
http://www.palmares.gov.br/?page_id=8258
http://primeirosnegros.blogspot.com.br/2009/08/n1-na-politica-pauli...
http://pt.wikipedia.org/wiki/Benedita_da_Silva
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marina_Silva
http://pt.wikipedia.org/wiki/Janete_Rocha_Piet%C3%A1
http://www.oliviasantana.org.br/Biogragia.asp
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ol%C3%ADvia_Santana
http://angolaconectada.blogspot.com.br/2011/12/livro-negros-o-brasi...
http://www.lpp-buenosaires.net/olped/acoesafirmativas/boletim_ppcor...
http://rosariobezerra.blogspot.com.br
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leci_Brand%C3%A3o
http://fatimasantiago.com/?page_id=3

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