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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Síria e as Estratégias da Política do Império no Século XXI




* Por Joilson Bergher


Está cravado na história: as práticas imperialistas existem desde o princípio da história. Da China ao império Romano, formaram-se vários impérios na Antiguidade, como o tirânico império Assírio que depois foi substituído pelo Persa ou o ambicioso imperialismo grego-macedônio comandado por Alexandre, o Grande, marcado assim o início de novas aventuras imperialistas, que levou aos processos de colonização na América, África e Ásia e também a inúmeras guerras. 


E a Idade Média? Tal sistema fora marcado pelo início de novas aventuras. Um novo modelo (?) de império que levou aos processos de colonização na América, África e Ásia e a inúmeras guerras. Desde sempre, e, ainda hoje, o imperialismo continua sendo exercido fortemente por poderosos estados como: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Itália, União Soviética, China... no especto que vai do capitalismo, passando pelo fascismo, alcançando inclusive o comunismo. Neste particular, para entender a conjuntura síria e mundial, o imperialismo torna-se uma categoria de análise, construída na apreensão da crise do capitalismo e cuja formas de afirmação/superação implicam na destruição/fragilização de Estados nacionais - por guerras, deposição de governos legítimos, mecanismos cambiais, mentiras sistemáticas, utilização acintosa das corporações midiáticas, acordos espúrios com anti-nacionalistas, etc.- extermínio de populações e acirramento das desigualdades sociais. Não resta nenhum pedaço de mundo que não esteja vulnerável às investidas disso que se conhece como imperialismo. O futuro da humanidade está em perigo, como nunca antes na história da humanidade. Numa palavra: barbárie. 

No diminuto Bahrein, por exemplo, neste momento, ocorrem a invasão de tanques e tropas da Arábia Saudita promovendo a repressão da luta popular, merecendo pouquíssimas linhas ou comentários de jornalões. Poucos sabem de sua existência. Quase nada se falou das torturas, desaparecimentos e assassinatos políticos no Iêmen. Nada se fala dos presos políticos na Arábia Saudita e Marrocos. Quantos morreram nestes países? Quantos estão morrendo? “Diariamente, os jornais nos mantêm atualizados sobre as mortes e crimes na Síria. Uma crescente e macabra estatística, em todos os telejornais”. Agora faço aqui uma pergunta ou um desafio a quem ler esse meu texto: “A quem interessa destruir, aviltar a sociedade, o povo Sírio”? O mundo assiste a uma verdadeira carnificina bárbara neste país. “E os EUA anunciam, abertamente, o fornecimento de armas cada vez mais sofisticadas a alguns seletos grupos de oposição ao governo. Todas as mortes, ferimentos, explosões de bombas, são creditadas à ditadura genocida e sanguinária” dos Assad no poder, faz é tempo. “Cresce a tensão fronteiriça com a Turquia, incondicional aliado dos EUA.

O polêmico episódio da derrubada de um avião turco no espaço aéreo sírio nos recorda as escaramuças patrocinadas pelos EUA contra Cuba e Nicarágua”. O circo pega fogo: “busca-se derrubar o governo do presidente Bashar Al-Assad, não pelos seus eventuais problemas, mas por suas qualidades, por não ser submisso aos interesses do imperialismo na região. Sangrar ao máximo a Síria: é esse o verdadeiro objetivo para enfim causar uma comoção que permita superar vetos da China e Rússia e autorizar uma nova intervenção militar”. Uma nova lógica imperialista (?) Em rápida pincelada: o país Sírio foi criado a partir dos “interesses do imperialismo inglês ao desmontar o império otomano, as fronteiras sírias foram definidas a partir do traçado da linha férrea que ligava Istambul a Beirute. Por conta disso, até hoje guarda profundas contradições entre os grupos étnicos e religiosos que permaneceram nas linhas traçadas num gabinete de Londres. Permaneceu como colônia francesa até 1946. 

Mas as tensões entre sunitas, xiitas, alauitas, drusos, curdos, cristãos, armênios e circassianos permanecem latentes. “Conhecemos a habilidade dos estrategistas militares para fomentá-las, reavivá-las. Recordemos como os ingleses agiram na independência da Índia, fomentando o Paquistão, os belgas reavivando tragicamente o conflito entre tutsis e hutus para manter o controle sobre a atual Ruanda. E a forma como destruíram o perigoso Estado Iugoslavo que ameaça sobreviver soberano na Europa do leste”. (Jornal Brasil de Fato, acessado em 13 de agosto, 2012) E o que dizer do Golpe no Paraguai? As investidas contra a América Andina: Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Equador.

 Repete-se hoje na Síria o que foi feito ontem na Líbia (?) ou acredita-se em ONG's tais como a (?) “democrática” Human Rights Watch a serviço do ainda império estadunidense. Não sei se é ou não coincidência, tal Ong, tem sede baseada em Nova York. É só um dado. Claro que não deposito qualquer confiança no regime da oligarquia dos Assad. Denuncia-se aqui que os atuais paladinos da democracia Ocidental (?) Querem impor um outro regime político, alinhado com a Casa Branca. Outra coincidência (?) O bom mulato Obama estimulou inicialmente os “protestos” na Líbia, alinhando-se com a oposição reacionária e depois armou os “rebeldes” que mais tarde serviram de força terrestre auxiliar da OTAN. 

Os meios de propaganda do império e suas ONG s transformaram as manifestações anti-Assad organizada pelos mercenários do Mossad, CIA, a Turquia e a Arábia Saudita em uma “insurreição de massas” contra um “déspota sanguinário”, assim como fizeram antes e durante o 12 de abril na Venezuela, quando prepararam e apoiaram o golpe militar contra Chávez! Há um arco de revisionistas e afins se deliciando com “as mobilizações contra a ditadura” na Síria como fizeram ontem na Líbia e antes em Cuba na crise dos balseiros, chegando a torcer para que a “revolução democrática” e os “ventos da primavera árabe” cheguem à ilha operária. A comunidade internacional está em xeque ou seria um xeque-mate? E o pós-Assad? Para a revista "The Economist": "A Síria após Assad será um perigo para seu próprio povo e seus vizinhos. Um banho de sangue sectário é um risco, armas químicas sem controle são outro, ondas de refugiados um terceiro. A Síria poderia se tornar o foco de rivalidade entre Irã, Turquia e o mundo árabe. A violência poderia sugar Israel ou espalhar-se pelo Líbano". Onde encontrar o Principio da Igualdade ? 

No século XIX, o intelectual francês Alexis de Tocqueville ficou fascinado com um aspecto particular da sociedade norte-americana: o princípio da igualdade. Evidentemente, Tocqueville referia-se somente à parcela da sociedade formada por pessoas do sexo masculino e da cor branca. Mas, mesmo assim, num mundo em que naqueles tempos os preconceitos raciais e sexuais estavam institucionalizados, o que Tocqueville viu nos Estados Unidos era surpreendente. O princípio da igualdade observado por Tocqueville é o sustentáculo da democracia. Tal Regime, a “Democracia” surgiu há mais de dois milênios na Grécia antiga. Nos tempos de Sócrates, Platão e Aristóteles os cidadãos de Atenas, uma das mais importantes cidades-estado gregas, podiam escolher diretamente seus governantes, através do voto, que, no original Grego é “poder do povo”... no caso da Síria, que 'povo' de fato quer o pós-Assad? Há impasses e omissões (Brasil incluso). Há um cenário assustador em curso: uma catástrofe humanitária vindo, vindo, vindo..!
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*Joilson Bergher, professor de História na Bahia, Especialista em Metodologia do Conhecimento Superior, Pesquisador independente do negro no Brasil, estudante do Curso de Filosofia / Uesb

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