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quinta-feira, 28 de junho de 2012

O PAPEL SOCIAL DO CRISTIANISMO NA HISTÓRIA



* Por João Paulo Pereira

Sentado em uma mesa de bar com dois amigos um Marxista e outro Marxiano, e observando um debate qualificado entre eles, já que se trata de dois dos maiores intelectuais da cidade e por quem nutro grande admiração, a respeito da construção de um novo mundo e os caminhos para se chegar a este objetivo, quando um deles resolveu fazer uma piada ou uma crítica velada ao Cristianismo, mesmo que eu por motivos alheios não estivesse no debate. Nesse momento me veio o pensamento de como essa construção é feita na academia, lembrei-me do tempo de universidade e como os meus professores viam o Cristianismo, cheguei em casa, dormir e acordei com a ideia de escrever sobre a trajetória do papel social da doutrina Cristã na história, até para provocar reflexões favoráveis ou não a discussão que pretendo levantar.



Recordo-me que em uma aula com uma professora também Marxista, e grande intelectual, surgiu um debate a cerca do caráter revolucionário do Cristianismo, e a mestre dizia que essa doutrina não foi revolucionária na história, me lembro de que discordei desta afirmação, dizendo que uma doutrina de pobres que nasce sob o julgo do Império Romano, a maior força política e militar da antiguidade, e em um período de dois séculos conseguiu conquistar culturalmente esse mesmo império se tornando religião oficial, e garantindo até os dias atuais a condição de maior religião do mundo, não pode deixar de ser considerada revolucionária, se assim fosse eu nunca havia entendido o conceito de revolução, já que o Cristianismo mudou as estruturas do mundo até então conhecido.

Veio a Idade Média com a desagregação do Império Romano e todas as suas instituições desapareceram na Europa Ocidental, entretanto, o Cristianismo representado pela Igreja Católica, instituição Cristã que surgiu com o advento da doutrina pelo império, e claro também vai sofrer transformações do seu caráter primitivo, já que absorve dialeticamente elementos do Helenismo Greco-romano, sobrevive à desagregação, e passa a ser a única fonte de ligação entre os dois mundos (antiguidade e medievalismo), ao mesmo tempo em que desenvolve filosoficamente e teologicamente os destinos deste novo momento histórico na Europa.

É a Igreja Católica que vai pensar e organizar o modo de produção feudal, nesse quesito é bom destacar que o feudalismo preconceituosamente classificado pelos historiadores positivistas, como sendo a idade das trevas, ideia passada por pensadores burgueses, Renascentistas, Liberais, Iluministas, que tinham como matriz o pensamento Cartesiano, que também acabou sendo a matriz para o Marxismo. Partindo deste pressuposto, cabe a provocação, ao contrario do que estes pensadores desenvolveram, com todos os problemas de exploração dos pobres, mesmo com a radicalidade da doutrina Católica que queimou pessoas na fogueira dos tribunais do Santo Ofício, ou Santa Inquisição, mas o feudalismo tinha como principio algo que o capitalismo destruiu definitivamente e o que é causador de tantos problemas na atualidade, o espírito solidário e coletivo. Entre os estamentos havia uma relação de solidariedade, é claro que havia diferenças entre Nobres, Clero, Servos, entretanto, a tradição humana vinha desde a Grécia Antiga com uma relação social baseada nas questões sanguíneas, nobres eram nobres por que descendiam da tradição familiar, os membros da Igreja também eram na maioria nobres, e os servos descendiam de famílias sem tradição história ou genealógica.

Sobre a Inquisição medieval, cabe uma discussão que a academia se furta a fazer, ela parte de um pressuposto teológico, baseado na Bíblia e na tradição religiosa Cristã, os indivíduos que estivessem possuídos pelo demônio só podiam ser purificados com o fogo, segundo Santo Agostinho teólogo e filósofo da Escolástica, era a única forma de salvar as almas destes indivíduos, e garantir o lugar no céu. Acreditava-se que desta forma estavam salvando uma pessoa e não matando ou punindo, Mikhail Bakhtin, em seu trabalho “Cultura popular na Idade Média e no Renascimento” descreve assim o ato da cremação humana durante a inquisição medieval, “acreditava-se que ali salvavam uma alma para Deus, neste momento aconteciam grandes festas que mantiveram vivos os festejos carnavalescos, durante a Idade Média, com bobos nas ruas, músicas e comemorações, era um momento de festejos”.

Por outro lado  é preciso lembrar que apenas os membros da Igreja Católica, sabia ler e escrever, logo não é díficil compreender que se hoje temos uma educação formal, isso aconteceu a partir da ação da Igreja que vai criar as escolas, as faculdades, incentivar as artes plásticas, a  produção  musical, a literatura medieval, a arquitetura, as ciências, em fim toda a produção cultural medieval, nasce desta Igreja e consequentemente do cristianismo, isso se coloca em linha de confronto com a literatura filosófica e política cartesiana, desenvolvida pela burguesia nascente durante a Idade Moderna e Contemporânea.

A corruagem da história vai passando e chegamos a Idade Moderna, aqui é preciso compreender o momento histórico para discutir o Cristianismo. O feudalismo dava sinais claros de esgotamento, surgiu no horizonte da história um novo agente social, a burguesia que era contraria a toda ordem feudal, e que buscava construir o seu  mundo, um novo mundo que fosse capaz de contemplar seus interesses de classe. A Igreja Católica até então, a única representação do Cristianismo, não compartilhava dos ideais burgueses e por conta disto o conflito era eminente, a Idade Moderna foi um período de transição política, econômica, social e cultural, estava a humanidade em um novo momento revolucionário, como foi a transição antiguidade, medievalismo e agora não era mais o cristianismo ou o catolicismo o protagonista, a luta era contra essa Igreja e Ela claro tinha que reagir.

A burguesia entrou de sola, seus teóricos, lembrem-se todos formados nas faculdades católicas, passaram a teorizar sobre um novo mundo em que não havia mas tanto espaço para o Idealismo Cristão, que gradativamente estava sendo superado pelo primado da razão, o espirito de solidariedade estamental católico, era substituido pelo individualismo burguês, o metalismo, e o mercantilismo aos poucos estavam assumindo o lugar que outrora era do feudalismo, mas o pensamento católico continuava forte por toda a Europa e essa burguesia percebe que precisa também de uma religão que atendesse aos seus interesses.

Surge então no bonde da história a Reforma Protestante, que trocando em miudos foi uma ação da burguesia na construção de uma religião cristã que tinha no campo da teologia, a mesma discussão que a burguesia no campo da filosofia e da ciência. Vieram Martinho Lutero, João Calvino, Ulrico Zuínglio, o Rei Henrique VIII, John Wesley entre outros, essa nova doutrina cristã, aponta para a aceitação da ordem burguesa, e princípios claros de adequação do cristão ao modelo social, político e econômico que estava sendo gestado pela nova classe, a burguesia, e aí o livro de Max Weber, “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” aponta para essa perspectiva. É bom lembrar que neste momento da história o protestantismo faz parte de um movimento revolucionário, e dialético.

O relato acima, aponta para um confronto entre as correntes cristãs, de um lado o Catolicismo feudal, do outro o Protestantismo capitalista, surge um momento de conflito dentro da história do Cristianismo, a Igreja Católica buscando a sobrevivencia, iniciou a contrareforma católica, a partir do Concílio de Trento, onde o Catolicismo passa a enfrentar o crescimento do Protestantismo pela Europa, sobretudo, em países como Portugal, Espanha e Italia, onde a Companhia de Jesus, o Index, o retorno dos Tribunais do Santo Oficio, a Santa Inquisição, passaram a ser usados para impedir a ascenção das ideias protestantes. Se estabelece na Europa um momento de guerra religiosa, onde protestantes e católicos disputaram espaços sociais, religiosos e culturais por meios de massacres intensos.
Com a  consolidação do modo de produção capitalista, tanto a Igreja Católica, quanto o Protestantismo buscaram seu lugar ao sol, tentaram uma adaptação ao novo modelo de desenvolvimento, mas o mundo burguês que para os grandes pensadores Iluministas e Liberais acreditavam estarem criando o mais belo momento da vida humana, muito rapidamente mostrou suas verdadeiras garras, já no século XIX a situação dos trabalhadores, pobres, lupens era das mais crueis possíveis, por toda a Europa e pelo mundo espalhava-se a opressão, exploração, fome, guerras, o capitalismo não media esforços para acumular riquezas para bem poucos, exploravam e exploram os recursos naturais de forma predatória, faziam guerras, seifavam vidas, tudo em busca da acumulação desenfreiada de riquezas através do lucro.

Surgem aí as correntes do pensamento que a partir do método dialético propuzeram uma nova ordem social, baseado na igualdade fundamental entre os homens, que a históriografia chamou de Socialismo, Comunismo, tendo como príncípio os textos de Marx e Engels. Também surgiu os pensadores Anarquistas, que deram uma importante contribuição a luta dos trabalhadores por todo mundo. E o Cristianismo não demorou a voltar a ser protagonista da história pois no final do século XIX, seguindo uma tendencia política, o Papa Leão XIII, escreveu a Rerum Novarum, uma encíclica que se torna o ponto de partida para o surgimento da doutrina social da Igreja, inicialmente a enciclica não aponta para a superação do capitalismo, faz críticas ao socialismo, adimite a propriedade privada dos meios de produção, mas criticando a situação dos trabalhadores nesse primeiro momento da Revolução Industrial exige a humanização das condições de trabalho e de vida da classe trabalhadora.

O século XX inaugura um novo momento na história do Cristianismo, primeiro por que surgem outras correntes religiosas baseadas na Fé Cristã, surgem o Kardecismo na França e Suiça, aqui na América desde o período escravista os negros vão produzir religiões fundindo preceitos do católicismo com as religiões de matrizes africanas, gerando vários cultos. E sobretudo, entre as duas principais ramificações do Cristianismo vai acontecer uma inversão histórica, o protestantismo que outrora foi revolucionário, ajudando a burguesia a tomar o poder político, econômico e sócio-cultural, superando o feudalismo, agora passa a condição de religião do sistema. O católicismo a partir da Rerum Novarum passa a discutir com mais ênfase a luta pela construção de uma sociedade mais justa e fraterna, principalmente na América Latina, e teólogos deste continente passam a desenvolver a Teologia da Libertação, motivando Clerigos e Cristão Leigos a se organizarem e a lutar pela construção definitiva do Reino de Deus aqui na Terra.

 Os primeiros passos para essa nova fisionomia da Igreja Católica e de setores do Protestantismo,  foram os encontros do Vaticano II, depois Medellín e Puebla, nesses encontros a Igreja assume a opção preferencial pelos pobres e  jovens, e a Teologia da Libertação ganha espaço internamente na Igeja Católica, no meio Protestante a maior expressão no Brasil é o Pastor Caio Fabio. A partir deste momento vamos ter na América Latina um movimento crescente de religiosos, clerigos e leigos, assumindo as lutas pela libertação dos povos, surgem as Cebs (Comunidades Eclesiais de Bases),  as pastorais militantes que surgem na década de 60 do século passado, e ganham corpo em todo o país, padres, que assumiram a luta dos trabalhadores, pregando o Cristo vivo, que se compadece dos gritos de seu povo e que veio para transformar a realidade mostrando o caminho para a construção de uma nova sociedade baseada nos preceitos éticos do Cristianismo.

 Este movimento ganhou força durante a ditadura militar no Brasil, e década de 80 do século XX, foi importante nas consquistas sociais nesse período em toda a América Latina, engrossou as fileiras contra o imperialismo Norte Americano, mesmo sendo combatido pelo Vaticano, que manteve uma posição conservadora e mantem até os dias atuais. Tantos os setores avançados do Protestantismo capitaneados pelo Pastor Caio Fabio, quanto os setores progressistas da Igreja Católica, onde militavam nomes como Frei Leonardo Boff, Gustavo Gutierres, Clodovis Boff, Frei Beto, D. Pedro Casaldáliga, D. Mauro Morelli, D.Hélder Câmara, D.Paulo Evaristo Arns, Frei Tito, D.Óscar Romero, Frascisco Julião, Roseli Nunes, entre outros nomes que fizeram parte deste movimento, contribuiram muito para que a classe que vive do trabalho tivessem conquistas importantes na história deste continente, e foram estes movimentos que construiram os governos de centro esquerda que hoje permeiam o poder nas Americas Central e do Sul nesse início de novo século.

 Por outro lado, no início da década de 60 do século passado, outro movimento cristão começa a aparecer também, e sobretudo, ganhando muita força política e religiosa, é o pentecostalismo norte americano, e a partir daí passa a se espalhar por todo o continente. Esse movimento, ao contrario do movimento da Teologia da Libertação, vê a fé  Cristã, como algo individual, baseado no pensamento medieval, acredita que ser cristão é cumprir toda a ritualística Calvinista e Wesleiana de não beber, não fumar, não dançar, e de não participar das coisas do mundo, pois assim economiza dinheiro, conquistando a salvação em Deus, como foi pregado lá no princípio da reforma religiosa, “quem não se enriquecer através do trabalho não entrará no  reino do céu”. O pentecostalismo, ganha grande espaço nas igrejas, sejam católicas, com a Renovação Carismática, ou protestante com as chamadas Igrejas Renovadas Pentecostais.

 Na década de 90 do século XX, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, entra em declinio, o presidente Gorbachev, criou a Perestroika e a Glasnost, é o fim do socialismo Russo, em seguida toda a estrutura socialista do planeta entre em crise, cai o muro de Berlim, a China cria um modelo de economia mista, Cuba se aprofunda numa crise economica incontrolável, o capitalismo com o neoliberalismo assume definitivamente o destino do planeta, e  todo movimento social de esquerda no planeta sofre um refluxo muito grande, a ideia de socialismo é passada como algo ruim, conservador, falido, os partidos de esquerda por todo o mundo passam a implementar políticas de centro, buscando a instauração do estado de bem estar social, como alternativa ao neoliberalismo, os poucos que se mantem socialistas são engolidos pela mão invisível (o mercado), o Estado de Direito, se torna refém do livre mercado, a cultura passa a ser um produto na prateleira, se transforma em coisa, como havia dito Karl Marx, as relações humanas vão se deteriorando gradativamente, o Planeta Terra, começa a dá sinais de esgotamento por não mais suportar a exploração dos recursos naturais na loucura capitalista pela produção do lucro.

Gostaria de ressaltar que o socialismo real, que aconteceu na antiga URSS, e nos países de sua área de influência não  pode se configurar como a ideia do socialismo cientifíco, pois no poder instalou-se uma burocracia ou tecnocracia, que não permitiu a radicalização da democracia como é a proposta do pensamento socialista de Marx e Engels.


 Todo este estado de coisas, afeta também o Cristianismo, que a partir da década de 1990,  passa a se preocupar com a salvação individual, o refluxo sócio-político e o dominio definitivo da economia pelo mercado, determina os rumos do Cristianismo também, no Vaticano o poder se concentra nas mãos dos setores mais conservadores da Igreja Católica, que procura a partir de então manter vivo os dogmas que formam a espinha dorçal da Fé Católica, diante de um mundo cada vez mais secularizado. A Igreja Tradicional Protestante que nas décadas anteriores avançaram rumo a Teologia da Libertação, buscando até uma relação ecumênica, sucumbi aos ventos do Pentecostalismo conservador, o Vaticano passa a estimular o crescimento da RCC, pela América Latina, com ênfase no Brasil.

 Esse é um breve retrato, da trajetoria do Cristianismo, na história da humanidade, entretanto, fica claro que essa doutrina milenar não pode ser secundarizada nas discursões acadêmicas e políticas, pois de qualquer forma contribuiu e contribui definitivamente para o debate a cerca das transformações pelas quais o mundo passou e ainda tem muito a contribuir, não dá para os setores que ainda acreditam numa transformação  social rumo ao socialismo, apontar o cristianismo como o inimigo, a luta verdadeira é contra o capitalismo, esse é o inimigo a ser derrotado, como o texto mostra o cristianismo é um aliado, a ética Cristã, tem como princípios fundamentais, a solidariedade, a fraternida, a justiça e o amor, estes que são princípios fundamentais também para construção de uma nova ordem social, o do Reino definitivo de Deus, ou um mundo socialista, como escreveu o ex Frei e teólogo Leonardo Boff “o cristão tem o dever de mostrar que o  verdadeiro socialismo é o cristianismo vivido integralmente na justa participação dos bens e na igualdade fundamental, longe de rejeitá-lo saibamos aderir a ele como uma forma de vida mais conforme com nosso tempo e mais adaptada ao espírito de Evangelho.”

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* PEREIRA, João Paulo - Historiador formado pela UESB, espacialista em Gestão  Educacional pela Faculdade Regional de Filosofia, Ciencias e Letras de Candeias, Professor da Pública Estadual em Vitória da Conquista e da Rede Pública Municipal, no Municipio de Anagé-Bahia.

terça-feira, 26 de junho de 2012

O capitalismo retoma na America Latina antigo artificio: Golpe!


* Por Herberson Sonkha

Sempre argumentei que vivíamos da migalha política de quem nos detesta! Sempre há uma "tolerância" do capitalismo para com governos bonzinhos que não propõe mudanças radicais que comprometa o crescimento vertiginoso do lucro. O limite da bondade é a retomada dos índices de crescimento exorbitantes da mais valia.

Todo governo que buscar aprofundar as mudanças, fortalecendo o tecido social, organizar trabalhadores, negros, mulheres, índios e pautar a moralidade no setor público e privado sofre com as intervenções judiciosas e militares. “Deixa passar, deixe fazer”, não há crises de natureza moral na reprodução do capital, mesmo que seja por dentro do Estado com a anuência de governo.

Ao analisar o funcionamento do capital ao longo da história, observo que existe uma trégua intrínseca nas engrenagens opressoras do capital, justamente para saídas de emergência nas inter-crises ao longo dos ciclos [curtos e médios] de crises econômicas, pois, são utilizadas sempre que necessárias para interromper as crises para salvar seus investimentos incólumes nas economias capitalistas neoliberais... Um armistício! 

O preço do crescimento das forças de esquerda na América Latina é vigilância ideológica e do direito operativo positivista tão bem utilizada pelos capitalistas. Portanto, a fatura chegou bem mais cedo do que prevíamos... Precisamos reorganizar as forças à esquerda para impedir uma nova onda de golpes na América Latina! Não há regimes democráticos sem exploração! A democracia se alimenta do infortúnio dos oprimidos!

Um sistema político que possa articular as forças transformadoras passa pela releitura da ditadura do proletariado! É claro que não é,  e nunca foi, nenhuma das experiências pós década de 20 do século XX. Há muitas discordâncias em relação ao que se verificou nos regimes egressos dos partidos comunistas sob a égide do stalinismo ou qualquer outro regime  sucessor do partidão no mundo, no Brasil, especialmente, na América Latina.

Mas, este modelo de governo denominado de democracia não existe, principalmente quando se observa o caráter formal do mesmo percebe-se um hiato entre o direito formal e material, pois, são incompatíveis.

A democracia liberal burguesa foi muito bem observada por Marilena Chauí ao analisar criticamente a teoria democrática de Boaventura de Souza Santos: “As flagrantes dicotomias presentes na estrutura social, tais como a gritante diferença de poder econômico entre classes ou o próprio “esquecimento” daqueles que à classe nenhuma pertencem, fazem-nos parar e refletir acerca dos caminhos que pretendemos seguir ou até que ponto tais caminhos ao final nos farão chegar, fazendo-nos reavaliar se os atalhos que aparentemente encurtam nosso trajeto valem mesmo a pena serem trilhados diante dos riscos de nos perdermos neles” (Apud, Garofano)

Paulo Salin Maluf: Na lista de Corrupção Internacional do Banco Mundial



No dia 15 de Junho de 2012, Paulo Maluf foi um dos quatro brasileiros incluidos pelo Banco Mundial, juntamente com os banqueiros Edemar Cid Ferreira e Daniel Dantas, em uma lista de 150 casos internacionais de corrupção. O Projeto do Banco Mundial em parceria com o ONU, chamado de "The Grand Corruption Cases Database Project", contém casos em que foram comprovadas movimentações bancárias ilegais de pelo menos 1 milhão de dólares. [48][49]Cronologia Política


Em 1964, tornou-se vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, sendo empossado em 30 de março, um dia antes da queda do presidente João Goulart. Neste período, iniciou a amizade com Delfim Netto, o mesmo que lhe indicaria para a presidência da Caixa Econômica Federal em 1967. Ao término de seu mandato sobre a entidade, foi nomeado Prefeito de São Paulo em 1969 e Secretário dos Transportes em 1971. Em 1976, foi eleito presidente da Associação Comercial de São Paulo e alcançou o Governo do Estado de São Paulo em 1979. Eleito Deputado Federal três vezes: Em 1982 e 2006, com a maior votação do país; e em 2010 com quase meio milhão de votos. Eleito prefeito de São Paulo em 1992. Colecionou 10 derrotas: 4 para o governo paulista: 1986,1990,1998,2002; 4 para a prefeitura da capital paulista: 1988,2000,2004,2008; e 2 para a presidência da República: 1985 (indireta) e 1989. Maluf comemorou em 2007, 40 anos de vida pública, tendo ocupado na mesma 6 cargos de extrema participação política os quais culminaram na corrente populista de direita denominada Malufismo.
[editar]Presidente da Caixa Econômica Federal (1967-1969)
Maluf tomou posse como presidente da entidade em 13 de maio de 1967, quando tinha 35 anos. Inovou o organismo que era considerado uma velharia, que apenas oferecia um instrumento de poupança. Necessitando de novos horizontes, Maluf introduziu novidades: Talão de cheque, ISS, IPTU, ICMS, Imposto de Renda, contas de água, luz, gás e telefone. Sendo assim, a Caixa Econômica Federal equilibrou-se em 1967, e apresentou grandes lucros em 1968. Maluf inovou também ao criar o processo de empréstimo para a casa própria. Assim, ao invés de lavrarem-se escrituras no tabelião, fazia-se a escritura particular impressa sem ônus para o tomador. Durante sua gestão abriram-se linhas de poupança com correção monetária que a Caixa Econômica Federal não havia. O órgão centenário, em sua administração, realizou em financiamentos o que não havia feito em um século. Desta maneira, foi nomeado Prefeito do Município de São Paulo.
[editar]Prefeito de São Paulo (1969-1971)


Em sua primeira passagem pela prefeitura de São Paulo, Maluf priorizou a construção de grandes obras viárias, como a Marginal Pinheiros[3]
Maluf foi nomeado prefeito de São Paulo para o período de 1969 a 1971, por indicação do presidente da República Costa e Silva e com o apoio de Delfim Netto a contragosto do governador do estado Abreu Sodré, que preferia indicar o seu Secretário de Fazenda, Luís Arrobas Martins. Mas durante uma reunião na sede do governo paulista, Martins fez críticas ao poder central. O conteúdo da reunião chegou a Brasília e o governador precisou trocar de candidato e nomeou Maluf.[4]
Sendo engenheiro, Maluf sempre priorizou as obras de grande porte e visibilidade, sendo a principal o Minhocão, muito criticada pelo fato de ter causado desvalorização aos diversos prédios que margeavam o viaduto e por ter deteriorado o bairro de Santa Cecília, região central da capital paulista.[5][6]
No ano de 2006, foi feita uma enquete por parte do periódico Jornal da Tarde, que apontou que mais de 90% da população da região aprova o Minhocão, mas que ele deveria passar por revitalizações.[7]
Outra obras de Maluf em sua primeira passagem pela prefeitura foram dezenas de pontes e viadutos,em um total de 78, tais como:Antártica, Morumbi, Grande São Paulo, Engenheiro Antônio de Carvalho Aguiar e Júlio de Mesquita Filho; além de cerca de 85% das avenidas marginais dos rios Pinheiros e Tietê.
Além disto, construiu importantes avenidas, como: Avenida Engenheiro Caetano Álvares (ao lado do Jornal O Estado de São Paulo) , Avenida Gastão Vidigal (ao lado do Ceagesp), Faria Lima , Radial Leste , Cupecê, Juntas Provisórias, Ricardo Jafet, Santos Dumont, Braz Leme, Bandeirantes, Inajar de Souza, Anhaia Melo e Salim Farah Maluf. Duplicou as avenidas: Ibirapuera, Rudge, Doutor Arnaldo, São Miguel, Interlagos, Francisco Morato e Marquês de São Vicente. Criou também todas as alças da 23 de Maio. Construiu a Ligação Leste-Oeste sob a Praça Roosevelt e o Túnel São Gabriel, na região de Santo Amaro. Além disto deixou concluído grande parte do Complexo Viário das avenidas Rebouças e Major Natanael.
Neste período, começou a escavação da Avenida Jabaquara, para a construção do Metrô de São Paulo. Trouxe ao Brasil, a máquina Shield apelidada pela população com o nome Tatuzão, a qual passou em 40 metros de profundidade por importantes trechos do Centro Velho de São Paulo para que fosse possível a edificação da linha Norte-Sul que começava por Santana, sendo construída através de ponte.
Maluf inaugurou o Hospital Municipal do Tatuapé, que estava sendo construído desde o governo de Adhemar de Barros, mas que foi equipado em sua gestão.[8]
Durante o seu mandato como prefeito de São Paulo, Maluf presenteou, mediante lei aprovada pela Câmara de Vereadores, os jogadores da Seleção Brasileira de Futebol que disputaram e ganharam a Copa do Mundo de Futebol de 1970 com um Fusca. Durante anos respondeu a um processo judicial sendo inocentado em 2006.[9]
[editar]Secretário dos Transportes (1971-1975)
Tão logo concluiu seu mandato de prefeito, Maluf foi Secretário de Transportes do governo do estado de São Paulo na gestão Laudo Natel (1971-1975). Durante esse período, inaugurou a primeira etapa do metrô de São Paulo, a Linha Norte-Sul (chamada hoje de "Linha 1 - Azul"), que opera desde o dia 14 de setembro de 1974 e que estava sendo construído desde 1968. Além disto, instalou os primeiros trens da Fepasa, unificando as ferrovias do Estado de São Paulo. Como secretário, também acelerou a construção das Rodovias Imigrantes e Bandeirantes. Deu início a duplicação das Rodovias Anhanguera e Washington Luís. Em 1974, tentou ser indicado candidato ao Senado, mas o presidente Ernesto Geisel já havia escolhido Carvalho Pinto (que seria derrotado por Orestes Quércia), o que levou Maluf a desistir. Retomou suas atividades na Associação Comercial e, em 1976, foi eleito presidente da entidade. Em 1978 foi eleito Homem Visão 78 pela já extinta Revista Visão.
[editar]Governador de São Paulo (1979-1982)


O Terminal Rodoviário do Tietê é o maior terminal viário da América Latina e foi inaugurado em 1982 na gestão de Paulo Maluf [10]
Em 1977, começou a articular para chegar ao governo de São Paulo. Maluf apostara na candidatura à Presidência do Ministro do Exército, Sílvio Frota, que pertencia à linha-dura do Regime Militar. O presidente Geisel, que apoiava o general João Batista Figueiredo, demitiu Frota em 12 de outubro de 1977. Sem esperança de ser indicado pelo presidente, Maluf visitou todos os 1.261 delegados que votariam na convenção da ARENA. Em abril daquele ano, Geisel escolheu Laudo Natel que, confiante, sequer procurou os delegados. Na convenção da ARENA, em 4 de junho de 1978, Maluf cumprimentava todos os arenistas chamando-os pelo nome e venceu por 617 votos, ante os 589 obtidos por Natel. Disputou então a vaga no Colégio Eleitoral como candidato oficial da Arena, e, sem concorrente, foi eleito governador do Estado de São Paulo em 1 de setembro de 1978, mesma data em que Amaral Furlan preencheu a vaga de senador "biônico" nos termos da legislação vigente.
Como governador, cerca de 30 anos antes da descoberta de petróleo no litoral paulista, fez uma tentativa de encontrar petróleo no estado de São Paulo, com a criação de uma estatal chamada Paulipetro, através da assinatura de um contrato de risco com a Petrobras, que fracassou. Segundo o Departamento de Engenharia de Petróleo, "o tempo foi muito curto, de 1980 a 1982, para que os esforços do governo paulista aparecessem, pois o processo de prospecção é longo e depende quase sempre de várias tentativas de perfuração no mesmo lugar". De qualquer maneira, alguns poços escavados em que o petróleo não foi encontrado foram aproveitados pela Sabesp para captação e distribuição de água em alguns municípios do interior. Maluf acrescenta que a estatal Petrobras gastou 20 bilhões na procura de petróleo e fracassou, enquanto seu governo gastou 300 milhões, ou seja, 1.5%.
Em termos de saneamento básico, inaugurou obras da Sabesp na capital e interior, sendo as mais importantes os primeiros interceptores de esgotos no Rio Pinheiros, o Sistema Cantareira,que é responsável pelo abastecimento de água de 10 milhões de habitantes, a primeira fase da Estação de Tratamento de Esgotos de Barueri e a terceira fase da Estação de Tratamento de Água do Guaraú. São também realizações do Governo Maluf a expansão da linha Leste-Oeste de Metrô (a atual Linha 3 - Vermelha), constituída pelas estações: Pedro II, Bresser-Mooca, Belém e Tatuapé (para leste) e Anhangabaú, República e Santa Cecília (para oeste). Esta última estação foi concluída no governo seguinte que finalizou os 10% que restava. Construiu a Rodovia dos Trabalhadores (renomeada em 1994 como "Rodovia Ayrton Senna"), a Rodovia Mogi-Bertioga, a Ponte do Mar Pequeno, o Terminal Rodoviário Governador Carvalho Pinto(conhecido como Terminal Rodoviário do Tietê) e, em parceria com o Ministério da Aeronáutica, o Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos (renomeado em 1999 como Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro,concluído após o fim de sua gestão, em 1985), e no qual o seu governo realizou um aporte financeiro menor do que o acordado inicialmente com a Aeronáutica. Iniciou as usinas hidrelétricas de Nova Avanhandava, Porto Primavera, Taquaruçu, Três Irmãos e de Rosana. Inaugurou e equipou o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas.
Colocou as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar na rua, reforçando a segurança da capital e da Grande São Paulo. Houve um incidente, durante seu governo, fartamente explorado pela oposição: O episódio na Freguesia do Ó, houve choques entre apoiadores e opositores de Maluf durante uma manifestação pública de cunho antimalufista, fato este que foi objeto de uma CPI inconclusiva na Assembleia Legislativa paulista.
Em 1981, Maluf cria a Eletropaulo, após seu governo comprar a parte paulista da Light. A empresa era considerada uma das cinco maiores fornecedoras de energia elétrica do mundo. Foi privatizada na gestão de Mário Covas, na década de 1990.
No governo de Paulo Maluf, a VASP foi pivô de um grande escândalo. Assim, em agosto de 1980, a Assembleia Legislativa do estado criou uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para apurar denúncias de irregularidades na administração da VASP. Vários problemas foram encontrados, entre eles o desaparecimento de 2,7 milhões de litros de combustível, explicada por Calim Eid, chefe da Casa Civil, em razão da "evaporação natural", sumiço de peças de reposição, concorrências fraudulentas, falsificação contábil, distribuição de milhares de bilhetes aéreos e uso político da empresa. Maluf ampliou a rede de transmissão da TV Cultura de 8 para 51 estações e mais 83 repetidoras.
Também marca o seu governo a tentativa frustrada de construir uma nova capital para o estado, que se chamaria Anchieta. A emenda à Constituição estadual necessária para tal fim foi rejeitada pela Assembleia Legislativa em meados de 1980.
Maluf trasladou, em 1982, para o Monumento do Ipiranga, os restos mortais da 2ª imperatriz do Brasil, Dona Amélia de Leuchtenberg. Criou a Secretaria Estadual de Cultura. A pedido da ex-primeira dama Sara Kubitschek, doou 50 milhões de cruzeiros para a construção do Memorial JK, situado na cidade de Brasília.
Durante seu mandato o município de São Paulo foi administrado por Reynaldo de Barros a quem Maluf indicou como seu candidato a governador em 1982. Concorrendo pelo PDS, Barros perdeu a eleição num pleito disputado também por Rogê Ferreira do PDT, Jânio Quadros do PTB, Luiz Inácio Lula da Silva do PT e André Franco Montoro do PMDB, este último o vitorioso.
Maluf jamais trocou de partido, embora a sigla tenha mudado ao longo dos anos: de ARENA para PDS (em 1980), que mudou para PPR (em 1993), que virou PPB (em 1995), e que desde 2003 é denominado Partido Progressista, PP.
[editar]Deputado federal (1983-1987)


João Figueiredo e Maluf.
Em 1982 renunciou ao governo do estado dando lugar ao vice-governador José Maria Marin, para disputar uma vaga de deputado federal sendo eleito com 672.927 votos, sagrando-se o mais votado da história do país até 2002 quando o médico Enéas Carneiro obteve 1.573.642 votos.[11] Na Câmara dos Deputados (1983-1987) foi contra a emenda Dante de Oliveira, que propunha eleições diretas para Presidente da República em 15 de novembro de 1984 e mesmo tendo comparecido a apenas quatro votações, articulou sua primeira candidatura à Presidência da República via Colégio Eleitoral derrotando Mário Andreazza, então Ministro do Interior, por 493 votos a 350 votos na convenção nacional do PDS realizada em 11 de agosto de 1984. Conhecido o resultado, Maluf tornou-se candidato a Presidente da República tendo como vice-presidente o deputado federal piauiense Flávio Marcílio, há anos fazendo política no Ceará, estado ao qual representava na Câmara dos Deputados.
Tal resultado, porém, causou descontentamento entre os "andreazzistas" e gerou contrariedade para o presidente João Figueiredo. A vitória de Maluf foi o estopim para que os dissidentes governistas se alinhassem ao oposicionista Tancredo Neves, algo evidenciado pelo apoio de nomes como o do vice-presidente Aureliano Chaves, dos senadores José Sarney, Marco Maciel e Jorge Bornhausen, além de Antônio Carlos Magalhães. Destes, Sarney foi indicado vice-presidente na chapa oposicionista e se filiou ao PMDB em 13 de agosto de 1984 e os demais estruturaram a dissidência da Frente Liberal, embrião do Partido da Frente Liberal (fundado em 24 de janeiro de 1985, hoje Democratas).
Melhor articulados os adversários de Paulo Maluf formaram a Aliança Democrática derrotando-o por 480 votos contra 180 e 26 abstenções.[12] Tancredo Neves, entretanto, não chegou a tomar posse e em seu lugar assumiu o vice-presidente José Sarney, dando início à chamada Nova República e governou o país entre 1985 e 1990.
[editar]Derrotas em eleições majoritárias (1986-1990)
Meses após ser derrotado no Colégio Eleitoral Paulo Maluf retornou à cena política como um dos artífices da vitória do ex-presidente Jânio Quadros (PTB) sobre o senador Fernando Henrique Cardoso (PMDB) na disputa pela prefeitura de São Paulo, num resultado que desmentiu os prognósticos dos institutos de pesquisa.
Porém o esperado apoio do PTB à sua candidatura ao governo de São Paulo em 1986 não aconteceu, visto que a legenda lançou o nome do empresário Antônio Ermírio de Moraes, com quem Maluf polemizou durante toda a campanha. Devido a esses ataques, Orestes Quércia fortaleceu-se e foi eleito governador. Ficando em terceiro lugar, Maluf decide concorrer pela primeira vez à prefeitura de São Paulo pelo voto direto, em 1988.
Outro revés em sua carreira aconteceu em 1988 quando perdeu a eleição para prefeito de São Paulo para a deputada estadual Luiza Erundina.[13] Em 1988 não havia o dispositivo do segundo turno em eleições majoritárias, algo que só passaria a viger após publicada a Constituição Federal com aplicação a partir de 1989, ano das primeiras eleições diretas para presidente em quase trinta anos. Referendado candidato a presidente pelo PDS após derrotar em convenção o prefeito de Florianópolis Esperidião Amin, Maluf partiu para a campanha ficando em quinto lugar, atrás de nomes como os de Mário Covas e Leonel Brizola.[14]
No segundo turno das eleições presidenciais de 1989, Maluf hipotecou seu apoio a Fernando Collor, que derrotaria Luiz Inácio Lula da Silva. Na sua campanha presidencial defendeu em ato público penas mais rigorosas para estupro seguido de homicídio, por meio da frase "Tá bom, está com vontade sexual, estupra mas não mata!", que acabou veiculada nos meios de comunicação como uma apologia ao estupro e não como uma condenação a tão horrendo crime.
Em 1990 venceu o primeiro turno das eleições para o governo de São Paulo, sendo derrotado na rodada final por Luiz Antônio Fleury Filho do PMDB,apoiado ostensivamente pelo governador Orestes Quércia, além de contar com importantes apoios no PSDB e no PT, como a ex-prefeita Erundina. Foi a sua quinta derrota em cinco anos, a quarta em eleições diretas.
[editar]Retorno à prefeitura de São Paulo (1993-1996)


Tomada aérea do Complexo Viário Ayrton Senna - maior conjunto de vias subterrâneas de São Paulo[15]
Após sete anos de reveses Maluf ganha a eleição para a prefeitura de São Paulo em 1992 derrotando o senador Eduardo Suplicy (PT) em segundo turno. Contribuíram para a sua vitória a imagem de tocador de obras, de realizador e a sua facilidade de comunicação, ao passo que seu adversário não possuía a mesma empatia de comunicação (em especial na televisão) e estava concorrendo na condição de candidato situacionista tendo que defender as realizações e os erros da administração Luiza Erundina, correligionária de Eduardo Suplicy.
Em seu segundo mandato como prefeito alcançou o maior índice de aprovação da história de São Paulo, com cerca de 93%, porcentagem assentada em especial nos projetos sociais implantados por ele como o Cingapura[16] e o Leve Leite, além da reestruturação do sistema de saúde através do PAS (Plano de Atendimento à Saúde). Este plano de saúde ofereceu a partir de 1995, operações de laqueadura e vasectomia gratuitamente. Para conseguir dinheiro para obras, Celso Pitta, secretário de finanças, emite títulos públicos, alegadamente para pagamento de precatórias, cujos recursos entretanto são desviados, endividando a prefeitura muito acima do limite suportável.[17]
Criou leis polêmicas, porém com apoio popular - como a que proíbe o fumo nos restaurantes[18] e a lei do cinto-de-segurança, tornando-o obrigatório - [19] que colocou São Paulo na vanguarda, sendo posteriormente ampliada para todo o país, inclusive no Código Nacional de Trânsito aprovado por Fernando Henrique Cardoso.
Realizou o Programa Bairro-a-Bairro, no qual equipes da prefeitura se instalavam em determinadas regiões da cidade e dedicavam-se na solução dos problemas daquela localidade. Executou também o Programa Guarapiranga, visando solucionar problemas em lotes irregulares e despoluindo o rio que abastece o município. Criou a Secretaria do Verde e Meio-Ambiente, a qual plantou 1 milhão de árvores na cidade.
Além disso, Maluf realizou novas obras viárias por toda a cidade, gerando vários empregos temporários na construção civil, mas contribuindo para o aumento da frota de automóveis em circulação. Privatizou a CMTC, fazendo com que a prefeitura não jogasse no ralo do desperdício 500 milhões de dólares por ano.
Retomou as obras viárias da gestão de Jânio Quadros que foram interrompidas por Luiza Erundina.[20] Uma delas é o Túnel Presidente Jânio Quadros (em homenagem ao ex-presidente). Além deste, foram construídos mais 7 túneis [21] como o Sebastião Camargo, Tribunal de Justiça, Mackenzie, Ayrton Senna, e Maria Maluf. Também construiu a Passagem Tom Jobim,a Passagem Sena Madureira, e a Passagem Doutor Eurycledes de Jesus Zerbini (que faz parte do Complexo Viário Eusébio Matoso, juntamente com a Ponte Bernardo Goldfarb); a Avenida Jacu-Pêssego, a Avenida Águas Espraiadas, hoje Roberto Marinho, que teve várias denúncias de superfaturamento; Fez também a Ponte Júlio de Mesquita Neto, a Avenida Escola Politécnica, a Avenida Nova Faria Lima, e o Complexo Viário Escola de Engenharia Mackenzie (também conhecido como Sacomã). Em quase todas as obras houve denuncias de superfaturamento e corrupção, nunca comprovadas. Também construiu os viadutos República da Armênia,da Moóca, José Colassuono, e Cassiano Gabus Mendes.
Na questão de transporte coletivo, construiu os terminais de ônibus: João Dias, Vila Nova Cachoeirinha, Parque Dom Pedro II, Praça da Bandeira, Penha, e Cidade Tiradentes. Iniciou o de Princesa Isabel e o da Capelinha.
Foi o primeiro prefeito no Brasil a instalar computadores nas escolas públicas, com 15 mil máquinas distribuídas em 400 laboratórios.
Terminou o seu mandato com a marca histórica de ter sido o melhor prefeito que São Paulo já teve de acordo com pesquisa do Instituto Datafolha[22]
[editar]Declínio e eleição para deputado federal

[editar]A indicação de Celso Pitta
Após o término de seu mandato como prefeito de São Paulo, Maluf procurou lançar um sucessor. Cogitou-se vários nomes para a vaga, como Delfim Netto, Antônio Ermírio de Moraes, Olavo Setúbal e Adib Jatene[23]. Porém, a tentativa do lançamento dessas candidaturas fracassou, então Maluf consultou o marqueteiro político Duda Mendonça. Foi feito um debate entre os possíveis nomes entre eles secretários de seu governo. Decidiu-se então que Celso Pitta, secretário de finanças na época, era o mais indicado para a disputa devido a sua eloquência e presença marcante.[24] Pitta venceu o segundo turno para a prefeitura em 1996, com uma esmagadora diferença de votos para Luiza Erundina que saíra do PT após a derrota migrando para o PSB. Durante a campanha, Maluf veiculou no horário eleitoral a seguinte frase: "Votem no Pitta e se ele não for um grande prefeito, nunca mais vote em mim". Pitta foi considerado o pior prefeito que São Paulo teve com índices de rejeição na casa dos 80%.[25] Pouco depois, em 1999, Maluf e Pitta romperiam seus laços políticos e a controversa atuação desse último à frente do cargo acabou por prejudicar gravemente a imagem de Maluf.
[editar]Disputa de engenheiros
Em 1998, Maluf começou com o pé-direito a campanha para governador. Alcançou 32% do eleitorado no primeiro turno, e Mário Covas(PSDB) obteve 22,9% dos votos. O ponto vital para a campanha de Maluf declinar foi um importante debate realizado pela Rede Bandeirantes, onde Maluf entrou com 7 pontos de vantagem sobre seu opositor e saiu com 7 pontos de desvantagem.[26] Covas se valeu do passado de Maluf, como a ligação do mesmo com os militares da época da ditadura e sua omissão diante das Diretas Já. A disputa terminou em 55% dos votos para Covas e 45% para Maluf. Também foi acusado de ter uma filha fora do casamento e foi pedido um exame de DNA, o qual comprovou que era mentira a suposta paternidade.[27] Outro fato que atrapalhou sua campanha foi o caso Frangogate, no qual Maluf também foi inocentado.
[editar]Perdendo novamente para o PT
No ano 2000, Maluf resolveu se candidatar a prefeitura de São Paulo, mesmo obtendo rejeição de 66% dos paulistanos enquanto em 1996 a marca era de 11%. Os principais candidatos que enfrentou foram: Marta Suplicy (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Luiza Erundina (PSB) e Romeu Tuma (PFL).
Ao longo da campanha, Maluf travou um fervoroso combate com a candidata Marta Suplicy do PT. Seus principais projetos eram bandeiras usadas em 1996 na campanha de Pitta: Pas, Cingapura e Leve-Leite. Em um dos debates Maluf se irritou com Marta ao declarar que a candidata se valia de insultos para se sobressair, então chamou a candidata de desqualificada. Marta fez um escândalo e disparou a frase: "Cala a boca, Maluf!".[28] Os institutos de pesquisa na época apontavam Marta com 70% e Maluf com 30%, mas o resultado final foi Marta 58.51% e Paulo Maluf 41.49%.
[editar]Restrito ao primeiro turno
Nos anos vindouros o capital político de Maluf refluiu a ponto de o mesmo ter sido alijado do segundo turno nas eleições para o governo de São Paulo em 2002, mesmo tendo começado a campanha com 40% de intenções de voto. O grande ponto para o seu descenso foi a ausência no debate entre os candidatos realizado pela Rede Globo. Geraldo Alckmin do PSDB, surgiu como uma opção de direita para frear a notável subida do PT, que tinha como candidato José Genoíno, o qual começou a campanha com 11%. Alckmin venceu Genoíno no segundo turno por 57% a 42%.
Persistente, em 2004, Paulo Maluf, agora pelo PP, resolve se candidatar a prefeitura de São Paulo. Começa a disputa com 24% de intenções de voto no primeiro lugar, empatado com José Serra (PSDB) e Marta Suplicy(PT). Todavia, a intenção de votos a Maluf caía a medida que Serra disparava na campanha alcançando o segundo turno contra a candidata a reeleição, Marta Suplicy. Maluf termina com 12%. Desta vez, Serra vence a eleição, derrotando a petista por 55% contra 45%.
[editar]Resultados eleitorais recentes


Paulo Maluf, em Avaré, no dia 24 de agosto de 2010
Diante da necessidade de recompor sua influência, abdicou de uma nova disputa pelo Palácio dos Bandeirantes em 2006 e candidatou-se a deputado federal mesmo tendo uma rejeição parecida a de 2000 na casa dos 65% porém acabou sendo eleito com a maior votação do país com 739.827 votos segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral.[29] Em 24 de julho de 2007 foi eleito presidente do diretório paulista do PP, demonstrando sua influência no partido.
Apesar das últimas derrotas em eleições majoritárias, Paulo Maluf concorreu mais uma vez, em 2008, à prefeitura de São Paulo,após ganhar a indicação do Partido Progressista com 90% dos votos, contra 6% do deputado Celso Russomanno e 4% de abstenções. Propôs a construção de uma Freeway na cidade, ou seja, auto-pistas sobre o Rio Tietê e sobre o Rio Pinheiros. A ideia não teve aceitação popular chegando a ser chamada de mirabolante[30] pela Revista Veja São Paulo.
Desta vez, recebeu apenas 5.91% dos votos válidos, ficando na quarta posição.[31] Perdeu para Gilberto Kassab (DEM),Marta Suplicy (PT), e Geraldo Alckmin (PSDB) .
Após perder a eleição, Maluf declarou a Rede Bandeirantes que pretendia se lançar candidato ao governo de São Paulo em 2010. No entanto, declinou da tentativa, lançando-se à reeleição como deputado federal pelo PP, sendo eleito com 497.203 votos.
Paulo Maluf surpreendeu eleitores quando declarou em agosto de 2009 que ele próprio atualizava sua página no site Twitter.[32]
No dia 22 de maio de 2011, Maluf foi reconduzido à presidência estadual do PP, em chapa única, deixando em aberto a questão sobre sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo, para as eleições de 2012.[33]
No entanto, em março de 2012, Maluf emitiu nota justificando por que desistiu de disputar a eleição para a sucessão municipal paulistana. [34] No dia 18 de junho deste ano, Maluf oficializou apoio ao candidato do PT para a prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.[35]
[editar]Denúncias e prisão

Preso em 2005 pelo Delegado de Policia Federal Protogenes, acusado de intimidar uma testemunha, permaneceu na cárcere sede da Polícia Federal de São Paulo de 10 de setembro a 20 de outubro de 2005 (totalizando 40 dias). Este episódio ocorreu após as graves denúncias de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção e crime contra o sistema financeiro (evasão fiscal). O STF julgou que a prisão de Paulo Maluf era juridicamente ilegal, pois sua saúde seria frágil para permanecer preso, autorizando assim a sua saída da prisão.[36] Os jornais denunciaram à época que apesar da saúde "frágil", Maluf no dia seguinte foi encontrado comendo pastéis e tomando chope em Campos do Jordão.[37] Atualmente, Paulo Maluf é deputado federal.
O Superior Tribunal de Justiça condenou em 2006 Paulo Maluf a pagar uma multa de R$1,2 milhão pela contratação irregular da TV Globo para cobrir a Maratona de São Paulo.[38]
A Justiça brasileira possui uma série de documentos que indicam uma movimentação de US$ 446 milhões em contas em nome de Paulo Maluf no exterior. Tendo, inclusive, seu genro admitido à Justiça que movimentou recursos ilegais nestas contas.[39]
No momento, uma única sentença condenatória transitada em julgado, de Direito Civil, pesa sobre Maluf: o político e cinco co-réus foram condenados a restituir ao Estado de São Paulo o montante perdido pelo episódio Paulipetro, em ação popular movida pelo hoje desembargador Walter do Amaral. Em valores de 2008, a parte que cabia a Maluf era de 716 milhões de reais. Embora não caiba mais apelação ou recurso, a execução da dívida - nos termos do processo 00.0245122-0 junto à décima-sexta vara federal do Rio de Janeiro, impetrado por Amaral - se encontra sujeita a vários agravos e medidas cautelares, e a própria condenação ainda pode ser esvaziada de efeito em função de uma ação rescisória (AR 4206) junto à primeira turma do STJ, no momento sob a relatoria do ministro Arnaldo Esteves Lima. O valor envolvido é mais de dezoito vezes o patrimônio declarado de Paulo Maluf em 2010, segundo a Transparência Brasil.
[editar]Jersey
Paulo Maluf é acusado pela justiça brasileira de ter uma vultosa conta no paraíso fiscal das ilhas Jersey.[40] Em 10 de junho de 2006 o jornal Folha de S. Paulo revelou que a polícia da ilha de Jersey, paraíso fiscal no canal da Mancha, bloqueou contas com cerca de US$ 200 milhões de Paulo Maluf e seus familiares..[41][42][43]
[editar]Interpol
Em março de 2010, seu nome foi incluído na difusão vermelha da Interpol, por solicitação dos Estados Unidos.[44] Seu filho, Flávio Maluf, também está na lista de procurados.[45] Por isso, ele pode ser preso em 181 países.[46]. No dia 20 de março, o jornal O Globo divulgou uma nota relatando que Maluf teria sido expulso de seu partido, o Partido Progressista, o que foi desmentido pelo presidente nacional da legenda, Francisco Dornelles.[47]
[editar]Lista de Corrupção Internacional do Banco Mundial
No dia 15 de Junho de 2012, Paulo Maluf foi um dos quatro brasileiros incluidos pelo Banco Mundial, juntamente com os banqueiros Edemar Cid Ferreira e Daniel Dantas, em uma lista de 150 casos internacionais de corrupção. O Projeto do Banco Mundial em parceria com o ONU, chamado de "The Grand Corruption Cases Database Project", contém casos em que foram comprovadas movimentações bancárias ilegais de pelo menos 1 milhão de dólares. [48][49]

Choque nd América Latina: um dois insistência mesmos Atores



Paraguai: a transnacional Monsanto foi protagonista da destituição de Lugo



* Por Goobar WALTER

O governo de Fernando Lugo já havia sofrido a ameaça de impeachment em 23 ocasiões anteriores e por muitas razões diferentes. A maioria destas operações de desgaste contra o ex-bispo e presidente, foram favorecidos por seu vice-presidente Federico Franco, uma espécie de Cleto Cobos Guarani distanciou-se politicamente de Lugo começou logo após o mandato presidencial, a 28 de abril de 2008.


Sabendo que não tinha os votos do Partido Liberal Radical Autêntico (Prla), além do Partido Colorado, fundado pelo ditador Alfredo Stroessner, "repetidamente Vice-Presidente Franco foi para a sede do governo para tentar extorquir dinheiro ameaçando Lugo impeachment, Franco não escondeu que queria ser presidente, se ele não o fez antes é que os Reds não se presta a manobra, porque eles tinham a sua própria estratégia de atrito.

Desta vez, a convergência de três jogadores nas sombras um sinistro de soja multinacional Monsanto, a oligarquia fazendeiro paraguaio e hierarquia da Igreja Católica, fez o Partido Colorado para mudar sua estratégia, permitindo que o impeachment de menos de dez meses da eleição presidencial prevista em que seu candidato, o fazendeiro e empresário Horacio Cartes soja aparece posicionado como vencedor seguro.

Não está excluído que o vermelho, representando os interesses de grandes proprietários opt para o Paraguai preventiva de golpe contra a suposta ameaça de camponeses sem terra que viram as suas aspirações de uma reforma agrária que Lugo prometeu e nunca entregues. Talvez eles temiam que o avanço do despossuídos na ocupação de territórios antes de deixar a presidência do ex-bispo, mas o fato é que golpe institucional iminente por trás de um plano para criminalizar, levar ao ódio extremo, todas as organizações camponeses para empurrar a terra para o uso exclusivo do agronegócio.

Nessa situação, o confronto em Curuguaty (no estado de Blas Riquelme, um proprietário de terras ligada ao Partido Colorado) pode ter sido causado para desencadear o processo de impeachment que culminou na sexta-feira com a demissão do presidente.

Apenas sabotagem interna dentro dos quadros de inteligência policial, com a cumplicidade do Ministério Público, disse que a emboscada, que matou seis policiais.

Não entendo como altamente treinados policiais como parte do Plano Colômbia, poderia facilmente cair em uma armadilha preparada pelos agricultores alegados, levaram a acreditar que a imprensa como um aliado para expressar choque.

Os soldados reagiram e mortos a tiros os camponeses, matando 11, deixando cerca de 50 feridos. Entre os mortos estava o chefe de polícia GEO, Erven Comissário Lovera, irmão do tenente-coronel Alcides Lovera, chefe de segurança do presidente Lugo.

Neste contexto, o assassinato do irmão do chefe de segurança presidente era, obviamente, uma mensagem direta a Fernando Lugo, cuja cabeça seria o próximo alvo. Além disso, tanto o procurador que investigou o massacre, como o Poder Judiciário e da Polícia Nacional, é controlada por acordos de cooperação da USAID, a agência de ajuda dos Estados Unidos.

Apesar dos muitos avisos de muitos parceiros, dentro e fora do Paraguai, Lugo assumiu a tarefa de consolidar a força social heterogêneo, em 2008, subiu para a presidência. Sua influência sobre o Congresso foi bastante baixa, um ou dois senadores, enquanto superestimando a capacidade de mobilizar para a boa governação para a sua gestão.

Ao longo de seu mandato conseguiu muitas concessões à direita, como anti-terrorismo leis promulgadas a pedido da Embaixada dos EUA, que culminam em uma conferência que é um dos mais corruptos do continente e terminou em uma farsa demiti-lo simulada julgamento político que violou todas as normas do devido processo legal.

Segundo o jornalista e autor de Herdeiros de Stroessner, Idílio Mendez Grimaldi, a multinacional Monsanto tem desempenhado um papel central no golpe de Estado contra Lugo.

Em 21 de outubro de 2011, o Ministério da Agricultura, liderado pelo liberal Enzo Cardozo, deu aprovação provisória para GM sementes de algodão Bollgard da Monsanto BT, para o plantio comercial no Paraguai. Protestos de camponeses e organizações ambientais não fiquem à espera. O gene da presente algodão é misturado com o gene da thurigensis Bacillus, uma bactéria tóxica que mata certas pragas de algodão, como as larvas do gorgulho, um besouro que deposita seus ovos no casulo de tecido.

O Nacional de Qualidade e Saúde Vegetal e Sementes, SENAVE, outra instituição do Estado paraguaio, liderada por Miguel Lovera, se recusou a registrar semente transgênica tal nos registros arvenses, faltam os pareceres do Ministério da Saúde e Ministério do Meio Ambiente.

Durante os meses seguintes, a Monsanto, por meio do sindicato da Produção, PMU, intimamente ligada à Zuccolillo Group, que publica o jornal ABC Color, lançou uma ofensiva feroz contra SENAVE e seu presidente por não se inscrever para a semente transgênica uso comercial em todo o país.

A contagem regressiva crítica parece ter bateu em cima de uma nova denúncia por um SENAVE seudosindicalista, chamado Silvia Martinez, que acusou a 07 de junho Lovera de corrupção e nepotismo no órgão, que atravessa o ABC Color. Martinez é a esposa de Roberto Cáceres, representante técnico para várias empresas agrícolas, incluindo Agrosán, recentemente adquirida por 120 milhões dólares pela Syngenta, um outro crime, todos os membros da PMU. Na sexta-feira 15 de Junho, coincidindo com uma exposição anual organizado pelo Ministério da Agricultura, a Monsanto entrou com outra variedade de algodão, duplamente transgênico BT e RR ou resistentes ao Roundup, um herbicida fabricado e patenteado pela Monsanto. A alegação de os EUA transnacional no Paraguai foi a inscrição da semente transgênica, como aconteceu na Argentina e outros países. No entanto, o ministro da Saúde contra Lugo.

O Paraguai é um dos países mais desiguais do mundo. Aqui reina a PMU, apoiado pelo setor financeiro eo agronegócio transnacional que nunca escondeu a aprovação ganho de sementes da Monsanto, a qualquer custo.

Diario Miradas al Sur

Fusão Lula e Maluf: exemplo de uma vantagem não muito competitiva


Foto de Lula: José Cruz/ABr | Foto de Maluf: Arquivo ABr (Fotomontagem)  

* Por Marcos Morita


Quais motivos, vantagens e eventuais problemas podem decorrer de alianças e parcerias? Que cuidados tomar para não se meter numa saia justa, comprometendo sua imagem?


A surpreendente política brasileira mais uma vez nos proporcionou momentos impagáveis na semana passada. Uma foto que ficará para a história, tirada na casa do ex-prefeito de São Paulo, mostra um Lula bastante sorridente e à vontade, observado ao fundo pelo perplexo e cabisbaixo Haddad. Do outro lado, o sorriso sempre cínico e maroto, característico de Paulo Maluf, completava a cena bizarra.



Tal acordo se baseia numa teoria defendida pelo ex-presidente, o qual pretende tornar conhecido o semidesconhecido ministro da Educação, investindo na mídia de massa através do horário eleitoral gratuito, repetindo o feito de Dilma. Com a parceria, a coligação já apelidada de Malddad, composto pelos sobrenomes de Paulo e Fernando, ganhará cerca de 90 segundos adicionais para tentar convencer os paulistanos.


Não obstante a retórica e a ideologia - ou sua total ausência - dos políticos e seus partidos, sobre as quais prefiro não me aprofundar, acredito que este acontecimento pode trazer algumas lições ao mundo empresarial. Quais motivos, vantagens e eventuais problemas podem decorrer de alianças e parcerias? Que cuidados tomar para não se meter numa saia justa, comprometendo sua imagem?


Em suma, empresas se associam para obterem diferenciais e vantagens, as quais podem vir na forma de novos mercados, produtos, tecnologias, modelos de negócio, escala de produção, oportunidades ou até mesmo retaliação. Em suma, o objetivo é criar condições para um ambiente competitivo mais favorável. A ideia básica pode ser resumida no conceito de sinergia, no qual o todo é maior que a soma das partes.

O pesquisador americano Jay Barney, em artigo publicado no Journal of Management, apresentou um modelo denominado como VRIO, o qual pode ser utilizado para listar as motivações de uma parceria. Com base nesta teoria, uma empresa obteria uma vantagem competitiva sustentável quando seus recursos, ativos e capacidades puderem ser classificados como valiosos, raros, difíceis de imitar e explorados pela organização. Vejamos dois exemplos.

Acesso à tecnologia e mercados: a parceria firmada entre Toyota e GM, criando a empresa NUMMI, tinha como objetivos fornecer acesso ao sistema de produção enxuta da montadora japonesa, lean manufacturing, em contrapartida a criação de uma planta no maior mercado consumidor mundial. Troca de ativos e recursos valiosos, raros e difíceis de imitar, os quais foram mais bem explorados pela montadora japonesa, conforme prova a história recente.

Oportunidades: muitas vezes o acaso colabora para o destino. Quem diria que os inimigos quase mortais Perdigão e Sadia, os quais travaram batalhas nas gôndolas e nos comerciais de televisão, um dia estariam sob o mesmo teto? Uma aposta financeira errônea fez com que a então líder Sadia fosse às cordas. E imaginar que alguns anos antes tentou comprar a rival por meio de uma oferta hostil. Chance única para a Perdigão ganhar escala, tornando-se líder quase monopolista em diversos setores. Algo valioso, raro e difícil de imitar.

Adquirentes costumam contratar firmas de auditoria e consultoria, conduzindo investigações sobre a situação legal, contábil e financeira da adquirida. Este processo, também denominado como Due Diligence, cobre diversas áreas, tais como societária, fiscal, trabalhista, marcas e patentes, dentre outras. Quando bem realizado e conduzido, costumam trazer maior segurança e transparência aos envolvidos.

Voltando ao caso ocorrido nos jardins da mansão do ex-prefeito em bairro nobre de São Paulo, podemos analisar o tempo conseguido no horário eleitoral como um ativo valioso, raro e difícil de imitar, uma vez que o tempo é estabelecido por meio da participação dos partidos na cena política. Apesar de atender os requisitos propostos por Jay Barney, acredito que a coligação esdrúxula trará pouca ou nenhuma vantagem competitiva ao PT. Talvez estes sejam os 90 segundos mais caros da vida de Lula e seu companheiro Haddad. Outubro está logo aí.

O medo global _ por Eduardo Galeano



Os que trabalham têm medo de perder o trabalho.
Os que não trabalham têm medo de nunca encontrar trabalho.
Quem não tem medo da fome, tem medo da comida
Os automobilistas têm medo de caminhar e os peões têm medo de ser atropelados.
A democracia tem medo de recordar e a linguagem tem medo de dizer.

Os civis têm medo dos militares, os militares têm medo da falta de armas, as armas têm medo da falta de guerras.
É o tempo do medo.
Medo da mulher à violência do homem e medo do homem à mulher sem medo.
Medo dos ladrões, medo da policia.
Medo da porta sem fechadura, ao tempo sem relógios, ao menino sem televisão, medo da noite sem pastilhas para dormir e medo do dia sem pastilhas para despertar.
Medo à multidão, medo da solidão, medo ao que foi e ao que pode ser, medo de morrer, medo de viver. 

'Perto do Lula, sou comunista', diz Maluf


Moacyr Lopes Junior - 19.jun.2012/Folhapress     
Maluf (à dir.) com Haddad e Lula em  sua casa em evento para selar aliança do PP com PT


* Por Mônica Bérgamo*



O ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PP) recebeu a Folha ontem em seu escritório para mostrar as fotos de seu calendário com autoridades internacionais, como o papa João Paulo 2º e os ex-presidentes americanos George Bush e Bill Clinton.

Falou também da já célebre imagem com o ex-presidente Lula em sua casa e do apoio ao candidato do PT, Fernando Haddad, à prefeitura. Um resumo da conversa:

"Lula diz não se arrepender 'nem um pouco' de aliança com Maluf
Erundina ficou enciumada com Lula em minha casa, diz Maluf
Mônica Bergamo: Álbum de Maluf tem Covas, FHC, Lula e Pelé"



A FOTO
O que teve foi o seguinte: a mídia toda foi furada, inclusive a Folha. Publicavam sempre que o PP já estava fechado com o PSDB. Mas eu nunca fui consultado. Mandei aviso à imprensa de que, naquele dia, anunciaria em minha casa o nome de quem iria apoiar.
Quando abriu o portão, [os jornalistas] encontraram a mim e ao Lula. [rindo] Se sentiram provavelmente desinformados. Caiu o mundo.
Mas não caiu mundo nenhum. Em 2002, nós apoiamos o Lula [para presidente] e o [José] Genoino [candidato a governador de SP] no segundo turno. Em 2004, apoiei a Marta [Suplicy, candidata a prefeita].

MARTA SUPLICY
Ela não reclamou do meu apoio [em 2004], ficou feliz da vida. Nunca ouvi ela falar mal de mim. Mas eu entendo a Marta. Ela julgava que seria candidata a prefeita [neste ano]. Se fosse, ela teria sido agraciada com nosso apoio.

APOIO A JOSÉ SERRA
O Serra esteve em casa duas vezes --uma delas, há três semanas, com o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que é meu amigo. Conversamos sobre tudo. Mas não deu certo [o acordo com o PSDB]. O Serra é bem vindo na minha casa dez vezes. Mas eu não sou eu, eu sou um partido. Tem deputados federais, estaduais, vereadores.

GABRIEL CHALITA
Da mesma maneira o Chalita [candidato do PMDB a prefeito] é bem vindo. Ele almoça em casa, janta em casa, está sempre comigo em Brasília. O Chalita é amigo da gente.

LULA CONSTRANGIDO
Fechado o acordo com o PT, fizemos um almoço em casa, algumas pessoas compareceram. E o Lula foi convidado. Constrangido? Ao contrário, ele estava alegre e feliz. Eu que inibi o presidente, 'não fala, presidente', por causa do problema na garganta.

ANTIGOS ADVERSÁRIOS
Quem mudou? O Lula assumiu em 2003 sob a desconfiança de que era um Fidel Castro brasileiro. Achava que ele tinha que ter estágio no governo brasileiro até para o povo se decepcionar com ele. Mas, da maneira que exerceu a Presidência, diria que ele está à minha direita. Eu, perto do Lula, sou comunista.
Eu não teria tanta vontade de defender os bancos e as multinacionais como ele defende. Quando ele tira imposto dos carros, tira da Volkswagen, da Ford, da Mercedes. Quando defende sistema bancário, defende quem? Os banqueiros.
Eu, Paulo Maluf, industrial, estou à esquerda do Lula. De modo que ele foi uma grata revelação do livre mercado, da livre iniciativa.

DILMA E ALCKMIN
Em 2014, a minha chapa vai ser Dilma [Rousseff] para presidente e Geraldo Alckmin para governador. Ela está sendo uma excepcional presidente, além de todas as expectativas. E Alckmin está sendo muito bom governador.
Somos parte do governo federal, através do Ministério das Cidades, e aqui em São Paulo, com dois diretores da CDHU [companhia habitacional]. Na Assembleia Legislativa, votamos com o governador. Acabou a eleição, o que interessa é que haja governabilidade.

APOIO AOS TUCANOS
Apoiei o [Mario] Covas no segundo turno [ao governo em 1994]. Ele foi lá, na sede do PPB, pedir apoio. E ganhou por diferença tão pequena que, se eu estivesse do outro lado, perdia. Em 1998, apoiamos FHC, que teve 51%. Se não fosse meu apoio, ia para o segundo turno contra o Lula.

*COLUNISTA DA FOLHA 26/06/2012 - 05h30
Para reflexão, indicamos a leitura da entrevista, publicada 10 dias antes deste fenômeno..

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