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sexta-feira, 1 de junho de 2012
A MIDIA E A BESTIALIZAÇÃO SOCIAL
junho 01, 2012
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por
Vinícius...
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* Por João Paulo Pereira
Todos os dias a população brasileira é bombardeada com uma série de noticias que na maioria das vezes são passadas pela metade para o povo, passando só aquilo que interessa as classes dominantes nacionais e internacionais, nos últimos anos fomos compelidos a ouvir e acreditar em um monte de denuncias que na maioria das vezes ficou no esquecimento ou não teve um desfeche, pois nada se provou contra ninguém e aí a nossa mídia sempre presente passa ideologicamente a ideia “que no Brasil tudo acaba em pizza”, e o povo alegremente passa a usar o velho jargão como uma verdade absoluta. Aí vêm as novelinhas “inocentes”, que para o imaginário inconsciente coletivo, retratam a sociedade, quando na realidade há muito tempo tem moldado as relações socioculturais do povo brasileiro, tendo como fundamento os ideais de uma elite que domina nossa história desde que nos tornamos uma nação.
Nas últimas décadas a interferência da grande mídia na sociedade se tornou muito maior e mais efetiva na construção incansável dos modismos, que vem determinando e dominando o ambiente social. Atualmente, independente da idade, ou da condição social, houve uma homogeneização da sociedade, todos pensam as mesmas coisas, vivem do mesmo jeito, diferenciando é claro pela capacidade de consumo, infelizmente ainda vivemos no capitalismo, gostam das mesmas coisas, a exemplo da música, produzida pela mídia e não mais pelos artistas, que digam de passagem de péssima qualidade, tantos os artistas quanto às músicas. Vestimos as mesmas coisas, comemos a mesmas coisas, claro também guardada a condição de consumo de cada individuo.
Temos um mundo realmente homogêneo nunca na história a humanidade global foi tão parecida, entretanto, fica o questionamento até que ponto isso é bom ou ruim? Na minha perspectiva isso é ruim, pois se trata de um processo histórico de dominação da consciência coletiva globalizada, do domínio total da ideologia burguesa, como já havia sido apontado por Marx e Engels,quando discutiram o processo de coisificação social e cultural, e mais tarde ampliado o conceito por Wilhelm Reich, com a compreensão da neurose coletiva, ao mesmo tempo em que defendeu que viveriamos a partir do pleno desenvolvimento das forças produtivas do capital um processo de imbecilização coletiva.
No Brasil a utilização da mídia teve início com o governo Vargas, pois a radio nacional, serviu como instrumento propagador da imagem do presidente sobretudo, e do governo, assim com Hitler fez para propagar as ideias do Nazismo na Alemanha do Terceiro Reich. Com o caminhar da história a ditadura militar percebeu que tudo podia se transformar em um instrumento e aí a mídia brasileira passa a assumir um papel político importante, a música com a Jovem Guarda, o futebol, a televisão, e tudo que podia ser manipulado e manipular passaram a exercer o papel de reprodutor da ideologia burguesa, atingindo de forma muito eficiente todos os setores sociais, e exercendo um domínio político onde tudo que se pensa no país passa pela vontade das elites dominantes.
Mas esse domínio não se dá apenas nos setores que vivem a partir do senso comum, nos centros acadêmicos e até na militância político partidária é perceptível o domínio ideológico da burguesia. Nossos partidos de esquerda, que deveriam estar fazendo uma revolução ao chegar ao poder, foram subtraídos pelo Estado de Direito, e desenvolvem políticas que agradam as elites com o objetivo de permanecerem no poder, perderam o sonho da construção de uma sociedade socialista, e esse processo se dá em função da absorção do pensamento burguês que vende a ideia de que o capitalismo é soberano e indestrutível o que definitivamente afetou de forma contundente setores hegemônicos da esquerda brasileira e mundial após a perestroika e glasnost e a queda do muro de Berlim, causando um refluxo do movimento popular, que passaram a se preocupar com a manutenção da empregabilidade após o advento do neoliberalismo e do desemprego estrutural.
Por outro lado, os setores que ainda se julgam revolucionário, e se rotulam guardiões da moralidade política e herdeiros do marxismo revolucionário, são usados pela ideologia burguesa como inocentes úteis, parafraseando Lênin, seu raivismo, seu desejo de mudanças, se tornam instrumentos para dividir o movimento popular, as elites cientes da conjuntura política a que estamos submetidos, aprenderam que é só lançar a denuncia, que nossos companheiros revolucionários fazem o resto, se jogam numa cruzada pela moralidade e ética na política atacando a todos, mesmo que não se prove nada contra ninguém, e de forma raivosa atira todo mundo na vala do comum, ampliando o velho conceito burguês de que “todo político é igual”, “são todos ladrões”, e aí a nossa maravilhosa REVISTA VEJA, se tornou a referencia para esse desejo irracional de vingança dos nossos revolucionários.
Portanto, estamos completamente submetidos à ordem burguesa, sua ideologia, determinam todas as ações sociais, culturais, políticas, econômicas. Perdemos a capacidade de produzir pensamentos, e hoje é mais que necessário que os setores que ainda sonham com outro mundo, assumam definitivamente o papel de transformadores, e o primeiro passo para isso é fazer todo dia uma revolução interna, acordar todo dia pela manhã e se perguntar, o que eu fiz ontem contribuiu para mudar o mundo? Minha relação com meu vizinho ontem foi humanizada e respeitosa? No meu espaço de trabalho atuei como alguém que de fato consegue romper com a ideologia dominante? Ontem a minha relação com a natureza foi de preservação ou consumo irracional? Minhas relações com o mundo tem sido transformadora?
São perguntas que com certeza nos fará refletir sobre a nossa condição humana, e sobre o nosso compromisso com a transformação deste estado de coisas, que hoje dominam e determinam nossas vidas. E as respostas a estes questionamentos nos darão base para repensar nosso papel na história e no mundo, e aí estaremos nos transformando, e automaticamente, nossa ação consciente buscando a ruptura com a ideologia burguesa, estará plantando a semente da novidade.
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Genial e infelizmente certeiro texto...a avaliação de Weber em ampliar os fatores para poder, riqueza e prestígio demonstram as forças operantes no domínio e transformação da sociedade em mero “comum”...afinal...sujeitos pensantes...mas “não diferentes”...são mais fáceis de serem direcionados...um texto meu sobre A Sede do Capital q tbm está nesse blog...trata um pouco disto na perspectiva de Engels e Marx sobre os efeitos da alienação...PARABÉNS!!! pelo texto e...q façamos uma autorreflexão para...quem sabe...descobrir novos e realmente produtivos caminhos...
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