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terça-feira, 29 de outubro de 2019
O "Arquipélago dos Cânticos" e o septuagésimo quarto aniversário do Lula em Conquista
outubro 29, 2019
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por
Vinícius...
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*por Herberson Sonkha
Por ocasião da comemoração do septuagésimo quarto aniversário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, excepcionalmente preso, esse dia foi tomado pela militância como agenda oficial do Partido dos Trabalhadores em todo o país. A ideia central é mostrar a cada munícipe nos quatro cantos desse país que a prisão injusta, ilegal e inconstitucional do ex-presidente Lula é parte de um golpe – contra a classe trabalhadora e as populações em situação de risco – e seu desfecho culminaria com a retirada definitiva do ex-torneiro mecânico do páreo – por ser favorito – nas disputas eleitorais de 2018.
O sindicalista ideologicamente barbudo – preferia assim – é oriundo de um dos mais importantes sindicatos da classe trabalhadora na América Latina desde o final dos anos 70 – antes, durante e depois do nefasto regime ditatorial que instituiu a ditadura civil-militar sanguinolenta no Brasil via golpe de Estado (1964-1985). O sindicato dos metalúrgicos do ABC Paulista cumpriu papel importante no combate sistemático ao generalato fascista caudatário de regime criminosamente torturador e assassino.
A inciativa no final de mandato dessa executiva fecha com chave de ouro uma gestão coroada de êxitos. Realmente foi louvável a disposição porque mostrar que o partido saiu do imobilismo criado pela bolha direta para as ruas, praças e espaços coletivos que sempre foi o lugar de fala da militância comunista do partido.
Chegamos atrasados à atividade comemorativa do Partido dos Trabalhadores na Feira do Alto Maron chamada para este dia (27), por que estávamos (Eu e Marcelo Neves) numa conversa longa na casa do Professor Marcelo Neves discutindo sobre o seu mestrado. Uma conversa sobre o PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) da UNEB de viés à esquerda, na perspectiva de garantir p empoderamento intelectual e cientifico da classe trabalhadora e das populações em situação de múltiplas vulnerabilidades.
Vislumbrávamos nesse dialogo a possibilidade efetiva de consolidação dos mecanismos institucionais da UNEB na radicalização da democracia participativa dentro e fora da instituição. A finalidade dessa institucionalidade acadêmica na sociedade é manter a capilaridade necessária para contribuir cientificamente com a formação cognitiva teórico-prática avançada da classe trabalhadora e das populações subalternizadas.
Já eram quase 13 horas e nem imaginávamos que a conversa ainda estivesse fluindo abundantemente na feira, sendo regada com cerveja – da estrela vermelha – estupidamente gelada. Aliás, para a nossa grata satisfação ainda estava rolando por lá questões relacionadas a análise de conjuntura municipal. Encontramos por lá valoroso(as) companheiros(as) como Suzana Ribeiro, Katia Prates, Anita Mazzei, Júlio Emiliano Oliveira e o indefectível trotskismo de JBergher e Cláudio Felix e mais algumas poucas pessoas que não me recordo o nome – me desculpe.
Obvio que já era fim de feira e muita gente legal havia passado por lá e ido embora, só restava quem queria colocar a conversa sobre os últimos acontecimentos sobre a sucessão municipal em dia. O clima dialógico e o entusiasmo de Júlio Emiliano Oliveira e Joilson Bergher eram contagiantes. Não poderia ter sido melhor, pois o camarada JBergher como sempre presenteou-me com o livro “Forja de Impérios” do escritor Michael Knox Beran[1].
Lembrando que JBergher é um leitor voraz de filósofos e historiadores que tem ascendência nas ciências políticas, sobretudo porque tem graduação em história, filosofia e atualmente é estudante do mestrado em Relações Étnicas em Jequié, num programa de pós-graduação ligado matricialmente à URFJ. JBergher é um entusiasta incorrigível que buscar forma público de leitores, daqueles raros semeadores da literatura que vivem a estimular a leitura crítica presenteando bons livros. Isso me remete ao poeta baiano do seculo XIX de Salvador, Antônio Frederico de Castro Alves que um ano antes de fazer a passagem nos legou um dos mais belos e estimulantes poemas: “Espumas Flutuantes”:
“Oh! Bendito o que semeia.
Livros à mão cheia.
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n'alma.
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!”. (ALVES, 1870)
O poeta, crítico literário e tradutor pernambucano Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho, ilustre participante da geração de 1922, percursor do Modernismo no Brasil cujo poema “Os sapos” abriu a Semana de Arte Moderna de 1922, consagrou Castro Alves como o “único e autentico condor nesse Andes bombástico da poesia brasileira”. Machado de Assis se referiu a ele como sendo "nacionalista, poeta social, humano e humanitário". Afrânio Peixoto o chamaria de "um talento vulcânico, o mais arrebatado de todos os poetas brasileiros"[2].
José de Alencar vai nos dizer "palpita em sua obra o poderoso sentimento de nacionalidade, essa alma que faz os grandes poetas, como os grandes cidadãos”[3]. Outros nomes de peso na literatura brasileira de relevante reconhecimento dos críticos literários- a exemplo de Luís Gama, Nabuco, Ruy Barbosa e José do Patrocínio – dizem que ele foi o maior poeta da abolição. Não é a toa que Maria Bethânia dedicou um belíssimo trabalho chamado "Cadernos de Poesia"[4] em que ela declama e canta "O Navio Negreiro". Tornou-se um clássico por que expõe as mazelas da sociedade escravocrata e isso ainda está muito presente na sociedade contemporânea. Ainda convivemos com essa maldita herança cultural escravocrata escrutada no comportamento das elites, profundamente marcada pelo racismo estrutural, institucional, religioso e outras manifestações mais sutis de racismo.
O historiador e pesquisador Armando Souto Maior vai nos dizer que Castro Alves é, ao mesmo tempo, o escritor que retrata em sua poética a chegada da poesia romântica, e o é aquele que anuncia em sua poesia com imagens e ideias políticas e sociais tão presentes no realismo. Ele vocaliza os problemas estruturais socioeconômicos e políticos criado historicamente pelo modelo de sociedade que legitimou os estatutos da escravidão. O semeador de livros de nosso tempo é um intelectual orgânico da classe trabalhadora jequieense que adotamos como Conquistense. Não poderia fazer outro reconhecimento em deferência ao comunista trotskistas JBergher que não fosse dessa maneira.
E o livro reflete parte de um ciclo de diálogos contínuos no MCOESO que por certo, incendiará as mentes mais brilhantes desse coletivo, oxigenando o debate com a finalidade de ampliar em profundidade as nossas leituras e discussões sobre a natureza do Estado, da Sociedade Civil e de Regimes de Governos após a Revolução liberal burguesa na França de 1789. Essa é a proposta do livro, ampliar o foco de investigação com uma análise comparativa atualíssima que busca identificar elementos sócio-históricos no itinerário ideopolítico desses três estadistas do século XIX – Abraham Lincoln, Otto von Bismarck e o tsar Alexandre II.
Beran destaca que esses homens promoveram verdadeiras transformações num curto espaço de tempo de uma década, ao libertar 10 milhões de pessoas, reformar as estruturas de Estado herdadas do ancien régime de seus respectivos países. Para o autor houve modificações substanciais no modus operandide governar: “Lincoln libertou os escravos negros nos EUA, Alexandre II acabou com o regime de servidão na Rússia e Bismarck unificou a Alemanha.”. Segundo a obra, nem por isso esses homens conseguiram impedir “o surgimento de novas filosofias de terror e coerção”.
Embora a leitura de o debate seja uma constante no MCOESO, o espirito intelectualmente inquietante e subversivo que moveu os ares comunistas no domingo (27) foi incrivelmente perpassado por intensas discussões que vão da Administração Política do grupo de pesquisa da UEBS/UFBA, “Outro modo de interpretar o Brasil” – Reginaldo Souza Santos e Fábio Guedes Gomes – passando pela “Forja de Impérios” – Michael Knox Beran – ao "Arquipélago dos Cânticos" – de Jesus Gomes dos Santos. Sem contar o recital impecável de Julio Emiliano Oliveira, esse comunista que nos agraciou com nada menos que a “Viola Quebrada”, do poeta de caetitense Camilo Jesus Lima. Aliás, a este penúltimo eu agradeço imensamente também ao comunista Júlio Emiliano Oliveira por nos apresentar com suas interpretações únicas da poética de Jesus.
O poeta Jesus Gomes dos Santos também participou da vida política Conquistense antes da ditadura de 1964 como vereador – eleito como opositor pelo PTB – e presidente da Câmara Municipal de Vereadores foi candidato a prefeito (UDN) indicado pelo antão prefeito Gerson Sales udenista, sendo opositor de José Padral Sampaio nas eleições 1962[5]. Segundo professor Belarmino de Jesus Souza – artigo intitulado “Da crise da República Populista à afirmação do golpe civil-militar de 1964: Vitória da Conquista, um estudo de caso” – essa candidatura tinha "ligações com a situação e com a oposição".
Os poemas “Maria Guabiraba” e “Procissão” já haviam sido recitados e, por isso, essas duas poesias eram bastante conhecidas pelos ruídos causadas nas rodas de intelectuais, jornalistas e políticos da cidade naquele período.
Uma derrota eleitoral conjuntural que favoreceu estrategicamente o seu opositor José Pedral Sampaio que a utilizou exitosamente como “Bandeira política” em seu favor. Houve grande comoção popular causada pelo trágico assassinato da professora Carmosine Marques Pereira, no distrito de José Gonçalves. Segundo o mesmo artigo em referência, artigo intitulado “biografia de José Fernandes Pedral Sampaio” esse fato enfraqueceu a candidatura do prefeito, pois além de Jesus Gomes ser de José Gonçalves pesou o fato de que a morte da professora havia sido encomendada ao pistoleiro Zacarias por simpatizantes de Gerson Sales. Contudo, o poeta Jesus Gomes viria publicar o seu livro poético intitulado “Arquipélago dos Cânticos, poesia” em 1989. A produção artística da capa e as ilustrações é de autoria do artista plástico Romeu Ferreira e o prefácio do professor, escritor e memorialista Mozart Tanajura.
Desde então Vitória da Conquista se tornou uma cidade de tradição operária e sindical com a implantação do Distrito Industrial dos Imborés (1975) e com a diversificação produtiva com a chegada do café no início da mesma década. Criaram-se núcleos orgânicos da classe trabalhadora que foram fundamentais para o processo de fundação e participação política na CUT. Alguns Conquistenses como Noeci Salgado, Hildebrando Oliveira, Rui Medeiros entre outros participaram dessa construção em função da importância do Sindicato dos Trabalhadores Rurais com a grande greve dos catadores de café, aliás, passaram a compor a direção da mesma.
Nesse contexto, a cidade surge politicamente no cenário nacional com o movimento grevista que articulou os trabalhadores local com nível de consciência e organização política forte. Os catadores de café ganham espaço nos anos 1980 ao deflagar a maior greve da história de Vitória da Conquista, mobilizando mais de 5 mil catadores de café de Vitória da Conquista e Barrado Choça. As reivindicações foram em grande parte atendidas pelos fazendeiros acossados politicamente pelo poder gigantesco de mobilização e pressão dos Rurais. O Dissídio Coletivo foi reconhecido pela Justiça do Trabalho dando ganho de causa a maioria das exigências apresentadas pelos catadores de café[6].
A primeira central sindical lançada pela base que mais tarde vai se transformar na CUT surge logo após o golpe de 1964, numa reunião de três dias em São Bernardo do Campo (SP), sediada pela antiga Companhia Cinematográfica Vera Cruz com a presença de 5.059 delegados e 912 entidades sindicais constituíram a primeira direção provisória com mandato de um ano, presidida pelo metalúrgico Jair Meneghelli de São Bernardo do Campo. Em 1981 na Praia Grande, litoral paulista que ocorre a 1ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT).
Após dois anos de construção e intensos debates internos nasce a CUT mediadas por disputas ideológicas entre correntes sindicais ligadas ao PT e dirigentes do PCB, PCdoB e Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) que se opunham à criação de uma central autônoma das estruturas oficiais de sindicatos e confederados. Essas disputas vão acontecer internamente na CUT até 1986 quando essas forças vão se tornar dissidentes e fundar Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT)[7].
Vitória da Conquista teve papel decisivo no Estado da Bahia com força suficiente para compor a primeira direção executiva da CUT, formada por José Gomes Novaes, indicado pelos Rurais da Bahia[8]. E a feira do Alto Maron foi um espaço de recrutamento de catadores de café pelos latifundiários do agronegócio, por isso é considerado um lugar simbólico em função das inúmeras atividades de conscientização política da classe trabalhadora alienada nas lavouras de café da região, inclusive funcionou como espaço de mobilização para a greve do café que repercutiu nacionalmente.
Nesse sentido, a feira do Alto Maron tem valor histórico que simboliza a importância ideopolítica do Partido dos Trabalhadores nesse processo de conscientização e organização política dos catadores que passa a ser organizar como categoria. Por isso, foi comemorado com muita nostalgia pelos comunistas mais velhos, não menos esperançosos pelo entusiasmo dos mais novos com a celebração desse dia no berço de nascimento do próprio partido, na feira do Alto Maron, abrindo possibilidades de retomar as suas origens. Segundo atesta uma das testemunhas oculares do nascimento do PT lá no início nos anos 80, o militante comunista Hildebrando Oliveira.
A atividade simbólica que demarca espaço político municipal tem nesse grande metalúrgico que chegou a São Paulo vindo de pau-de-arara do nordeste em 1954 e foi eleito presidente do Brasil em 2002, uma referência de militância sindical. Embora já fosse referência com expressão popular desde os anos 80 do século XX para a classe trabalhadora, mais recentemente para as populações subalternizadas no Brasil por meio de seu governo. É nesse contexto melancólico, não menos alegre, que o grande comunista Júlio Emiliano Oliveira, nos presenteou com a poesia declamação de “Maria Guabiraba”.
O memorialista conquistense Mozart Tanajura ao prefaciar o livro consagrou “Maria Guabiraba” como a “Madalena” – a analogia é de minha inteira responsabilidade – dos tempos horrendos e sombrios do pós-ditadura civil-militar no país (1964-1985). Iguais a ela são milhares os que peregrinam a via-crúcis criada pela sociedade burguesa para sacrificar, criminalizar e explorar o povo empobrecido.
Assim como são os milhares deles e delas apinhados nos paus-de-arara que ainda persistem refazer o trajeto Rio-Bahia buscando um lugar ao sol no sul e sudeste do país, sobretudo aqueles fugindo da seca no nordeste dos anos 40.
Eles se arriscam empilhados em paus-de-arara feitos sardinha num fofa-chão (caminhão Alfa Romeu) antigo rumo a meca do Brasil: São Paulo. A poética de Jesus Gomes dos Santos nos fala sobre essa personagem anônima do cotidiano brasileiro que permanece tão popularesca entre os fragilizados por esse modelo de sociedade que cria as enormes desigualdades sociais, economias, políticas e culturais.
O historiador, antropólogo, advogado e jornalista Luís da Câmara Cascudo de maneira controversa a eternizou a expressão pau-de-arara para designar um transporte precário de pobres em busca de um sonho, uma oportunidade na metrópole paulista desde a primeira grande seca no Nordeste na década de 40 do século XX.
Outro Luiz – que tocava nas ruas, nos paus de arara e nos bordéis – que também conhecera de perto outras “Marias Guabirabas” – a cantora e dançarina Odiléia – e a condição desumana de pau-de-arara escrevera nos anos 40 uma das mais belas canções de resistência e resignação do nordestino que nunca desiste. Embalada pelo ritmo dançante do baião, “Pau de Arara” que foi trilha sonora do filme de Fábio Barreto e Marcelo Santiago “Lula, o filho do Brasil” riscou de norte a sul de imenso Brasil mostrando ao povo brasileiro sínteses da trajetória desse pernambucano forte e resistente.
Seu conhecimento ainda lhe renderia outra linda canção, pois Luiz Gonzaga e Guio de Morais compuseram “Último Pau de Arara” em 1952. A música faz um diálogo com as condições de vida da população nordestina, subjugada pela ausência de água para produção agropecuária familiar, abrindo a discussão para ausência de política pública para convivência com o semiárido visando evitar o pau de arara como êxodo rural:
“A dor do sertanejo é cantada e retrata os flagelados da fome, sede, morte do gado, abandono da família e do roçado (ou o que sobrou dele com a estiagem), o êxodo rural, a saudade, a dificuldade de adaptar-se na cidade grande, a humilhação e a vergonha do flagelado por não ter trabalho e ser forçado a viver de esmola.” (ROCHA, 2011, p. 5)
Outro gigante da música popular brasileira, o poeta e cantor Vinicius de Moraes e Carlos Lira, vão tratar dessa pauta ao compor “Pau de Arara”, cuja narrativa poética apresentando duas perspectivas: a das condições de transporte feito por um veículo precário e a penúria alimentar dos transportados que passaram comer a gilete por falta de alimentação.
Luiz, Vinicius e o Lula são sujeitos diferentes tratando da mesma coisa de maneira absolutamente diferente. Enquanto a poética gritante denunciava ao mundo a fome, a dor, a seca e o desemprego da classe trabalhadora e das populações empobrecida pelo coronelismo que mantinham relações capitalistas modernas no Nordeste, o Lula buscou condições minimamente possíveis de erradicar a pobreza, a fome, a seca e o desemprego.
O domingo fechou em alto estilo, pois o convite irrecusável do camarada professor Marcelo Neves para compartilhar solidariamente do feijão da Casa da Misericórdia, fechou o ciclo de nossa peregrinação política comemorativa. encerrando na Casa da Misericórdia que é uma instituição filantrópica de caráter religioso (Teologia da Libertação) de acolhimento de pessoas que não existem para a sociedade. Antes são consideradas pessoas indolentes, preguiçosas, alcoólatras e promíscuas ao olhar ultraconservador de religiosos reacionários burgueses.
Os valores burgueses materialistas desenvolvidos pelo capitalismo contemporâneo dessa sociedade já os condenaram quando não possibilitou a eles oportunidade de emprego, moradia, saúde, educação e lazer, jogando-os pelas ruas como se fossem bens quebrado sem conserto, feito “coisa sem dono”. Deste modo, vivem como andarilhos famintos sem moradia, maltrapilhos, jogados, doentes, sujos, secretados porque a “família de bem” dessa sociedade do gesto da arminha feito por esses malditos religiosos fundamentalistas não os reconhecem como pessoas com dignidade humana, portadora de direitos sociais, econômicos e políticos.
O Jesus, o Lula, José Novais e o João Paulo da Casa de Misericórdia e tantos outros militantes da causa social – alguns ainda anônimos – buscaram dar o mínimo de dignidade para essas populações de rua em situação de risco, assim como essa instituição que é dirigida pelo caridoso João Paulo.
Um ser humano obstinadamente decidido a receber pessoas marginalizadas e invisibilizadas por essa sociedade burguesa fria e indiferente que é responsável por todas as desigualdades das “Marias Guabirabas” e insiste fascistamente em controlar por meio da classe dominante, formada pelas elites do atraso, o futuro das pessoas simples que sonham em compartilhar toda a riqueza da sociedade com quem mais precisa.
Por isso, dedico esse texto especialmente a Luiz Inácio Lula da Silva e em nome dele extenso a todos e todas as pessoas privadas injustamente de comer, andar. dormir, morar, estudar, ser saudável, rir e amar. Sendo esse valoroso nordestino pernambucano, aquele outro pau-de arara preso injustamente, como as muitas “Marias Guabirabas” da vida, “não vacila mesmo derrotado. Quem já perdido nunca desespera. E envolto em tempestade, decepado. Entre os dentes segura a primavera.” LULA LIVRE!!!
_________________________________
[1] Michael Knox Beran é advogado, escritor e editor do City Journal, do Manhattan Institute. Já escreveu também para The Wall Street Journal, The New Yorker e National Review. Nasceu em Dallas, no Texas, e estudou Direito em Columbia, Cambridge e Yale. Seu livro sobre Robert Kennedy, The Last Patrician, foi indicado na lista do New York Times como Notable Book em 1998.
[2] Castro Alves (1944). Obras Completas de Castro Alves. 2. [S.l.]: Companhia Editora Nacional. 562 páginas. Introdução e notas de Afrânio Peixoto
[3] Idem
[4] O DVD (Quitanda/Biscoito Fino) traz a interpretação de Maria Bethânia para poemas, canções e textos que estão no livro, ilustrados com recursos de animação gráfica. Gringo Cardia assina a direção do vídeo e o projeto gráfico do livro. A obra é resultado de um projeto concebido por Bethânia em parceria com a UFMG, voltado para divulgar poesia, literatura e canção popular na escola pública. Esse projeto começou em 2009 com a iniciativa da historiadora Heloisa Maria Murgel Starling de convidar Maria Bethânia para participar do projeto “Sentimentos do Mundo”, da UFMG. A artista criou o espetáculo “Leituras de Textos”, no qual resgatava a arte de declamar poemas. “Nesse livro, Maria Bethânia reafirma a equivalência entre a chamada ‘alta literatura’ e as canções populares, entre o culto à soberania da abordagem literária em sua inesgotabilidade de sentido e de permanência, e o nosso hábito, meio distraído de fazer da canção o complemento natural da atividade cotidiana de viver”, observa a escritora. Acesso site https://biscoitofino.com.br/produto/caderno-de-poesias/#descricao
[5] A oposição foi retomando seu curso de crescimento. Na câmara, despontava Alberto Farias, vereador que fazia uma oposição combativa. O jornal “O Conquistense” (título que antes pertencera à situação), passou a ser veículo de aglutinação de forças. À medida que iam se aproximando as eleições de 1962, a situação foi se complicando para Gerson Sales. Este e seu grupo optariam por tentar dividir a oposição. Finalmente, o candidato apresentado pelas forças “gersistas” foi um vereador que houvera militado na oposição: Jesus Gomes dos Santos, poeta. Sim, o poeta de “Maria Guabiraba” e da “Procissão”, poesias que lhe causaram dor de cabeça durante as eleições, por seu conteúdo social. Acesso à fonte de pesquisa pelo site: http://cdn.jornalgrandebahia.com.br/2014/09/Biografia-Jos%C3%A9-Fernandes-Pedral-Sampaio.pdf
[6] Tendo afinal o café ocupado uma grande área plantada e com a consolidação da produção de alguns milhões de cafezais, entra em cena a luta do assalariado agrícola, particularmente dos catadores de café. Fruto de um paciente esforço de mobilização dos trabalhadores e após infrutíferas tentativas de negociar com os patrões um contrato coletivo de trabalho, entram em greve a 12 de maio de 1980 mais de 5 mil catadores de café dos municípios de Vitória da Conquista e Barra do Choça. O movimento se estende rapidamente, abrangendo nos 3 primeiros dias, cerca de 60 a 70% dos trabalhadores dos dois municípios. Mas, frente à pressão da fome e às intimidações por parte de fazendeiros e autoridades, o comando de greve suspende o movimento transcorridos 10 dias de paralisação. A greve representa um grande avanço em nível de consciência e organização dos trabalhadores locais, sendo que no tocante às reivindicações imediatas é relativamente vitoriosa, pois ao final do julgamento do Dissídio Coletivo instalado pela Justiça do Trabalho, esta dá ganho de causa a boa parte das exigências formuladas pelos catadores de café (l4). Acesso à fonte de pesquisa pelo site: http://revistaprincipios.com.br/artigos/9/cat/2304/aspectos-econômicos-e-sociais-da-cultura-do-caf%C3%A9-na-bahia-.html
[7] Acesso à fonte da pesquisa pelo site: http://memorialdademocracia.com.br/card/combativa-e-autonoma-cut-nasce-pela-base
[8] Jair Meneghelli – Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema (SP); Paulo Paim – Metalúrgicos Canoas (RS); João Paulo Pires de Vasconcelos – Metalúrgicos de João Monlevade (MG); Jacó Bittar – Petroleiros de Campinas(SP); Abdias dos Santos – Metalúrgicos de Niterói (RJ); José Novaes – Rurais de Vitória da Conquista (BA); Avelino Ganzer – Rurais de Santarém (PA). Acesso à fonte da pesquisa pelo site: http://memorialdademocracia.com.br/card/combativa-e-autonoma-cut-nasce-pela-base
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