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O Pilatos petista e os dois traidores bolsonaristas
Foto: João Valadares |
O Pilatos petista e os dois traidores bolsonaristas:
O desafio antifascista do PT de Conquista
“Os dois vereadores do PT apoiam o bolsonarista na Câmara de Vitória da Conquista. Uma traição à história e às bases populares do partido.”
*por Herberson Sonkha
A eleição para a presidência da Câmara Municipal de Vitória da Conquista revelou uma grave crise ideológica no Partido dos Trabalhadores (PT). Vereadores do partido decidiram (com a posição de Pilatos do presidente da legenda) apoiar um candidato da extrema-direita bolsonarista, causando perplexidade entre militantes, eleitores e setores progressistas. Essa escolha não é apenas um ato contraditório, mas uma afronta aos princípios históricos que moldaram o PT como baluarte da resistência popular.
A contradição política e ideológica
Sob justificativas frágeis, os vereadores petistas-bolsonaristas que votaram no bolsonarista alegaram "sobrevivência política". Contudo, tal decisão expõe uma grave desidratação ideológica, capitulação e defecção política colocando em risco a identidade do partido. Em vez de combater as forças conservadoras e autoritárias, os dois parlamentares optaram por um alinhamento que fere profundamente a confiança de sua base eleitoral, formada majoritariamente por trabalhadores, mulheres, negros e outros grupos historicamente oprimidos.
Ao apoiar uma figura que simboliza o oposto do que o PT representa, esses dois vereadores se tornaram cúmplices de uma agenda que prega o desmonte do Estado de bem-estar social e a perpetuação de desigualdades estruturais. A história não perdoa traidores, e o lugar reservado para eles costuma ser o lixo político.
A omissão do presidente do PT: Pilatos da política local.
O papel do presidente do PT em Vitória da Conquista nesse episódio foi igualmente lamentável. Agindo como um verdadeiro "Pilatos petista", o dirigente lavou as mãos diante da iminência do apoio ao bolsonarismo, abrindo mão de sua prerrogativa de liderança para facilitar o caminho dos vereadores traidores. Sua neutralidade estratégica, travestida de democracia interna, foi um ato de conivência que escancarou a falta de firmeza na condução partidária. Ao abdicar de seu papel de guardião da ideologia do PT, o presidente permitiu que a legenda fosse instrumentalizada para legitimar forças contrárias à sua essência. Essa postura omissa não apenas enfraqueceu a luta contra a extrema-direita, mas também fragilizou a confiança da militância na capacidade do partido de defender os interesses populares.
A resistência de Márcia Viviane
Em contrapartida, a vereadora Márcia Viviane (tendência Avante), conhecida por sua trajetória de coerência e integridade, reafirmou seu compromisso com a luta antifascista. Ao se abster da votação, Márcia lançou um poderoso recado de resistência. Enfermeira e advogada, com três mandatos consecutivos, sua trajetória é marcada pela defesa intransigente de direitos, especialmente de trabalhadores, mulheres e negros.
Ligada a figuras públicas respeitadas e históricas do PT, como Guilherme Menezes e Jorge Solla, Márcia destacou-se ao recusar qualquer legitimidade ao bolsonarismo. Sua abstenção foi mais do que um gesto político: foi um ato de coragem e fidelidade aos valores que fundaram o PT.
Impactos na militância e na base eleitoral do PT
A aliança com o bolsonarismo abalou profundamente a confiança da militância e dos eleitores no PT. Para a base histórica do partido, esse ato representa uma traição irreparável. Como confiar em representantes que cedem aos encantos do poder a qualquer custo?
As populações que sempre confiaram no PT – trabalhadores, mulheres, negros, indígenas e LGBTQIA+ – exigem que o partido retome sua coerência e cumpra seu papel histórico de resistência ao autoritarismo e às desigualdades.
O futuro do PT em Vitória da Conquista
Esse episódio é um divisor de águas para o PT em Vitória da Conquista. A postura de Márcia Viviane deve servir como farol para um processo de autocrítica profunda e reorganização interna. Retomar o caminho da luta anticapitalista, anti-imperialista e antifascista é a única forma de o partido recuperar sua relevância. Como Márcia Viviane afirmou: “A coerência é o caminho para a resistência.”
Que sua postura inspire uma renovação no partido, capaz de reafirmar seu compromisso com a construção de uma sociedade justa, democrática e igualitária. O desafio está posto: ou o PT resgata suas raízes ou corre o risco de se perder no labirinto das incoerências políticas.
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