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O extermínio do Povo Palestino
Imagem: Emancipação Socialista |
O extermínio do Povo Palestino:
A realidade do imperialismo em sua face mais cruel
"A formação de Israel não foi uma necessidade histórica,
mas uma estratégia imperialista."
*por Herberson Sonkha
O conflito entre Palestina e Israel não é apenas uma tragédia humanitária, mas uma manifestação brutal das contradições do capitalismo em sua fase imperialista. Desde a criação do Estado de Israel em 1948, a ocupação, a violência sistêmica e o extermínio do povo palestino revelam o modus operandi (maneira de operar) de um sistema global que transforma vidas humanas em moeda de troca no jogo geopolítico. Neste artigo, pretendo analisar essa questão do genocídio palestino, sob uma perspectiva marxista-leninista (teoria socialista baseada nos trabalhos de Karl Marx e Vladimir Lenin), abordando os aspectos históricos, sociológicos, econômicos e filosóficos que moldam este cenário, denunciando o capitalismo imperialista dos EUA que financia e sustenta Israel no agenciamento do massacre da população palestina.
O imperialismo e a consolidação do Sionismo
A formação de Israel não foi uma necessidade histórica, mas uma estratégia imperialista (sistema político e econômico em que potências dominam nações mais fracas para obter recursos e influência). Como observou Perry Anderson em “Lineages of the Absolutist State” (1974), a criação de Israel representou uma reorganização geopolítica promovida pelas potências europeias para consolidar sua influência no Oriente Médio. A “Declaração Balfour” (1917) foi o ponto de partida desse projeto, legitimando a colonização (ocupação e exploração econômica de um território por um país estrangeiro) de um território habitado, sob o pretexto de criar um lar nacional para o povo judeu.
A Nakba (termo árabe que significa "catástrofe") de 1948, que resultou na expulsão forçada de 750 mil palestinos, é um exemplo gritante de colonialismo. Como Edward Said pontuou em “Orientalismo” (1978), o imperialismo não apenas ocupa territórios, mas desumaniza os povos nativos, justificando sua exclusão sob discursos de progresso e civilização. A narrativa sionista (ideologia que defende o estabelecimento de um estado nacional para os judeus) reflete o "outro lado do colonialismo", onde a destruição da identidade palestina é um objetivo político.
Nacionalismo como aparelho ideológico
Louis Althusser, em “Ideologia e aparelhos ideológicos de Estado” (1970), descreve como o Estado utiliza ideologias para perpetuar a dominação de classe (estrutura social em que uma classe econômica explora e domina outras). No caso israelense, o nacionalismo sionista funciona como um aparato que mascara a exploração econômica e política, transformando a luta de classes em uma guerra nacional-religiosa. A Palestina, fragmentada social e territorialmente, enfrenta não apenas a ocupação militar, mas também uma narrativa que criminaliza sua resistência.
David Harvey, em “A Brief History of Neoliberalism” (2005), complementa que o capitalismo fomenta divisões étnicas e religiosas para enfraquecer a resistência coletiva (movimentos sociais ou organizações que lutam por direitos). Israel, sob essa lógica, atua como um posto avançado do neoliberalismo (modelo econômico que prioriza o mercado livre e reduz o papel do Estado) no Oriente Médio, utilizando a repressão sistemática para garantir que o foco da população local permaneça desviado das condições materiais de exploração.
Imperialismo e o complexo industrial-militar
A economia israelense é um exemplo clássico do imperialismo descrito por Lenin em “Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo” (1917). Com bilhões de dólares em apoio militar anual dos Estados Unidos, Israel se tornou um núcleo do complexo industrial-militar global (sistema em que governos, forças armadas e empresas privadas lucram com a guerra). Essa militarização não apenas reprime os palestinos, mas também exporta tecnologias de controle e repressão, testadas sobre corpos palestinos, para outros regimes opressores.
Samir Amin, em “Capitalismo em Crise” (2009), argumenta que o Oriente Médio é uma zona de disputa imperialista, onde recursos estratégicos, como petróleo, e rotas comerciais são controlados através da violência. A guerra contra o povo palestino, portanto, não é motivada pela religião, mas pela "redistribuição de recursos" nas mãos do capital transnacional (empresas multinacionais que controlam mercados globais).
Alienação e acumulação primitiva
O conflito Palestina-Israel também reflete a alienação descrita por Marx em “Manuscritos Econômico-Filosóficos” (1844). O nacionalismo sionista aliena (separa ou desumaniza) os israelenses de sua condição de classe, enquanto perpetua a expropriação violenta dos palestinos, que perdem suas terras, suas casas e sua dignidade. Essa dinâmica reforça a "acumulação primitiva de capital" mencionada por Marx em "O Capital” (1867), na qual a violência é usada para despossuir povos e abrir caminho para a expansão capitalista.
Rosa Luxemburgo, em “A Acumulação do Capital” (1913), descreve como o imperialismo destrói autonomias locais em prol da expansão do mercado global. A luta palestina por autodeterminação é uma resistência a essa lógica destrutiva, buscando preservar não apenas sua existência física, mas também sua identidade cultural e econômica.
O caminho da luta: Solidariedade de classe internacional
A destruição sistemática do povo palestino não é um conflito isolado, mas uma parte de uma guerra global contra os povos oprimidos. Sob a ótica marxista-leninista, a emancipação palestina exige a superação do imperialismo, uma tarefa que só pode ser realizada através da solidariedade de classe internacional (união de trabalhadores de diferentes países contra a exploração). Como Lenin afirmou, "sem teoria revolucionária, não há movimento revolucionário". A organização de uma resistência global unificada, que conecte as lutas dos povos palestinos, indígenas, negros e trabalhadores do mundo, é essencial para derrotar o sistema que perpetua o genocídio.
Denunciar o genocídio palestino é denunciar o imperialismo em sua forma mais desumana. É exigir justiça, autodeterminação e o fim de um sistema que se alimenta do sangue e do sofrimento de milhões. Para além das fronteiras da Palestina, a resistência palestina ecoa como um grito de liberdade que inspira todos aqueles que lutam contra a exploração e pela construção de um mundo verdadeiramente humano.
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