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EDITORIAL | Jerônimo alcança 61%
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Foto: Bahia Econômica |
EDITORIAL | Jerônimo alcança 61%
mídia corporativa manipula para
influenciar a opinião pública
*por Herberson Sonkha
Mídia corporativa usa técnica sutil para
influenciar intenção de votos na Bahia
A discordância em relação ao governo Jerônimo Rodrigues ou a preferência por outro gestor para o estado ou mesmo para o país são direitos fundamentais em uma democracia e devem ser preservados em qualquer circunstância. No entanto, a manipulação sutil ou escancarada de dados ou a seleção estratégica de determinados aspectos para apresentar uma realidade distorcida, com o objetivo de influenciar a opinião pública, não representa um exercício democrático, mas sim uma prática antiética e moralmente condenável.
A maior parte dos empresários proprietários da grande mídia corporativa brasileira adotam estratégias sofisticadas para influenciar a opinião pública em estados politicamente estratégicos, como a Bahia. Utilizando técnicas jornalísticas discretas, esses veículos evitam descredibilizar o jornalismo tradicional, mas atuam de forma indireta para minimizar a ascensão do governador Jerônimo Rodrigues (PT), cujo crescimento na aceitação popular tem se tornado cada vez mais evidente.
Pesquisa Quaest e a narrativa construída
A mais recente pesquisa Quaest, divulgada em fevereiro de 2025, aponta que a aprovação de Jerônimo Rodrigues subiu de 54% em dezembro de 2024 para 61% no início deste ano, enquanto a desaprovação caiu de 35% para 31%. Apesar desses dados positivos, a abordagem midiática adota estratégias sutis para relativizar esse avanço, sugerindo instabilidade na gestão.
Na apresentação dos números, a mídia enfatiza primeiro a queda na aprovação entre julho e dezembro de 2024, quando o índice passou de 63% para 54%. Somente depois, menciona o crescimento para 61%, condicionando o leitor a uma percepção de oscilação e incerteza, mesmo que a tendência mais recente indique recuperação e consolidação do governo.
Além disso, a desaprovação, que caiu de 35% para 31%, é apresentada de forma que minimize sua redução. O texto destaca que, em julho de 2024, a taxa de desaprovação era de 32%, sugerindo que a variação é insignificante. Essa abordagem dilui o impacto positivo da recuperação do governador, criando um cenário de estagnação.
Segmentação demográfica e manipulação de percepção
Outro recurso utilizado pela mídia corporativa é a segmentação dos dados de maneira seletiva. A reportagem enfatiza que a aprovação de Jerônimo é mais forte entre homens, pessoas com mais de 51 anos, com menor escolaridade e renda de até dois salários mínimos. Essa escolha de recorte pode induzir o leitor a associar o apoio ao governador a um eleitorado menos crítico, ignorando possíveis avanços em outros segmentos sociais.
A margem de erro de três pontos percentuais também é um fator explorado sutilmente. Aplicando-a no limite inferior, a aprovação poderia ser de 58%, enquanto a desaprovação poderia alcançar 34%, criando a impressão de equilíbrio entre os índices e mascarando a ascensão do governo.
Motivação política e impacto na opinião pública
A razão dessa abordagem é clara: atender à demanda de setores da oposição, especialmente a base bolsonarista na Bahia, que exige narrativas que minimizem os avanços do governo petista. Como uma negação aberta da realidade comprometeria a credibilidade dos veículos, a estratégia adotada é a manipulação indireta, mantendo um verniz de neutralidade enquanto enfraquece a imagem do governador.
Esse tipo de cobertura afeta diretamente o cenário político. Mesmo com a percepção de melhorias na administração estadual, a forma como os dados são apresentados gera dúvidas e insegurança entre os eleitores. Ao influenciar o debate público, essa narrativa não apenas fortalece a oposição, mas também dificulta o reconhecimento popular das conquistas do governo.
A mídia corporativa, portanto, utiliza técnicas jornalísticas sofisticadas para moldar a percepção pública sem ser acusada diretamente de viés. Com essa estratégia, mantém sua influência sobre o eleitorado baiano, ao mesmo tempo em que sustenta a base política oposicionista de maneira velada.
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