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sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Desafios sindicais na Bahia: a luta por direção e unidade frente aos avanços e crises no setor dos correios

Foto: Agência Sindical

"A situação na Bahia é alarmante. A direção do sindicato tem falhado em orientar a categoria em diversas assembleias, refletindo uma falta de liderança crítica em um momento decisivo."

*por Herberson Sonkha


Em uma comunicação de grande relevância enviada ao Presidente da FENTECT, Emerson Marinho, a FENTECT reafirma seu compromisso histórico na defesa dos direitos dos trabalhadores ao destacar a proposta final dos Correios para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024-2025. Essa proposta apresenta avanços significativos nas condições de trabalho e saúde dos empregados, com data de 15 de agosto de 2024, e centraliza sua proposta na redução da coparticipação do plano de saúde de 30% para 15%, além da isenção de cobranças em tratamentos essenciais, como quimioterapia e radioterapia, reafirmando o compromisso da empresa em custear até 70% do plano.

As negociações iniciadas em julho resultaram em cláusulas inovadoras que melhoram as condições salariais, com reajustes de R$ 260,00 e de 4,11%, além de conquistas sociais, como o aumento das licenças maternidade e o apoio a vítimas de violência. Contudo, a proposta inclui a compensação de dias parados durante as greves, sublinhando a necessidade de normalização das operações.

Apesar dos avanços nacionais, existem desafios quase intransponíveis a nível local. A situação na Bahia é alarmante. A direção do sindicato tem falhado em orientar a categoria em diversas assembleias, refletindo uma falta de liderança crítica em um momento decisivo. O acordo coletivo, cuja orientação do comando nacional de negociações da FENTECT era pela aprovação com ressalvas, especialmente em relação aos 70%, se transformou em um verdadeiro caos. Com 67 votos a favor da aprovação e 50 pela greve, a ausência de uma orientação clara gerou confusão e medo entre os trabalhadores.

Uma nova assembleia está marcada para o dia 19, mas a FENTECT conseguiu reunir apenas o número mínimo de 21 sindicatos. Na assembleia subsequente, a proposta não foi aprovada. Embora a proposta não seja das melhores, também não é ruim, especialmente considerando que estamos em uma disputa com um governo que, mesmo sendo nosso, apresenta desafios significativos, especialmente no setor dos Correios.

A atual direção do sindicato não tem exercido a liderança necessária. A constante briga interna parece favorecer interesses pessoais em detrimento da unidade da categoria. A falta de defesa clara da orientação da FENTECT por parte da direção agrava ainda mais a situação. Josué, o presidente do sindicato, não enfrenta oposição, e muitos companheiros se calam nas assembleias, mesmo quando percebem que a orientação do sindicato está equivocada.

Além disso, a conexão da direção do sindicato da Bahia com Rivaldo tem gerado entraves, dificultando a atuação de Emerson da FENTECT e, por consequência, prejudicando a própria categoria. A aprovação de um acordo que, embora não ideal, poderia trazer benefícios, foi comprometida por essa desorganização e confusão.

Este cenário exige uma reflexão profunda sobre a necessidade de unidade e clareza nas ações sindicais. A luta pela defesa dos direitos dos trabalhadores precisa ser priorizada, e a responsabilidade recai sobre todos nós para garantir que a voz da categoria seja ouvida e respeitada. A hora é de união e resistência.

Ademais, a iniciativa dos Correios, analisada positivamente pela FENTECT, busca um delicado equilíbrio entre sustentabilidade financeira e respeito aos direitos dos trabalhadores, um passo crucial em tempos de intensas disputas laborais no Brasil. A carta, ao apresentar um panorama detalhado das propostas, reflete um esforço para atender às demandas dos trabalhadores, em conformidade com as novas diretrizes da Secretaria da Coordenação de Governança das Empresas Estatais.

Um dos pontos centrais é a revisão do regulamento do plano de saúde, que, além da redução da coparticipação, isenta cobranças em tratamentos essenciais, evidenciando um compromisso com a saúde e bem-estar dos funcionários. Essa mudança é especialmente relevante em um contexto onde a saúde mental e física se tornaram uma prioridade nas relações de trabalho.

As conquistas sociais, como o aumento das licenças maternidade e o suporte a vítimas de violência, revelam uma preocupação com questões que transcendem a esfera econômica, promovendo um ambiente de trabalho mais inclusivo e justo, refletindo uma evolução nas práticas de gestão de pessoas.

As cláusulas econômicas, que incluem reajustes salariais e benefícios adicionais, são significativas. O reajuste de 4,11% acima da inflação demonstra uma tentativa de valorização dos trabalhadores, reconhecendo o impacto do custo de vida em suas condições financeiras. No entanto, a proposta de compensação pelos dias parados durante as greves levanta preocupações, podendo ser interpretada como uma pressão sobre os trabalhadores.

Por fim, a carta reafirma o compromisso da empresa com a sustentabilidade financeira, um aspecto que, se não for equilibrado com os direitos dos trabalhadores, pode gerar tensões nas relações laborais. Essa comunicação, apesar de apresentar aspectos positivos, deve ser acompanhada de ações concretas e transparentes para garantir que as promessas se concretizem em benefícios reais para os empregados.

Essa análise da proposta dos Correios, sob o comando e responsabilidade histórica da FENTECT, não apenas destaca as medidas apresentadas, mas também as implicações sociais e econômicas que elas acarretam, servindo como um importante indicativo do futuro das relações trabalhistas na empresa e no país. A luta pela justiça social e pela dignidade dos trabalhadores continua, e a unidade é o caminho para superarmos os desafios que se impõem.


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