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segunda-feira, 5 de maio de 2025

Vicissitudes


*por Carlos Maia




Descarrego minhas angústias no A4 amarelado
Passando as vistas pelos pensamentos que afligem o meu ser.

No contato firme da BIC cristal o desenlace do poema vai habitar.
Os mais íntimos e profundos desígnios da alma humana.

Não poderia deixar de lado os sonhos e pesadelos de um sono atribulado.
Como fazer para se encontrar a razão compensatória.

Por onde separamos seletivamente os fragmentos do pensar dialético das mediações que compõem totalidades
Não é chupando fruta doce que estancamos o amargo da vida.

Para se compreender a beleza singela e singular dos versos
É preciso muito mais que pareceres concretos.

A poesia e o poeta entram agora
Em uma simbiose analítica pela defesa da vida.

Ao canto cadenciado da melodia suprema
Vai-se compondo os arquétipos fortuitos do realismo fantástico.

Para se alcançar a subjetividade do córtex geométrico
Vale muito mais das abstrações que do concreto pensado.

A ignorância infinita de um reles positivismo intimista pós-moderno
Não pode encobrir o desejo do material teleológico agraciado.

Vamos deixar de vez as magnitudes piegas
Pois, o amor se constrói no objeto devidamente pensado.

Dentro se faz o embebedar-se supremo
De vinhos e licores tintos e açucarados.

O sacolejar das cabeças alimentam os sentidos
Se redescobre poderes valorativos dos signos e das palavras.

Superar é preciso
Preparar novos saltos também.

Combater a mesmice sintética
É fator fundamental ao desembaraçar estilístico.

Só a complexidade em seu entendimento real
Possibilita-nos o conhecimento para além das aparências.

Não choramos mais pelos desencantos do fenomênico
Buscamos a essência num aprofundar da transversalidade dos seres.

Quando levantarmos do assento
Possibilidades se apresentam para um ir e vir.

Nem sempre dentro de uma linearidade
Mas, como vetores desordenados a procura de um norte.

Vamos construir no velho hoje
As necessidades itinerantes de um novo amanhã.

Para que assim prossigamos
Contribuir efetivamente, com o desembaraçador dos novelinhos da história.


Carlos Maia – Abril/2025


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