Marx estudou direito e filosofia nas universidades de Bonn e Berlim, mas foi no mergulho profundo nas contradições do capitalismo que encontrou sua verdadeira vocação: interpretar o mundo para transformá-lo. Em 1843, uniu-se à crítica de teatro e ativista Jenny von Westphalen, sua companheira na vida e na revolução.

Perseguido por suas ideias e escritos, tornou-se apátrida e viveu no exílio, primeiro em Paris e depois em Londres, onde passou a maior parte de sua vida adulta. Foi na capital britânica que produziu sua obra mais monumental, O Capital, um tratado rigoroso sobre a lógica do sistema capitalista, publicado entre 1867 e 1883. Antes disso, em 1848, lançava com Friedrich Engels o célebre Manifesto do Partido Comunista, um panfleto político que atravessaria gerações com seu chamado: "Proletários de todo o mundo, uni-vos!"

Com uma escrita que articulava análise histórica, crítica filosófica e denúncia social, Marx redefiniu a forma de se compreender a economia, a política e as relações de classe. Seu legado, embora objeto de disputas e interpretações diversas, foi decisivo para a formação de movimentos operários, revoluções políticas e teorias sociais no século XX e XXI.

Hoje, aos 207 anos de seu nascimento, Karl Marx segue inquietando o mundo com perguntas fundamentais: que mundo é este que construímos? Quem se beneficia do progresso? Quem produz a riqueza — e quem dela se apropria? Em tempos de desigualdades crescentes, colapso ambiental e crises democráticas, sua obra continua sendo bússola para intelectuais, militantes, trabalhadores e sonhadores.

Mais do que um nome na história, Marx é verbo em movimento. É pensamento em ação. É esperança teimosa de que a história ainda pode ser escrita pelas mãos dos oprimidos.