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Almerindo diz que “Mesa Diretora é uma piada de mau gosto”
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Foto: Almerindo Neto |
EDITORIAL | Almerindo diz que “Mesa Diretora é uma piada de mau gosto”
Populares denunciam comportamento da Mesa Diretora
que transforma a “Casa do Povo” em balcão de privilégios
*por Herberson Sonkha
A Redação do Blog do Sonkha recebeu, na tarde desta quarta-feira (24), um texto contundente do militante social e liderança popular Almerindo Neto, que denuncia, de forma direta e indignada, o comportamento da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Vitória da Conquista.
A denúncia, publicada aqui como editorial[1], escancara a imoralidade de um projeto de lei que institui ticket-alimentação no valor de R$ 1.800,00 para vereadores. Será que esse mesmo valor será extensivo aos servidores efetivos, comissionados e temporários?
A seguir, reproduzimos integralmente o texto-denúncia de Almerindo Neto:
Texto-denúncia de Almerindo Neto:
A população de Vitória da Conquista vem se manifestando nas redes sociais contra mais uma ação vergonhosamente imoral e antiética contra a população pobre e periférica conquistense. A Mesa Diretora da Câmara Municipal acaba de mostrar, mais uma vez, que não governa para o povo, mas para si mesma.
O novo projeto de lei que prevê ticket-alimentação de R$ 1.800,00 para vereadores, servidores efetivos, comissionados e temporários é a prova escancarada de que os parlamentares locais transformaram a Câmara em um banquete particular, sustentado pelo bolso do trabalhador pobre.
É um escárnio, uma afronta à dignidade do povo conquistense que rala para sobreviver com um salário-mínimo miserável, sem nenhum auxílio e, quando muito, recebe um vale-alimentação que não chega a 20% do que os vereadores agora reivindicam para si. Quem ganha R$ 18.700,00 por mês — valor já obscenamente reajustado pela própria Câmara — não precisa de ajuda para colocar comida na mesa. Precisa, sim, de vergonha na cara.
A justificativa apresentada pela Mesa Diretora é uma piada de mau gosto: dizem que o ticket é um “mecanismo eficaz de subsistência”. Subsistência para quem? Para os mesmos vereadores que, entre discursos vazios e votações contra o povo, enchem os bolsos e agora querem brincar de trabalhadores precarizados? Esse cinismo é insuportável. O discurso de “segurança alimentar” não passa de maquiagem para encobrir um privilégio escandaloso.
Enquanto a população se desespera com as contas de luz, com os preços no mercado e com a ameaça de mais taxações, como a taxa de iluminação, os vereadores se apressam em aprovar para si um cartão de R$ 1.800,00 mensais, fingindo que não há contradição. Esse projeto é mais que imoral: é um assalto institucionalizado, um golpe armado por quem deveria fiscalizar o Executivo, mas prefere saquear o próprio cofre legislativo.
E não é só o valor. O PL prevê que a concessão do benefício poderá ser suspensa a qualquer momento pela Mesa Diretora — ou seja, eles têm o poder absoluto de ligar e desligar a torneira do privilégio de acordo com os seus interesses. Usam os cargos para legislar em causa própria, como se a Câmara fosse uma extensão de suas contas bancárias pessoais.
A matemática é simples e revoltante: só para os 23 vereadores, se o ticket for mensal, o custo anual chega a quase meio milhão de reais. Incluídos servidores, comissionados e temporários, a cifra dispara para níveis absurdos, drenando recursos públicos sem qualquer justificativa plausível. E tudo isso sem apresentar impacto financeiro nem indicar fonte de custeio, em flagrante afronta à Lei de Responsabilidade Fiscal.
É preciso dizer sem rodeios: a Mesa Diretora transformou a Câmara Municipal de Vitória da Conquista em uma máquina de privilégios e autoproteção, agindo contra os interesses da população que deveria representar. É a institucionalização do parasitismo político: sugar recursos de uma cidade marcada pela pobreza e pelo desemprego para sustentar luxos de quem já vive em palácios salariais.
Se a população não reagir agora, esse PL passará “sem resistência”, como já alertou a imprensa. A Mesa Diretora aposta no silêncio, na apatia e no esquecimento do povo. Mas cada cidadão de Conquista precisa entender: esse ticket de R$ 1.800,00 é pago com o seu suor, com os seus impostos, com o aumento da sua conta de energia, com o corte de serviços públicos que você usa e eles desprezam.
Basta de insultos. Basta de privilégios. A Câmara, que deveria ser a Casa do Povo, está virando a Casa da Vergonha. E a Mesa Diretora é a responsável por enterrar de vez a credibilidade do Legislativo conquistense.
Quem precisa de ticket-alimentação é o trabalhador que sobrevive com um salário mínimo. O vereador que ganha R$ 18.700,00 e ainda exige R$ 1.800,00 para “subsistência” está, na verdade, admitindo a falência moral de uma instituição que já não enxerga o povo nem no retrovisor.
______________________________________
[1] Nota do editor – Herberson Sonkha - O Blog do Sonkha assume este texto como editorial porque entende que a denúncia de Almerindo Neto traduz fielmente o sentimento de revolta e indignação que percorre as ruas e periferias de Vitória da Conquista. Não se trata apenas de uma opinião isolada, mas da voz de um povo exausto com a ganância institucionalizada. A Mesa Diretora da Câmara Municipal precisa ser cobrada com firmeza, pois age como inimiga do povo que a elegeu. Esta não é a “Casa do Povo”. Hoje, é a Casa da Vergonha, sustentada pelo sacrifício dos trabalhadores que carregam nas costas o peso da desigualdade e da corrupção disfarçada de legalidade.
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