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Simone Moreno: A Bahia que respira em uma só voz
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Foto: Divulgação |
*por Herberson Sonkha
SALVADOR (BA) – O amanhecer de Salvador trouxe um espetáculo à parte: o céu em tons de ouro, laranja e coral refletia nas fachadas coloniais e nas ladeiras históricas da cidade. A atmosfera era de expectativa. A capital baiana aguardava o reencontro com uma de suas vozes mais marcantes: Simone Moreno¹.
Nos bastidores, a artista sentia a pulsação do coração como um tambor de bateria. Entre risadas nervosas, lembranças de décadas de carreira e a preparação da equipe, Simone revivia os palcos que marcaram sua trajetória internacional — Montreux, Estocolmo, Central Park. Agora, o destino a trazia de volta para o lugar onde tudo começou: o calor da sua gente.
O trio que arrastou multidões
O trio elétrico serpentava pelas ruas de Salvador, arrastando foliões como ondas em movimento. Bandeiras tremulavam, cores dançavam ao vento e o brilho do glitter se espalhava como pó de estrelas. Do alto, Simone reconectava-se com sua história por meio de canções que marcaram gerações: Êh Moça, A Terra Tremeu, Sambaê, Mulheres do Mundo.
Ao pisar no trio, um silêncio inesperado tomou conta da Praça Castro Alves. O tempo pareceu suspender-se. Então, sua voz rompeu o espaço: cristalina, potente, infinita. O chão tremeu, o ar vibrou, e a cidade inteira curvou-se para escutar.
Uma só voz com o público
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Foto: Divulgação |
O público reagiu em coro. A introdução de A Terra Tremeu transformou-se em canto coletivo, e cada acorde da banda reverberava no peito dos foliões. Risos, gritos e suspiros se misturavam à vibração da música. Era mais que espetáculo: era a Bahia viva, respirando em uma só voz.
Nos olhos da multidão, Simone encontrou gerações inteiras: crianças dançando livres, jovens entregues à magia do ritmo, adultos recordando memórias e idosos que guardavam os primeiros carnavais. Sua voz atravessava o tempo, unindo tradição e inovação, memória e futuro.
Arte, resistência e emoção
Enquanto cantava, a artista sentia o passado e o presente entrelaçados: as ruas de Salvador, as ondas do mar, os batuques do axé, a força do samba-reggae e sua trajetória internacional. Cada nota era vitória, cada acorde era resistência.
Ao fim, quando a última nota ecoou, a Praça permaneceu em reverência. Em vez de aplausos imediatos, houve silêncio de admiração e respeito. Para muitos, Simone não era apenas uma cantora naquela noite: era a própria Bahia cantando sua história, sua força e sua essência.
Um eco que permanece
Com o pôr do sol tingindo o céu de vermelho e dourado, sua voz seguia ressoando nos corações. Atravessava gerações, ruas e memórias. Naquele instante, todos se tornaram parte de uma só canção — eterna, potente, viva.
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1-Nosso agradecimento e reconhecimento à produtora Sílvia Fran, responsável pelo trabalho de Simone Moreno, pela atenção e pelo cuidado dedicados ao editor do Blog do Sonkha. Sua prontidão em disponibilizar informações detalhadas sobre a carreira da artista, sua discografia e o registro fotográfico demonstra profissionalismo, dedicação e compromisso com a qualidade da comunicação, aspectos fundamentais para a produção desta matéria.
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