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Editorial Especial | Cultura
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Foto: Movimento Cultura Conquista |
A urgência de um movimento cultural
autônomo em Vitória da Conquista
*por Carlos Maia
A cultura em Vitória da Conquista vive um momento de encruzilhada. Entre as promessas institucionais e a realidade dos artistas, músicos, escritores, poetas e produtores culturais, abre-se um abismo que já não pode ser ignorado. O entendimento é claro: os encaminhamentos realizados apenas pela via institucional pouco ou nada têm avançado. A experiência acumulada ao longo dos anos mostra que somente um movimento livre, autônomo e independente pode gerar frutos concretos para a luta cultural na cidade.
Desperdiçar forças em propostas ou projetos que não respondem às necessidades reais dos coletivos culturais tem sido, na prática, “malhar em ferro frio”. Enquanto isso, a juventude proletária das periferias permanece invisível, distante dos holofotes e desassistida pelas políticas públicas — municipais, estaduais e federais.
Não é de hoje que a classe dominante vem cooptando setores da cultura, moldando-os em projetos cujo objetivo central é a domesticação de uma luta que nasce, originalmente, de interesses contrários aos da juventude e dos trabalhadores. Soma-se a isso a dificuldade histórica de consolidar uma estrutura organizativa capaz de unificar e dar coesão aos diversos movimentos e espaços culturais existentes em Conquista.
Esse quadro evidencia a necessidade urgente de realizar um Congresso de Cultura, no qual artistas e agentes culturais possam debater, politizar o tema e construir uma pauta comum, capaz de contemplar os anseios de todos e todas.
No próximo dia 06 de setembro de 2025, a Prefeitura realizará um Fórum com a finalidade de eleger um Conselho Municipal de Cultura. O evento, no entanto, já nasce marcado pela vinculação direta ao poder público municipal, revelando-se um conselho atrelado e aparelhado. Ainda assim, esse espaço pode e deve ser usado para uma intervenção crítica e organizada, de modo a expor as contradições, desmascarar a farsa e denunciar a manipulação do governo municipal.
É preciso deixar claro: não alimentamos ilusões de colaboração com o poder público. A relação que se estabelece é de enfrentamento — firme, crítico e organizado.
Nesse contexto, reafirmamos a importância do Sarau A Estrada como ferramenta essencial nesse processo de resistência e mobilização. Ele se coloca como espaço de intervenção política, de construção coletiva e de confronto direto contra os poderes estabelecidos, reafirmando que a cultura em Conquista não se curva, mas resiste.
________________________________________
* Carlos Maia é poeta, escritor, memorialista e autodidata. Membro efetivo da Academia Conquistense de Letras, da Casa da Cultura Carlos Jehovah, do Coletivo dos Escritores de Conquista e integrante do Movimento Cultura Conquista, ele fala sobre a situação da cultura em Vitória da Conquista, a importância dos espaços culturais e o crescente processo de privatização das políticas culturais locais.
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