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terça-feira, 11 de junho de 2013

Paulo Ricardo Lobo: entenda o caso

junho 11, 2013 | por |


* Por Daniel Silva/VCA NEWS

As notícias sobre o representante comercial Paulo Ricardo Lobo acusado de estuprar seis adolescentes em Vitória da Conquista tem provocado a opinião pública e estimulado várias discussões nas redes sociais. De um lado, a polícia acusando o representante de ter cometido um crime. Do outro, os advogados do acusado negando as informações publicadas pela polícia. O confronto das duas versões no cenário midiático tem dificultado o entendimento do caso. Nesse sentido, nossa equipe de reportagem se propôs a juntar as peças desse quebra cabeça para oferecer aos leitores do VCA News uma ideia central do que está acontecendo. Na manhã deste sábado (8), estivemos reunidos com o advogado Diogo Andrade (foto). Ele é advogado de defesa de Paulo Ricardo Lobo. Durante o encontro, tivemos contato com o inquérito policial e avaliamos os dados contidos neste documento. O inquérito apresenta o relato das seis garotas que registraram queixas contra o representante comercial.
As adolescentes contaram que mantinham contato telefônico com Paulo Ricardo Lobo constantemente. As garotas e o acusado se conheceram em um supermercado da cidade e desde então vinham trocando telefonemas. Numa dessas ligações, o acusado convidou uma das adolescentes, de 14 anos, para sair. A garota aceitou o convite de Paulo e levou uma amiga com ela. O representante então convidou as duas adolescentes para ir ao motel e elas aceitaram com o intuito de manter a relação sexual entre os três. Quando chegaram ao local, a adolescente de 14 anos desistiu de manter a relação a três. Segundo o advogado do acusado, eles voltaram para casa sem ter mantido a relação sexual.
Passado esse episódio, Paulo Ricardo recebeu uma ligação de outra garota alguns dias depois. Eles marcaram para se conhecer e, no dia em que se conheceram, Paulo convidou a menina para ir ao motel. “A garota de 16 anos aceitou o convite de livre e espontânea vontade”, afirmou o advogado. Segundo a defesa do acusado, Paulo confessou que foi com a adolescente até um motel de Vitória da Conquista, mas não manteve relação porque ficaram “sem clima”. No entanto, a garota informou à polícia que neste dia manteve relação sexual com o representante. Durante as investigações desse caso, ela foi até o motel e mostrou o apartamento onde eles ficaram. A polícia conseguiu as imagens de segurança que mostram o momento em que Paulo Ricardo Lobo chega ao motel acompanhado pela adolescente. Após a denúncia na delegacia, a adolescente foi submetida a exames no Centro de Atenção e Apoio a Vida (CAAV) para constatar se houve a relação sexual. O laudo médico constatou que houve ruptura do hímen e que havia múltiplas fissuras na região anal. O documento foi anexado ao inquérito policial. A garota possui deficiência intelectual. A polícia anexou ao inquérito o laudo que comprova que a idade mental dessa vítima é de 12 anos e, por isso, a relação sexual com a adolescente configura estupro de vulnerável.
As demais vítimas informaram a polícia que também mantinham contato telefônico com Paulo Ricardo Lobo. Segundo o delegado que está a frente do inquérito, Luís Henrique Machado, o acusado utilizava do seu poder aquisitivo para seduzir as vítimas e manter relações com elas. No entanto, para o advogado do acusado, as garotas que saíram com Paulo Ricardo aceitaram o convite de maneira consensual. “Ninguém foi obrigado a fazer nada”, afirmou o advogado Diogo Andrade. Mesmo assim, o acusado foi indiciado por estupro de vulnerável. O inquérito foi entregue ao Ministério Público e a expectativa é que órgão denuncie o acusado.Questionado sobre a fuga de Paulo Ricardo Lobo, após o mandado de prisão preventiva, o advogado alegou que o acusado não se apresentou para garantir sua integridade física. “Nós sabemos o sistema presidiário trata as pessoas acusadas por esse tipo de crime. Já solicitamos um habeas corpus e, assim que for concedido, nosso cliente deverá se apresentar na delegacia”, concluiu o advogado.O inquérito seguia em segredo e a polícia realizava diligências no intuito de encaminhar o acusado para prestar esclarecimentos na delegacia. No entanto, as informações sobre essa investigação vazou e acabou favorecendo a fuga do acusado.Paulo Ricardo Lobo continua sendo procurado pela polícia.

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