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quarta-feira, 16 de abril de 2025

Diogo Azevedo é uma fraude eleitoral?

Foto: ASCOM/CMVC


*por Herberson Sonkha




VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) - Eleito sob um manto de suspeição e cercado por questionamentos sobre o uso político da Fundação de Saúde Esaú Matos, Diogo Azevedo (UB -  partido União Brasil que defende a anistia de criminosos golpistas de 8 de janeiro de 2023) despertou estranhamento. Desconhecido nas frentes de luta popular, sindical ou associativa, o agora vereador obteve exatamente de 6.017 votos — a maior votação da história da Câmara Municipal de Vitória da Conquista.

Em um município onde a média salarial mal ultrapassa R$ 1.800,00, com trabalhadores submetidos a jornadas exaustivas de 44 horas semanais, ônibus lotados e uma inflação avassaladora, é revoltante assistir ao silêncio de quem foi autorizado nas urnas a representar o povo, fiscalizar o Executivo, propor leis e contribuir para melhorar a qualidade de vida da população. Diogo Azevedo não disse uma única palavra relevante no plenário, não propôs qualquer projeto  (qual interesse público de impacto social?) e, quando finalmente marcou uma audiência pública, sequer compareceu.

Isso é mais que omissão. Isso é parasitismo. Um parasita que custa caro ao erário: R$ 18.742,91 mensais para manter-se inerte, alheio, de olhos fixos no vazio, sentado na cadeira que deveria ocupar em nome da luta popular. É escandaloso.

A discrepância é gritante: os vereadores conquistenses recebem 12,4 vezes mais do que a maioria dos trabalhadores da cidade, que se viram com R$ 1.509,00 mensais em regimes de trabalho massacrantes, como as escalas 6x4. E o mais revoltante: há registros de que o vereador sequer compareceu a uma única ação concreta de interesse público desde sua posse.

Qual trabalhador manteria o emprego se fosse ausente, ineficiente e negligente? Qual patrão não aplicaria advertência ou demissão imediata? O mínimo que se espera é responsabilização.


Mas afinal, o que faz um vereador?

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o vereador é peça fundamental da política municipal. Sua função não é figurativa — é legislativa, fiscalizadora e representativa.

1. Representar o povo:

Eleito diretamente, deve ouvir os anseios da população e transformá-los em propostas de políticas públicas. Deve ser a ponte entre o povo e o poder.

2. Legislar com seriedade:

Cabe ao vereador propor, debater, votar e aprovar leis municipais que impactam diretamente a vida das pessoas: transporte, saúde, educação, urbanismo, cultura e orçamento público.

3. Fiscalizar o Executivo:

O vereador deve acompanhar as metas de governo, analisar as finanças da prefeitura, fiscalizar obras, serviços e a aplicação do dinheiro público. Tem o dever de julgar, anualmente, as contas do Executivo com apoio técnico do Tribunal de Contas dos Municípios.

4. Estimular o controle popular:

O vereador também deve abrir caminhos para a participação popular nas sessões, audiências e gabinetes. Deve prestar contas e incentivar a denúncia de irregularidades, reforçando o controle social.

5. Exercer seu mandato com dignidade:

Para isso, o cidadão precisa ter mais de 18 anos, ser alfabetizado, estar quite com a Justiça Eleitoral, filiado a um partido e domiciliado no município.

6. Ganhar com responsabilidade:

Os salários dos vereadores seguem escala proporcional ao tamanho da cidade. Em Vitória da Conquista, com aproximadamente 400 mil habitantes, os vencimentos estão entre os maiores do país, exigindo contrapartida em trabalho e compromisso público.


O que exige o cargo que Diogo Azevedo não entrega

O vereador é guardião da democracia municipal, fiscal do bem público e representante do povo. Sua função exige escuta ativa, presença constante, ética e ação concreta. Quando esse compromisso não é honrado, o mandato se transforma em um estelionato eleitoral.

Diante da irresponsabilidade, da omissão deliberada, da ineficiência e do silêncio sepulcral, a cidade clama por explicações. E mais: clama por justiça. O povo tem o direito — e o dever — de denunciar, exigir, cobrar e, se necessário, buscar a cassação de mandatos que se sustentam apenas na omissão.

Diogo Azevedo deve explicações urgentes à população conquistense. A pergunta ecoa nas ruas e corredores da Câmara: estamos diante de uma fraude eleitoral?


Um comentário:

  1. Shonka, Esse é mais desse pessoal que assombra os Correios de Vitória da Conquista.

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