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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

O desafio da unificação da classe trabalhadora

O desafio da unificação da classe trabalhadora:
Uma análise marxista-leninista sobre o encontro em Guanambi


*por Herberson Sonkha



No dia 19 de novembro de 2024, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guanambi, ocorreu um importante encontro de dirigentes sindicais, militantes de partidos políticos e representantes de diversas entidades da classe trabalhadora. Este evento se constituiu em um valioso espaço de debate sobre a atual conjuntura social e política, que, à luz do marxismo-leninismo, evidenciou as contradições centrais do capitalismo contemporâneo, a necessidade de unificação da classe trabalhadora e a urgência de uma luta coletiva contra a exploração e a opressão.


A necessidade de aproximação com a teoria revolucionária

A atividade, que se estendeu por três horas, teve como eixo central a reflexão crítica sobre a atual situação da classe trabalhadora. Nesse debate, o marxismo-leninismo se fez presente não apenas como uma ferramenta de análise, mas também como um guia estratégico para a ação. A explanação teórica apresentada por este militante, com sólida base no materialismo histórico-dialético, ressaltou a importância de compreender a história sindical no Brasil e suas implicações para o movimento operário atual. O olhar crítico sobre a greve dos servidores federais em educação, que aconteceu em 2024, permitiu a análise das dinâmicas de resistência da classe trabalhadora frente aos ataques do capital, além de lançar luz sobre a necessidade de uma luta mais radical pela emancipação dos trabalhadores.


A diversidade no Movimento Sindical e a busca pela unidade tática

O encontro refletiu a pluralidade de setores da classe trabalhadora, desde os servidores públicos, docentes e técnicos administrativos, até os trabalhadores rurais e os comerciários. Essa diversidade, longe de ser uma fragilidade, constituiu-se em um ponto forte, pois evidencia a amplitude das lutas que devem convergir para uma frente única contra o capital. No entanto, a concretização dessa unidade exige mais do que uma simples reunião de interesses de classes; ela demanda um processo dialético de superação das particularidades locais e setoriais, através de um debate profundo que permita a construção de um projeto comum de luta.

O conceito de unificação não deve ser entendido como um simples aglutinamento de forças; ele precisa ser estruturado em torno de um projeto político que contemple a totalidade da classe trabalhadora, entendendo que as lutas específicas — como a contra a escala 6x1 — não são isoladas, mas sim componentes de um movimento que visa à derrubada da ordem capitalista.


A luta contra a escala 6x1 e a construção de um Fórum Sindical e Popular

Um dos encaminhamentos centrais da reunião foi a luta contra a escala de trabalho 6x1, que impacta negativamente as condições de vida e de trabalho dos empregados em vários setores. Essa luta específica, no entanto, está intrinsecamente ligada a uma análise mais ampla da exploração capitalista, que busca maximizar o tempo de trabalho sem uma correspondência justa com a remuneração e a qualidade de vida dos trabalhadores. A proposta de formação de um fórum sindical e popular para unificar as forças da classe trabalhadora em torno de reivindicações comuns é um passo essencial para a construção de uma alternativa real ao sistema de exploração do trabalho.

A unidade intersindical, que deve se constituir num fórum democrático, com a participação ativa das bases, é fundamental para que o movimento sindical e popular possa se fortalecer, sobretudo em um momento histórico de avanço das forças de direita e da ascensão do neoliberalismo em nível mundial. A criação desse fórum visa não apenas a unificação das pautas de reivindicação, mas também a constituição de uma frente política que, de maneira consciente e organizada, possa combater a ideologia dominante do capital.


O papel da teoria na transformação social

Em sua intervenção, o militante convidado, Herberson Sonkha, abordou a importância de ancorar as ações e estratégias da classe trabalhadora no conhecimento científico da realidade. A teoria revolucionária, fundamentada no marxismo-leninismo, não pode ser reduzida a um discurso acadêmico ou à mera leitura de textos históricos, mas deve ser constantemente atualizada, a partir da realidade concreta da classe trabalhadora. Isso significa que a teoria precisa se traduzir em prática cotidiana, na construção de ações de resistência que não se limitem à mitigação da exploração, mas que busquem a emancipação real do trabalhador.

O marxismo-leninismo, portanto, continua a ser um farol teórico para a classe trabalhadora, que, em seu processo de luta, precisa compreender a dinâmica do capitalismo, a ação do Estado como aparelho repressivo e ideológico, e a necessidade de construção de um poder alternativo que, por meio da revolução, seja capaz de transformar a sociedade.


A importância do calendário de lutas

O compromisso firmado no encontro, de consultar as bases e construir um calendário de lutas contra a escala 6x1, demonstra o esforço para transformar o debate em ações concretas. É crucial que as bases sindicais e populares se mobilizem para um enfrentamento direto ao capital, articulando ações que envolvam a greve, a denúncia política e a organização popular.

O marxismo-leninismo nos ensina que a luta pela melhoria das condições de vida e trabalho da classe trabalhadora não deve ser vista como uma luta isolada, mas como uma parte do processo maior de luta pela revolução. A greve, a ocupação de espaços de poder, a construção de um movimento sindical unificado e a articulação com movimentos populares são componentes essenciais para o fortalecimento da luta de classe.

O encontro realizado em Guanambi foi um passo importante para a construção de uma alternativa ao sistema capitalista. A unidade da classe trabalhadora, baseada em uma análise teórica sólida e na prática de lutas concretas, é a chave para a transformação social. O caminho é longo, mas a mobilização crescente e a construção de um movimento sindical e popular forte e unificado poderão conduzir a classe trabalhadora à superação das atuais condições de exploração e opressão. Esse é o desafio do momento, e é por meio da luta que a emancipação será alcançada.


*Herberson Sonkha, militante negro marxista-leninista.

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