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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

A invasão domiciliar, o extermínio de Juventude Negras e a reforma de extrema-direita do governador “capitão do mato” é uma flagrante violação do Estado Democrático de Direito na Bahia




*por Herberson Sonkha

A invasão domiciliar, o extermínio de Juventude Negras e a reforma de extrema-direita do governador capitão do mato é uma flagrante violação do Estado Democrático de Direito. Ainda não foi devidamente explicado a terrível invasão às 05h e 30min da madrugara de 31 de janeiro de 2020 a casa de meu pai Alicio Alves da Silva, no bairro Alegria, localizado na periferia de Vitória da Conquista. Enquanto isso, o caso segue sem elucidação, o fato pode ter alguma relação com a posição política crítica de militante de esquerda dentro do Partido dos(as) Trabalhadores(as) do município de Vitória da Conquista e região.


Como não existe nenhum histórico de crimes de furto, de roubo e/ou de drogas, esse fato só pode estar relacionado à posição crítica do militante Herberson Sonkha na cidade e em âmbito regional. Talvez, sejam mesmo retaliações à nossa intervenção política de esquerda contra o retrocesso das políticas neoliberais desse governador que flerta com a extrema-direita. Caso não seja devidamente explicado, isso pode sim ser resultante de nossa posição enquanto militantes orgânicos da classe trabalhadora e dos movimentos sociais emancipacionistas.

Após a minha entrevista veiculada no dia 30/01/2020, às 13h e 00min com reprise às 22h e 00min, concedida ao programa Roda de Conversa, de responsabilidade da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), para falar sobre o nosso projeto “A voz negra da periferia” minha família foi surpreendida com a invasão de policiais à procura de não sei lá o quê às 05h e 30min da madrugada. Digo invasão porque não tinha nenhum mandato expedido pela justiça para tal.

No mesmo dia escrevi dois textos necessariamente importantes: um sobre a invasão ilegal de policiais a casa de meu pai (31/01/2020) às 05h e 30min da madrugada que caracteriza crime de violação da casa que é um asilo inviolável fora dos termos da lei, ferindo gravemente o Art. 5º da Constituição Federal. Texto que foi republicado por outros blogs de alcance regional.

O outro texto foi expressando minha perplexidade, indignação e estarrecimento com a atitude de extrema-direita desse governador, ação duplamente truculenta do governador da Bahia que foi o de colocar sem nenhuma crise de consciência moral as tropas especiais de polícia de choque contra trabalhadores(as) do serviço público do estado da Bahia, desarmados que manifestavam pacificamente em função de sua legítima defesa, contra a perversa proposta de reforma da previdência.

Para vocês saberem um pouco sobre a importância desse espaço político para o Movimento Negro de Conquista, da Bahia e do Brasil (já que as APN’s são uma entidade nacional) construído pela atual gestão da UESB para dar voz à periferia Conquistense e das cidades da região sudoeste da Bahia. Nosso projeto foi selecionado recentemente pelo Edital Nº 223/2019 publicado pelo Sistema UESB de Rádio e Televisão Educativa (SURTE).

O objetivo do programa “A voz negra da periferia” é abordar a temática da juventude negra, sobretudo o extermínio da juventude negra, feminicídio das mulheres negras jovens, lgbtcídio da população LGBT jovem e outras dimensões da situação de risco dessa juventude. Nessa entrevista teci duras críticas ao governador neoliberal da Bahia que flerta com o comportamento da extrema-direita e ninguém diz absolutamente nada contra essa postura reprovável que agride de morte o partido.

Fiz duras críticas ao “auto de resistência” como expediente legal usado pela polícia para justificar assassinatos de jovens negros, citei como exemplo os disparos do policial na perna jovem negro Dai Black1, na 33ª Lavagem da Esquina do Padre e a morte dos 12 jovens negros em janeiro de 2015 no Cabula (Salvador) que o governador respondeu ao Jornal a Tarde lá em 2015 dizendo que a ação de policiais "É como um artilheiro em frente ao gol".

Os elementos que envolvem essa invasão, meu discurso, o programa na rádio UESB e minhas publicações no meu blog, especificamente nesse caso do texto sobre o governador Rui Costa chegou a quase 10 mil acessos, me faz buscar respostas num comportamento político institucional sinistro do país com o AI-5 e na Bahia penou até a morte do coronéAntônio Carlos Magalhães. Isso tem aparência de retaliações a nossa militância dentro e fora do Partido dos(as) Trabalhadores(as), já que ninguém nesse estado escreveu algo nesse sentido.

Que diferença faz para um político oportunista que explica a gravidade do extermínio de juventude negra apenas com uma frase de efeito porque considera o ato criminoso de apertar o gatilho contra jovens inocentes (os 12 jovens do Cabula não tinham qualquer tipo de passagem pela polícia) apenas como um “raro momento” de um artilheiro que não pode perder a rara oportunidade de fazer um “gol”; que silencia com a posição da Bahia nos indicadores do mapa da violência no país.

Esse governador viu e permitiu que policiais truculentos agredissem violentamente um professor indefeso da UESB de Vitória da Conquista que protestava legitimamente naquele momento em defesa dos interesses profissionais de sua categoria em frente ao palco. Não fez escondido, não atirou Coquetel Molotov no palanque e nem jogou pedra ou ovos no palanque. Apenas estava exercendo o seu livre e inalienável direito de manifestar pacificamente, pele menos é o que diz a Constituição brasileira que afirma que ainda vivemos sob a égide do Estado Democrático de Direito.  

Esse governador que se articula com as velhas raposas do carlismo (lembra-se de Geddel?) por todo estado, inclusive quebrando as pernas dos melhores quadros de esquerda do partido com real possibilidade de se eleger prefeito ou prefeita de municípios assolados pela tradição política conservadora do carlismo de corrupção, perseguição e descaso público com a classe trabalhadora e populações em situação de múltiplas vulnerabilidades para vencer uma eleição para justificar o modelo de consenso baseado na governabilidade despolitizada e despolitizante.

Esse governador que silencia com a postura de deputados da base que votaram na reforma fascista do governo federal ou com o senador carlista eleitor por ele que propôs desavergonhadamente retirar da lei a obrigatoriedade da cota de participação das mulheres na composição das chapas nas eleições.  

Peço vênia a você caro(a) leitor(a) para olhar dentro de seus olhos (virtualmente é obvio) e lhe perguntar se será mesmo que esse governador vai se preocupar (ou se quiser) em descobrir o motivo pelo qual alguns policiais (eles recebem ordens) invadiram a casa do pai de um simples militante de esquerda histórico que faz oposição aberta ao seu governo terrivelmente neoliberal? Sinceramente? Não creio nisso. Até porque as evidencias são muito visíveis, basta olhar como as coisas vão acontecendo.

Não é admissível que parlamentares do Partido dos(as) Trabalhadores(as) tenham dois discursos distintos, uma para a Assembleia Legislativa da Bahia e o outro na Câmara Federal e Senado. Isso é uma incongruência, incoerência e despautério sem precedentes na história desse partido. É absolutamente admissível e coerente que qualquer político de direita/extrema-direita na Assembleia Legislativa vote nessa reforma contra servidores públicos (Até porque eles nunca tiveram a competência para fazê-la), mas justamente o PT usado para possibilitar esse fetiche da direitona que nunca teve nenhum escrúpulo em ferrar a classe trabalhadora e as populações em situação de risco e depois aparecer com a cara mais limpa na televisão apresentando-se como sérios, honestos e comprometidos com as pautas populares.

Tenha a decência de um político sério! Paciência Senhor Governador! Se os deputados por quaisquer razões não lhe disseram, nós o faremos dizendo ao Senhor que esse constrangimento público (ou privado), nós militantes de esquerda não somos abrigados a passar.

Não somos massa de manobra do Senhor, somos militantes orgânicos da classe trabalhadoras e orgânicos dos movimentos sociais emancipacionistas. Sua máscara caiu e o Partido dos(as) Trabalhadores(as) terá que se posicionar para preservar à sua história de lutas ou morrerá agarrado com um traidor da classe trabalhadora do setor público, a apoiando a reforma trabalhista e previdenciária contra a classe trabalhadora do setor privado.



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[1] Disparos realizados na Avenida Santana de Caetité-Ba, durante a 33ª Lavagem da Esquina do Padre, o jovem negro, Jailton Crispim Arruda, popularmente conhecido como Dai Black, foi alvejado com dois tiros na perna, disparados por um Policial Militar, sob o absurdo argumento de que teria tentado tomar a arma de um PM. (NOTA DE REPÚDIO DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO – CAETITÉ-BA – 30/01/2020)

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