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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O PT PRECISA MUDAR

Quarta-feira dia 03/06/2013.
Plenária da militância petista no auditório do Sindicato dos Bancários.
Articulação de esquerda, tendência interna do PT.






1. Nas últimas semanas, as ruas de todo o País foram ocupadas por milhões de jovens brasileiros/as indignados/as. As manifestações começaram em Porto Alegre, seguido de Goiânia e São Paulo, e depois tomando as grandes capitais brasileiras. Em um primeiro momento, as reivindicações eram bem definidas: pela revogação dos aumentos das tarifas do transporte público. Na medida em que os protestos foram ganhando força, surgiram pautas mais amplas, como o fim da corrupção e a melhoria dos serviços públicos, como educação e saúde.  


2. Ainda que não fosse muito esperada por alguns, essa novidade no cenário político é conseqüência em grande parte pelas mudanças geracionais e sociologicas que ocorreram no país. Nos últimos anos, aumentou a renda e diminuiu a pobreza, aumentou o poder de consumo e diminuíram os juros, aumentou o emprego e diminuiu a informalidade no mercado de trabalho. Mas, ao mesmo tempo, a cultura politica e o pensamento de esquerda não acompanharam essas mudanças. O conservadorismo cresceu e as novas gerações não viveram a era FHC para compreender os avanços dos 10 anos de governo do PT.  

3. Assim, pensar sobre as atuais manifestações é considerar que o Brasil mudou. E o PT deve considerar que essas manifestações também são fruto das melhorias nas condições de vida do povo, que os nossos governos promoveram, e que isso permitiu a muitos poderem sonhar e voltar a lutar pelos seus sonhos.  

4. De maneira distorcida, alguns setores do partido avaliaram essas manifestações como uma conspiração/tentativa de golpe da direita. Porém, milhares e depois milhoes de pessoas nas ruas poderiam ser tudo menos uma conspiração. Decorrente desse raciocínio muitos encararam as manifestações como reacionárias, ilegítimas, equivocadas e, acima de tudo, contra o PT e o governo Dilma. Ledo engano, essa é a interpretação que os grandes meios de comunicação tentam dar aos fatos.  

5. Mas, aqueles e aquelas militantes do PT que foram às ruas, observavam a indignação da juventude, que exige mais serviços públicos - e não emprego e renda como a 12 anos atras eram as principais reivindicações da população. Só que pedir mais serviços públicos e com qualidade é também pedir mais Estado, algo historicamente pautado pela Esquerda. 

6. O que se pode afirmar é que os atos e mobilizações estão sendo disputados nos seus sentidos ideológico, cultural e político, por diferentes e divergentes setores da sociedade. Sabemos que conclusões, neste momento, são precipitadas, mas mesmo desconhecendo o curso final desta nova situação política, ela se apresenta ao Partido dos Trabalhadores como uma possibilidade de aprofundamento  das mudanças que iniciamos no país. Povo protestando é bom. Juventude discutindo politica é melhor ainda. E governo sendo pressionado pelas ruas e não pelo fisiológico parlamentar foi o que sempre quisemos.  

7. Nesse sentido, reafirmamos que o projeto do PT não deve buscar apenas administrar o Estado, deve sim transformar o Estado. O PT não deve se contentar apenas com a superação do neoliberalismo, mas continuar acumulando forças para a superação do capitalismo. É preciso mostrar de que lado estamos para nos diferenciar daqueles que defendem mais mercado como solução. Por isso, precisamos aprofundar e acelerar as mudanças. 


8. Mas, para efetivar esses objetivos o PT precisa mudar. A estratégia que nos levou ao governo federal não é mais suficiente para seguir mudando o PT precisa de uma outra estratégia. A forma de funcionamento do PT também é insuficiente, e as ruas nos mostraram uma rejeição que revela os limites atuais do partido, para seguir mudando o PT precisa de uma reforma politica interna, um novo modelo de funcionamento. E o PT precisa de uma tática pra 2014 que não apenas viabilize a vitoria, mas que também crie as condições de um segundo mandato Dilma superior ao primeiro. 

9. O atual momento é mais que oportuno para aprofundarmos às mudanças sociais, apesar das investidas feitas pela grande mídia nos últimos dias. É hora de o PT ajudar a ocupar as ruas. Fazer o enfrentamento necessário ao conservadorismo, romper com as alianças que confundem o povo sobre o lado das nossas lutas e, principalmente, ampliar a democracia real com a implementação das reformas estruturais, tão necessárias para mudar as desigualdades do nosso país, quanto para responder as vozes das ruas.



Que as manifestações não sejam passageiras e que os ventos das ruas reciclem o PT!

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