Translate
Seguidores
Vagabundos e Cães
*por Carlos Maia
Em
uma
Grande
loja
Do
comércio local
Fechada
Pela
quebradeira
Geral
da crise
Agravada
ainda
Pelo buliçar pandêmico
Repousa
De
frente
Ao
novo terminal
Obra
arquitetonicamente
Moderna
e arrojada
Três
restos humanos
De
criaturas
Que
o tempo esqueceu
Próximo
deles
Descansam
e dormem
Três
cães vadios
Descendentes
diretos
Dos
lobos selvagens
Domesticados
a milhares de anos
Esta
meia dúzia
De
seres vivos
Se
diferenciam
Drasticamente
Os
pedaços
Da
compostura humana
São
claramente
Identificados
Pela
mendicância
Desenfreada
Dos
moradores
De
rua
Que
agora
Habitam
as redondezas
Da
novíssima e bela
Estação de transbordo
Mas,
em contrastes
Com
estes restos
De
parição social
Estão
eles
Os
novos mosqueteiros
Da
avenida
Que
durante a noite
Vagueiam
na vagabundagem
E
durante o dia
Bem
alimentados
Cochilam
e dormem
Aos
pés das lojas
E
passarelas
Ao
monumento
De
um novo Deus
Eles
Ao
contrário
Das
imundices humanas
Não
pedem nada
A
estes
Serve-se
boa ração
Estes
não precisam
Submeter-se
Ao
ato humilhante
Do
pedinte
Da
mendicância
A
Estes
Guardiões
do sossego alheio
Paz
e alimento farto
Já
aos miseráveis
Da
terra
Uma
moeda
Que
pinga
No
ardor alcóolico
Ou
na quentinha
Do
“bom coração”
Que
serve
Ao
cardápio do dia
Na
maioria
Restos
De
Restaurantes
Lanchonetes
Botecos
e bares
Ou
mesmo
Pelos
trocados
Acumulados
Para
se matar fome
E
vícios
De
uma juventude
Que
transborda
Pelos
cabelos grisalhos
De
nossos
Não
bem quistos
Moradores
do tempo
Assim
Vagabundos
humanos
Precipitam-se
para a morte
E
cães vagabundos
Prorrogam
a vida
Carlos Maia – Dezembro/2021
0 comments :
Postar um comentário