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A Natureza Responde
*por Carlos Maia
Chuva que pinga
Orvalhos na terra
No último canto
Do sabiá verdadeiro
Não molha o sereno
Da loucura humana
Mas responde a
catástrofes
Na ebulição natural
O tempo treme e a
Imensidão da terra
Não cabe mais
Homens mulheres e crias
Nas calçadas citadinas
Onde se desfilam milhares
Sem ofício e sem trabalho
Sedentos castigados e
loucos
Nos caminhos
De proletas massas
Eis que se se deparam
Na nova encruzilhada
Cuidar do mundo
Para cuidar do ser
Ou cuidar do ser
Para cuidar do mundo
Juntar-se às sobras
Na busca da sobrevivência
Com reprodução e
Configuração de nova era
Estabelecer a produção
Estabelecer a
distribuição
Amaldiçoados por forças
insanas
Espancados pelo cheiro
podre
Lucrar não mais pode
Nem com estrume de gado
Galinhas porcos e cabras
Nem mesmo para
Adubar jardins e vasos
Da terra empobrecida
Pela imundice matizada ou
Para a beleza pura das
flores
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