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O Descanso da Velha Guerreira
para Edu
Meira
Quando
a luz
Não
iluminou
A
aurora matinal
Eis
que o escravo
Da
pena
Trava
mais uma guerra
Entre
o pensamento
E o papel
Naquele
dia
Naquele
momento
A
inspiração
Não
brilha tanto
Como
de outras vezes
A
linguagem
Não
habita repetidamente
O
mundo da poesia
Está
mais
Para
uma crônica
Anunciada
pelo
Ato
teleológico
Das
finalidades
Que
pelos desejos
Mais
sublimes
Do
ser poético
Ao
contrário
Do
que se espera
Da
claridade deste dia
O
manto negro da noite
Encobriu
a natureza
Pela
ida da amiga anciã
Do
simples aconchego da família
Para
o repouso eterno na terra que habitou
Assim
Foi-se beirando um século
Ramira
Meira Sertão
Rama
D.
Zinha
Zinha
para os íntimos
Mãe
Minha
mãe
Mainha
A
história desta mulher
Se
constitui um desafio e a ternura
Para
todos aqueles
Senhores
e Senhoras
Do
sertão de Coquinhos
Às
matas de Ibicuí
Ou
pelas passagens por São Jorge dos Ilhéus
E
de habitar definitivo nas terras de Conquista
Mas
ela se foi
Teimosa
e resistente
Nos
últimos tempos
Já
não pressentia
O
“perigo” da morte
Só
o soluçar confuso
Do
consciente para o inconsciente
Só
os débeis atos de senilidade
Assim
vão muitos da nossa espécie
Quando
a longevidade
Ultrapassa
os limites
De
uma genética
Pré-concebida
E
pelos percalços
Da
exterioridade do trabalho e da vida
Que
insiste em manter-se
A
vida não é como a poesia
Que
pode sempre
Encantar
a todos
Pelos
requisitos do pensamento
Essa
alma perdida
Nos
cérebros das pessoas
Simples
e desgarradas
Dos
rebanhos fideístas
Assim
Rama
Viveu
Pensou
Contou-nos
Sua
história
E
peripécias
Vividas
e apreendidas
Por
nós apreciadores do néctar
Carlos Maia - dezembro/2021
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