Translate

Seguidores

quarta-feira, 11 de março de 2020

Os impactos do aumento do dólar na economia da vida cotidiana: algumas considerações



"A primeira a compreender é que o aumento do dólar em relação ao real nós chamamos de desvalorização cambial. Assim, quando o dólar saiu de R$ 2,63 em 2015 e está em R$ 4,63 na cotação de hoje, percebe-se que houve uma desvalorização acentuada do real em relação ao dólar"

*por Ferdinand Martins da Silva1 / Josias Alves de Jesus2


Nos últimos dias assistimos a uma série de discussões na imprensa sobre a subida do dólar que atingiu o seu maior valor na história do país. Mas, quais são os impactos desse aumento para a vida do cidadão comum? O que muda na vida da dona de casa? Esse assunto, sem dúvida, interessa a todos nós. O objetivo do presente artigo é tentar trazer essa discussão para o mais próximo possível da linguagem popular, fugindo do famoso economês dos economistas de plantão da grande mídia.


A primeira a compreender é que o aumento do dólar em relação ao real nós chamamos de desvalorização cambial. Assim, quando o dólar saiu de R$ 2,63 em 2015 e está em R$ 4,63 na cotação de hoje, percebe-se que houve uma desvalorização acentuada do real em relação ao dólar. Apenas para registar, o real foi a moeda que mais se desvalorizou no mundo, mas esse é um outro assunto que trataremos depois.   

Mas, como esse aumento acentuado, quais os impactos na economia brasileira? O primeiro impacto que podemos perceber é em relação ao nosso pãozinho de todo dia. Como o Brasil importa a maior parte do seu trigo, que é matéria-prima do pão, houve um aumento de cerca de 10% no preço do pão francês só em 2019. Assim, o aumento do dólar faz com que as famílias mais carentes sintam no bolso o seu impacto porque o pãozinho aumenta de preço mês a mês.   

De uma maneira geral, o aumento no valor dólar favorece a exportação dos produtos nacionais que se tornam assim “mais baratos” em relação aos de outros países, onde a taxa de câmbio é menos favorável. É sabido que o Brasil é um grande produtor de grãos e outros produtos como carnes, que são majoritariamente utilizados para a exportação favorecendo sobremaneira o agronegócio. No caso da carne, todos nós vimos que houve um aumento grande nos preços no ano passado de cerca de 20%. Com nossa moeda desvalorizada e nossos produtos mais baratos internacionalmente, houve uma procura grande carne brasileira na China. Com esse aumento de procura, os preços internamente subiram muito. O nosso churrasco do fim de semana ficou mais difícil   

Da mesma forma, o transporte no país em geral, particularmente de mercadorias, ocorre majoritariamente por via terrestre cujos combustíveis utilizados (óleo diesel, gasolina, gás natural) derivam do Petróleo, e que têm preços vinculados ao dólar. Daí, portanto, que toda a cadeia produtiva é impactada por essa política. Toda vez que temos aumento do dólar, temos aumento dos preços dos combustíveis. Com os combustíveis mais altos, o frete fica mais caro e o preço do frete é repassado para todos nós através dos preços das mercadorias. Por incrível que pareça, o aumento do preço do dólar causa impacto até naquele acarajé que comemos na esquina de nossa casa porque o feijão fica mais caro, a cebola fica mais cara, o camarão fica mais caro, enfim todos os insumos ficam mais caros.  

Do ponto de vista prático (a título de exemplo) podemos listar aqui vários produtos que estão diariamente (quando estão!!!!) na mesa das famílias brasileiras tais como: pão, carne, ...

Por outro lado, as viagens internacionais (tão ao gosto da classe média, já que doméstica não pode viajar pro exterior!!!) ficam mais caras inviabilizando, às vezes, esses deslocamentos. No entanto, não tem se visto os patos amarelos nas ruas!!!!  

A questão central então é: quem é mais penalizado com esse aumento do dólar? Como isso impacta o cotidiano das pessoas mais pobres? Quais as alternativas pensando numa economia local e regional? Desenvolver este tópico tomando aspectos econômicos, sociais e políticos!!! (esse é o seu trabalho!!!)



____________________________________
[1] Professor do Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Doutor em Educação nas Ciências Experimentais.

[2] Professor do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Doutor em Desenvolvimento Regional e Urbano.

0 comments :

Postar um comentário

Buscar neste blog

por autor(a)

Arquivo

Inscreva seu e-mail e receba nossas atualizações: