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segunda-feira, 2 de março de 2020

O quilombo de Oxum

A atleta do nado sincronizado Anna Giulia
se apresenta como sereia da
Escola de Samba Unidos do Viradouro.
"Ora yê yê ô oxum! Seu dourado tem axé!Faz o seu quilombo no AbaetéQuem lava a alma dessa gente veste ouroÉ Viradouro! É Viradouro!"


*por Professor Davino Nascimento

Naquela noite de carnaval
Era todo alegria esperando o desfile da Mangeira
Queria saber como seria  Jesus Cristo retornar nos dias de hoje,
vindo do morro da Mangueira.


Foi então que veio a novidade
Eu não sabia o que estava acontecendo
Energias, ancestralidade ,emoção
Um vibrar em todos lugarares
Deu vontade de chamar as pessoas para me ajudar a ver…
E queria gritar… Tentei até cantar
Acompanhar o samba
Mas só conseguia chorar
Um rio de águas mansas
Um misto de alegria e dor.
Eram elas, as Ganhadeiras de Itapuã
Conexão Bahia na Comissão de Frente
Era a Lagoa do Abaeté
E naquela duna altissima
15 mulheres subindo para estender roupas
A Mãe Oxum estava lá!

Ó, mãe! Ensaboa, mãe!
Ensaboa, pra depois quarar

Tudo mudou
Era a imposição natural da beleza
O poder da prosperidade,
fertilidade e união para  homenagiar  às primeiras feministas do Brasil que desde o século XIX faziam “lavagem de ganho”  para comprar suas alforrias e libertar seus camaradas.

A alforria se conquistava com o ganho
E o balaio era do tamanho do suor do seu amor

Saiam a pé para vender peixe e quitutes pela cidade e assim ganhar o sustento da família.
E naquele alegoria tão bonita
com aquele lago de águas claras
Todos os adereços  era para Mãe Oxum.

Mulheres guerreiras reuniam para conversar
Uma tradição de Itapuã,
Cantar e dançar
É samba de roda
É força de Mulher

Ora yê yê ô oxum! Seu dourado tem axé!
Faz o seu quilombo no Abaeté
Quem lava a alma dessa gente veste ouro
É Viradouro! É Viradouro!


______________________________________*Davino Nascimento é graduado em Letras pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), professor concursado da Rede Estadual e Municipal de Vitória da Conquista, Ogã de Ogum Xoroquê, da Casa de Ylê Axé Kossíonilê de Pai Celi.

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