Translate

Seguidores

domingo, 4 de novembro de 2012

Comer, beber, dormir, sonhar e estudar: também é tarefa da esquerda para construir o levante pelo socialismo.


* Por Herberson Sonkha

Professor João Paulo seu texto é uma breve analise contundente e “marxista” da conjuntura mundial, sobre tudo, da fruição assintomática dos gargalos que o modo de produção capitalista impõe a cada crise e a hegemonia das instituições políticas criadas pelo sistema em curso que dão sustentação ao pensamento neoliberal. Pior é saber que as pessoas mais prejudicadas por esta matriz econômica, política e social não dão conta do quão prejudicial é o capitalismo. É a tal alienação de que trata Marx ao discutir fetiche e estranhamento nas relações que decorrem do capital.


Professor a década de 90, do século XIX, como bem historiou você, é marcada profundamente por grandes desconstruções das referencias teóricas, da práxis socialista e avanços progressivo da direita orgânica mundial. Isso tem um rebatimento ambíguo para a esquerda mundial, ainda em inflexão: uma interna que deriva das posturas do Stalinismo totalitarista e outra externa pelo avanço e consolidação do neoliberalismo no mundo, combinado com o fenômeno da globalização, como bem nos lembra Milton Santos.

Recentemente publiquei em meu blog o discurso do esloveno Slavoj Zizek[1]quando esteve no EUA, no Liberty Plaza em NY, para participar do acampamento do movimento Occupy Wall Street. Este movimento vem se mobilizando norte-americanos e outros nacionalidades residente em Nova York contra a crise financeira e a opulência do poder econômico dos EUA, desde setembro (2012).

Entre outras observações polêmicas feitas pelo filosofo no coração do imperialismo mundial, principal representante do neoliberalismo foi: “Nossa mensagem básica é: o tabu já foi rompido, não vivemos no melhor mundo possível, temos a permissão e a obrigação de pensar em alternativas. Há um longo caminho pela frente, e em pouco tempo teremos de enfrentar questões realmente difíceis – questões não sobre aquilo que não queremos, mas sobre aquilo que QUEREMOS. Qual organização social pode substituir o capitalismo vigente? De quais tipos de líderes nós precisamos? As alternativas do século XX obviamente não servem.

Isso nos obriga incorporar ao debate aqui no Brasil a crescente onda de levantes [isolados!?] que começa de fora incipiente e vai se espalhado pelo Europa, com os fortes protestos contra as orientação do FMI  e Banco Mundial, resguardando as devidas proporções, iguais ao recebidos pelos neoliberais do PSDB, no governo de FHC.

O que há de mais atual na luta contra o capitalismo? Se observarmos que desde a década de 90 [séc. XIX] a esquerda amargou inúmeras derrotas políticas e mesmo com o cenário da América Latina [Argentina, Cristina Kirchner; Bolívia, Evo Morales; Brasil, Luís Inácio Lula da Silva; Chile, Michelle Bachelet; Colômbia, Álvaro Uribe Vélez, Costa Rica, Óscar Rafael de Jesús Arias Sánchez; Cuba, Raul Castro; Equador, Rafael Correa; El Salvador, Antonio Saca; Guatemala, Álvaro Colom; Haiti, René Préval; Honduras, Jose Manuel Zelaya Rosales; México, Felipe Calderón; Nicarágua, Daniel Ortega; Panamá, Martín Torrijos; Paraguai, Fernando Lugo; Peru, Alan García Pérez; República Dominicana, Leonel Fernández; Uruguai, Tabaré Vázquez; Venezuela, Hugo Chávez] ainda não conseguimos construir uma frente latino America que vislumbre a formação de um bloco socialista emergente, o que há de novo são levante decorrentes da crise financeira das economias capitalistas centristas.  O que não quer dizer que não existam ações importantes nestes países que contribuem para reconstrução da luta pelo socialismo.

A direita impôs derrotas pontuais ao PT, quando mesmo perdendo dentro do seu labirinto que é o frágil estatuto democrático brasileiro, jogo político da democracia formal burguesa, imputou ao PT um desgaste moral, a partir do esquema montado pelos neoliberais que operam a mídia brasileira, com a questão do Mensalão.  Mesmo que a moral em questão seja a burguesa que não é a mesma da esquerda socialista. Isso é inegável, mas é bom lembrar que são derrotas pontuais. No geral continuamos fazendo o enfrentamento ao neoliberalismo e suas lideranças fetichistas.

A esquerda começa retomar o processo de enfrentamento a partir do socialismo e não dos canteiros de obras, que são importantes. As obras fazem parte das obrigações do Estado e vão continuar, pois, a fome é o principal aliando da direita. Portanto, não há ser humano que agüente ficar com barriga vazia e com sede, sem dormir esperando a revolução socialista. É preciso ter trabalhadores, desempregados, mulheres, negros LGBT, indígenas comendo, bebendo, dormindo e estudando para construir essa ruptura. Como não cremos em bola de cristal, não esta na pauta brasileira e nem mundial [ainda] o grande levante que promoverá a derrocada desta matriz econômica e política.

0 comments :

Postar um comentário

Buscar neste blog

por autor(a)

Arquivo

Inscreva seu e-mail e receba nossas atualizações: