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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Docência: recado aos professores!



* Por Herberson Sonkha



Professor João Paulo parabéns pela excelente lembrança e pelo providencial texto dedicado ao dia dos professores. Na condição de educadores não podemos prescindir da coerência com a história da classe trabalhadora e da estratégia de enfrentamento às forças burguesas e seus partidos políticos reacionários, por mais que tenhamos divergências pontuais por conta do caráter limitado do Estado burguês e suas instituições políticas.  

Não só pode como se deve questionar o projeto de governo participativo, afirmando legitimamente suas limitações em função das questões estruturais intrínsecas do Estado burguês, mas não se sustenta a falsa discussão que alega mudanças profundas, bem como atribuir equivocadamente aos antigos representantes da elite conquistense esta tarefa de caráter transformador. Pois, qualquer análise, por mais superficial que seja elucida o caráter conservador e reacionário de quem se propõe como “alternativa”.

Portanto, impõem-se analisar de forma criteriosa e responsavelmente neste segundo turno os dois projetos e fazer o verdadeiro debate, sem fazer o jogo midiático da rede globo de televisão que sempre esteve à serviço das elites internacionais como fizeram em 1989 manipulando descaradamente para favorecer ao Collor de Melo.

Certamente a reflexão levantada por você, Professor João Paulo, é polêmica e suscita ao debate. Na condição de educador temos a responsabilidade e, sabemos suas consequências desastrosas, com a omissão conveniente acerca do conteúdo de classe no segundo turno. Duas forças se articulam em torno de campos diferentes neste segundo momento eleitoral.

Um campo assumiu o desafio de combinar de forma inconciliável pessoas e interesses pessoais, financeiros, patrimonialista e representa ideologicamente o coronelismo de matriz carlista bastante conhecido pelas as pessoas com idade superior a 40 anos. Outro campo representa uma coalização originalmente formada pelo PT, PCdoB, PV e PSB e que neste momento ampliou o campo com forças que ao longo destes 16 anos percebeu na práxis e na construção teórica um governo que dialoga com a massa historicamente excluída pelos coronéis da política tradicional de Vitória da Conquista.

Meu caro companheiro e amigo Professor João Paulo, seu texto que hora apresenta é uma rápida construção intelectual que sugere ao docente fazer uma inflexão acompanhada de reflexão-ação sempre e organizadamente. No entanto, contraditoriamente a categoria docente vivencia momentos de profundo desencanto com a leitura e coma escrita e isso vai refletir a ausência de práxis política transformadora dos professores. Faz-se somente o necessário para trabalhar em sala de aula e restrito ao material didático.

Apesar do professor, escrito e pensador Sergio Lessa não considerar a categoria de professores enquanto força de trabalho produtivo. Portanto, o mesmo qualifica estas relações na perspectiva do mundo do trabalho em sua analise acerca da condição de classe como sendo fundamental para entender e intervir no nevrálgico mundo do capital versus trabalho.

Esta intervenção muito bem dada em sua construção Professor João Paulo nos coloca a grande tarefa que é despertar a categoria laborativa dos trabalhadores da educação, em especial os docentes, a reflexão sobre o projeto em debate no segundo turno. No que pese saber que tal desafio constitui-se em um intenso exercício intelectual e de práxis política, a docência não tem produzido muito para analisar a luz das categorias estudadas em suas diversas áreas do saber acadêmico para compreender o fenômeno sócio histórico em curso. Com exceção de alguns poucos docentes que subsidia o debate com seus textos.

A problemática que se coloca aos professores é fundamental para explicar o momento de crise na formação intelectual da categoria. Ao deixar de fazer este exercício muitos professores equivocam-se em suas analises superficiais sobre o governo municipal. Mas, isso não significa dizer que deixamos de ter a responsabilidade com a formação, ou deformação, dos discentes.


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* Herberson Sousa Silva, EX-Professor do CETEB, Adelmário Pinheiro e Orlando Leite. 

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