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Alicerce da Vergonha
*por Carlos Maia
O crepúsculo dos mortos.
Ainda se faz presente entre nós.
Não há ódio e revolta suficiente.
Para o desnudar da cumplicidade.
Não! Não estamos mais.
Vivenciando uma simples "marolinha".
O emprego da terminologia.
Ainda é objeto de discussões.
Infinitos são os favores.
Daqueles que se prestam.
Em socorrer moribundos.
Quando o grito do poeta.
Vai no sentido de retalhar a carne.
Para o corte da degola.
Oh! Filisteus amargurados.
Porque insistes em manter.
Namoro com cobras.
De duas cabeças.
Que enquanto uma se puxa.
A outra se estica.
Para o conceber dantesco.
Do inferno em que tudo cabe.
Nem tampouco serve-se caviar.
Nos botequins de feiras.
Nem champanhe é despejado.
Em copos descartáveis.
Caminhem. Oh! Desbravadores.
De um fideísmo insano.
Não recolham por favor.
As defesas do passado.
Para apresentação de discursos datados.
Nem espalhem aos quatro cantos.
Que para o esmagar turbulento.
Da insinuante "democracia".
Deve-se apresentá-la como um fim?
Deve-se mantê-la permanentemente?
Oh! Dita cuja que se estremece.
Aos soluços das ondas sucessivas.
Não apenas ao vir e vem.
Das águas mansas.
Mas, pelas tsunamis.
Que arrebenta-se às pedras.
Destruindo os flancos.
Das guardas fronteiras.
E adentrando em ritmo alucinado.
Das lentidões oferecidas ao marasmo.
Nunca esqueceis das lições do mestre.
Mas, até estes terão que ser reeducados.
Não! Não! E Não!
Não me chame mais.
Para firmar-me em frentes.
"Populares", "amplas" e "amplíssimas".
Essas já passaram.
E os seus resultados.
Foram sucumbidos.
Pelos erros da história.
Seja ele "mais selvagem”.
Ou "menos selvagem".
Pouco importa.
Capital é capital.
O fosso onde se separa.
A rachadura social.
Não se limita.
Há um traço tênue.
Em que o frentismo.
Seja alçado a uma condição estratégica.
Vamos sim.
Nos lampejos da liberdade.
Nunca consentida.
Mas conquistada.
Tratar de pôr em pé.
Os verdadeiros sonhos.
E a verdadeira.
Práxis social revolucionária.
Não importa a Idade.
Não importa o sexo.
Não importa cor de pele.
Raça ou etnia.
Só importa o compromisso com a luta.
Com o desbancar interior e exterior.
De conceitos e pré-conceitos.
Que arraigados cegam.
Temos que destitui.
Das vaidades intelectuais.
E colocar os nossos talentos.
A serviço da educação, formação e criação.
Ao invés de amaciar cadeiras e bancos.
Vamos nos assentar juntos a juventude.
Não podemos voltar a roda da história.
Mas temos a obrigação de realizar a passagem do saber.
*Carlos Maia - 27/08/2024
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