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quinta-feira, 28 de julho de 2016
O petismo hegemônico: se aliar a direita fascista cometerá um erro histórico em Vitória da Conquista.
julho 28, 2016
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por
Vinícius...
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"Como era de se imaginar, a militância petista de esquerda não se orienta pela premissa de “a ocasião faz o ladrão.”
*por Herberson Sonkha
Nestas eleições em Vitória da Conquista a militância de esquerda do Partido dos Trabalhadores (PT) corre o risco eminente de sofrer mais uma derrota interna que aumentará a lesão em seu principal tecido, o social. Segundo dirigentes hegemônicos num estalo de lucidez, que nós consideramos um lapso conveniente de memória, o campo hegemônico do PT em Vitória da Conquista define a natureza política do arco de aliança: venha de onde vier ou com quem vier, qualquer um será aceito!
Como se estivessem numa ilha esotérica e desplugados da realidade física e virtual proporcionada pela internet, o bloco hegemônico age irresponsavelmente com indiferença ao linchamento moral midiático e nas ruas de Conquista feito contra a militância petista; aos constantes ataques à história do PT e a liquidação vil da dignidade do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff.
Se o plano prosperar, dependendo deles está tudo acertado, os hegemônicos vão estuprar moralmente a dignidade da militância petista ao receber uma chispa da direita fascista desagregadora ilusoriamente chamada de independente que impõe uma burguesa coxinha (fascista) recém filiada ao PDT como vice e um chiste formado por Chico Estrela, David Salomão e uma escoria ascendente de coxinhas golpistas com a justificativa de que eles são essências para ganhar as eleições municipais. Menos as mulheres e os homens do PT!!!
As eleições são um período de “observação” da população (todos os estratos sociais e econômicos) do que será ou poderá ser feito nos próximos anos. Algumas mais, outras nem tanto, ou ainda aquelas “desligadas” destas questões do mundo da política são orientadas por uma ideia tácita que intencionalmente as mantém distante do epicentro de decisões coletivas por se reivindicarem apolíticas.
Mas, sua suposta neutralidade também é uma posição política que, além de isolar das discussões sobre as inúmeras contradições nas relações de poder dos humanos, torna-as mais vulneráveis as artimanhas de quem (ou grupos) conta com seu silêncio para tirar proveito em benefício próprio da situação, a que nós conhecemos com politicagem. Ou seja, quem não discute política, com ‘P’ maiúsculo, permite-se que qualquer pessoa possa decidir por você e, na maioria das vezes, contra seu próprio interesse.
Contudo, nosso posicionamento político, na política enquanto ciência que administra interesses alheios está diretamente ligada as nossas condições materiais e intelectuais. Estas condições influenciam essas observações que oscilam entre comportamentos de indiferença ou crítico na política. Na maioria das vezes essa indiferença é um elemento causador do comportamento protetor ou agressivo destas populações: fanatismo. Empiricamente, nota-se que mais da maioria dessas pessoas que compõe o universo da política, possui um comportamento protetor. Este protetorado tem aspecto passional que transforma os indivíduos em defensores incondicionais de certas ideias (absurdas) porque são movidas pela paixão.
Outra dimensão deste comportamento político caracterizado pela indiferença é a agressão caracterizada pela maledicência. Em relação à crítica é preciso salientar que essas pessoas não estão imunes a certas características observadas no comportamento dos indiferentes. Portanto, tanto uma quanto a outra, poder-se-ia ser afetada pelo fanatismo, mesmo aquelas pessoas culturalmente intelectualizadas e materialmente “bem-dotadas”.
E o que foi feito conta nesta observação? Sim, mas não é determinante porque o feito já foi assimilado pela sociedade que passa a se comportar com algo naturalizado. Observar o comportamento dos membros de uma determinada sociedade pressupõe analisar também os graus de saciedade dos diversos grupos sociais. Por analogia, parece ser a mesma sensação causada por estímulos (externo ou interno) que provoca reações especificas que ativam a percepção dos humanos estabelecendo níveis de satisfação ou insatisfação. Uma vez atendida cessa a sensação fisiológica que a ausência ou presença provoca.
Na política, quando a/o sujeito político ignora a história coletiva daqueles agentes sociais e econômicos vinculados àquela comunidade e passa a conceber o agora como único critério de aceitação ou negação, a política cumpre um papel menor porque está destituída da crítica, pois se comporta, grosso modo, como animalia que utiliza apenas a percepção sensorial para interagir com o mundo. Quem desconsidera estas “condições” acaba por não compreender a complexidade da dinâmica sociopolítica que incidem sobre a decisão de votar ou não em um ou uma determinada candidata.
Por esta razão, acreditamos que o PT (Executiva, Comissão Política ou ‘PGP’) deve observar o que se tem como possibilidade. Como era de se imaginar, a militância petista de esquerda não se orienta pela premissa de “a ocasião faz o ladrão”. Assim, os meios não justificam os fins, pelo menos não deveria para alguns agentes da politicagem que operam o campo hegemônico do partido. Não há circunstancia certa para justificar o alinhamento político com a excrescência da direita mais execrável de Vitória da Conquista. Afinal, todos nós petistas (inclusive o campo hegemônico) condenamos o linchamento moral sofrido pelo PT na mídia e nas ruas por esta mesma direita abjeta que agora querem trazer numa aliança “tática” para manutenção do poder.
Qual é o devir que alimenta a expectativa geral da população conquistense? O que vir a ser a vontade da popular e qual é o nível de percepção desta população com o que está acontecendo no país, no Estado e no município? O papel de um partido de esquerda não é organizar as massas e levar conhecimento para conscientizá-la dos perigos ao apoiar um projeto de direita? O campo hegemônico não responderá a nenhuma destas perguntas porque eles estão comprometidos com a lógica hegemonista de manutenção do poder. O poder pelo poder e não importa com quem se alie o que vale é ganhar... Vide governo municipal.
As forças de esquerda precisam romper com está lógica mimética (matriz é do campo hegemônico) de aprisionar-se tão somente ao já feito e na “capacidade” da máquina pública para resolver todos os problemas do mundo, inclusive saciar as expectativas das populações, com algo ad infinitum. Compreendemos que o devir é um novo desafio e que a nossa capacidade material e intelectual presente não dão respostas efetivas (convincentes) a expectativa de futuro, principalmente se limitarmos as conquistas e avanços (capacidade financeira e técnica da máquina pública) subsumidos pelo presente, inquestionavelmente é limitadíssima.
Precisamos nos apropriar do devir para convencer as populações, no entanto, a escuta é o melhor e mais eficiente mecanismo de prospecção. Ouvir sem filtro, sem cercear a fala e nem intimidar as pessoas constitui a melhor mais importante iniciativa política. Não existe a cultura da escuta no governo municipal, pois estão sempre armados e prontos para metralhar quem quer que seja em ousar criticar as ações do governo. Se não há escuta durante a gestão e não existe disposição para fazê-lo, pelo menos no período eleitoral, quando a população iria dizer quais são as suas expectativas de futuro?
Alianças à direita e com figurinhas deletérias colocarão o Partido dos Trabalhadores de Vitória da Conquista, uma exceção no território nacional, na vala comum da “farinha do mesmo saco”. As últimas alianças à direita já descaracterizaram parte importante do projeto iniciado nas intensas disputas políticas de classes contra as oligarquias cafeeiras dos anos 1970. Mas, estas últimas movimentações perigosíssimas do campo hegemônico (Guilhermistas e Reencantar) e algumas das figuras de proa (antes tidas como leprosas) do governo para construir com à direita fascista um arco de alianças execráveis que colocará a tão propalada exceção do petismo conquistense na Bahia no mais terrível apodrecimento moral do tecido social do PT, uma hanseníase política.
Esta aliança com a extrema direita fascista é infecciosa e está comendo nosso tecido social que não pertence ao campo hegemônico, pois essa direita fascista atua como mycobacterium leprae que uma vez inoculado forma pequenas manchas e depois inicia a incubação lenta e gradual. Sua função é interromper a oxigenação ideopolítica do tecido social partidário tornando-o frágil até atingir sua forma lepromatosa e aí já não existe mais solução democrática para conter esta virulência, pois todas as defesas (forças à esquerda) internas foram violentamente asfixiadas ou expulsas. Isto transformará o que ainda resta de dignidade de nosso governo numa amalgama leprosa que destruirá o histórico e o nosso legado.
O antídoto para esta doença infectocontagiosa é a radicalização da democracia interna do partido com a adoção de condutas efetivamente participativas, livrando-se dos vícios das manobras típicas do hegemonismo despolitizado. É preciso vacinar o partido e extirpar esta parte do tecido social do partido comprometida pelas articulações políticas doentias daqueles que insistem em pensar que o PT é um balcão de negócios sobre o qual se permite fazer qualquer jogo no qual a principal moeda de troca são a ideologia e os princípios emancipacionistas dos petistas, para manutenção do poder.
Buscar respeitar o estatuto do partido, principalmente o seu Art. 1º “O Partido dos Trabalhadores (PT) é uma associação voluntária de cidadãos e cidadãs que se propõem a lutar por democracia, pluralidade, solidariedade, transformações políticas, sociais, institucionais, econômicas, jurídicas e culturais, destinadas a eliminar a exploração, a dominação, a opressão, a desigualdade, a injustiça e a miséria, com o objetivo de construir o socialismo democrático.” Neste sentido, urge reorientar o PT pelo relógio dos movimentos sociais emancipacionistas e pelos valores internacionalistas das classes operarias que vislumbram o socialismo/comunismo como oriente das classes trabalhadoras.
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Essa é a lógica desse grupo hegemônico do PT, ou seja, vencer eleições. Com esse único objetivo, esse grupo tem se aliado às piores figuras do cenário político. Essa prática acontece nas eleições Municipais, Estaduais e Federais, causando tristeza e constrangimento para a militância histórica do Partido dos Trabalhadores. O resultado disso nós já vimos. Acredito que é chegada a hora da militância séria e comprometida com os verdadeiros propósitos do PT refletir e ver se ainda vale a pena apostar nesse sonho junto ao PT. Parabéns pelo texto!
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