Translate
Seguidores
sexta-feira, 31 de maio de 2013
Forasteiros...
maio 31, 2013
|
por
Vinícius...
|
![]() |
Vote logo em mim mocinha! Porque eu sou a lei! Eu faço a lei ao meu modo. Entendeu? |
*por Herberson Sonkha
Durante muito tempo ouviu-se falar em filmes do velho oeste sobre cowboy John Wei e tantos outros arruaceiros chamados de FORASTEIROS. Esta palavra tornou-se um clichê para designar uma pessoa malquista, estranha ao ambiente familiar em paz que surge para saquear, fazer badernas e pilhar mercadorias de pequenas comunidades isoladas ao ermo árido do deserto norte-americano sem xerife, ou seja, proteção jurídica administrativa. Quem não se lembra dos clássicos do velho Oeste? Há muito mito em torno desta palavra, mas faremos uma analise histórica acerca de quem efetivamente foi forasteiro na história do Brasil.
![]() |
Bando de Forasteiros do velho Oeste |
Segundo a etimologia da palavra FORASTEIRO a mesma tem sua formação do latim FORANEUS, “exterior, do lado de fora”, de FORIS, “fora” que significa alguém estranho ao ambiente. Diz-se que esta palavra deriva do mesmo radical que forma a palavra floresta. Floresta - Vem do termo latino forestis, adjetivo derivado de foris (fora). A expressão silva forestis que poderíamos traduzir como "mata exterior" designava o território fora dos limites das áreas comunitárias que somente o rei tinha o direito de caçar e explorar a madeira. Na perspectiva histórica quem é de fato forasteiro?
A longa e conturbada história do povo brasileiro diz muito sobre nós e porque são tão hostis aos hábitos e costumes daqueles que habitavam por aqui antes que a Coroa Portuguesa e a Europa pudesse nos oprimir e explorar. A palavra FORASTEIRO tem sido utilizada de forma inadequada por várias pessoas, inclusive, aquelas que se colocam para a sociedade como “esclarecidas”, sem, no entanto se dar conta de que são obstadas por serem desprovida do desconhecimento da história do Brasil. Estas pessoas são vitimizadas pelo ensino que não instrui de forma universal dando a estes uma boa base do saber para compreender certas expressões de caráter sócio histórico com esta.
![]() |
O Português além de escravizá-los roubava tudo que pudesse ser comercializado na Europa. |
De fato, os europeus, Espanhóis e Portugueses, após uma longa e devastadora crise econômica que assolou a Europa, ruindo o sistema feudal, deu-se uma nova fase incentivada pelo surgimento de pequenos negócios que viria a ser o comércio. Este período, denominado de mercantilista, forçou as nobrezas europeias saírem de suas zonas de conforto em busca além-mar de saída para esta crise. Este período marca o início do capitalismo comercial e a expansão (século XVI) do mesmo, através do mar em busca de ouro, prata e matérias-primas em áreas “descobertas” denominadas de colônia, para atender ao crescente fluxo comercial europeu.
É neste cenário em franca expansão, via mar, que as relações de dominação e exploração se intensificam com as colônias (conjunto dos indivíduos da mesma nacionalidade que se estabelecem em país estrangeiro, possessão de um Estado fora do seu território, em geral no ultramar ), violentamente ocupadas pelos colonizadores que consideravam estas terras como sendo de ninguém. Este domínio durou aproximadamente 300 anos, no Brasil vigorou até a proclamação da Republica 1889, sendo substituída pelos adeptos da teoria liberal (que contestavam a participação do Estado na economia) e o desenvolvimento das indústrias na Inglaterra, possibilitando a Revolução Industrial, século XVIII.
Este novo momento efervescente do ressurgimento das ciências e das ideias de liberdade de pensamento, de religião, de mercado, do conhecimento cientifico vivenciado pelo mundo passou a ser chamado de modernidade e já não fazia mais parte do feudalismo, que foi substituído pela revolução industrial e as revoluções francesas pelo sistema capitalista e dirigido por uma classe emergente chamada burguesia, que pôs fiz ao Antigo Regime e suas mazelas.
A ideia inexorável do branco colonizador (Portugueses e Espanhóis) foi frustrada quando chegaram aqui na América do Sul e encontraram habitantes com sistemas organizacionais, políticos, econômicos e sociais com padrão civilizatório e com habilidades avançadas para os padrões europeus. Havia aqui, a partir do México três grandes civilizações (Astecas, os Mais e os Incas) a partir das quais surgiram outras que povoaram a América do Sul .
A atual Região Sudoeste, pertencente ao Sertão da Ressaca (século XVI) segundo estudiosos da historiografia, era habitada pelos povos originários e foram expulsos. A revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia assegura que, “Vários povos habitavam os sertões baianos antes da sua ocupação pelo branco colonizador .” Os povos originários que habitavam a margem direita do afluente Rio Gavião derivam do troco dos Tapuias, subgrupo étnico dos gês, que descendeu dos Aimorés, Botocudos e tamoios (NEVES, 2006).
O atual município de Anagé (05/04/1962), situado a margem direita do afluente do Rio das Contas, o Rio Gavião, era habitado por Tapuias que foram expulsos por Antônio Guedes de Brito, (segunda metade do século XVII) pertencente aos territórios da Capitania de Ilhéus que os comercializavam como escravos ou aniquilavam em combate, outros se escondiam e miscigenam-se com os colonizadores. As ocupações resistiram até o século XIX, vencendo-os.
Portanto, a formação de São João da Vila Nova (Lei Estadual nº 249, 25/07/1898) está diretamente ligada ao desenvolvimento do município de Conquista. O surgimento de Vitória da Conquista vai ocorrer em função dos interesses administrativos da coroa portuguesa, que estabelece uma ligação entre o litoral e o sertão da Bahia. A partir de 1752, o bandeirante, o Mestre de Campo João da Silva Guimarães obtém permissão para guerrear contra os “indígenas”, do Verruga até as margens do Paraguaçu, visando desalojar os povo originários de suas terras.
Nas proximidades do chamado Centro Industrial Imborés (Vitória da Conquista), cenário do extermínio dos povos originários (Pataxós, Imborés) ficou conhecido como Batalha, à bandeira de João Gonçalves da Costa faz o genocídio da população. A invasão do Sertão da Ressaca, na visão do pesquisador por Ruy Hermann Araújo Medeiros em recente entrevista , resgata documentos históricos em que o pesquisador dialoga com documentos existentes na Torre do Tombo (Arquivo Nacional). Particularmente a Carta de Pedro Barbosa Leal que trata especificamente da conquista das terras entre o Rio Pardo e das Contas às matas próximo ao mar.
Para Medeiros os portugueses possuíam conhecimento geográfico da região que eles pretendiam “conquistar” em 1720 e a partir deste já havia feito uma estratégia de invasão e ocupação da vasta extensão de terras que ainda não estavam sob o domínio da Coroa Portuguesa, motivados por questões econômicas de interesse da Coroa. Assim, transcreve Medeiros, trechos de Pedro Barbosa Leal calcula: “Para o estabelecimento, aumento, e conservação da conquista se deve criar uma povoação na ponta da Barra do Morro de São Paulo, na terra firme, a donde se assista a quem comandar aquelas tropas, com escrivão, almoxarife para o que pertencer à Fazenda Real, assim das presas que se fizerem, como para as despesas das armas e munições donde se hão de fazer todas as expedições para um e outro sertão, assim da gente para as tropas, como das munições e armas de todas as partes da conquista, e se hão de rotar e abrir estradas para a dita povoação, por onde se há de comunicar, tanto com os socorros e provimentos dos arraiais, como para o recolhimento das presas que se forem fazendo”
Desta forma, pode-se considerar que o uso da palavra FORASTEIRO tornar-se-ia inadequado, na medida em que somo parte da chamada colonização e que, portanto não somos “naturais” desta terra, que efetivamente pertenceu aos povos originários brutalmente expulsos ou exterminados.
O Governo Português, no período pré-colonial, cria o sistema de capitanias hereditárias, concedendo aos nobres portugueses títulos de Capitão Donatário e uma carta de doação de terras. Assim, a Coroa portuguesa faz a concentração de terras no Brasil, dando origem ao Latifúndio e isso vai ocorrer com a ocupação do território brasileiro, Martim Afonso de Sousa organiza e concede as primeiras sesmarias. A organização fundiária adotada pelos portugueses possibilitou a distribuição de terras através de Sesmaria que durou até o final do século XVIII, sendo este critério seletivo para garantir terras apenas a quem possuía títulos da nobreza. Em 1850, a chamada Lei 601 ou Lei de Terras, acaba por tornar efetiva a posse de terras aos descendentes portuenses proprietários de terra no Brasil aprofundando o latifúndio no país.
![]() |
Este sim é o voto encabrestado! Eu tenho X votos e quero X cargos! Negócio Fechado! |
Ao fazer esta analise crítica veremos que todas aquelas pessoas que a cada eleição se apresenta cheio de soluções fáceis e dinheiro para comprar votos e após eleito desaparece, atribui-se a estes esta expressão de forasteiro. A propósito qual a origem desta riqueza se não vem do fruto do trabalho digno? Pois, nunca são vistos trabalhando. Por isso, sua fortuna e sua arrogância advêm, senão do saque ao erário publico. Primeiros foram os nossos ancestrais indígenas, depois o saque às pequenas terras por coronéis que roubavam terras para seus empreendimentos e mais recentemente na política os coronéis com suas perseguições, exploração e corrupções no exercício da atividade administrativa. Forasteiros...
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
Buscar neste blog
+Lidas na Semana
por autor(a)
Arquivo
-
▼
2013
(118)
-
▼
maio
(11)
- Forasteiros...
- ANAGÉ UMA NOVA HISTÓRIA, UM MOMENTO NOVO.
- UMA BREVE ANÁLISE HISTÓRICA E POLÍTICA DE ANAGÉ[1]
- NOTA: O BLOG DO SONKHA
- Não haverá Reforma Política no Brasil.
- Porque os médicos cubanos incomodam
- Prefeito e a Vice de Brumado tiveram os diplomas c...
- Vereador traidor: a sociedade anageense não perdoa.
- Universidade e a pseudo pedagogia crítica!
- Andre Singer debate classes sociais no Brasil
- 13ª Edição dos Voluntários do Sertão em Anagé
-
▼
maio
(11)
0 comments :
Postar um comentário