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quarta-feira, 29 de maio de 2013

ANAGÉ UMA NOVA HISTÓRIA, UM MOMENTO NOVO.

 "Professor e Historiador João Paulo Prereira
"A aprovação destas contas demonstra claramente que alguns vereadores ainda não compreenderam o novo momento que estamos vivenciando e, continuam dominados pelo mandonismo, vivendo sob as odes do conservadorismo político, mantendo viva a famigerada política do coronel"

* Por João Paulo Pereira

Durante muito tempo tenho discutido incansavelmente com os meus alunos e buscado elevar o nível de consciência deles, a respeito das questões políticas do município de Anagé. Desde sua emancipação política, isto pra mim está claro, que nunca houve um debate democrático sobre o poder público, a população viveu amargamente sob o julgo do mandonismo, do coronelismo em sua forma clássica, onde o medo e as negociatas sempre prevaleceram sobre a vontade popular.


Estamos pela primeira vez plantando o embrião de democracia, mesmo sendo a democracia ainda um exercício de retórica, nunca foi conquistada na prática em nenhuma sociedade, analisando historicamente o sentido clássico da palavra. Mas este governo que se inicia, está buscando os caminhos para implantação de relações democráticas, onde a população participe de forma efetiva da vida política do município, garantindo que a população paralelamente com os poderes públicos possa dirigir o destino político de Anagé.

Para que isto se realize é necessário que todos que fazem parte deste governo, esteja caminhando na mesma direção, que todos assumam o compromisso de romper definitivamente com as antigas práticas do mandonismo, assumindo efetivamente um projeto de transformação da realidade, trilhando caminhos que leve a um processo de democratização das relações sócio-política e cultural.

Infelizmente percebemos em algumas ações políticas, que as antigas práticas não foram ainda superadas. Assistimos extasiados a aprovação das contas da gestão passada, referente a gestão financeira do executivo em 2011. Não que não devesse ser aprovada, na verdade seria muito bom que este município tivesse sido gerido com austeridade e respeito ao bem público, certamente a população estaria vivendo melhor. O problema está justamente aí! Ao assumir a prefeitura, a nova gestão se deparou com uma situação degradante no poder executivo, o município com todos os programas federais bloqueados pelo descaso dos antigos gestores com a coisa pública.

Programas de melhoria das condições de vida federais sem funcionarem corretamente, nenhum programa municipal objetivando a garantia de uma vida mais digna para a população, o patrimônio público dilapidado e abandonado, cofres vazios, dividas com o INSS, com os fornecedores de água, luz e telefone, sem a condição de emitir CND( Certidões Negativas) o que inviabiliza convênios com instituições promotora de recursos para projetos de melhorias da qualidade de vida da população municipal, entre outros absurdos que foram deixados como herança para a nova gestão.

E o que é pior, algumas destas ações nefastas a população municipal, digo para a população, pois são estes os que realmente sofrem com este estado de coisas, é quem está na ponta do processo político que recebe a maior carga dos problemas sociais, como diz o velho ditado, “a corda só arrebenta do lado mais fraco”.

Mesmo diante deste quadro desolador, o poder Legislativo municipal, sem medir as conseqüências deste ato, aprovou as contas de uma gestão que em nenhum momento esteve ao lado do povo do município de Anagé. A aprovação destas contas demonstra claramente que alguns vereadores ainda não compreenderam o novo momento que estamos vivenciando e, continuam dominados pelo mandonismo, vivendo sob as odes do conservadorismo político, mantendo viva a famigerada política do coronel, de alguém que dita as ordens e obriga, seja pela coerção política, seja pela coerção ideológica, seja pela utilização da pobreza absoluta que leva as pessoas a aceitarem favores destes coronéis e retribuírem com a fidelidade, mesmo que ela seja nociva à coletividade.

O grande dilema deste processo, é que as forças democráticas e populares fizeram maioria no Legislativo Municipal. A equação é simples, se o governo, que está comprometido com as mudanças políticas, culturais e sociais, tem a maioria na Câmara, como a oposição aprovou suas contas? Se a Câmara Municipal é formada atualmente por onze vereadores, e o governo tem seis, como é que a oposição conseguiu seis votos para aprovar as contas?

Na verdade essa votação era formal, o Tribunal de Contas já havia aprovado as contas do executivo anterior com ressalvas, logo, a votação não Câmara não alteraria o resultado, a não ser, que houvesse maioria de 2/3 dos votos para mudar o parecer do Tribunal, deveria ser essa a postura da Câmara, independente da cor da bandeira partidária, a julgar pelas condições do município e, sobretudo, pelas condições de vida da maioria da população, afinal estes vereadores foram eleitos para representar e defender o povo, essa é uma das atribuições do poder Legislativo, infelizmente não aconteceu assim.

E o pior é que seis dos onze edis, votaram a favor da aprovação, cinco é normal, afinal são ligados aos antigos gestores, mesmo que do ponto de vista políticos deveriam está pensando no povo e não em seus interesses particulares ou de grupo. O grande problema, é que um dos que foram eleitos para defender as mudanças políticas, a construção desta nova história, recuou do processo e votou com o continuísmo, com a manutenção do mandonismo. Não cabe aqui pré-julgar ninguém, pois somente a consciência deste, o cobrará o compromisso que firmou com a população do município.

Mas fica uma indagação, até quando as pessoas vão deixar de assumirem seus compromissos com o projeto de transformação da realidade social, de construção de um mundo onde prevaleça o bem comum em detrimento dos projetos pessoais de acumulação de riquezas? Até quando os interesses individuais vão sobrepor aos interesses da coletividade, relegando milhares a condições da pobreza e do abandono?


Este é o compromisso firmado durante a campanha por todos aqueles que abraçaram o projeto eleitoral de Andréa Oliveira prefeita, trabalhar coletivamente para que o município de Anagé possa apagar estes anos de abandono, de descaso com sua população, de prevalência dos interesses individuais e/ou de grupos aristocráticos sobre os interesses da coletividade e este compromisso deve ser assumidos por todos que acreditaram e acreditam nisso, não dá pra retroceder, pois este povo já pagou demais as contas de anos de egoísmo e de mandonismo.

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