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terça-feira, 17 de julho de 2012
Um novo Post "Lições do pedágio"
julho 17, 2012
|
por
Vinícius...
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* Por Wladimir Pomar
O Estadão publicou notícia de que, desde o início da crise financeira internacional, o governo brasileiro abriu mão de 26 bilhões de reais em impostos para a indústria automotiva. Ao mesmo tempo, esse setor teria criado apenas 27.753 novas vagas de trabalho, cada uma das quais equivaleria a um custo de cerca de 1 milhão de reais em renúncia fiscal.
Ainda segundo o Estadão, essas medidas de estímulo à venda de automóveis teriam proporcionado às multinacionais automotivas remeterem para suas matrizes, nos últimos três anos e meio, 14,6 bilhões de dólares, na forma de lucros e dividendos. Portanto, esses lucros e dividendos exportados corresponderiam quase ao montante do valor que as empresas deixaram de pagar em impostos.
O E stadão, conhecido defensor das multinacionais, se dá ao luxo de tentar criar cizânia no seio do governo, ao afirmar que vários gabinetes governamentais criticaram a falta de contrapartidas ambientais, de geração de empregos e de investimentos pelas empresas, na adoção daquelas medidas pelo governo. Tais medidas teriam demonstrado a forma _atabalhoada_ com que o governo lida com as montadoras e teriam levado o consumidor brasileiro a pagar um preço salgado para ajudar o setor.
Em outras palavras, como havíamos alertado quando o governo decidiu, inicialmente, elevar o IPI dos veículos importados, a ajuda a esse setor oligopolizado não só é inoperante do ponto de vista econômico, como representa um alto custo político. Do ponto de vista econômico, a esse setor só interessa manter seu oligopólio e praticar preços administrados. Tanto que, além de criarem um número irrisório e caro de empregos, as montadoras elevaram imediatamente os preços dos veículos, o que levou a uma queda acentuada na venda de caminhões. Algumas delas já falam em paralisar linhas de montagem e incentivar demissões voluntárias.
Do ponto de vista político, o Estadão e as forças conservadoras que ele apoia estão simplesmente cobrando um alto pedágio por uma decisão que esperam não ter retorno. Principalmente por isso, o governo talvez tenha que redobrar seus esforços para redirecionar seus esforços na criação de novos postos de trabalho para aqueles setores empresariais médios e pequenos que realmente têm condições de gerar empregos e mantê-los por um longo período, elevando a massa salarial e o poder de consumo da população. 26 bilhões de reais direcionados para empresas desse tipo certamente teriam resultado num aumento muito maior de novos trabalhadores.
Além disso, em rel ação aos setores oligopolizados, a linha mestra do governo precisa se concentrar no aumento da concorrência, ou da competição, e não em isenções fiscais ou em apoio à manutenção do sistema de oligopólio. Neste caso, não se duvide que, mais cedo ou mais tarde, o Estadão e as forças que defendem a ajuda às montadoras façam críticas duras ao governo, por prejudicar um setor considerado estratégico para a indústria do país. Mas além de se confrontarem com os resultados econômicos reais advindos da democratização econômica do setor, não poderão cobrar qualquer tipo de pedágio político.
O governo parece haver aprendido essa lição e estar delineando uma nova política para o setor, que obrigue as montadoras estrangeiras localizadas no Brasil, pela própria concorrência do mercado, a baixar seus preços e elevar a qualidade de seus produtos. Elas precisam provar o próprio am argor da competição capitalista, que vivem proclamando, mas substituem pelo monopólio e oligopólio. O que é verdade não só para o setor automobilístico, mas também para ários outros setores que dominam a economia brasileira.
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