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Troféu Paranauê homenageia Mestre Sarará
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| Foto: Blog do Sonkha |
Troféu Paranauê homenageia Mestre Sarará:
uma história sexagenária dedicada à construção da capoeira conquistense
*por Herberson Sonkha
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) — O mandato do vereador Xandó (PT) é responsável por uma das mais relevantes iniciativas étnico-raciais da Câmara Municipal de Vitória da Conquista: o Troféu Zumbi dos Palmares, dedicado a lideranças negras, e o Troféu Paranauê, concedido a mestres e mestras de capoeira.
A premiação realizada na última terça-feira (19) destacou uma das personalidades mais representativas da capoeira no município: Mestre Manoel Sarará, figura central na consolidação dessa arte afro-brasileira reconhecida como patrimônio cultural.
Com mais de 60 anos de dedicação à capoeira, Mestre Sarará é considerado pioneiro da prática em Vitória da Conquista. No final da década de 1960, fundou a primeira academia de capoeira da cidade, instalada no bairro Alegria. Criador da Academia de Capoeira Ginga Brasil, o mestre recebeu o Troféu Paranauê durante a Sessão Especial em homenagem ao Dia da Consciência Negra, promovida pelo mandato do vereador Xandó (PT). O ato representa um reconhecimento institucional a um dos principais mestres da região, cuja atuação emergiu em um contexto histórico adverso, marcado pelo estigma e pela criminalização dessa expressão cultural de matriz africana.
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| Foto: Blog do Sonkha |
Precursor de um estilo de jogo marcado pela ginga trabalhada, com golpes rápidos e precisos, Mestre Manoel Sarará atravessou as contradições políticas, sociais e culturais de um período em que a capoeira ainda era alvo de intenso preconceito e perseguição. Nascido e formado na periferia conquistense, construiu uma escola que influenciou de maneira decisiva todas as gerações subsequentes de capoeiristas do município. Mesmo após décadas de ensino, mantém-se em plena atividade, jogando e formando novos integrantes dessa tradição.
O reconhecimento da importância de Mestre Sarará ultrapassou, ainda nos anos 1970, os limites territoriais de Vitória da Conquista. Sua atuação já era amplamente celebrada em Salvador, no Recôncavo Baiano, em cidades como Ilhéus e Itapetinga e também no Rio de Janeiro, onde participou de diversos jogos, rodas e cerimônias de batizado com troca de cordão. Em todos esses contextos, sua trajetória permanece respeitada como referência histórica e cultural da capoeira.
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Nota do Editor: O editor do Blog do Sonkha, Herberson Sonkha, foi iniciado aprendiz de capoeira pelo Mestre Manoel Sarará no final da década de 70. Em dezembro de 1979 mudou-se para Jequié, deixando a capoeira no cordão verde-amarelo.
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