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Pequenos Atos de Resistência
*por Josafá Santos
É hora de pintar a minha casa, construída dos alicerces ao telhado durante o governo Lula / Dilma, mesmo com o salário de um professor da Rede Pública. E construí uma casa grande, confortável e bonita, modéstia a parte. Precisando de andaimes, fui fazer orçamentos. Na primeira que loja que visito notei algo estranho: betoneiras cobertas com bandeiras do Brasil, da esquina, até a sua frente, onde outras bandeiras estampadas repousavam, algo preocupante em governos fascistas, assumidos ou não. Esse "patriotismo", aliado a "públicos testemunhos de fé" são, não raro, uma outra coisa, diametralmente opostas ao que se dizem ser. A História ensina isso, e eu sou um Historiador.
Venci esse pré-julgamento,
entrei na loja e, de cara, eis que me esbarro num adesivo estampado, com a
imagem do sociopata inominável que (por enquanto...) ocupa a presidência.
Abaixo, o seu nome, para não restar dúvida sobre a quem, ali, abertamente se
apoia. Dei bom dia à atendente, ela retribuiu. Perguntei pelo preço do aluguel
dos andaimes que procurava... meus olhos não conseguiam se desviar do cartaz no
balcão. Ela pediu um minuto, eu disse um "ok". E o adesivo lá, me
olhando, eu olhando ele, pensando sobre tudo que ele significava.
Ela me atende, me passa um
cartão, prepara um orçamento detalhado. Eu olho para o cartão, para o resto da
loja, para o cartaz/adesivo...
Não. Decididamente, não!
Digo a ela que mudei de ideia,
que não desejo mais o orçamento. Deixo o cartão, me despeço, vou embora, não
sem antes dar uma última olhada para o adesivo do monstro. Não. Meu dinheiro
não entra ali.
Pode ser, de fato, um protesto
besta, mas não destino o fruto do suor do meu trabalho, a quem apoie esse ser
repugnante, especialmente de maneira tão abertamente cínica. Provavelmente
muitos dos locais onde compro e frequento, são de seres que apoiam essa
aberração da qual falo. Mas quando SEI que o são, ao limite do possível, os
evito. Deixei de ir a lojas, farmácias, padarias, pizzarias, restaurantes, em
bares que apoiem esse criminoso, seus pensamentos, projetos e atos.
É impossível evitarmos a todos
os débeis, ao longo da nossa vida, mas a muitos deles, sim. A tal empresa, que
vende e aluga máquinas e andaimes para construção, não verá o meu dinheiro. Não
apoio quem defenda morte, tortura, discriminação e preconceito, a quem apoia
esse governo genocida, a quem dá voz ao fascismo, as suas hienas. Também não
frequento lojas, como a Havan, a Riachuelo, entre outras tantas. Os donos e as
donas desses locais não enriquecerão a partir de mim, não enquanto eu disso
souber e os puder evitar, nesse simples ato de boicote.
Sim, eu sei, pode ser um protesto besta, mas É uma forma de protesto. Essa, mínima que seja, EU, NÓS, podemos fazer. Fica a dica.
Josafá Santos,
Vit. da Conquista-BA.
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