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domingo, 17 de outubro de 2021

Pequenos Atos de Resistência


*por Josafá Santos

  

É hora de pintar a minha casa, construída dos alicerces ao telhado durante o governo Lula / Dilma, mesmo com o salário de um professor da Rede Pública. E construí uma casa grande, confortável e bonita, modéstia a parte. Precisando de andaimes, fui fazer orçamentos. Na primeira que loja que visito notei algo estranho: betoneiras cobertas com bandeiras do Brasil, da esquina, até a sua frente, onde outras bandeiras estampadas repousavam, algo preocupante em governos fascistas, assumidos ou não. Esse "patriotismo", aliado a "públicos testemunhos de fé" são, não raro, uma outra coisa, diametralmente opostas ao que se dizem ser. A História ensina isso, e eu sou um Historiador.

Venci esse pré-julgamento, entrei na loja e, de cara, eis que me esbarro num adesivo estampado, com a imagem do sociopata inominável que (por enquanto...) ocupa a presidência. Abaixo, o seu nome, para não restar dúvida sobre a quem, ali, abertamente se apoia. Dei bom dia à atendente, ela retribuiu. Perguntei pelo preço do aluguel dos andaimes que procurava... meus olhos não conseguiam se desviar do cartaz no balcão. Ela pediu um minuto, eu disse um "ok". E o adesivo lá, me olhando, eu olhando ele, pensando sobre tudo que ele significava.

Ela me atende, me passa um cartão, prepara um orçamento detalhado. Eu olho para o cartão, para o resto da loja, para o cartaz/adesivo...

Não. Decididamente, não!

Digo a ela que mudei de ideia, que não desejo mais o orçamento. Deixo o cartão, me despeço, vou embora, não sem antes dar uma última olhada para o adesivo do monstro. Não. Meu dinheiro não entra ali.

Pode ser, de fato, um protesto besta, mas não destino o fruto do suor do meu trabalho, a quem apoie esse ser repugnante, especialmente de maneira tão abertamente cínica. Provavelmente muitos dos locais onde compro e frequento, são de seres que apoiam essa aberração da qual falo. Mas quando SEI que o são, ao limite do possível, os evito. Deixei de ir a lojas, farmácias, padarias, pizzarias, restaurantes, em bares que apoiem esse criminoso, seus pensamentos, projetos e atos.

É impossível evitarmos a todos os débeis, ao longo da nossa vida, mas a muitos deles, sim. A tal empresa, que vende e aluga máquinas e andaimes para construção, não verá o meu dinheiro. Não apoio quem defenda morte, tortura, discriminação e preconceito, a quem apoia esse governo genocida, a quem dá voz ao fascismo, as suas hienas. Também não frequento lojas, como a Havan, a Riachuelo, entre outras tantas. Os donos e as donas desses locais não enriquecerão a partir de mim, não enquanto eu disso souber e os puder evitar, nesse simples ato de boicote.

Sim, eu sei, pode ser um protesto besta, mas É uma forma de protesto. Essa, mínima que seja, EU, NÓS, podemos fazer. Fica a dica. 

 

Josafá Santos,
Vit. da Conquista-BA.

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