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“Deus quis assim” para cumprir sua promessa com quem?
"(...) todos nós de esquerda quereriam vê-lo saudável para que pudesse assistir ao implacável julgamento da própria história dele e de todo e qualquer grupo social que ascenda eleitoralmente a Prefeitura ou a Câmara municipal de Vitória da Conquista."
*por
Herberson Sonkha
Qualquer transeunte que trafega pela Juracy Magalhães vai se deparar com um outdoor estampando uma foto da prefeita herdeira do legado genocida do ex-prefeito. A imagem sorridente é reforçada por mensagens fundamentalistas que inevitavelmente causará muitos gritos histéricos de “glória a Deus, aleluia” nos membros das seitas pentecostais. Não necessariamente aos membros da Al-Qaeda conquistense, para os quais não tem Deus certo e, por isso, segue guerreando entre si pelo comando geral da prefeitura.
O
desmame de alguns fieis das tetas gordas (hoje nem tanto) da vaca leiteira da
prefeitura já era esperado, principalmente àquele feito pela herdeira que
assumiu o púlpito (ou microfone?) ao som da macha fúnebre. Esse desleite pode
comprometer a articulação (R$) da extrema-direita que agrupava todos os
correligionários bolsonaristas que davam sustentação à política genocida de
Herzem Gusmão.
Quase
todos foram silenciados embaixo do mesmo teto mantido pelos cofres da
prefeitura, exceto àquele secretário de serviços públicos que pulou do barco
achando que ir naufragar e, recentemente, voltou como se fosse o melhor amigo
do ex-prefeito genocida. Como dizia Zé Ramalho, "Que nas torturas toda
carne se trai".
A
influência e o medo que a ideia-força de um DEUS vingativo ainda causa nas
cabeças imbecilizadas dos seguidores do bolsonarismo causa espanto. Pois, além
de se aproveitar das fragilidades e limitações cognitivas dessas pessoas, ainda
mantém o controle absoluto sobre a vida desses mercenários da política conquistense
do "toma lá, dá cá", mas não deixa de ser uma tática de risco.
A
seita do “tudo é nosso e nada é deles”, subestimou a crença discricionária de
pessoas fora da religiosidade institucional. Excepcionalmente de quem não está
na conta de nenhum pirata que ganha a vida fazendo pirotecnia com a palavra
morta ou de quem está livre dos grilhões da “religião que é o ópio do povo”.
Refiro-me as pessoas com diversas orientações religiosas, mas com solida
formação política e intelectualidade suficiente para compreender o mundo da
maneira mais crítica.
O
efeito da frase pode ter sentido contrário, mesmo que o ódio beligerante da
seita pentecostal impeça de compreender que a frase é uma tática parasitaria
para passar a ideia de que o seu governo não será uma continuidade dos aspectos
políticos negativos de seu antecessor – quais os aspectos positivos? Talvez,
ela nem atinja o nível de gerente eficiente ou administradora política do
capital na condição de gestora, quiçá incubar uma pratica com a intensão de produzir
“inovações” tecnológicas de gestão. O governo está mais para funcionar como
puxadinho arengado do ultraconservadorismo, mantendo a mesma linha fascistoide
da Al-Qaeda Conquistense.
Em
tese, até poderia ser muito mais por rebeldia sem causa, por isso compreendo
que neste caso não devêssemos apostar na duvidosa eficiência de gestão do
capitalismo basta olhar a triste realidade da classe trabalhadora terciaria,
vinculada aos comerciários triplamente explorados por empresários capitalistas
gananciosos e conservadores protegidos pela CDL. Talvez fosse mesmo uma
surpresa, se esta Senhora herdasse o legado genocida no calor de sua graduação
em administração pela UESB. Contudo, não existe um histórico respeitável (se
preferir um curriculum) que nos convença desse devaneio. Poderia ter seguido a
seu patriarca quando pode, mas fez outras escolhas mais reacionárias
compatíveis com o cargo de dirigente da CLD. Pois, no único momento de disputa
eleitoral de projetos para Vitória da Conquista, ela manteve a tradição e
afivelou-se ao ex-PFL do coroné Tunim satanás, ou melhor, do upgrade na
plataforma política conservacionista, transmutando para o contemporâneo DEMO.
A quem
diga que foi a oligarquia Lemos que articulou com o pupilo do coroné Tunim
Satanás a vinda de assessorias ineficientes e empresas de ônibus (falida,
desorganizada e com passivo previdenciário) de Salvador para Vitória da
Conquista. Isso explica a reminiscência originada no atrasado carlismo dos
Lemos na Bahia desde sempre.
Desconsiderando
a teoria da conspiração, pois quem aniquilou a saúde do ex-prefeito foi sua
própria estupidez contumaz que o levou a ignorar sua condição de comorbidade e
vulnerabilidade de contagio e saiu para o abraço com o coronavírus que se
aglomerava na Olivia Flores para festejar a sua vitória de pirro. O carola do
negacionismo e porta-voz do kit-covid, que se tornou a principal liderança da
morte no sudoeste da Bahia, combateu sistematicamente pesquisadores, cientistas
e o Conselho Municipal de Saúde, se contrapôs as todas as medidas e
recomendações de autoridades sanitárias e da OMS para transformar Vitória da
Conquista em zona da gripezinha, município com selo bolsonarista para livre
circulação do Covid-19, exemplo do estilo letal do bolsonarismo miliciano.
O
outdoor é um reposicionamento tectônico dentro das facções da Al-Qaeda
conquistense depois de inúmeras pressões veladas, feitas à prefeita por
oligarquias tradicionais de olhos enormes e esbugalhados nas finanças da
prefeitura, direcionada a representação política egressa da rede privada,
controlada pelo oligopólio Lemos. Não acredito que as facções fundamentalistas
(seitas pentecostais) agrupadas na Al-Qaeda conquistense se reacomodarão
depois que Yahvé revelar ao sacerdote do tabernáculo o verdadeiro teor
das mensagens.
O
“mistério será grande ao desenrolar o rolo”, sobretudo quando confirmar que
eles foram preteridos pelo descendente do clã carlista que pretende se eleger
govenador da Bahia, mas taticamente vem se descolando do genocida que está em
queda livre (e sendo defenestrado pelos próprios capitalistas financiadores de
campanha, os tubarões de mercado que viram seus capitais definhar rapidamente
por causa da incompetência do governo federal), nossa cidade vai virar
território do Afeganistão.
Eles
investiram seu tempo, os dízimos e suas energias letais para reeleger o
prefeito genocida e agora querem seu quinhão embrulhado no mantra do “Deus está
no comando”. Até criaram um inimigo
inexiste que são as religiões de matriz africana para justificar a entrada apoteótica
de apóstolos, profetas, bispos, cavalos, piões... Ops, não é xadrez! O cenário
sensacionalista foi montado e o fundamentalismo xucro das seitas pentecostais
passaram a pregar publicamente em círculos de orações em frente à prefeitura,
cuja homilia (hoje não lê mais, pois tudo é revelação) racista
demoniza/sataniza autoridades religiosas de candomblé e umbanda, alegando que
eles ofereceram oferendas aos orixás em troca da vida de Herzem Gusmão.
Qualquer
bom samaritano diria que a mensagem do outdoor é um álibi perfeito para
absorver o Povo de Santo, acusado de maneira injuriante de fazer “macumba”
contra o ex-prefeito. Obviamente, que além da expressão “macumba” está sendo
usada de forma jocosa, sua aplicação está erradíssima porque seu significado
não é esse.
Essa
gente faltou ou nunca foi as aulas de história e cultura da África e
afro-brasileira (Lei 10.639) no ensino médio. Aliás, nunca pisaram os pés na
UESB, nas aulas de História da África ou frequentaram às palestras
pedagogicamente conscientizadoras contra os racismos, ministradas pela
professora Dra. Graziele de Lourdes Novato Ferreira. Por isso, prospera a
bestialidade contra as ciências!
Em
tempos de propagação de absurdos como “negacionismo e terraplanismo”, reafirmar
a centralidade das ciências é fundamental. Em razão disso, para afastar o
fantasma da estupidez, vale a pena salientar que não faço menção ao “DRA”
como se fosse uma referência a uma profissional graduada em direito ou
medicina, áreas do conhecimento não menos importantes, mas de uma historiadora
negra que alcançou o título de Doutora.
Trata-se
do grau acadêmico mais elevado do sistema de ensino do Brasil, a pós-graduação
em Stricto Sensu conferida a professora Graziele Novato é o
reconhecimento oficial da instituição superior que comprova a sua capacidade de
desenvolver investigação ou à docência no campo da ciência, após concluir com
louvor todos os requisitos do curso.
Se o
exercício crítico das ciências modernas não permearem a cegueira, o
ensurdecimento e o emudecimento dos membros das seitas pentecostais
bolsonaristas (inclui-se a aí a bancada BBB do parlamento) lançando luz sobre
as consciências, ao menos se permitam ao hábito saudável de ouvir um griô,
certamente eles diriam que tal possibilidade de “macumba” é desnecessariamente
aceitável e jamais fora cogitada por nenhuma casa de candomblé e de umbanda de
Vitória da Conquista.
Exatamente
por ser desnecessário tal oferenda, pois a conduta política do ex-prefeito por
si só já seria visivelmente condenável. O sábio griô diria também que a
história é a faculdade cumpre bem esse papel de condenar ou absorver o sujeito
social de cada ser humano sobre a terra com relevante papel sociopolítico
delegado pelo povo na sociedade contemporânea.
O
comportamento na política desse sujeito o apequenou da tal forma que uma
reprimenda de um orixá seria o mesmo que esmagá-lo com apenas o dedo polegar,
bastar tirar as vendas dos olhos ou sair da caixinha de ressonância
bolsonarista-miliciana para enxergar o perverso ser social do ex-prefeito. Fora
isso, não existe nenhuma razão por menor que seja para desejar a morte de
ninguém, sobretudo de um(a) gestor(a) do governo municipal. Aliás, sempre houve
o ardente desejo coletivo de que ele sobrevivesse para que a justiça em algum
momento pudesse cumprir a sua função de investigar seus atos institucionais
para julgar os indícios de improbidades.
Além
do mais, todos nós de esquerda quereriam vê-lo saudável para que pudesse
assistir ao implacável julgamento da própria história dele e de todo e qualquer
grupo social que ascenda eleitoralmente a Prefeitura ou a Câmara municipal de
Vitória da Conquista. Neste caso, aviso que não existem duas histórias, a do
prefeito e da vice, eles compõem uma só chapa ao executivo municipal exatamente
por compartilharem das mesmas ideias, princípios e práticas políticas
conservadoras de manutenção da sociedade civil burguesa, da lógica ultraliberal
da economia de mercado e sociopoliticamente fascista.
Neste
sentido, é preciso descontruir uma certa narrativa que pretende sugestionar
pessoas incautas usadas como caixa de ressonância amplificada dessa narrativa
falsaria para estabelecer alguma contradição ou divergência entre eles, isto
não existe porque ela é politicamente o alter ego de Herzem Gusmão. A frase é uma homenagem ao seu alter ego, uma
felicitação a felizarda que herda o mandato (só pra lembrar que a pífia
candidatura a deputada federal em 2018 de Sheila Lemos lhe rendeu míseros 5.960
votos) sem fazer nenhum esforço.
Mas, a
comichão pelo poder a impacientou de tal maneira que nem esperou o prefeito
morrer, apesar de todo aquele teatro, uma semana antes ela noticiou algumas
exonerações no primeiro escalão de pessoas de extrema confiança de Herzem
Gusmão. Como havia dito anteriormente, sua morte não foi de “macumba” já que o
outdoor põe um fim a especulação maledicente feita por seguidores da seita
pentecostal vinculado à Al-Qaeda conquistense, promovendo elucubrações
em transe reunidos de mãos dadas em frente a paço municipal.
A
frase “Deus quis assim!” mostra uma situação inusitada, apesar de descartar
duas, cogitaram no mínimo três possibilidades: Ou o Deus hebreu o matou em
função de suas iniquidades para abençoar a mulher de fé; ou os orixás ouviu o
clamor da população negra perseguida e prejudicada e fez justiça; ou o
coronavírus mostrou que o negacionismo das ciências por qualquer ser humano,
principalmente de autoridade política leva a morte. Em minha modesta opinião a
causa mais provável de seu óbito é a terceira possibilidade: o negacionismo e o
kit covid mata mais que o coronavírus!
Depois
dessa lamentável partida que expõe a todos nós a finitude da vida no reino dos
seres vivos, o que nos interessa é o intercurso de sua vida política sobre a
terra, não cabe nenhuma especulação sobre o destino de ninguém. Talvez, esta
seja a hora em que se admite que a única certeza que temos é a de que o inferno
é aqui, mas não o é no sentido do arquétipo “sobrenatural” da expressão ou
porque nenhum diabo o criou, senão o sistema econômico capitalista e sua ordem
civil liberal burguesa criados pelos homens brancos, patriarcais e cristãos.
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