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quinta-feira, 22 de agosto de 2019
Iranildo Freire condena o homo-abjectus na política por sua nudez intelectual e moral.
agosto 22, 2019
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por
Vinícius...
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Foto: Patricia Piccinini |
"Se o PT de Anagé quiser voltar a sentar-se à mesa com a mesma dignidade de antes, terá que fazer esse acerto de contas com a sua própria história de partido de esquerda."
*por Herberson Sonkha
Um bom historiador, de matriz revolucionária, jamais aceitaria os impropérios ditos por estupides intelectual. Mesmo aquele historiador social liberal, jamais aceitaria com naturalidade políticos abjetos, totalmente despidos de ética e escuso pelo falso moralismo e a religiosidade da arminha. Aqui a nudez cognitiva é algo peremptoriamente condenável. A moral burguesa, duramente atacada por Nelson Rodrigues também é condenável.
Assim como “Toda nudez será castiga”, obra clássica do polêmico escritor Nelson Rodrigues, que se tornou filme com roteiro e direção de Arnaldo Jabor, também o é. Embora Arnaldo Jabor não seja um referencial intelectual e moral considerável nesse sentido. É ele mesmo? Sim! Aquele empedernido dos comentários tendenciosos e estapafúrdios da rede globo para convencer e conformar o sentimento do povo brasileiro acerca das canalhices e golpes das elites brasileiras contra as populações empobrecidas desse país.
Na versão de Jabor, o intelectual das elites reacionárias, o livro se transformou numa película de senso comum com a pretensão de naturalizar a moral burguesa presente da vida privada da classe média brasileira. Especialmente porque trata a conduta moral dessa classe vendida que faz qualquer coisa para ascender socialmente para usufruir das benesses da sociedade burguesa, criada pelo capitalismo.
Nesse filme se assiste interpretações de personagens hilariantes, mas também gente capaz de odiar alguém “sem nenhum motivo aparente” por causa de sua condição social, da cor da pele, da sua etnia, do gênero, da religião e da orientação sexual. Eis que me deparei com um personagem desse filme incorporado num sujeito bacana (pelo menos era) em pleno portal do semiárido baiano (Anagé). Tomado por uma sanha desorientada se colocou a me interpelar efusivamente sobre as minhas escolhas de escrita, sobretudo os meus escritos sobre o professor Iranildo Freire.
Certa vez esse sujeito me preguntou enfática e ironicamente porque eu escrevia tantas coisas desembestadas sobre Iranildo Freire. Segundo ele, todas eram estultícias de intelectual sem noção e baseadas em mentiras. Senti a agrura do sujeito ao observar a cartilagem da proeminência laríngea (gogó) subir e descer desesperadamente, denunciando a intempestividade de alguém que perdeu o amor próprio, a dignidade, enquanto despenca a autoestima.
Na pergunta dessa pessoa lânguida havia uma toxidade em função da acidez que exalava de suas entranhas e lhe tomava por inteiro, inebriando o ambiente tranquilo. Além de uma ríspida e perceptível “trava nos olhos” que o impedia der ver a realidade. Esse ranço persistia como um trago sutil desse venenoso ressentimento que destrói a pessoa, aniquilando por dentro até evanescer a alma. Se fosse com um amigo conhecido de pavio curto ele teria esperneado imediatamente, “sai pra lá filhote de cruz-credo!”.
Talvez minha percepção estivesse realmente descalibrada a ponto de estar errada, mas que havia algo de estranho que causava estremecimento naquele vibrato carregado de objeções repletas de infâmias. Além dos lábios ressequidos, o olhar fosco, o canto de boca espumando e a cor da face empalidecida, um espectro aterrorizador pairava sobre esse sujeito de tal maneira que, certamente isso pode ter sido a causa primaria da reação inexplicavelmente pequena dessa pessoa.
Foram alguns poucos instantes, mas tive a sensação de ter ido à eternidade e voltado à realidade arrastando vagarosamente uma enorme bola de chumbo (alta escala de calor célsius) presa aos meus pés. Isso foi perturbadoramente perverso com ela mesma e comigo. Disso não tive nenhuma dúvida. Embora um tanto frustrado, porque eu o considerava um grande sujeito, apesar do filtro eu fiquei literalmente atomizado e imobilizado.
Vou preserva o sujeito em função de sua debilidade moral, intelectual e política, pois a sua exposição o tornaria uma presa fácil dos críticos mais vorazes. Contudo, quero colocar as cartas na mesa diante dessa avalanche criminalizante contra alguém que não fez mau/mal a ninguém, além dele mesmo. Obvio que o mau/mal a que me refiro diz respeito à feitura (criou uma liderança) política de Iranildo Freire que é altamente eficiente. Faço memória à pessoa ríspida, anômala e anônima que conseguiu ser a principal liderança de Anagé por algum tempo, mas que abandonou seu papel, transformando-se numa liderança Frankensteinpoliticamente falando.
Na verdade, não gastei muito meu latim não explicando a esse ser animalizado as minhas razões, disse apenas algumas poucas palavras sobre a sociologia política dos partidos em Anagé e da vida social da cidade e do campo, marcada pela profunda desigualdade socioeconômica gritante que são irrefutáveis. E todas as coisas ruins que maltratava a população anageense eram explicadas, a luz da história enquanto ciência social, com belíssimas exposições feitas pelo professor Iran em sala de aula desde os anos 90.
Mas, apenas a abordagem crítica realizada em sala de aula não era suficiente, embora necessária, uma vez que conhecer cientificamente essa triste realidade criada pela maneira como as oligarquias locais exercia a política coronelista e possibilitar um método de ensino-aprendizagem que desenvolvesse a consciência crítica dos seus discentes não era o bastante. Tornou-se indeclinável intervir nessa conjuntura que exigia organizar o povo para transformar essa perversa realidade catastrófica. Razão pela qual ele se dispôs a colocar a mão na massa e ajudar a construir um partido (de esquerda) que pudesse intervir politicamente apresentando um projeto alternativo a sociedade capaz de modificar esse cenário desolador.
Um projeto que abordasse a raiz dessas questões sociopolíticas para melhorar a vida de quem efetivamente precisa. A bem da verdade, Iranildo Freire é um ser notoriamente inteligente em sua área de formação cientifica e extraordinariamente habilidoso que pode ser escalado para jogar em qualquer ponta no campo da institucionalidade.
Ele atua bem em todas as posições, quer seja nos bastidores como interlocutor articulando candidaturas; quer seja como gestor governamental ou quer seja como parlamentar canhota que deu voz ativa a essa gente sofrida. Ele é vanguarda que põe em movimento qualquer ataque, que avança implacavelmente como ninguém. Ele faz bravamente a retaguarda, recuando estrategicamente para fazer a defesa excelentemente bem e faz lançamentos precisos de curto, médio e longo alcance como ninguém. Vide a ex-prefeita (?!).
Além desses atributos que lhe é intrínseco, Iranildo Freire é um orador nato, ele é uma espécie de Steven Spielberg da engenharia política de Anagé. Sua criatividade, senso crítico e inteligência emocional para construir cenários para conjunturas complexas, fazem dele um intelectual experiente. Sempre esteve a serviço da construção e formação de lideranças com viabilidade eleitoral, aliás, com possibilidades concretas de ascensão ao poder.
Ele tem se mostrado eficiente nisso e o PT deve muito a ele porque chegou a instancia máxima municipal em função de sua estratégia e tática. Todas as pessoas devem se lembrar de como era exatamente o perfil da secretaria de finanças de Rubinho. Por isso, não deve esquecer-se nunca dessa condição sob o risco de ser atropelado pelo processo histórico de articulação das forças político-partidárias que disputam na sociedade contemporânea o poder socioeconômico e político por meio de projetos populares e não populistas.
Por exemplo, tem-se a participação indireta dele nas eleições de 2018 que o credencia sentar-se à mesa para analisar a conjuntura, contribuir ou ser honrosamente convidado a assumir a tarefa de candidatura ao executivo municipal em 2020. Mesmo não sendo candidato naquele momento ou assumido coordenação de campanhas como sempre fez, ele esteve ativamente participando das discussões políticas que garantiu o êxito eleitoral do grupo de Binho de Kiu. Mas não foi só isso, pois Iranildo Freire contribuiu também no diálogo de João Aguiar com COESO, SINTRAF e nas candidaturas estadual e federal.
Portanto, concluo meus argumentos condenando veementemente a atitude decrepita desse sujeito abjeto e destituído de entendimento intelectual e moral que criminaliza Iranildo Freire para atender exclusivamente aos interesses de alguém que declinou da tarefa de exercer a liderança para refugiar-se em Brasília.
Portanto, meus escritos estão dizendo que toda nudez intelectual e moral, será duramente castigada pela própria história que os condena pelos seus próprios atos. A nudez intelectual de políticos é um tipo de crime inafiançável e imprescritível, não passará impune e dure o tempo que for para ser julgado.
Eu não seria eu, senão dissesse novamente que o PT e a ex-prefeita continuam em dívida para com a história de Anagé, pois devem um pedido de desculpa pública ao professor Iranildo Freire pelo mau/mal que fizeram a esse notável professor e militante intelectual da classe trabalhadora e das populações em situação de múltiplas vulnerabilidades.
Se o PT de Anagé quiser voltar a sentar-se à mesa com a mesma dignidade de antes, terá que fazer esse acerto de contas com a sua própria história de partido de esquerda. E isso implica em corrigir os descaminhos, reparando seus erros e incoerências. Do contrário, cairá inexoravelmente na vala comum dos mortais desprezíveis que apodrecem anonimamente e são devorados pela ignorância, estupidez e mau-caratismo de quem pretende manter cativa à galinha dos ovos de ouro, visando se locupletar sozinha, por causa de sua incurável egolatria.
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