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quinta-feira, 8 de agosto de 2019
SER DE ESQUERDA NUMA SOCIEDADE FASCISTA. DESAFIO DA CONTEMPORANEIDADE.
agosto 08, 2019
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por
Vinícius...
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"Precisamos reaproximar nosso discurso destes setores sociais, aprender a falar com o povo, sair do proselitismo elitista do mundo acadêmico, e desenvolver as ferramentas para nos fazer ser entendido por nossos pares, por aqueles que lutamos e que buscam caminhos para a emancipação do ser. "
*por João Paulo Pereira
Nós que militamos no campo de esquerda, em qualquer partido político ou movimento social, popular ou democrático, temos um desafio ainda não experimentado, enfrentar um governo de extrema direita, autoritário, centralizador, paradoxalmente neoliberal e ainda com apoio de 30% da população brasileira.
Eles veem nesta linha política, conservadora na forma, e neoliberal no conteúdo, um caminho para solução das injustiças sociais que o país vive atualmente. Só para lembrar, estes 30% que ainda defendem o governo de extrema direita, não fazem a menor ideia do que seja o neoliberalismo, na verdade estão defendendo a “forma”.
Mas voltando ao ponto de partida, como fazer política grande no campo da esquerda em um momento tão adverso? Precisamos está refletindo o tempo todo sobre este momento e os desafios que temos para o futuro em curto prazo no Brasil, em cada estado e em cada município do país. Uma coisa é certa, precisamos rever nossas estratégias de intervenção social.
As velhas ferramentas não funcionam mais, perdemos o discurso para a grande mídia e as redes sociais. Mas também não podemos abandonar os velhos textos na formação política. Não se forma ninguém de maneira verdadeira e honesta apenas com memes de internet. Precisamos aprender a unir as duas coisas, textos sérios e honestos que mostre a realidade política, filosófica, sociológica, histórica, antropológica do país.
É necessário que estejamos alinhados com vídeos curtos e também honestos, com memes que chamem atenção, não por serem mentiras, mas que desperte a curiosidade em quem vê-los e a partir deles buscar a informação mais complexa e aprofundada, que fuja da superficialidade e liquidez das informações destes tempos de mídias rápidas e fluídas.
Nossas ações precisam ter um foco claro, assim como a Igreja Católica, em Medelín e Puebla, fez a opção preferencial pelos pobres e pelos jovens, nós militantes de esquerda devemos ter esta meta como foco também. Precisamos reaproximar nosso discurso destes setores sociais, aprender a falar com o povo, sair do proselitismo elitista do mundo acadêmico, e desenvolver as ferramentas para nos fazer ser entendido por nossos pares, por aqueles que lutamos e que buscam caminhos para a emancipação do ser. E por falta da presença dos setores que lutam em defesa da vida, este povo está se perdendo na busca da esperança vã e desencarnada das seitas pentecostais e neopentecostais.
Nós militantes dos setores de esquerda, militantes religiosos dos setores progressistas da Igreja Católica, do protestantismo, do espiritismo e do Povo de Santo temos que ser efetivos em nossas ações políticas. O momento é desfavorável, o crescimento das ideias conservadoras é sem dúvidas uma barreira a ser vencida neste momento.
Mas, não podemos assistir as nossas juventudes se perderem entre as linhas do fascismo, ingenuamente manipuladas pelas promessas de saídas fáceis para a crise que os assolam. Não podemos ver o povo brasileiro, negros, mestiços, mulheres, homoafetivos, aceitando passivamente e de forma cordata o discurso de ódio e intolerância como expressão da verdade histórica.
É hora de nos movimentarmos, fazer o caminho contrário para reafirmar nossas posições de esquerda. Chega deste discurso que o mudo mudou, que os partidos precisam se adaptar as novidades da era das comunicações de massas. Precisamos adaptar as comunicações de massas ao nosso jeito de olhar a vida, precisamos desenvolver nas camadas jovens e na classe que vive exclusivamente do trabalho o desejo, a paixão pelo conhecimento, e para fazer isso o caminho é utilizar as ferramentas deste novo mundo ao nosso favor.
Precisamos usar tudo que a força de trabalho criou e a burguesia se apropriou na forma de mercadoria (material e imaterial) para desconstruir as verdades históricas e humanas, para reconstruir a luta dos trabalhadores, para formar novas lideranças, no meio da juventude que seja capaz de responder aos anseios destas novas gerações.
Perdemos uma batalha, mas esta guerra está longe de terminar, ainda temos muita lenha para queimar neste processo, e precisamos estar dispostos a fazer o novo acontecer, buscar crescer na adversidade que o momento nos impõe.
Entendendo nossa missão política e social neste momento, que é de preparar as lutas futuras, novos companheiros e companheiras para continuarem o sonho de uma sociedade mais humana, mais fraterna e mais igualitária, novos companheiros e companheiras que mantenham a utopia do socialismo, uma possibilidade na história.
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