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quinta-feira, 26 de julho de 2018

Uma leitura holística sobre nossos tempos sombrios


*por João Paulo Pereira


UMA LEITURA SOCIOLÓGICA PARA AMPLIAR CONHECIMENTOS

O capitalismo surgiu durante a Baixa Idade Média, com o advento da burguesia ao poder, o Mercador, que se ao longo dos mil anos de Idade Média, acumulou riqueza se tornando uma classe social rica em uma sociedade estamental. Esta classe não tinha função social na organização social feudal, ela não exercia nenhuma das funções sociais determinadas pela Igreja Católica, como forma de organização e manutenção da sociedade europeia feudal.

À medida que o mercador foi enriquecendo e os setores dominantes do feudalismo, Nobreza Feudal e Clero, em função de crises de abastecimentos, questões naturais e de organização política, foi empobrecendo, perdendo seu poder. Ao mesmo tempo, o mercador, foi trazendo de volta a vida urbana, produzindo o comercio, criando a produção manufaturada e a assalariamento, abrindo espaço para o surgimento do capitalismo.

Durante os mil anos de Feudalismo, havia uma crença de que o modo de produção havia triunfado e a raça humana chegado ao ápice de seu desenvolvimento, nada surgiria melhor que o feudalismo, ideia muito parecida com o que temos atualmente em relação ao capitalismo. O que se esquece é que a história do homem é dialética, está em constante processo de transformação e evolução e que nada é absoluto.

Vivemos em uma sociedade em processo de transformação. O que hoje parece absoluto que é o capitalismo é também relativo. Este modo de produção que os Iluministas acreditaram está criando a “Belle Époque”, da humanidade, já no século XIX dá sinais claros de seu fracasso histórico. O casamento do Liberalismo Político dos primeiros pensadores burgueses, Rousseau, Thomas More, Montesquieu e outros de defendiam a liberdade humana sobre tudo, casou-se com a ideia do Liberalismo Econômico, de Adam Smith e mais tarde do Positivismo de Augusto Comte, criando o modo de produção capitalista e com ele todas as mazelas trazidas pela PROPRIEDADE PRIVADA DOS MEIOS DE PRODUÇÃO, A EXPLORAÇÃO DO HOMEM PELO HOMEM, CAPITAL EXPLORANDO O TRABALHO ATRAVÉS DA MAIS-VALIA, e construíram o mundo atual.

Atualmente o capitalismo é o grande responsável por todos os problemas que vivenciamos, a violência, tão reclamada pelos coxinhas, não é um fato isolado de um país exclusivo, como acredita os desavisados dominados culturalmente pela grande mídia, este é um fato intrínseco ao capitalismo, que em sua origem ainda durante o mercantilismo, apostou no “individualismo” como base da sociedade. Mais tarde, foi complementado pelo liberalismo econômico, com a ideia de “competição”.

O livre mercado é, por exemplo, responsável pelo surgimento de crime organizado e do tráfico de drogas, pois em um dado momento, alguém percebeu que era um mercado rentável e com forte capacidade de produção de riquezas privadas. A utilização predatória do meio ambiente é resultado da irracionalidade capitalista em busca de “lucro”, e está provocando mudanças radicais no clima, no relevo, na biosfera, o que pode levar a morte do planeta e ao fim da vida nesta nossa Nave Mãe, “Gaia” (PLANETA TERRA).

UM POUCO DE HISTÓRIA PARA MELHORAR O CONHECIMENTO DESTE NOSSO POVO LINDO

A burrice generalizada que assola grande parte do povo brasileiro, não é natural e nem cultural do nosso povo. A mais de três séculos, este povo tem sido preparado para ser "idiota", no sentido literal da palavra, que a maioria que comenta aqui não sabe qual é.

As elites que dominam este país desde a colonização, desenvolveram uma cultura, através dos diversos meios de difusão do pensamento hegemônico, que ao longo do tempo histórico, produziu este povo. Inicialmente foi a religião, a Igreja Católica, responsável pelo processo de bestialização deste povo. Com a "Rerum Novarum", esta Igreja começa a assumir o lado dos oprimidos.

Então entre em cena, o Pentecostalismo Norte Americano, que começa a chegar neste país, a partir do século XIX, com a Congregação Cristã do Brasil, e a Assembleia de Deus, e a Maçonaria, outras ferramentas eficazes na construção da ideologia burguesa no país. Com a chegada do século XX e com ele as inovações tecnológicas, esse controle cultural, mental e ideológico, vão ganhando novos contornos. No finalzinho do século XIX chega o "cinema", primeiro veículo de comunicação de massas audiovisual, também já era utilizada a imprensa escrita, e com o advento do "radio".

Tem início a "Indústria Cultural Brasileira", a partir deste momento, muito rapidamente as elites passam a formar e deformar a opinião pública a partir dos seus interesses de classes. A educação é montada para servir a estes interesses, a religião passa a ser uma ferramenta de aceitação da ordem determinada por essa elite, tudo em nome de Deus, a Família e Pátria.

Nos anos 50 do século XX a televisão entra de sola, já na década seguinte as pequenas emissoras como a TV Tupi, TV Record, TV Rio e a Excelsior, passaram a perder espaços para a recém-criada Rede Globo em 1965, a criação da TV Globo, paralela ao golpe Militar é mera coincidência? E aí tem início definitivamente o processo de bestialização total desta população.

UM POUCO DE ANTROPOLOGIA PARA ALARGAR OS HORIZONTES HUMANOS

No início do século XX, pensadores da Escola de Frankfurt passaram a se preocupar não só com a economia e a política, começaram a discutir o papel da cultura no processo de dominação de classes numa sociedade de consumo, ou seja, no capitalismo. A partir destes estudos compreenderam que além da economia e da política outros fatores exerciam e exerce forte influência no processo de dominação social, de determinação da aceitação da exploração, do controle ideológico e político de uma classe dominante, a burguesia, sobre a classe dominada, os trabalhadores.

Destes estudos nasceu o que foi chamado por estes pensadores de “Cultura de Massas” e “Indústria Cultural”. Processos estes que a partir das ferramentas de comunicação de massas, passaram a determinar o pensamento na sociedade contemporânea.

Desde o surgimento da imprensa escrita e do cinema, primeiras formas de comunicação que alcançava um grande público ao mesmo tempo, que as classes dominantes vêm difundindo seu modo de vida, sua visão de mundo, seus interesses socioeconômicos e políticos de forma muito mais eficiente do que era feito nos séculos XIV, XV, XVI e XVII.

Desta forma a burguesia conseguiu e ainda consegue convencer e determinar a vida de todos e em toda parte do mundo em favor de seus projetos, de sua cultura e de seus desejos para a manutenção da ordem política que contemple seus interesses privados. Não é à toa que apensa 1% da população mundial tenha o controle absoluto dos destinos e da vida de 99% da população global.

Este processo só é possível em função da utilização e da difusão em cadeia global de um pensamento único e hegemônico, que faz os explorados aceitar a exploração como algo natural da vida humana. Na cabeça destes 99%, não existe outro modelo de vida, ser explorado, trabalhar para ganhar um salário, seja ele alto, ou seja, ele o salário brasileiro é uma determinação divina, faz parte de um projeto maior, deixado pelos deuses, seja ele, o Deus Cristão, no ocidente do planeta, seja ele outros Deuses, no Oriente, mas o processo de dominação de classes é visto como algo natural da vida humana.

Os ideólogos liberais e/ou capitalistas, conseguiram através de um processo de dominação cultural, incutir essa ideia como um padrão cultural na sociedade moderna e contemporânea, por este motivo, é tão difícil discutir história, sociologia, antropologia, filosofia com este povo.

Principalmente neste momento de avanço das informações, ou deformações de massas, com o advento da televisão, da internet, que fez com que, todos se achem conhecedores de uma verdade. Não compreendendo a relativização das verdades, e aceitando uma verdade, a verdade determinada pela ideologia burguesa como absoluta.

MAS UM POUCO DE HISTÓRIA, SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA PARA EDUCAR A MASSA DESAVISADA

Atualmente existe uma confusão terrível nas cabeças desavisadas das pessoas quando ouvem a palavra “SOCIALISMO”. Começa uma discussão abobalhada, tem sempre aqueles que fazem a pergunta que algum produtor de fake news produziu e incutiu na sociedade como verdade, “deu certo aonde mesmo? ”. Vamos tentar elucidar esta questão inicialmente, sei que não é uma tarefa fácil, pois como diz Pe. Zezinho, a televisão e agora a internet, “convencem mais cabeças do que o padre no altar” imagine se vão acreditar em alguém escrevendo no Facebook, mesmo sendo este alguém historiador, sociólogo, filosofo, antropólogo ou geógrafo.

O socialismo só aconteceu na história da humanidade em dois momentos, um está descrito na Bíblia, Novo Testamento, no Ato dos Apóstolos, “os Cristãos tinham tudo em comum, vendiam seus bens e dividia entre todos”, ou seja, as primeiras comunidades Cristãs da história, o Cristianismo Primitivo, viveram uma experiência socialista, claro, que naquele momento, sem uma formulação científica, sem apoio social, político e lutando contra o Império Romano, que dominava o mundo em torno do Mar Mediterrâneo, as experiências sucumbiram aos interesses do poderoso império.

Muito mais tarde, aqui no norte da Bahia, mesmo de forma empírica, sem nenhuma teoria socialista, Antônio Conselheiro e seus aliados e/ou seguidores, conseguiram organizar uma sociedade que também se aproximou do socialismo, apesar de alguns desvios, pois se tratavam de homens simples do sertão nordestino, sem formação escolar, mas formados pela exploração, dor e sofrimento, causados pelo recém-nascido capitalismo subserviente brasileiro. Lá todos trabalhavam coletivamente, todos produziam coletivamente e tudo que era produzido era dividido em partes iguais entre toda a comunidade.

Só a título de esclarecimento, Karl Marx, foi um pensador do século XIX, que estudou sistematicamente o capitalismo, compreendendo a origem da pobreza e riqueza, a origem da exploração do trabalho pelo capital. Ao fazer propôs o surgimento de uma sociedade mais humanizada, sem exploração do homem pelo homem, usando para isso o “método do materialismo dialético e histórico”. Em nenhum momento escreveu para a URSS, nem para China, nem para Cuba, nem para nenhuma outra sociedade historicamente chamada de socialista ou comunista.

Estas sociedades foram e são os resultados práticos das lutas dos trabalhadores contra a exploração do capital sobre o trabalho, e nenhuma delas chegou ao “SOCIALISMO OU AO COMUNISMO”. Nestas sociedades formou-se o que a historiografia, não positivista, chamou de “modo de produção asiático”, ou “capitalismo de estado”. Um modelo que foi usado pelas sociedades do Médio Oriente, especificamente, Mesopotâmia e Egito, Astecas, Incas, ainda na Idade Antiga, onde, um grupo liderado por um PATTER, mais velho e mais poderoso da sociedade, a este grupo é chamado de CASTA, se torna proprietário dos meios de produção, todos trabalham para esta Casta burocrática, tudo que é produzido é apropriado pelo Estado, que divide esta produção em partes iguais para a população, se apropriando do “Excedente Econômico”.

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