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quinta-feira, 19 de julho de 2018
A reeleição de Rui Costa seria a pá de cal no carlismo?
julho 19, 2018
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Vinícius...
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"Rui Costa só avançará no sentido contrário da tradicional política baiana, voltada tão somente para às elites na Bahia, se se reposicionar no tabuleiro de xadrez político do lado certo."
por Herberson Sonkha[1]

Ademar de Barros criou o bordão “rouba, mas faz” nos anos 50 (séc. XX), aqui na Bahia se transformou num corolário do coroné Tunim Malvadeza. Ao contrário do que pensam, “o rouba mais faz” na Bahia consolidou uma herança cultural de rapinagem cancerígena que criou um tecido social depauperado (2006, extrema-pobreza 2.547.395)[2], prejudicou estatisticamente a população baiana com a maior concentração de pessoas (2011, 2,4 milhões)[3]em situação de extrema pobreza.
Eles e alguns hegemônicos transvestidos de petistas são os mesmos que vêm flagrantemente corrompendo o Projeto de Governo Participativo e negligenciando os investimentos financeiros no social no Estado da Bahia. As raposas carlistas malquistas de ontem, são as benquistas de hoje e estão aí impunes, aliás à espreita das galinhas dos ovos de ouro.
A população baiana certamente não se esqueceu do fatídico ano de 1999, quando começou a sair de debaixo do tapete a lama da corrupção praticada pelo coroné e seus asseclas. Naquele momento veio a público o bate-boca entre o presidente da Câmara dos Deputados, o golpista Michel Temer e o truculento coroné Tunim Malvadeza da Bahia, o implacável ACM, que o acusava de dedo em riste de defender interesses pessoais na reforma do judiciário por ser advogado.
O cearense Neo Pi Neo nos brinda com a versão cômica para construir essa tragicômica narrativa da vida política baiana, na metáfora da rural parada que precisa ser empurrada. Sem pretender discutir a pronuncia cearense que se aproxima de alguma forma da pronuncia dos árabes. Segundo Renato Aragão, o Didi, estranhamente o único famosinho global que ficou milionário do quarteto Os Trapalhões.
O coroné Tunim Malvadeza, vulgo ACM, ressentido da traição “pusilânime” do seu pupilo após tê-lo beneficiado com a indicação para diretor do Banco BANEB. O filhote de cruz-credo abandonou o mestre para deixar de ser coadjuvante eleitoral e estrear como titular no PMDB. O recém estreante no cenário da política baiana, o aprendiz de coroné carrega no sangue o DNA político da corrupção.
Nisso ele superou o mestre ao dar um golpe no esculápio padrinho para assumir o papel principal de o implacável corrupto Geddel Vieira Lima, confirmando as insidias da série criminal “Geddel vai as compras”. Um documentário com ilações acusatórias de corrupção na alta administração do Banco BANEB.
O coroné Tunim Malvadeza, desde que assumiu o Ministério das Comunicações (1985-1990) no governo do presidente José Sarney se tornou um implacável perseguidor e violador de informações pessoais para montar dossiê contra seus adversários. Como cantou o Neo Pi Neo, Ramu decê pa impurrá o Jeep contra seus desafetos. Ele se cercou de informações privadas de seus inimigos obtidas dos armários da ditadura civil-militar, principalmente de militantes de esquerda.
Constantemente violava correspondências pessoais, forjava “verdades” de quem o enfrentava politicamente e veiculava nos meios de comunicações controlado por ele. Uma cultura perversa herdada da polícia política do SNI dos governos militares egressos do golpe civil-militar de 1964 (1964-1985).
O coroné Tunim Malvadeza não era brincadeira. Fazia e acontecia na Bahia de Todos os Santos e nenhuma força (encarnada e desencarnada) do legislativo ou judiciário o impedia de cometer as barbaridades. Fazia linchamento público de seus desafetos, mandava torturar e, segundo João Teixeira Gomes em sua obra “Memória das trevas” (embora não afirme), não descarta a possibilidade de ele ter mandado matar seu genro Juca Valente. Essa foi a escola do aprendiz de corrupção Geddel Vieira Lima. Seu mestre não era esse corajoso que a propaganda midiática fazia acerca de seu personagem ditador.
O coroné cai em desgraça pública, bebe do mesmo vinho amargo que impusera impetuosamente aos seus desafetos. Visando a sua preservação moral, pois para o senso comum que imperava na sociedade baiana havia apenas denúncias “sem provas” de seus desafetos. O algoz das esquerdas na Bahia recorre a propaganda nazista, “uma mentira dita várias vezes vira verdade”, se apega a propaganda mentirosa que projetava a imagem de homem sério.
Na verdade, o abutre medrou aponto de se esquivar do julgamento para evitar expor nacionalmente a malcheirosa carniça escondida em baixo do tapete da política baiana. O coroné Tunim Malvadeza renuncia em discurso de 69 minutos pronunciado na tarde desta quarta-feira (dia 30) e cai atirando contra seus aliados, pois sabia que a sua covardia lhe renderia uma reeleição em 2002 com 2,9 milhões de votos.
O costume do cachimbo só não entorta a boca dos representantes das elites, pois a denúncia formulada pelo Ministério Público[4] de violação do painel do Senado, fundamentada no fato de "destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor", foi rejeita pelo STF em 2003 deixando de punir os senadores e a funcionária do Senado.
Mas, a natureza fez justiça levando-o ao lusco-fusco da morte retirando-o efetivamente da vida pública. Antes, viu o PT ascender à presidência da república e ao governo da Bahia, mas se vingou ao ver as suas crias debandarem para o PT ou partidos da base (des)aliada. O povoamento de suas criaturas nefastas certamente tem um custo altíssimo com a liquidação da história da militância sindical e social do PT que lhe enfrentou inúmeras vezes.
Ainda no clima da música de Neo Pi Neo, a marcha progressiva que levou a ascensão ao governo da Bahia da principal força interna do PT na Bahia, o famigerado campo hegemônico, parou o trem da história e impôs, Ramu ingatá uma ré, para voltar e recolher o que sobrou da carniça deixada pelo coroné Tunim Malvadez. A famosa política da família Cathartidae[5](urubu), sobrevoa o corpo que agoniza até morrer para bicar suas entranhas frescas para se alimentar.
Adentra o vagão o eixo-badeixo Geddel Vieira Lima não mais como alimento apodrecido e sim como mais novo Cathartidae. E o faz cantarolando “Ramu s'alimpá. Nabund'areia nãum” para ser agraciado com a honrosa condecoração de amigo de última hora (os boinas azuis).
A concessão de mimos e privilégios que jamais foram concedidos aos companheiros clássicos comedores de poeira de primeira hora, restando apenas o solfejo quase inaudível de petistas do campo hegemônico “Nunssey syrrôla atraz. Ôssyrrôla, nafrente. Ôssyrôla na janela” e vamos nos embolar na classe ‘C’ do vagão da tragédia política até as próximas eleições em que o militante Decê pa impurrá.
Assim como existe uma organização hierárquica política na hora de se alimentar da carniça pela família Cathartidae, nada da base esganiçar o cardápio nojento uma vez que primeiro é o imponente Sarcoramphus papa, (urubu-rei) que ao chegar os urubus se afastam da carniça. Caso esse eixo-badeixo tenha uma pele muito resistente, ninguém mete o bico, aliás só o Sarcoramphus papa pode quebrar a resistência porque tem acúleo mais forte que as demais espécies que se refestela com a “buchada iu sarrabui”, no dizer de Neo Pi Neo.
Além desse eixo-badeixo existem outros mais ousados que voltaram ao cenário da política baiana com a chancela do astro rei. Obvio que estão esperando a parte apodrecida politicamente do PT cair para serem promovidos à condição do novo Sarcoramphus papa da Bahia. Tradicionalmente eles sobrevivem de traições a aqueles que os resgatou da fétida sarjeta putrefata da história para os holofotes da política carniceira.
Enquanto isso, parte da militância de esquerda do partido na Bahia é mantida emudecida pelo fetiche dos cargos e vantagens esperando outras mortes para sucumbir a possibilidade de fazer história que mudaria substancialmente a vida dos baianos. Infelizmente, nosso povo ainda configura as estatísticas altíssimas de múltiplas violências; homicídios das populações negras, principalmente jovens, mulheres e LGBT; analfabetismo funcional, fome, miséria, epidemias e desempregos altíssimos.
Erradicar o modus operandi carlista significa mudar à orientação ideológica do partido. Para tanto, far-se-á imprescindível refletir criticamente sobre a história do campo hegemônico (e seu hegemonismo) de maneira que possa realinhar o itinerário ideológico do partido à esquerda.
Reconhecer que foi um equívoco o recolhimento do nefasto espólio carlista em detrimento de lideranças respeitadas e comprometidas ideologicamente com as lutas sindicais, movimentos sociais e, principalmente com a construção do socialismo. Por essa e outras razões, o campo hegemônico precisa fazer imediatamente autocritica em relação à condução desastrosa do próprio partido.
A incapacidade política para mudar a concepção de mandonismo de um Estado clientelista e patrimonialista herdado do coroné Tunim Malvadez, impede a gestão de avançar em todos os sentidos e o PT não pode condescender com isso. Esse partido das grandes mudanças deve formular e propor uma administração política tecnicamente capaz de romper com essa lógica eleitoreira e seus desdobramentos financeiros de compra de votos e capitulação imoral de lideranças das forças internas e externas.
Enfrentar teoricamente a discussão sobre a ideologia liberal do endividamento fiscal que visa apenas comprometer importantes investimentos sociais, mas mantem aportes de recursos altíssimo com bens de capitais, gastos que só beneficiam grandes empresas e seus negócios de interesses capitalistas.
Isso impõe acabar as “saídas” danosas para a população baiana, a exemplo da terceirização como precarização das relações de trabalho, baixa qualidade do serviço oferecido à população e um compulsório passivo trabalhista. Essa tese justifica a relação deletéria com os servidores públicos estaduais que vêm sendo achacados financeiramente em seus rendimentos e suas condições de trabalho.
Romper com a sanha burguesa de transferir serviços essências ao setor privado, acabando com a festa da privatização (inclusive com graves suspeitas de CC abrindo empresas ou influenciando terceiros para contratar com o próprio Estado, ferindo criminosamente a Lei Federal 8666/93 e Lei Estadual Nº 9.433/05) de parte dos serviços de saúde e educação pública essenciais à qualidade de vida da população baiana.
Portanto, a reeleição do governador Rui Costa só avançará no sentido contrário da tradicional política baiana, voltada tão somente para às elites na Bahia, se se reposicionar no tabuleiro de xadrez político do lado certo. Aí sim, contribuirá efetivamente para a erradicação da escancarada corrupção (rouba mais faz) e as demais mazelas socioeconômicas e política que decorrem dessa tipologia de sociologia política carlista, instituída pelo coronelato de Tunim Malvadeza.
[1] Herberson Sonkha é professor de cursinhos em Vitória da Conquista. Estudante de Ciências Econômicas na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Foi gestor administrativo lotado no Hospital de Base de Vitória da Conquista. Foi do Comitê Gestor da Secretaria Municipal de Educação de Anagé. Presidiu o Conselho Municipal de Educação de Anagé. Coordenou o Programa Municipal Mais Educação e a Promoção da Igualdade Racial do município de Anagé. Foi Vice-Bahia da União Brasileira de Estudante (UBES) e Coordenador de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Vitória da Conquista (UMES). Militante e ex-dirigente nacional de Finanças e Relações Institucionais e Internacional dos Agentes de Pastorais Negros/Negras do Brasil. Membro dirigente do Coletivo Ética Socialista (COESO) organização radical de esquerda do Partido dos Trabalhadores.
[3] A Bahia é o estado brasileiro com a maior concentração de pessoas em situação de extrema pobreza (2,4 milhões), de acordo com dados Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/05/bahia-e-estado-com-mais-pessoas-em-situacao-de-miseria-diz-governo.html
[5] Urubus, aves da ordem Cathartiformes e da família Cathartidae, são aves de extrema importância na natureza por serem necrófagos, ou seja, são aves que se alimentam de animais já mortos. Eles são responsáveis pela eliminação de 95% das carcaças dispostas em um ecossistema, sendo a maioria delas de mamíferos.
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