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quinta-feira, 1 de outubro de 2015

OUTRA HISTÓRIA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES


"um retrocesso político, pois a perspectiva da superação do capitalismo se perdeu no horizonte partidário, surgindo uma irresponsável política de conciliação de classes para uma governabilidade dentro dos padrões da política de Estado da burguesia"


* Por Professor João Paulo Pereira

Desde que o Partido dos Trabalhadores se tornou a maior expressão de luta de classes que vivem do trabalho, no início dos anos 80 no Brasil, logo após a ditadura militar, que este, vem sofrendo ataques contínuos da burguesia nacional e internacional.
Nunca foi segredo para ninguém que este partido nasceu com o estigma de dirigir o processo de transformação política que certamente levaria a superação do estado de coisas produzidas pelo modo de produção capitalista e começaria realizar a utopia do mundo novo, onde princípios fundamentais como a igualdade, justiça social e o cuidado com a vida se tornaria os pilares de uma nova sociedade, de um novo mundo, de uma nova história.

Este partido ao longo dos anos 80 sofreu todo tido de agressão direcionada a ele pelas elites que historicamente dominam o país. Baderneiros, comunistas, bandidos, grevistas, bagunceiros eram os adjetivos mais comuns dirigidos a um militante petista durante os primeiros momentos da história deste partido. Mas a aguerrida militância não se curvou, manteve a posição juntos às bandeiras de lutas da classe trabalhadora, garantindo que os anseios destes que historicamente foram massacrados pela força do modo de produção capitalista mantivessem viva a esperança de viver uma nova história, humanizada e fraterna.

Ao longo da história, mudanças ocorreram na trajetória do Partido dos Trabalhadores, o crescimento deste, no cenário político nacional, trouxe para suas fileiras, sobretudo, nos grandes centros, onde o partido passou a disputar com força e condições de chegar à direção política do Estado Brasileiro, setores sociais desvinculados do projeto original do PT, grupos políticos que visavam subir degraus até alcançar partículas do poder dentro de uma estrutura montada (por ela) para a burguesia. Estes agentes sociais, certamente exerceriam forte influência nos destinos do partido.

Durante os anos 90 do século passado, estes recém-chegados ao partido, aliando-se aos setores de centro do PT, criaram um bloco hegemônico, grande e forte, com acesso a recursos financeiros, utilizados para reprimir os setores populares e democráticos históricos do PT, para sufocar os setores de esquerda, socialistas, se estabelecendo na direção do partido, incorporando sempre os setores da classe média despolitizada e a cada momento mais à direita do processo, dando uma nova configuração ao Partido dos Trabalhadores.

Esta nova configuração impôs ao partido e aos movimentos sociais, um retrocesso político, pois a perspectiva da superação do capitalismo se perdeu no horizonte partidário, surgindo uma irresponsável política de conciliação de classes para uma governabilidade dentro dos padrões da política de Estado da burguesia, que empurrou o PT para a vala comum da política, fazendo do partido que nasceu sob o estigma da transformação estrutural da sociedade, em mais um, no cenário político nacional, ao ponto de ouvirmos de companheiros históricos e outros não tão históricos assim, que somos um partido reformista.

Por outro lado, setores outrora de esquerda, com viés trotskista, acabaram absorvidos pela bactéria do stalinismo, abandonando a democracia interna e pluralidade de ideias, pela formação de grupos personificados em figuras com força eleitoral, dando ao partido um caráter de sigla, pronta para engendrar disputas eleitorais a qualquer momento, acreditando que eleição é um fim e não um meio para a construção de um projeto maior que a eleição, o socialismo.

Mas é preciso lembrar a todos, militância do partido, sociedade de forma geral, que este partido surgiu com o estigma da transformação da social e os militantes históricos do partido não vai abrir mão da luta, estes estarão sempre acreditando na possibilidade de uma profunda transformação estrutural da sociedade.

Na história não existem acasos, os fatos históricos mudam a partir de um processo dialético de transformações no fazer histórico. Desta forma as transformações pelas quais passou o Partido dos Trabalhadores é resultado de umas séries de acontecimentos históricos que desencadearam onde estamos atualmente. Os anos 90 foram determinantes destas mudanças de paradigmas. Inicialmente com o fim da URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas), mesmo não sendo um modelo a ser seguido pelas esquerdas no final do século XX, era uma referência prática da possibilidade de superação do capitalismo, sua queda, inaugurou um novo debate, aos setores da direita, coube o discurso de que o Socialismo fracassou na história, para os setores de esquerda, ficou a pergunta para onde vamos?

A queda do Muro de Berlim abriu um espaço definitivo para o domínio da economia de mercado sobre o todo o planeta, fortalecendo o mercado, superando a prerrogativa de um Estado Interventor sólido, implantando rapidamente por todo mundo o projeto neoliberal, que se tornou o pilar da economia mundial a partir desta década.

Estes fatos históricos foram fundamentais, para o refluxo do movimento popular em todo o mundo, não foi um processo vivido somente pelo PT, na América Latina, ficou claro o refluxo dos setores da Igreja Católica ligados à Teologia da Libertação, à medida que, movimentos conservadores da Igreja passaram a ganhar corpo, sufocando as CEBs e as Pastorais Militantes. No segmento Protestante, ficou clara a opção pelo pentecostalismo e pelo neopentecostalismo, sufocando as religiões tradicionais protestantes. Os sindicatos perderam a concepção política do processo, passando a desenvolver lutas pontuais por melhorias salariais e pela manutenção do emprego, bem dentro da lógica traçada pelo neoliberalismo. Diante deste quadro, soma-se ainda o efetivo processo de dominação ideológica e cultural das massas pelas mídias burguesas, alienando em escala mundial um contingente populacional sem precedentes na história da humanidade.

Desta forma o Partido dos Trabalhadores também foi o resultado das contradições impostas pelo capitalismo ao movimento social. Os setores hegemônicos sucumbiram ao determinismo da história, conduzindo este partido para onde ele está atualmente. Grande parte das lideranças deixou de acreditar nos movimentos sociais como agentes transformadores da sociedade e não se sentiram alicerçados pelo povo para o enfrentamento com as elites, passaram a acreditar que o arrefecimento da luta de classes, convergiria trabalhadores e patrões, ricos e pobres, burgueses e classe operaria na mesma direção.

Passaram a acreditar que a burguesia nacionalista brasileira entenderia a necessidade de garantir a classe que vive do trabalho melhores condições de vida e marcharia lado a lado com os Partido dos Trabalhadores, ledo engano, mesmo os burgueses nacionalista, outrora liderados por Getúlio, Jango e Brizola, também tinha lados definidos e nunca foi o lado dos trabalhadores, a carta ao povo brasileiro, serviu para facilitar à chegada do PT a direção do Estado Burguês, mas não serviu para por fim a luta de classes, pois é um processo histórico e só terá fim, quando de fato a sociedade de classes for extinta e triunfar o socialismo. Mas parece que os setores hegemônicos do partido perderam a perspectiva histórica da política empurrando o partido para a vala comum.

Apesar da desfiguração partidária, as tendências de esquerda continuam atuando internamente, os setores hegemônicos, mesmo sendo a maioria da militância, que até por não compreenderem o processo político, a partir de uma visão holística, acaba sucumbindo ao eleitoralismo e a esse processo de degeneração política, acreditando que este é o único caminho, ganhar eleições e se estabelecer na direção do Estado, tentando manter a todo custo a tal governabilidade.


É preciso compreender que este não é o papel político do Partido dos Trabalhadores e da esquerda de forma geral. É necessário que a esquerda mundial compreenda que a luta de classes não acabou, o modo de produção capitalista todos os dias mostra suas fragilidades, mas se reorienta para continuar determinando os destinos da humanidade. A fome ainda é o grande problema mundial, o sistema econômico e político global, tem dado sinais claros de esgotamento, enfrentamos problemas ecológicos graves que poderão em médio prazo condenar a vida por todo o planeta, o desemprego, conflitos étnicos, florescem por toda parte do globo, há uma tendência, claro que construída pelas elites que controlam o mercado, do fortalecimento do pensamento Nazi-fascista, sobretudo, nas populações mais jovens, e cabe a esquerda mundial e tratando-se de Brasil, principalmente o Partido dos Trabalhadores compreenderem esse processo e liderar a ofensiva das massas oprimidas pelo grande capital, a busca por uma sociedade que possa ser alternativa a este quadro sombrio pelo qual passa a sociedade.

Nunca foi segredo para ninguém que este partido nasceu com o estigma de dirigir o processo de transformação política que certamente levaria a superação do estado de coisas produzidas pelo modo de produção capitalista e começaria realizar a utopia do mundo novo, onde princípios fundamentais como a igualdade, justiça social e o cuidado com a vida se tornaria os pilares de uma nova sociedade, de um novo mundo, de uma nova história.

Este partido ao longo dos anos 80 sofreu todo tido de agressão direcionada a ele pelas elites que historicamente dominam o país. Baderneiros, comunistas, bandidos, grevistas, bagunceiros eram os adjetivos mais comuns dirigidos a um militante petista durante os primeiros momentos da história deste partido. Mas a aguerrida militância não se curvou, manteve a posição juntos às bandeiras de lutas da classe trabalhadora, garantindo que os anseios destes que historicamente foram massacrados pela força do modo de produção capitalista mantivessem viva a esperança de viver uma nova história, humanizada e fraterna.

Ao longo da história, mudanças ocorreram na trajetória do Partido dos Trabalhadores, o crescimento deste, no cenário político nacional, trouxe para suas fileiras, sobretudo, nos grandes centros, onde o partido passou a disputar com força e condições de chegar à direção política do Estado Brasileiro, setores sociais desvinculados do projeto original do PT, grupos políticos que visavam subir degraus até alcançar partículas do poder dentro de uma estrutura montada (por ela) para a burguesia. Estes agentes sociais, certamente exerceriam forte influência nos destinos do partido.

Durante os anos 90 do século passado, estes recém-chegados ao partido, aliando-se aos setores de centro do PT, criaram um bloco hegemônico, grande e forte, com acesso a recursos financeiros, utilizados para reprimir os setores populares e democráticos históricos do PT, para sufocar os setores de esquerda, socialistas, se estabelecendo na direção do partido, incorporando sempre os setores da classe média despolitizada e a cada momento mais à direita do processo, dando uma nova configuração ao Partido dos Trabalhadores.

Esta nova configuração impôs ao partido e aos movimentos sociais, um retrocesso político, pois a perspectiva da superação do capitalismo se perdeu no horizonte partidário, surgindo uma irresponsável política de conciliação de classes para uma governabilidade dentro dos padrões da política de Estado da burguesia, que empurrou o PT para a vala comum da política, fazendo do partido que nasceu sob o estigma da transformação estrutural da sociedade, em mais um, no cenário político nacional, ao ponto de ouvirmos de companheiros históricos e outros não tão históricos assim, que somos um partido reformista.

Por outro lado, setores outrora de esquerda, com viés trotskista, acabaram absorvidos pela bactéria do stalinismo, abandonando a democracia interna e pluralidade de ideias, pela formação de grupos personificados em figuras com força eleitoral, dando ao partido um caráter de sigla, pronta para engendrar disputas eleitorais a qualquer momento, acreditando que eleição é um fim e não um meio para a construção de um projeto maior que a eleição, o socialismo.

Mas é preciso lembrar a todos, militância do partido, sociedade de forma geral, que este partido surgiu com o estigma da transformação da social e os militantes históricos do partido não vai abrir mão da luta, estes estarão sempre acreditando na possibilidade de uma profunda transformação estrutural da sociedade.

Na história não existem acasos, os fatos históricos mudam a partir de um processo dialético de transformações no fazer histórico. Desta forma as transformações pelas quais passou o Partido dos Trabalhadores é resultado de umas séries de acontecimentos históricos que desencadearam onde estamos atualmente. Os anos 90 foram determinantes destas mudanças de paradigmas. Inicialmente com o fim da URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas), mesmo não sendo um modelo a ser seguido pelas esquerdas no final do século XX, era uma referência prática da possibilidade de superação do capitalismo, sua queda, inaugurou um novo debate, aos setores da direita, coube o discurso de que o Socialismo fracassou na história, para os setores de esquerda, ficou a pergunta para onde vamos?

A queda do Muro de Berlim abriu um espaço definitivo para o domínio da economia de mercado sobre o todo o planeta, fortalecendo o mercado, superando a prerrogativa de um Estado Interventor sólido, implantando rapidamente por todo mundo o projeto neoliberal, que se tornou o pilar da economia mundial a partir desta década.

Estes fatos históricos foram fundamentais, para o refluxo do movimento popular em todo o mundo, não foi um processo vivido somente pelo PT, na América Latina, ficou claro o refluxo dos setores da Igreja Católica ligados à Teologia da Libertação, à medida que, movimentos conservadores da Igreja passaram a ganhar corpo, sufocando as CEBs e as Pastorais Militantes. No segmento Protestante, ficou clara a opção pelo pentecostalismo e pelo neopentecostalismo, sufocando as religiões tradicionais protestantes. Os sindicatos perderam a concepção política do processo, passando a desenvolver lutas pontuais por melhorias salariais e pela manutenção do emprego, bem dentro da lógica traçada pelo neoliberalismo. Diante deste quadro, soma-se ainda o efetivo processo de dominação ideológica e cultural das massas pelas mídias burguesas, alienando em escala mundial um contingente populacional sem precedentes na história da humanidade.

Desta forma o Partido dos Trabalhadores também foi o resultado das contradições impostas pelo capitalismo ao movimento social. Os setores hegemônicos sucumbiram ao determinismo da história, conduzindo este partido para onde ele está atualmente. Grande parte das lideranças deixou de acreditar nos movimentos sociais como agentes transformadores da sociedade e não se sentiram alicerçados pelo povo para o enfrentamento com as elites, passaram a acreditar que o arrefecimento da luta de classes, convergiria trabalhadores e patrões, ricos e pobres, burgueses e classe operaria na mesma direção.

Passaram a acreditar que a burguesia nacionalista brasileira entenderia a necessidade de garantir a classe que vive do trabalho melhores condições de vida e marcharia lado a lado com os Partido dos Trabalhadores, ledo engano, mesmo os burgueses nacionalista, outrora liderados por Getúlio, Jango e Brizola, também tinha lados definidos e nunca foi o lado dos trabalhadores, a carta ao povo brasileiro, serviu para facilitar à chegada do PT a direção do Estado Burguês, mas não serviu para por fim a luta de classes, pois é um processo histórico e só terá fim, quando de fato a sociedade de classes for extinta e triunfar o socialismo. Mas parece que os setores hegemônicos do partido perderam a perspectiva histórica da política empurrando o partido para a vala comum.

Apesar da desfiguração partidária, as tendências de esquerda continuam atuando internamente, os setores hegemônicos, mesmo sendo a maioria da militância, que até por não compreenderem o processo político, a partir de uma visão holística, acaba sucumbindo ao eleitoralismo e a esse processo de degeneração política, acreditando que este é o único caminho, ganhar eleições e se estabelecer na direção do Estado, tentando manter a todo custo a tal governabilidade.


É preciso compreender que este não é o papel político do Partido dos Trabalhadores e da esquerda de forma geral. É necessário que a esquerda mundial compreenda que a luta de classes não acabou, o modo de produção capitalista todos os dias mostra suas fragilidades, mas se reorienta para continuar determinando os destinos da humanidade. A fome ainda é o grande problema mundial, o sistema econômico e político global, tem dado sinais claros de esgotamento, enfrentamos problemas ecológicos graves que poderão em médio prazo condenar a vida por todo o planeta, o desemprego, conflitos étnicos, florescem por toda parte do globo, há uma tendência, claro que construída pelas elites que controlam o mercado, do fortalecimento do pensamento Nazi-fascista, sobretudo, nas populações mais jovens, e cabe a esquerda mundial e tratando-se de Brasil, principalmente o Partido dos Trabalhadores compreenderem esse processo e liderar a ofensiva das massas oprimidas pelo grande capital, a busca por uma sociedade que possa ser alternativa a este quadro sombrio pelo qual passa a sociedade.


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* PEREIRA, João Paulo. Graduado em História pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e Especialista em Gestão Escolar. Professor de História na rede pública do Estado e no município de Anagé. Foi diretor do Colégio Estadual Dr. Orlando Leite e atualmente coordena o Programa Municipal de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Fundamental II no município de Anagé.

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