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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Aporias para um momento sem saída à direita!


* Por Herberson Sonkha


Nunca foi fácil disputar o poder no Brasil. Pior ainda é ganhar e se manter! Esta aporias são estruturantes e por isso não há saída pela direita, porque é uma contradição insolúvel! Não é contra a natureza humana que se luta no Brasil e sim contra fantasmas travestidos de bonzinhos encapsulado pela produção gramatical corretíssima, mas ordinária. Esta proeza exige certas manobras despolitizadas e um equilibrismo alienado que só se rompe com a violência revolucionária necessária, como adverte o cinema novo, na ponta do punhal que risca a escrita cinematográfica presente na “História do Brasil”.


O exilado em Cuba Marcos Medeiros e o cineasta Glauber Rocha (1973) diz isso após devorar antropofagicamente Euclides da Cunha, José Erico Veríssimo, Sérgio Buarque de Holanda, Celso Furtado, Darcy Ribeiro, Gilberto Freire, Fernando Henrique Cardoso e outros não citados para fazer o que Glauber Rocha disse ser a restituição e sinterização do “caos brasileiro” que nunca existiu senão fruto da alienação e ignorância, concepção alimentada no exterior,  como instrumento de alienação, o verdadeiro responsável pelo inculturamento e mediocridade na formação universitária.

O formato de democracia no Brasil é bem diferente do adotado em outros países do mundo e principalmente da América Latina, é uma amalgama de tudo que não deu certo no mundo ocidental. Uma plumagem robusta apalavrada pela estética da lei, cobrindo corpos desnudos e desnutrido pela falta de trabalho, dinheiro, comida, casa, roupa, transporte, escola, saúde, educação, lazer e diversão. As razões atribuídas às estas diferenças se deve ao fato do Brasil ter características antropológicas particulares. Alguns excomungam a influência da colonização portuguesa, outros as sucessivas possessões de domínios políticos administrativos sobre o Brasil após a saída de Portugal que deixa o país endividado com um compromisso nas dividas públicas com a Grã-Bretanha impagável (desculpa neologismo magriano), mesmo tendo levado do Brasil toda sua riqueza mineral e vegetal. Sem contar que a procissão continuou ostentando com os sucessivos governos conservadores, esbanjadores e despreocupados com as populações empobrecidas.

O Brasil sempre fora assim, desde sempre, parece que é genético e tende não acabar nunca. Esta inculturação de sucessivos governos de trocar o bem-estar e a renda (almoço, janta, café da manhã, vestimenta, lazer, saúde, educação e desenvolvimento social) dos empobrecidos pelo aumento da taxa de juro para acalmar a sanha capitalista (mais valia) dos banqueiros não é nenhuma novidade... Aqui se vende de tudo! Até tecnologias para águas profundas. Constroem-se estaleiros e plataformas petrolíferas. A fronteira agrícola da soja que exige tecnologia de ponta não é capaz de alimentar pobres e nem alavancar a economia do país. Mas, o grosso da produção ainda vem de fora porque pouca coisa se produz por aqui. Salvo melhor juízo, o tal modismo do empreendedorismo solidário que oferta bugigangas artesanais sem quaisquer valores agregados pela tecnologia, portanto, não interfere no grosso do fluxo circular da renda (riquezas), muito menos na expansão da base produtiva capaz de aumentar a produtividade.

A base da produção brasileira é exógena e voltada para exportação. Tudo deles e nada nosso! Estou errado? Gostaria... Mas, basta observar as frutas, a carne, cereais, verduras, legumes, frios, laticínios, roupas, carros, equipamentos e eletroeletrônicos que vão ao mercado brasileiro e os que são exportados não são iguais. Isso pressupõe que existem tipos de rendas diferenciadas, logo, existem grupos a estratificações socioeconômicas distintas, poucas com maior e a maioria com menor poder aquisitivo. O café que fica aqui é um e, o café que vai para exterior é outro absolutamente puro e caríssimo... Grandes empresas transnacionais controlam o mercado e sua produção industrial que abastece o mercado internacional e quem ganha nestas transações na verdade são as empresas capitalistas que mantém o assalariamento das classes trabalhadoras. E o Estado conseguiu taxar as grandes fortunas? Quais sãos os níveis de arrecadação ou sonegação fiscal destas empresas transnacionalizadas ou mesmo das empresas brasileiras do grande capital? E o trabalhador deixou de pagar impostos escorchantes?  


E o Estado porque não faz nada? Estado é peremptório, mas governos são conjunturalmente e passageiros. O que mantém tudo em seu devido lugar é o Estado e não o governo porque até se esforça, mas não consegue mudanças profundas nas estruturas solidas no aparelho de Estado. Na democracia liberal o Estado é controlado pelo legislativo e o judiciário. Aí se pergunta. Há quanto tempo às elites mantém suas representatividades políticas majoritariamente? Desde sempre!  Nunca houve circularidade e intermitência de forças de esquerda (nem de centro) no poder do Brasil desde que foi aprovada a primeira constituição republicana, há 127 anos. Qualquer movimentação que coloque em risco esse formato de poder geneticamente criado pelas elites brasileiras é motivo suficiente para que estes dois poderes entre em cena para interditar subordinações. Trocar esse parlamento e o judiciário é uma arenga antiga... 

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