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terça-feira, 7 de outubro de 2014
O ANALFABETISMO POLÍTICO E A INDÚSTRIA DO ANTIPETISMO
outubro 07, 2014
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por
Vinícius...
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* Por Professor João Paulo
A história do Brasil está recheada com fatos históricos que mostram o ódio de classe estabelecido pelas elites dominantes sobre o povo deste país, não é segredo para ninguém a escravidão, inicialmente dos nossos Povos Originários, depois dos Africanos, Sudaneses e Bantos, trazidos para o trabalho forçado, tratados como sub-raça humana, do genocídio oficial contra os Povos Originários com o Bandeirantismo, mais tarde o extermínio de todos que ousaram questionar a ordem colonizadora portuguesa, ou durante o império, como aconteceu nas conjurações do início do século XIX e durante o Período Regencial, na Cabanagem, na Balaiada e na Sabinada.
O trem da história do Brasil foi passando e novamente à repressão contra todos que se levantavam contra a ordem estabelecida por estas elites foram surgindo, a perseguição aos movimentos Messiânicos no Nordeste e no Paraná com o Contestado durante a primeira república, a prática destas elites sempre a mesma ante de massacrar os infiéis, sempre o processo de difamação, transformando pessoas sonhadoras em representações do mal, como fizeram com Antonio Conselheiro, Padre Cícero, José de Ibiapina, José Lourenço, para depois exterminar o que era ruim para a manutenção do poder estabelecido.
Finalmente veio a Revolução de 1930, um sinal de mudanças no país, era chegada a hora dos pobres e o sonho se tornou um pesadelo, o Período Getulista, diga-se de passagem, era mais um representante das elites que por uma questão de localização de poder havia ficado fora da partilha, a chamada “burguesia nacionalista”, criou uma ditadura civil, reprimindo a todos que questionavam o regime e ceceava o direito de organização da classe que vivia do trabalho, estabelecendo regras para a submissão da classe trabalhadora.
Não satisfeito com isso, a burguesia internacionalista brasileira, contraria ao modelo proposto pela burguesia nacionalista, se aliou ao imperialismo norte americano, criou o “golpe militar” em 1964, reprimindo violentamente todos que ousaram sonhar em viver em um país mais justo, mais humano e mais fraterno. Neste momento, a burguesia internacionalista descobriu que não bastava a opressão física, era preciso oprimir culturalmente e ideologicamente, chega à vez da televisão.
Utilizando dos meios de comunicação de massa, como ferramenta para garantir a aceitação da ordem através de um amplo processo de dominação cultural, as elites construíram o padrão de consciência coletiva para o Brasil, em um verdadeiro processo de bestialização social, fazendo aqui uma analogia ao livro do professor de história José Murilo de Carvalho, quando discuti a participação popular na proclamação da República.
Desde então nosso povo perdeu completamente a capacidade de compreender criticamente a sociedade, passando a aceitar com naturalidade o processo de dominação do grande capital sobre as suas vidas, claro que isso não é um privilegio brasileiro, esse processo se dá de formas diferenciadas e por outros caminhos em todo o mundo, entretanto, aqui pretendemos discutir o caso específico do país.
Com o nascimento do Partido dos Trabalhadores, a elite por medo da organização livre da classe que vive do trabalho iniciou um processo de desconstrução da imagem dos trabalhadores, primeiro criando o estereótipo dos “bagunceiros”, “promovedores de greves”, “baderneiros”, “comunistas”, “terroristas”, se utilizando ainda da INDÚSTRIA DO ANTICOMUNISMO NORTE AMERICANO. Mas este partido cresceu, ganhou corpo político, passou se tornou a principal representação da esquerda mundial, chegou ao governo, garantiu mudanças claras na sociedade brasileira, tirando milhões de pessoas da condição de miseráveis, gerando milhões de empregos, elevando o nível de vida da população brasileira de forma geral, fazendo um enfrentamento com o grande capital internacional, construindo um novo bloco hegemônico internacional.
Essa postura do Partido dos Trabalhadores tem incomodado aos setores hegemônicos do Brasil e do mundo, aí outro processo político passa a ser construído por estas elites, agora o antigo partido dos baderneiros, que mudaram a história política deste país, passou a ser o “partido da corrupção”, se utilizando de um discurso retórico, essa elite criou a idéia que toda corrupção no Brasil, começou com Partido dos Trabalhadores, esse discurso, veio recheado de maldade, da intencionalidade do ódio ao PT, criou-se no Brasil a política do ANTIPETISMO, como o objetivo de atingir a juventude, que não conhece a real história brasileira, que não viveu os períodos em que a burguesia estivera no poder.
Essa política da burguesia brasileira, dos Estados Unidos e dos organismos capitalistas internacionais, está alicerçada em alguns princípios básicos para a manutenção do poder do grande capital no mundo. O primeiro deles é o combate a corrupção petista, criou a idéia de que toda a corrupção do país teve inicio com o PT, primeiro passo foi apagar a história, esqueceram todos os atos de corrupção de nossa história, não se houve, mas nada na grande mídia, depois fabricaram a partir da Veja e da Rede Globo uma avalanche de denúncias contra o PT, a maioria sem conclusões das investigações, mas com a afirmação do crime, impondo a opinião pública uma verdade estabelecida a partir dos interesses da grande mídia.
Esse discurso também contaminou setores da esquerda, que foram também impulsionados pela defesa da ética, a se posicionar criticamente ao PT, não percebendo que estão sendo usados pela direita, cumprindo também o papel de carrasco de um projeto em que eles deveriam assumir até para deslocá-lo para um campo mais a esquerda e fortalecer o movimento dos trabalhadores brasileiros.
Outro pilar de sustentação da direita é o ódio gratuito ao Partido dos Trabalhadores. Com um discurso em defesa da ética e da moral, a burguesia nacional e internacional, vem levantando a juventude, em sua maioria, alienados, sem defesa clara de nenhum projeto político, desinformados, a políticos e a partidários, contra o PT, para isso se vele do fato deste partido está no poder, no Brasil, já foi construído há muito tempo o ideário coletivo popular que todo mundo que está no governo é ruim, pois “todo político é igual”, “todo político é ladrão”, “todo mundo que entra na política” isso se aprende no berço. Se aproveitando disso as elites produziram o “ódio ao PT”, visto com facilidade nos bestializados discursos de nossa bestializada juventude, que usam de frases prontas, criadas pela mídia burguesa para justificar seu ódio gratuito, cabe também isto para setores de nossa ultra- esquerda sem rumos.
Só não se deram conta ainda que este ódio esteja fugindo ao controle destas elites que podem está criando um exército ou uma horda sinistra, colocando vidas em jogo. Mas também essa não é a preocupação das elites internacionais e, sobretudo, dos Estados Unidos, que criaram um terceiro pilar de sustentação, diante da crise econômica estabelecida por eles mesmo, e a partir da impossibilidade de superá-la a partir da lógica neoliberal, estão propondo desde 2007 a superação da crise econômica, a partir do estabelecimento, de governos Nazi-Fascistas, pois estes do ponto de vista econômico, garanti a manutenção da política neoliberal, garantindo a acumulação da grande burguesia mundial, ao mesmo tempo que reprime todos aqueles que ousarem se mostrar contrários ao regime.
Para garantir o sucesso deste empreendimento, os Estados Unidos tem através da CIA, espalhado o terror pelo mundo, iniciando com as manifestações por toda a Europa no primeiro momento de crise que fez crescer por todos os cantos o ideário Fascista que atingiu grande parte da Juventude Européia. Depois a com a Primavera Árabe, que sacudiu o Norte da África e o Oriente Médio, depois gerando conflitos entre países da Europa Oriental e a Rússia, claramente opositor às pretensões econômicas Norte Americana e seus aliados do G7. Interferência nas eleições na Índia, derrotando a dinastia Gandhi, que já governava há meio século o país e garantindo o poder a um defensor do Nazismo.
Na America Latina diante do crescimento dos governos de Centro-Esquerda e da formação de um bloco econômico forte, capitaneado pelo Partido dos Trabalhadores, os Estados Unidos tem se dedicado a difusão do ódio ao mesmo tempo em que fortalece o ideário fascista, fortalecendo líderes com estas características em países chaves como o Brasil, Venezuela, Argentina, impondo comportamentos violentos, disseminando ódio, provocando e organizando movimentos reivindicatórios com características de defesa da família, pátria.
Por traz disto está claro um projeto, para que os Estados Unidos restabeleça o controle mundial, é preciso derrotar seus principais adversários no mundo, o presidente Vladimir Putin, o regime cubano, o Chavismo Venezuelano, promover o enfraquecimento da China e derrotar o Partido dos Trabalhadores no Brasil. São estes os setores que conjunturalmente estão na oposição aos interesses imperialistas Norte Americano e para o estabelecimento deste novo projeto de reconquista do planeta eles não mediram esforços para consolidar, mesmo que para isso vidas sejam ceifadas.
Esta eleição presidencial no Brasil, que agora vai para o segundo turno, com a polarização clara de um projeto de esquerda representado pelo PT e por Dilma Rousseff, contra um projeto de direita agora capitaneada por Aécio Neves e o PSDB, não é apenas mais uma eleição no Brasil, ela é também definidora da correlação política e econômica, que o mundo certamente viverá nos próximos anos, a vitória do Partido dos Trabalhadores, certamente se transformará em uma “pedra no caminho dos Estados Unidos”, pode se transformar, por exemplo, na inauguração de uma nova ordem mundial, e é em função disto que se instituiu o ódio ao Partido dos Trabalhadores e inocentemente e/ou bestializadamente, absorvido por nossa juventude que não percebe que são apenas ferramentas para garantir o mandonismo norte americano sobre o mundo.
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