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Enganação no Simulado do Governo da Bahia
*por Omar Costa Ribeiro
O governo da Bahia, em mais uma tentativa de demonstrar comprometimento com a educação, organizou um simulado para os estudantes do estado. O que poderia ser uma iniciativa louvável, capaz de preparar milhares de jovens para o ENEM, revelou-se um verdadeiro desastre educacional. Esse simulado está completamente desconectado da realidade do que é cobrado no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A decepção é tamanha que chego a ficar envergonhado ao tentar descrever esse fato. Parece que a intenção é apenas beneficiar alguns grupos, enquanto o principal objetivo, que seria ajudar os estudantes, é negligenciado.
Desde 2010, o ENEM passou por mudanças significativas para se tornar mais democrática a entrada de jovens na universidade pública, com uma matriz de competências e habilidades claramente definida. No entanto, o simulado promovido pelo governo baiano traz questões que nunca caíram no formato do ENEM. Um exemplo gritante está nas questões de Química. A primeira questão do simulado exige que o aluno calcule a velocidade por meio da determinação da equação de velocidade, um conteúdo que o ENEM jamais abordou desde 2010. Nem mesmo os professores de Química das escolas públicas do estado chegam a trabalhar essa parte do conteúdo.
Esse tipo de simulado não prepara os estudantes para a realidade do ENEM. Pelo contrário, confunde e desmotiva. O governo da Bahia parece mais preocupado em realizar parcerias obscuras com grupos cujos interesses são questionáveis do que em realmente melhorar a educação pública. Não há formação adequada para os professores para que se apropriem de dados vindos dos microdados do ENEM, nem atualização de conteúdo para que eles possam orientar os alunos corretamente. Tudo isso resulta em uma ação descoordenada e ineficaz.
Quando levamos essa questão para as autoridades, a então Secretária de Educação, Adélia, foi contatada e recebeu um projeto detalhado para reverter essa situação. Infelizmente, nada foi feito. Adélia, que inclusive foi candidata à prefeitura de Ilhéus e perdeu, preferiu manter o sistema como estava, sem considerar as mudanças necessárias. O que vemos é um governo que poderia estar em contato direto com quem produz conhecimento na Bahia, mas opta por beneficiar grandes instituições que demonstram pouco interesse pela qualidade da educação pública.
Enquanto isso, os estudantes, em sua maioria de escolas públicas, continuam sendo prejudicados por uma política educacional ineficaz e mal planejada. A educação deve ser prioridade, mas, infelizmente, no estado da Bahia, parece ser apenas mais uma oportunidade para beneficiar interesses alheios à melhoria do ensino.
Esse tipo de gestão educacional é uma enganação, uma traição aos estudantes e aos professores, que lutam diariamente por uma educação de qualidade. E quem paga o preço? Os jovens que dependem do ENEM para ingressar na universidade e buscar um futuro melhor.
Publicar essa verdade é essencial para que todos saibam: a educação na Bahia precisa urgentemente de mudanças.
*Omar Costa Ribeiro, Programador Educacional.
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