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O PT dará cabo de parasitas fascistas sugando nas tetas da prefeitura?
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Foto: ASCOM PT/Vitória da Conquista. |
"A questão central não está em torno do nome que encabeçará a candidatura do PT, mas sim da natureza ideológica da proposta social, econômica, cultural e política do programa de governo; do combate ideológico sistemático aos parasitas (antigos e novos); e de compromissos com o desenvolvimento socioeconômico de grupos sociais confinados na pobreza das franjas da sociedade a serem assumidos, caso o PT volte a governar a cidade."
*por
Herberson Sonkha
O Partido dos Trabalhadores (PT) conquistense é o primeiro partido a dar o pontapé inicial da disputa eleitoral antifascista para a sucessão da prefeitura de Vitória da Conquista em 2024. O nome “escolhido” como pré-candidato a prefeito é o de Waldenor Pereira, que muitos dizem por maledicência ser absolutamente desconhecido ou não ter feito completamente nada pela cidade.
A
saber, esse argumento talvez caiba melhor ao radialista bolsonarista que
anunciou recentemente que está pronto (a vitória eleitoral de fascista no município é um acidente de percurso que resulta do golpe de 2016), àquele da voz fascista estrepitante no
município. Quanto a Waldenor Pereira,
independente das divergências, vale ressaltar que qualquer mandato pertence ao
partido e o mesmo governou a cidade por duas décadas, inclusive com verbas
destinadas pelo referido deputado.
Waldenor
Pereira se tornou na conveniência de alguns uma espécie de outsider em seu próprio locus.
Embora viva nessa urbe há décadas,
essa ideia de não-pertencimento e não-representatividade política serve apenas
como tática para confinar partículas indesejadas num cluster, não cabe a quem adotou Vitória da Conquista como sua,
impendente ter nascido no município de Caculé.
A questão central não está em torno do nome que encabeçará a candidatura do PT, mas sim da natureza ideológica da proposta social, econômica, cultural e política do programa de governo; do combate ideológico sistemático aos parasitas (antigos e novos); e de compromissos com o desenvolvimento socioeconômico de grupos sociais confinados na pobreza das franjas da sociedade a serem assumidos, caso o PT volte a governar a cidade.
A isso
chamo de “quebra de paradigma” por meio de programa de “disruptividade
política”. Com certeza uma pessoa
minimamente conectada com a política e os políticos conquistenses está se
perguntando nesse exato momento sobre o real significado da palavra
“disruptividade política” e o que isso tem a ver com a proposta eleitoral do
Partido dos Trabalhadores (PT) com a candidatura de Waldenor Alves Pereira
Filho – ou apenas Nonô para amigos dos tempos de baba na AABB.
A
linhagem petista de sucessão de nomes à prefeitura de Vitória da Conquista não
foge ao perfil tecnicista e intelectual weberiano de classe média brasileira,
talvez com exceção daquela parte pretérita golpista que, segundo o sociólogo
weberiano Jessé Souza, pode afirmar que “A classe média é feita de imbecil pela
elite” na matéria publicada pela Carta Capital de 2017.
Outra
vantagem é que o candidato tem penetração e um bom trânsito entre alguns
capitalistas empresários da cidade, em alusão a perspectiva acadêmica do
economista e cientista político austríaco, Joseph Schumpeter, na qual “o
empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução
de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou
pela exploração de novos recursos materiais”. Talvez, isso tem a ver com a
ideia de empresa com responsabilidade social.
O fato
relevante é que Waldenor Pereira tem inegável acumulo para o pleito como
economista, professor universitário, Reitor da UESB (1994 - 2002), deputado
estadual (2003 a 2010) e atual deputado federal (2011-2027) pelo quarto mandato
consecutivo que poderá pender favoravelmente a balança para vencer as eleições
e interromper o ciclo da atual política institucional adotada pelo governo
municipal desde 2017.
Contudo,
nem tudo na vida do PT são só flores, pois existem desvantagens espinhosas
contra o partido e a candidatura quase intransponíveis porque o partido peca
pela histórica ausência de construções efetivas de lutas e pautas não apenas
anticapitalistas (classe, raça e gênero) com os movimentos sindicais e sociais
orgânicos de esquerda.
Isso
sempre estimulou militância intelectual crítica petista a realizar vários
disparos de “fogo seletivo” contra o campo hegemônico do PT que esvaziou
deliberadamente sua presença ideológica nos espaços de construções políticas
dos movimentos sociais. Não obstante, praticar o silenciamento de vozes críticas
que se levantavam dentro do partido contra defecções políticas, capitulação
ideopolítica da harmonia de classe e adoção da versão liberal de democracia de
baixa densidade.
Apesar
desses processos de disputas internas extenuantes, nem sempre com base na
“Teoria da Ocupação dos Espaços” de tradição do "pensamento
gramsciano", parece não ter criado muitas divergências e embates
ideológicos beligerantes entre as correntes internas do partido. Talvez a
conjuntura antifascista e as duas derrotas sucessivas tenham contribuído para
construção quase “natural” dessa unidade interna em torno do nome de Waldenor
Pereira.
O
professor Waldenor Pereira se qualificou para esse debate não só com acúmulos
de gestões e debates, mas com a pós-graduação em Ciências Política e
Administração pela Universidade Complutense de Madrid (2000 – 2003). Espera-se
dessa candidatura uma boa audição para as críticas (o PT abriu mão desse
feeling) para dar musculatura a proposta de programa de governo e um diálogo
fora da bolha consistente e mais ideologicamente avançado (o ideal seria de
esquerda) e a abordagem crítica mais incisiva e contundente, absolutamente,
diferente de seu último antecessor.
O
cenário de retrocessos em todas as dimensões do portfólio de serviços públicos
municipais pede um comportamento de disruptividade política, embora esse termo
cause reação diversas e era de se esperar porque ocorre exatamente quando não
se trata de uma expressão usual. Não circula no amplo debate circunscrito ao
senso comum da política tradicional e nem entre as massas populares, talvez
alguns poucos intelectuais.
Mas, seu uso aqui no texto será estrito e nos remete a imperiosa necessidade de mudanças urgentes de curso na política institucional da prefeitura. Analistas das ciências políticas falam em “disruptividade política” de uma outra forma, essa talvez seja uma expressão “nova”. Mas, o sentido tem a ver com o conceito de “miríade disruptiva” que significa um sistema político disfuncional, que apresenta aspecto de ingovernabilidade com tendência de incapacidade de entrega dos serviços públicos aos cidadãos, principalmente às franjas da sociedade mais desprotegidas pela ausência das políticas sociais.
Seu
uso limitado ao campo científico faz com que não a torne bastante conhecida
entre os mortais, causando um verdadeiro frenesi ou desconfiança a leigos ou a
político de senso comum porque pode não fazer nenhum sentido ou nexo causal a
sua aplicação nesse texto. Tudo isso porque o termo disruptivo é pouco
empregado nos diálogos informais, embora seja muito utilizado em pesquisas para
explica rupturas ou evoluções em processos tecnológicos com substituição de
tecnologias.
E a
Política é uma tecnologia? No prefácio à “Contribuição à Crítica da Economia
Política” (1859) Karl Marx diz que os indivíduos não escolhem a classe social a
qual pertencem (isso inclui a sua concepção de mundo, princípios, opiniões
políticas, posição social e etc.) porquanto sejam conformados pelo pertencimento
a uma assentada classe social. Portanto, para um marxiano ou mesmo marxista a
política é algo mais robusta que cria as condições materiais e intelectuais
para transformações e rupturas profundas na sociedade e não apenas um estudo e
sistematização do padrão de repetição de movimento simétricos.
A bem
da verdade, a palavra tecnologia é uma junção da palavra "tekhne” em grego
(técnica, arte, ofício) com o sufixo "logia" que significa estudo.
Portanto, pertence à ciência contemporânea. Contudo, não apenas à ciência, mas
a engenharia com seu conjunto de instrumentos, métodos e técnicas com a
finalidade voltada para resolver falhas em plataformas que causa inoperância no
sistema que inviabiliza o funcionamento.
A
Política pode ser considerada uma “técnica, uma arte e um ofício” para os
liberais, portanto pode ser considerada como tecnologia. Os neoliberais
utilizaram-na amplamente como expressão tecnológica, inserindo a política na
área do conhecimento da engenharia desde os anos 90 com o advento da
globalização e do neoliberalismo.
O
período histórico de seu recém surgimento ocorreu com o governo de Fernando
Collor, mas intensificou-se apenas durante o governo de Fernando Henrique
Cardoso com a afirmação da política como sendo uma área de interesse da
engenharia para atribuir isenção científica às rupturas políticas de caráter
conservador, exigidas pelas elites econômicas capitalistas daquele momento de
reorganização do Estado e da Sociedade Civil a partir da nova Constituição
brasileira.
A
ideia principal era evitar a aceitação da opinião pública em geral em relação
as reações teoricamente contundentes (a exemplo do PT) de setores organizados
da sociedade à onda neoliberal privatizante de reforma do Estado. Essa
recomposição das forças políticas e seu programa de governo para o Estado
brasileiro era vendido pela mídia de grande circulação nacional (a exemplo da
Rede Globo) com o nome pomposo de projeto de reengenharia do Estado agigantado
e deformado que os liberais chamam de Leviatã.
Interessava
aos neoliberais a conveniência do uso dessa expressão tecnologia porque além de
ter aplicação prática estava “protegida” por pressupostos pseudoteóricos da
área do conhecimento científico que transita em diversas áreas de pesquisas.
Justamente porque algumas dessas expressões são tão herméticas quanto aos
interesses burgueses capitalistas nos bens e no capital do setor público.
A
ideia é que a disruptividade política seja utilizada para qualificar o defeito,
o comportamento e a ideia de extrema-direita do atual governo que está em
vigência na sociedade conquistense. Isso com base nas consequências desastrosas
dessa política para o município, no qual o atual governo vem desestruturado o
conceito de coletivo (ou popular) de todas as políticas de bem-estar
social.
O
estranhamento se deve ao fato de que a necessidade de promover a disruptividade
na política municipal, um conceito que não comparece nas linhas gerais (nem
específica) da formulação do programa expresso pelas diversas linguagens
(escrita e oral). O debate aqui proposto é uma crítica a ideia liberal de
disruptividade inovativa, mesmo não estando escrito, ao vínculo desse conceito
ao ramo do conhecimento produzido pelo campo liberal, fundamentado em conceitos
de orientação liberal do mainstream de economia e de administração.
O
conceito foi criado pelo professor de administração na Harvard Business School,
Clayton M. Christensen em seu livro best-seller “O Dilema da Inovação” (1997)
para o conceito de disruptivo inovativa (tecnológica, endócrina e elétrica)
voltados para criar novos mercados consumidores e afeta empresas líderes do
setor.
Não
interessa a Vitória da Conquista, sobretudo um governo popular de
centro-esquerda, uma proposta de disrupção inovativa, com base apenas no mundo
capitalista de livre mercado dos negócios. Sobretudo, para justificar a lógica
de fenômenos socioeconômicos capitalistas dado por um processo sistêmico
prolongado, que não prevê nenhuma alteração de imediato.
Portanto,
um governo minimamente democrático popular não caracteriza o processo de
evolução tecnológica, sem propor alteração do paradigma de qualidade ou
funcionalidade do portfólio de serviços públicos. Especialmente se tais
serviços forem direcionados à proteção e à promoção de populações em situação
de riscos por causa das múltiplas vulnerabilidades social, econômica, cultural
e política.
O que interessa mesmo a população conquistense é a poética de Caetano Veloso,
chamada “Vaca Profana”, é a ideia de rebeldia existente na quebra de paradigma
oferecida pelo poema que pode ser caracterizada como disruptividade. Ou seja,
possibilidade de interrupção, fratura ou quebra no funcionamento de qualquer
tipo de processo ou sistema em curso voltado para garantir a normalidade.
Quando
a emprego neste texto, a utilizo para propor disruptividade não apenas a
tradicional política brasileira, mas a ascensão fascista do ex-presidente Jair
Bolsonaro, matriz a qual esse atual governo municipal está ideologicamente
vinculado.
Peço
vênia ao indefectível poeta baiano de nosso tempo, mas não estou interessado
nos maravilhosos símbolos enigmáticos de Caetano proposto pela canção em
análise. Interessa-no saber a possibilidade de “quebra de paradigma” no âmbito
das relações sociopolíticas municipais, porque o ato disruptivo sugere uma
quebra no curso normal de um determinado processo, com a finalidade de oferecer
melhoria com “inovações” para manter o que já é decadente.
Por
algum tempo eu pensei-escrevi-debati muito sobre as consequências destrutivas
de curto prazo das negociações escusas das “tetas do Estado”, propondo uma
disruptividade com o submundo da Política. A história tem demonstrado que o
Estado liberal social contemporâneo também possui aspectos similares ao de uma
vaca leiteira, ávida para alimentar a boca de parasitas de plantão nos espaços
de poder (executivo e legislativo).
Essa
relação viciada de concessão de espaço para mamar nas “tetas do Estado” criou
arquétipos de monstros, a exemplo de babões, exemplo de bajulador de ricos
empresários ou de autoridade pública porque não tem competência cognitiva e
insolência laboral, que conspira constantemente com quem estiver no poder
contra os interesses da população com o discurso cínico-fascista de defender os
interesses do povo.
Outro tipo de monstro é o arquétipo de
jeca-tatu, aquela falsa representação dos interesses das populações campesinas
criado no imaginário da cultura urbana paulista até os anos 50 do século XX por
Monteiro Lobato (Mazzaropi) como se fosse autentico camponês, despolitizado,
despolitizante e inserido como nonsense para conformar e justificar a
manutenção das estruturas viciadas de poder capitalista burguês.
Essas
concessões vindas do submundo da política são garantidas em acordos espúrios
feitos por dirigentes do campo hegemônico do PT, a despeito de manter
sucessivas reeleições, propicia acordos generosos e alvissareiros às elites
econômicas e aos políticos parasitas e inescrupulosos de babões e jecas-tatus.
A
disruptividade política deve pôr fim a quaisquer tipos de beneplácitos a esses
trânsfugas, pois nunca foi bom para os grupos sociais das franjas da sociedade
vulnerabilizados porque são mais explorados, oprimidos e marginalizados das
riquezas produzidas pelo mundo do trabalho e nem para as populações
subalternizadas em todas as dimensões (social, econômica, cultural e política)
da vida na sociedade burguesa.
Espera-se
que a candidatura diga a sociedade a que veio sem rodeios e nem tergiversar
porque essa claudicação serve apenas para calcificar de tal maneira na cultura
política burguesa que nem mesmo a militância ideológica petista mais aguerrida
conseguir exorcizar da cultura política brasileira o mau costume das
garrafinhas, privilégios, vantagens indevidas e de usar o “mau do Lázaro”,
ressuscitar político mau-caráter que se elege usando as estruturas do Estado e
com dinheiro público com compra de votos.
Contudo,
isso não é sobre o Partido dos Trabalhadores (PT) ter que discutir no regime
democrático acordo de risco com aliados (históricos ou recentes) necessários
que tornassem o Estado minimamente governável. Isso é sobre o tonificador
ideológico de éthos que combate defecções políticas com remédio fortificante
certo para evitar pragas, insetos, moscas varejeiras, babões, jecas-tatus e
outros bichos peçonhentos em suas fileiras.
Esse é
o fortificante que estimula a disposição ideopolítica para coibir a livre
aplicação de altas habilidades corruptoras de éthos de carreiristas históricos
que fica parasitando no partido para chegar ao Estado para tirar proveito de
circunstancias ou fatos com uma única finalidade: obtenção de dinheiro, mimos e
privilégios às custas do sacrifício coletivo.
Essas conveniências oportunistas, muitas vezes concedidas apenas aos amigos (na verdade continuam inimigos) de última hora, quase sempre causam dilúvio interno porque não tem nenhum critério ético. É uma concessão de maneira incondicional à tradicional política brasileira, constituída por gente inescrupulosa que age conscientemente em benefício próprio e contra a população. Se comportam agressivamente contra a qualquer Programa de Governo Popular, isso inclui a do PT (Modo Petista de Governar) e aos interesses materiais, princípios ideológicos, valores e bandeiras de lutas sindicas e sociais.
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