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domingo, 18 de setembro de 2022

Movimento Correnteza cresce na UESB ao construir pauta conjunta com a ADUSB.

Hugo Brandão dirigente do Movimento Correnteza/UESB

"A União da Juventude Rebelião (UJR) por meio do movimento universitário Correnteza e do movimento secundarista Rebele-se, manteve a sua participação efetiva na organização da paralização chamada pela Adusb pela natureza classista do movimento docente."

 

* Por Herberson Sonkha

 

A emblemática consigna do Movimento Correnteza, “As palavras convencem, o exemplo arrasta!”, explica exatamente o seu crescimento exponencial na Uesb com a contribuição ativa na construção da pauta conjunta com o calendário de jornadas de lutas da Associação dos Docentes da UESB (ADUSB) que integra as atividades do Fórum das Associações Docentes das Universidades Estaduais da Bahia (ADUFS, ADUSB, ADUNEB e ADUSC).

A União da Juventude Rebelião (UJR), por meio do movimento universitário Correnteza e do movimento secundarista Rebele-se, manteve a sua participação efetiva na construção da paralização de quinta-feira (15) chamada pela Adusb, pela natureza classista do movimento docente. E isso se deve à coerente práxis sindical da entidade docente nos campis de Vitória da Conquista, Itapetinga e Jequié que resultou na importante atividade sindical e estudantil das universidades baianas na capital. Paralisou as UEBAS e fechou os portões das universidades por 24 horas com a finalidade de garantir a pauta aprovada em assembleia que deliberou sobre o ato público de protesto em frente à Secretaria Estadual de Educação (SEC).

O ato de denuncia deveria contar com a presença indispensável do DCE da Uesb na construção e realização da atividade porque o Diretório Central de Estudantes é a entidade legalmente constituída que representa as pautas dos estudantes. Sobretudo àquelas construídas no curso das lutas do movimento estudantil dentro da Uesb, sobretudo a pauta contra a precarização da assistência e permanência estudantil  pelo governo de Rui Costa (PT) nos três campis da universidade.

Os dirigentes do DCE sem nenhuma explicação plausível abandonaram irresponsavelmente o debate dos Estudantes na Uesb que questionam a funcionalidade do programa “Mais Futuro”.  Ao invés de levar a sério as propostas dos estudantes que defendem a revisão imediata do valor da bolsa, dos critérios atravessados por “valores meritocráticos” nada críveis e da demanda incompatível com a periodicidade dos editais, escolheram escamotear seu papel de dirigente por razões de servilismo eleitoreiro.

Escondem-se vexatoriamente daqueles que delegaram à gestão Marielle Franco advogar seus interesses estudantis. Além do mais, negligencia a legitimidade de representação política para fortalecer o opressor que ataca flagrantemente pautas históricas do movimento estudantil. Óbvio, que está implícita nessa omissão deliberada do DCE, à conivência e à defesa desses dirigentes do Levante Popular da Juventude ao governador do Rui Costa. Do contrário, participariam ativamente da construção e da realização do dia 15 em frente a SEC-Bahia em Salvador.

Ao que se sabe pelos corredores da universidade é que a omissão que gerou o silêncio e a ausência do DCE no ato do dia 15/09/2022, se deve a presença efetiva do Levante de Vitória da Conquista na campanha do PT. Isso nos permite ponderar que infelizmente a motivação desses dirigentes está na opção ideológica neoliberal que promove o falseamento da realidade estudantil uesbiana, imputando equivocadamente a esquerda orgânica e seus dirigentes de movimentos (estudantis, sindicais e sociais) à responsabilidade pela segunda opção na preferência dos eleitores baianos de sua candidatura em função das críticas, receando serem julgados internamente pelo ato de perjúrio a Rui Costa.

Mas esquecem de que o PT na Bahia escolheu trocar a luta de classe pela conciliação entre capital e trabalho e a revolução socialista pela transição idílica ao Estado democrático de direito liberal burguês para fazer alianças inescusáveis com a tradicional direita corrupta carlista de sempre. Recusou a oportunidade dada pela classe trabalhadora e as populações subalternizadas baianas perseguida, expropriada, oprimida, violentada e explorada por ACM para expurgar definitivamente o maléfico e imoral espólio carlista burguês ultraconservador da cena política baiana com a acachapante vitória eleitoral de 2006 de Jaques Wagner (PT) no primeiro turno com 52,89% dos votos válidos.

Não obstante, o DCE subestimou a capacidade de análise, compreensão crítica e a força da militância de correntes de esquerda que atuam no movimento estudantil fora da DCE para denunciar as contradições econômicas, sociais, culturais e políticas do governo neoliberal do Estado da Bahia. Além de agir desonestamente ao tentar macular a luta conjunta entre estudantes e professores chamada pela Adusb contra as nefastas políticas reformistas de caráter neoliberal implementadas por Rui Costa.

A alegação errada de que fortalecer a atividade do dia 15 contribuiria com o candidato originalmente herdeiro do carlismo (o estelionatário de pertença étnico-racial para justificar o sequestro milionário de fundos de campanhas destinados a candidaturas negras) ignora totalmente qualquer possibilidade de a esquerda se contrapor à tradicional política  baiana e a corrupção carlista endêmica. Coisa que o PT jamais quis fazer, antes, se apropriou desesperadamente do espólio carlista depois da morte do carrasco coronel ACM.

A UJR considera essa defecção política no movimento estudantil uma aberração porque promove à absoluta ausência de método de análise marxista e de práxis revolucionária do Levante Popular da Juventude (Vitória da Conquista), principal razão para não compreensão das contradições do governo petista que se aventura na tradicional pratica de truculência, opressão e perseguição aos dirigentes de movimentos sociais,  quando não compra com cargos. Contudo, isso levaria a unificação de pauta, aproximando estudantes e professores que se organizaram em caravanas (Uesb, Uesf, Uneb e Uesc) para denunciar o governo Rui Costa.

Aproximadamente 400 participantes (docentes, discentes e representantes de movimentos sociais) marcharam da Avenida Paralela, saindo do antigo Bahia Café Hall, na direção a SEC-Bahia no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Os movimentos de rua organizados pela ADUSB em Vitória da Conquista, com base na experiência dos caudalosos movimentos sociais (#forabolsonaro, contra eugenia social praticada pela PMVC contra Camelôs, contra o SIMMP, ocupação do MBL, MTD e contra mães autistas) que se articulam dentro do Fórum Sindical e Popular (FSP) conquistense, revela a capacidade de articulação e mobilização sindical da entidade dentro e fora da universidade multicampi (Vitória da Conquista, Itapetinga e Jequié). 

Nesse sentido, a Adusb contou desde o primeiro momento com o Movimento Correnteza e o Rebele-se recém-chegados a cidade, ambos compõem o braço forte da União da Juventude Rebelião (UJR) que atua no movimento estudantil brasileiro secundarista e universitário desde 1995. A UJR é uma organização de juventude brasileira composta por jovens oriundos de diversas regiões do país, presente na maioria dos estados brasileiros com a finalidade de lutar por uma revolução socialista no país e no mundo.

É com esse espírito da juventude revolucionária de luta organizada, que lideranças como Erick Silveira, advogado criminalista e dirigente estadual da Unidade Popular para o Socialismo (UP), Jéssica Fontes de ciências sociais (UJR), Gerssy Rodrigues mestranda (Olga Benário) Hugo Brandão de História (Correnteza), Isaac Fontes do Colégio Militar (Rebele-se) e Herberson Sonkha (MLB) vem construindo as lutas sociais no município de Vitória da Conquista. Inclusive, mobilizou mais de uma centena de estudantes da UESB que se juntaram a professores e professoras numa caravana que lotou quatro ônibus.

A marcha organizada com “faixas, cartazes, falas e palavras de ordem” mostra a força que a consigna “#NegociaRui”, articulando a principal bandeira da Adusb que pautou a manifestação que define a luta das universidades baianas contra o asfixiamento das Instituições de Ensino Superior (IES) pelo contingenciamento compulsório do orçamento destinados as essas instituições. Além do desmonte de direitos conquistados nas ruas pela categoria, soma-se a urgente necessidade de reajuste salarial que vem promovendo a pauperização por meio do assalariamento da categoria.  

Ressalta-se que a marcha organizada não realizou nenhum tipo de ataque à propriedade (pública ou privada) e nem impediu o direito de ir e vir ou feriu a dignidade da pessoa humana ou profissional dos servidores e servidoras públicas ou de quaisquer baianos (as) que circulavam livremente de carro ou a pé naquelas imediações que justificasse a recepção hostil da polícia com pesado aparato bélico.

Repudiamos o tratamento do governo do PT na Bahia aos docentes, discentes e os movimentos sociais organizados, pois é o mesmo dado pelo governo fascista Bolsonaro: na ponta do fuzil em punho. A intenção é intimidar as representações das entidades estudantis e de professores que manifestavam democraticamente em frente à SEC-Bahia com a expectativa de serem recebidos após 1000 dias sem qualquer tipo de dialogo. Prevaleceu à afronta ostensiva covarde do policiamento fascista de herança carlista que mata preto na Bahia. Eles foram orientados para impedir a montagem de toldos, cadeiras e o som para realização da aula pública no estacionamento da SEC-Bahia. Aliás, mais que isso, impediram a distribuição do almoço, o acesso à água e banheiros químicos durante quase uma hora prejudicando a manifestação e retardando a programação.

Apesar da situação delicada que se estabeleceu com os manifestantes por ordem do governador intransigente, prejudicando a saúde de alguns estudantes e professores que estavam expostos ao sol e a caminhada de mais de três horas, a direção do movimento manteve o comportamento dialógico e buscou inúmeras tentativas de negociação sem nenhum êxito, revelando o verdadeiro caráter insensível e autoritário do governo. Não recebeu, não negociou com a direção do movimento e ainda inviabilizou o ato em defesa das universidades baianas que gritam para não morrerem asfixiadas por falta de oxigênio negado pelo governo de Rui Costa.

            Contudo, o papel do movimento estudantil foi importante porque manteve a pressão da massa estudantil com palavras de ordem que denunciavam a truculência da polícia que recebeu ordem institucional do governo para impedir o ato e agir ostensivamente contra manifestantes, pedindo para a polícia recuar. Enquanto a direção docente do movimento sindical pressionava o governo pela liberação da estrutura que foi montada.

A construção do Correnteza no movimento estudantil na UESB a partir dos seus dirigentes estudantis também tem como finalidade a solidariedade à categoria docente, enquanto classe trabalhadora. Fortalecer as lutas da ADUSB, a exemplo da manutenção das vitórias alcansadas pela Adusb e contra quaisquer ataques ao Estatuto do Magistério Superior. A luta pelos reajustes salariais, liberação de promoções, progressões e ampliação do parco orçamento com mais verbas paras as universidades estaduais.

O Movimento Correnteza organizou uma plenária vitoriosa para os estudantes das universidades estaduais que ajudaram a construir e participaram da marcha e do ato na frente à SEC-Bahia. Pautou a imprescindível ampliação do financiamento público para garantir o acesso e permanência estudantil nessas universidades e a revisão imediata do programa “Mais Futuro”. Além disso, o Movimento Correnteza não abre mão de denunciar a postura vendida e servil da atual gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Marielle Franco (Levante Popular da Juventude) que boicotou a mobilização do ato.

A atual gestão Merielle Franco vem encilhando o DCE como se a histórica entidade central dos estudantes da Uesb fosse um cavalo de corrida eleitoral à serviço do opressor Rui Costa do PT. Transformou o DCE numa correia de transmissão do mandato do governo Rui Costa que oprime; persegue e manda a polícia bater em professores, técnicos e estudantes que ouse denunciar seu governo; asfixia as universidades estaduais ao contingenciar verbas que comprometem o acesso e a permanência de estudantes cotistas negros, mulheres e LGBTQIAP+, ambos oriundos da classe trabalhadora pobre e periférica na universidade pública estadual.

A atual gestão liberal malograda do DCE da UESB fragmenta a luta e subjuga as conquistas históricas de mais de três décadas do movimento estudantil universitário, defraudando escancaradamente os interesses estudantis em favor do vilipendio orçamentário do atual governador neoliberal do PT. E o faz para silenciar o movimento estudantil frente às truculências de um governo autoritário que promove o remanejamento de recursos de rubricas de financiamento de políticas de educação, pesquisa e extensão das universidades baianas e o corte sistemático de verbas da educação.

O Movimento Correnteza denuncia essa pratica corriqueira do que restou do espectro do petismo hegemônico no movimento estudantil, sindical e social. Combater esse comportamento deliberadamente liberal recorrente em outros DCE’s dirigidos por petistas ou aliados que esvaziam intencionalmente quaisquer pautas do movimento estudantil, sindical e social para evitar qualquer reação contra as reformas neoliberais do governo Rui Costa que afeta diretamente a classe trabalhadora do setor público ou privado e as populações subalternizadas pelas burguesias nacional e internacional a quem servem ideologicamente.

 

 

 


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