*por Carlos Maia

Ao contrário do que muita gente pensa

Não há esquerda neste país

Aqui caminha-se de braços dados

Marchando-se fardado ou não

Empunhando-se bandeiras brancas ou coloridas

O sentido é o mesmo: ludibriar o povo

Garantir para a burguesia o domínio do capital

Ninguém fala em destruir o Estado burguês

Muito menos em socializar os meios de produção

A batuta é sempre a mesma: reformar o que aí está

Quando muito jogar água benta

Na cabeça de “fiéis cordeirinhos”

Como num jogo de futebol

Não se importa se o gol é contra

Importa é que ele é válido

E o juiz apita o centro

A direita é sempre presente

Ou um fascistóide ou um social-democrata

Ambos celebram as benesses do neoliberalismo

Única perspectiva do capital em crise de exaustão

Duas tendências de direita se apresentam

O regime neofascista e a velha social-democracia

Assim, monta-se aos olhos do povo

Um verdadeiro espetáculo surreal

Onde o objeto a ser perseguido é o voto

Onde a corrida se para na alienação

Lá vão homens e mulheres prisioneiros

Dos tormentos e conflitos ideológicos

Tentando romper com as amarras eleitorais

Domesticadoras da luta de classes

Que não é barômetro para se medir consciência

Enquanto existir Estado do Capital

Carlos Maia – Setembro/2022