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domingo, 31 de julho de 2022

Liberdade



*por Carlos Maia

 

Hoje quero falar de liberdade

Liberdade para Antônio

Liberdade para João e Pedro

Liberdade para Ana, Maria e Livia

Para todos os “santos” e “santas” do sertão

 

Liberdade aos escravos do trabalho

Aos filhos e filhas de Lia com Zé

De Zefinha com Zeferino

De Helena com Heitor

De Maria com Virgulino

 

Entre os “arranca rabos” da Terra

Figuram-se entre todos os campos

Ao assento firme do chão de fábrica

O desejo contido do canto dos atabaques

Pela percussão de negros, brancos e sararás

 

Mas eis que se apertam e regulam máquinas

Com instrumentos de precisão descartados por microchips

É o novo cárcere privado em que se despejou

Sobras de carne humana do autofágico paladar burguês

Massacra! Massacra moinho de pelancas, nervos e resto de sebo

 

Que nos dias de hoje não podem mais ser desprezados

As fontes de proteína e gordura não podem terminar

Nem que se passe pelo triturador de ossos

Para que colágenos e tutanos escorram no cadinho da história

Mesmo para se lubrificar robôs e máquinas-ferramentas

 

Liberdade!

Liberdade ao e para o mundo livre

Da exploração, dos preconceitos, dos complexos inferiores

Vamos que vamos caminhar pelas estradas da luta de classes

Rebatendo inimigos fascistas, neoliberais e democratistas

 

Não se cabe mais esperar pelos desígnios da morte

É tempo de se levantar para o encontro com o outro

Para o benfazejo do élan natural da humanidade liberta

Para o definhar dos escombros do capital que teima em se firmar

Na subida da ladeira escorregadia e ensaboada

 

A hora é de se derrubar as portas do céu e do inferno

Para garantirmos uma estadia maior e melhor na Terra

Para o rompimento com os escribas e escrevinhadores

De profecias judaicas-cristãs-islâmicas-hinduístas-budistas

Espiritistas ou espiritualistas na defesa da fé monoteísta/politeísta

 

Eis que estamos pela defesa de homens e mulheres

Livres de adereços bugigangas e berloques diversos

Pendurados no pescoço e na alma moribunda dos seres

Que só se descolam das nuvens pelo balançar rítmico

Do trabalho e pelos acordes de músicos e cantores

 

A música em todas suas manifestações artísticas

São manipuladas e manipuláveis

Mas cantando-se com alma transborda-se de emoção

Corações e mentes sensíveis ao esguichar

Do líquido rubro que correm em nossas veias

 

Pelo transpirar sedento da força de trabalho

Pelas belezas dos traços das esculturas

Das pinturas, dos quadros e dos desenhos

E pelo amor continuum à humanidade

É que podemos falar mais uma vez em LIBERDADE!

 

 

Carlos Maia / Julho-2022

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